quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O tempo não pára...

Que tempo o tempo tem? Pergunta meio estranha, mas você já pensou que os minutos, segundos e horas nunca param de passar, e que nós sempre achamos que o tempo está correndo demais. Estamos sempre atrasados ou em cima da hora para chegar ao trabalho, levar as crianças para a escola, ir ao cinema, dar banho no cachorro... Bem, acho que nem dá tempo de escrever tudo o que eu gostaria!

Mas, se pensarmos bem, o tempo é relativo! Quando estamos de férias ou, às vezes entediados, aí é que o tempo não passa, o dia fica longo, ficamos impacientes, sonolentos, esperando as horas passarem.

Eu ainda não entendo bem o tempo... Já que estamos pertinho de mudar o calendário para 2011, aproveito para pensar em quanto tempo eu tenho deixado livre para mim mesma, para as coisas que eu gosto de fazer, ou mesmo para não fazer nada!

Será que só por que o calendário vai mudar o tempo também vai aumentar? Tudo vai ser diferente? Ou o tempo é apenas um sequência de milésimos de segundos que nunca param, mas que também se repetem dia após dia, girando nos ponteiros de nossos relógios incansavelmente? As folinhas do calendário que viramos todos os dias também são feitas de números, as mesmas datas virarão no próximo ano, carnaval, páscoa, finados, etc, etc...

Talvez quem passe não seja o tempo, mas nós mesmos! Daqui a pouquinho, mais um ano vai passar e outros vão chegar. Eu já estou planejando um monte de coisas e, ironicamente, imagino que não vai dar tempo de fazê-las. Que loucura! Pensando bem, vou me dar um tempo! Vou aproveitar este finalzinho de 2010 e o comecinho de 2011 para pensar e refletir em como eu tenho usado minhas horas, meus dias, e tentar começar ou recomeçar o ano que vem, dando mais tempo a quem precisa e a todos que eu amo, e me preocupar menos com os segundos do dia a dia.

PS: Aproveito para agradecer aos leitores do Bom Dia e da minha coluna todo o tempo que usaram durante o ano de 2010 para nos prestigiar, e desejar um belo 2011, cheio de tempo e alegrias!

Publicado em 30/12/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo...

Mais um ano que vai passando e nós continuamos juntos, aprendendo o “be-a-ba da vida” a cada dia que se passa.

Todos nós sabemos que o dia a dia é uma das tarefas mais delicadas da nossa vida. Surgem dificuldades, angústias, felicidades e acasos inesperados. Assim é a vida, feita de cada segundo e de cada minuto que passa.

São nestes momentos que eu me lembro o quão importante é viver sempre o aqui e agora. Fico feliz quando penso que as palavras que escrevo estão sendo lidas por várias pessoas. E mais, a sensação de que, de alguma maneira, estou abrindo um espaço para reflexão, informação, críticas, enfim, para que cada um de nós participe de nossa sociedade, mais consciente de seus direitos e deveres.

Bem, 2011, já vêm chegando, cheio de expectativas, esperanças, anseios pessoais e sociais, na busca de uma vida melhor e mais justa. Sei que ainda faltam muitas coisas a fazer, e que com a participação de todos nós, poderão serão feitas!

Mesmo com as últimas gafes de final de ano cometidas por nossos parlamentares, que se deram um ajuste de mais de 65% em seu salário (numa votação mais rápida que o trem-bala), mesmo com as contínuas cobranças indevidas, como taxas de lixo e aumento de IPTU, superfaturamento de obras públicas (e mesmo a falta delas), falta de esgoto e água encanada, escolas, saúde, etc, ainda assim, quero acreditar que Papai Noel existe!

Espero que neste Natal, ele consiga, mesmo que com muito esforço e teimosia, guiando seu trenó por todas as nossas ruas esburacadas, tendo que passar pelas favelas e bairros “dominados” de nossa cidade, atender aos nossos pedidos.

Desejo, do fundo de meu coração, que 2011 seja um novo ano cheio de renovações, força, saúde e solidariedade, muita solidariedade!

PS: Encontrei centenas de Papais Noéis no Portal Terceira Idade. Aproveitei e já fiz o meu pedido. É só visitar www.portalterceiraidade.org.br, e fazer o seu!

Publicado em 23/12/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Errar é humano?

Dizem que errar é humano. Porém, quando se trata de lidar com a vida humana, acredito que a situação se torna bem mais complexa e passível de julgamento. Recentemente, todas as mídias noticiaram o fato da criança que faleceu devido a ter recebido vaselina na corrente sanguínea ao invés de soro!

Os pais da menina, que estava internada no hospital devido a um simples problema digestivo, disseram que ela já estava tendo alta e já havia tomado duas bolsas de soro, porém faltava ela tomar mais uma. Quando a enfermeira iria colocar a última fadada bolsa de soro, ela se confundiu e colocou uma bolsa de vaselina, o que levou a paciente a uma morte instantânea.

Como podemos entender essa fatalidade? Ou mesmo aceitá-la? A enfermeira e o hospital alegam que as bolsas de soro e de vaselina têm a mesma cor e apenas um pequeno rótulo distinguiria uma da outra, e que assim fica muito fácil confundi-las e bla, bla, bla...

Que maluquice o hospital ainda querer achar uma justificativa para um erro tão grave, assumindo que seria praticamente “normal” isso acontecer. Porque será que a vida humana está com um valor tão baixo? Ou praticamente sem valor algum?

Massificação, pressa, custo-benefício, valor de mercado, vendas, ganhos... Estas têm sido as palavras de ordem do dia. Se toda uma linha de carros de um modelo específico der algum problema, imediatamente, sai um anúncio de página inteira nos maiores jornais, chamando o cliente para um “recall”. Afinal, a fábrica “X” não pode perder seus clientes para a fábrica “Y”, existe muito dinheiro envolvido neste mercado...

Enquanto isso, o caso desta criança e de tantos outros seres humanos que falecem por erros médicos e hospitalares gravíssimos vira apenas mais uma manchete do dia!

PS1: Acho bom contratarmos logo uma agência de propaganda para fazer uma boa “campanha” que aumente o “valor da vida”, antes que seja tarde...
PS2: Quem sabe, talvez até nos chamem para um “recall”?

Publicado em 16/12/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

Obs: Não houve postagem no dia 09/12/2010. O Jornal Bom Dia não circulou nesta data.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Vida longa ao Rei!

Todos nós gostaríamos de viver mais de 100 anos. E, naturalmente, com o corpo e a mente em perfeito estado de saúde. Alguns fatores são fundamentais para se chegar bem aos 80 anos, como hábitos saudáveis de alimentação, cuidados físicos e constante atividade mental.

Mas não são somente estes fatores que fazem com que você viva até os 80, ou chegue até os 100 anos. Pesquisadores americanos e italianos publicaram um estudo no começo deste mês na revista Science, mostrando que 150 marcadores genéticos (variações de uma única letra no material genético, espalhadas por todos os cromossomos humanos) permitem determinar, com 77% de precisão, se uma pessoa será centenária.

Nos Estados Unidos, descobriram uma maneira de “rejuvenescer” órgãos em ratos idosos, eliminando as doenças adquiridas ao longo de suas vidas. Testes em humanos ainda demorarão um pouco a chegar, devido ao perigo de desenvolvimento de câncer durante o processo.

Bem, dá para perceber o quanto a ciência e as pessoas estão preocupadas em descobrir a fórmula mágica da longevidade! Porém, parece que esqueceram um pequeno detalhe... Viver com que qualidade de vida? As indústrias farmacêuticas criam, todos os dias, novos remédios para combater nossas doenças, as quais, coincidentemente, também aparecem cada vez mais. Será que existe algum ataque de bactérias alienígenas?

Praticamente toda a África e outros países vivem na completa miséria e sujeira. Vergonhosamente, ainda há pessoas que não conseguem sequer fazer três refeições ao dia.

Me parece tão óbvio que a ordem dos fatores está invertida, mas, infelizmente, muitas vezes o obvio é o mais difícil de ver, ou não quer ser visto.

Vou encomendar uma pesquisa que descubra como todos os seres humanos poderiam viver com mais valor e decência em nosso planeta.

Publicado em 02/12/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Caça às bruxas e bruxos...

Acredito que a maioria dos leitores lembra-se desta fase obscura de nossa civilização! Claro que isso já faz muito tempo. Na época da inquisição, toda e qualquer pessoa que não concordasse com os preceitos da Igreja Medieval, ou fosse um curandeiro ou benzedeiro, enfim, alguém que afirmasse ou se comportasse da maneira diferente das regras que a sociedade da época impunha, era considerado um bruxo ou uma bruxa e queimado em praça pública!

Na semana passada, tivemos um episódio hediondo e medieval. Três rapazes se viram no direito de atacar, bater e, se pudessem, até queimariam, outros três rapazes que caminhavam na grande e moderna Avenida Paulista (região central de uma das maiores cidades da América Latina), por não gostarem do fato destes moços serem gays. Os vilões assumiram esta postura com a maior naturalidade, pelo que se pode ver nas gravações de câmeras próximas ao local.

Bem, estes “seres medievais” foram presos e soltos praticamente 24horas após o ocorrido. Mesmo com testemunhas, gravações e depoimentos, nada impediu que eles ficassem impunes. Depois de ocorrido esse fato, pipocaram na mídia mais e mais casos de homofobia em todo o país.

O Brasil é conhecido pela sua diversidade de etnias, sua “convivência pacífica” com as centenas de imigrantes que para cá vieram no século passado: italianos, portugueses, japoneses e chineses, sem falar dos negros que foram trazidos como escravos e dos índios que já viviam aqui. Temos a fama de um povo acolhedor. Será que isso é só uma propaganda enganosa? Onde está nossa tolerância para com as diferenças?

Somos capazes de tolerar a miséria, a fome, a falta de moradia, saúde, educação, empregos, e uma centena de outras atrocidades. Mas a diversidade sexual e, muitas vezes, étnica, não!

Preconceito e intolerância são ingredientes perfeitos para tornar uma sociedade primitiva, agressiva e passível de dominação pelo primeiro “louco” que aparecer. Cuidado, qualquer um de nós pode ser a próxima vítima!

Publicado em 25/11/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nostalgia ‘high tech’

Esta semana, senti uma nostalgia ‘high tech’ ao ler um artigo sobre “robôs cuidadores”. Você se lembra do desenho animado dos Jetsons ou do seriado Perdidos no Espaço, ambos dos anos 60? Neles, os robôs, que eram considerados como membros da família, é que faziam os serviços domésticos. Bem, com certeza, essa possibilidade parecia apenas um sonho de consumo e comodidade para todos. Mas, como a realidade imita a arte e vice-versa, parece que o sonho se tornou real.

O artigo falava sobre uma universidade em Taiwan que desenvolveu um robô capaz de reconhecer o seu dono e oferecer serviços segundo seus gestos, circunstâncias que permitem seu uso no cuidado de idosos e no serviço doméstico. O robô, denominado “Primeira Visão”, é produto de 13 tecnologias desenvolvidas por um grupo de pesquisadores da Universidade Chiao Tung.

Segundo um dos participantes do projeto, o sistema de visão digital do robô permite que ele se lembre de seu dono, reconheça seus gestos e situação física e reaja adequadamente. Após uma fase de treino, o robô pode responder a gestos como o pedido de remédios, comida ou auxílio, o que o transforma em uma ferramenta útil para o cuidado de idosos.

Os novos “cérebros mecânicos” desenvolvidos em Taiwan também distinguem os membros de uma família de estranhos e podem ser utilizados como vigilantes, com capacidade para avisar a Polícia e seguir os intrusos que penetrarem em uma residência.

As investigações atuais deste ramo científico se centram na inteligência artificial, na visão artificial e na robótica autônoma. A robótica procura construir artefatos semelhantes aos seres humanos para realizar trabalhos rotineiros, mas os resultados até o momento são limitados.

Mas não se preocupe. Um robô nunca vai substituir um ser humano, cheio de amor e carinho. Mas que vai dar uma força no “serviço pesado”, não resta dúvidas!

PS. Enquanto essa tecnologia não vem ao Brasil, continuo torcendo para que “boas almas” doem seu tempo para ajudar a quem precisa.

Publicado em 18/11/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cuidadores voluntários

Recebi recentemente um e-mail alarmante relatando o descaso para com uma senhora de 82 anos que sofreu uma grave queda em frente a um ambulatório médico público em São Paulo. O e-mail foi enviado por Dna. Anisia Spezia, 64, moradora na zona norte da cidade.

Ela conta que perguntou à senhora se ela estava com um acompanhante, mas ela respondeu ter ido só à sua consulta. Estava muito ferida, com hematomas, e sangrando. Ao procurar por ajuda, ninguém do complexo hospitalar, nenhum segurança ou funcionário, se prontificou a ajudar. Sequer uma cadeira de rodas foi disponibilizada para levá-la ao Pronto Socorro. Outra senhora, um pouco mais jovem, se prontificou a ajudá-la. Depois de uma radiografia constatando não haver fraturas e um rápido curativo nos ferimentos, foi dispensada para “voltar para casa”.

“Sozinha?”, argumentou, chocada, Dna. Anisia. Um médico lhe respondeu que ela já tinha prestado o socorro que podia àquela senhora e que outra alma caridosa deveria dali pra frente fazer com que ela chegasse à sua casa.

Todos nós temos um vizinho, um amigo, um parente, ou mesmo alguém que não conhecemos e que precisa de nossa ajuda. Que tal doarmos algumas horas do nosso dia para quem precisa?

Claro que esta atitude não isenta os órgãos públicos de reverem sua postura e necessidade de atendimento para os idosos que não tem a quem recorrer. Todos nós somos cidadãos e temos direito a este auxílio público e devemos lutar por isso.

Mas também, enquanto as coisas não mudam, e infelizmente não vão mudar tão cedo, cada um de nós pode ser um agente social transformador. O item mais importante e necessário para mudarmos a nossa sociedade é termos consciência da realidade em que vivemos e solidariedade para com o próximo.

PS. Se você pode e quer doar um pouco do seu tempo a quem precisa, você pode se cadastrar no Mural de Cuidadores Voluntários do Portal Terceira Idade: http://campanha-cuidadorvoluntario.blogspot.com/. O mural disponibiliza voluntários de várias cidades do Brasil.

Publicado em 11/11/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Campanha “Bola do Bem”

Você deve estar curioso para saber que campanha é essa... Pois bem, essa é uma campanha onde a “bola” que você vai passar pra frente é a “bola do bem”.

Domingo passado, tivemos o resultado das eleições. Sem entrar em detalhes partidários, como em todo “jogo”, sempre há um perdedor e um vencedor. Porém, o que mais me chateou foi observar que o maior problema dos nossos políticos foi a falta de coerência e fundamento em suas plataformas, num momento tão importante para o nosso país, além da falta destas atitudes dentro dos seus próprios partidos e mesmo para com seu oponente.

Depois de ouvir muitas opiniões e críticas sobre a eleição nas ruas, na TV, nos bares, resolvi sentar para tomar um cafezinho e comecei a pensar na vida, e me perguntei: “Será que o mais importante é ganhar, ou aprender a viver a vida juntos, com sabedoria e parceria, onde todos podem sair ganhando?”

Lembrei-me, então, de um filme que eu já havia assistido, “A Corrente do Bem”, um filme no qual um menino de 12 anos cria o seguinte desafio para si e para todos ao seu redor: conseguir fazer para três pessoas, sejam elas quais forem, algo muito especial, algo que elas não conseguiriam fazer por si só e, daí pra frente, essas pessoas fariam por mais três pessoas o mesmo, e assim por diante. Não vou contar o resto do filme, senão perde a graça...

Bem, depois que o filme terminou, tive mais uma vez a certeza de que o mais importante não é ganhar ou perder, mas, sim, viver e ajudar àqueles que estão sem rumo a tentarem novamente. Porém, não adianta dar o “peixe” e sim a “vara de pescar” e, mais importante, com muito amor e carinho.

Que tal experimentar? Observe uma, duas, três ou mais pessoas, as quais você acha que poderia realmente ajudar a viver de verdade. Passe essa bola pra frente!

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”, Chico Xavier.

PS. Vamos torcer para que a nova presidente eleita também participe desta campanha.

Publicado em 04/11/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sentimento milenar

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu ciúmes! Com certeza, nem eu e nem você vamos atirar nem uma pedrinha sequer, pois, com certeza, já sentimos esse sentimento confuso e doloroso chamado ciúme.

No começo de uma relação, e mesmo por um bom tempo, tudo é festa. O outro é sempre lindo e maravilhoso, nos sentimos felizes, contentes e seguros. A paixão e o amor são sentimentos mágicos que nos fazem sentir nas nuvens, a vida e o dia a dia ficam coloridos, dá até para ouvir o canto dos passarinhos no centro da cidade.

De repente, não se sabe como nem por que, a relação amorosa se torna uma prisão. Você tem que “fugir” dele ou dela, fazer as coisas às escondidas, mesmo que não esteja fazendo nada de errado. Facilmente, surgem os sentimentos de traição, insegurança, baixa-estima, raiva, obsessão, e posse, muita posse.

E aí, você, como todo ser humano normal, vai rapidinho pondo a culpa no tal “rival”, afinal você fez tudo certinho, a culpa é sempre do outro (a), mas será que você não foi possessiva (o) demais com o seu parceiro (a), ou quis dominar tudo todo o tempo, sem nem dar chance ao outro de escolher, nem que fosse o sabor do sorvete que iria tomar ou o filme que iriam assistir, ou o amigo (a) que quereriam visitar?

Essas pequenas atitudes do dia a dia passam despercebidas e, com certeza, são esses detalhes e sutilezas que mantém a harmonia de uma relação. É muito fácil confundir ciúme com respeito, amor e atenção para com o outro.

Daí vem aquelas frases populares, tipo: “Ele tem ciúmes dos meus amigos porque me ama...”, ou “Ela fica o tempo todo atrás de mim e morre de ciúmes das minhas amigas, legal ela continua apaixonada mesmo depois de tantos anos...”

“O ciumento quer controlar o outro, possuí-lo, dominá-lo. Ele pode ser uma projeção da pessoa mal amada no outro”, enfatiza Renato Mezan, psicanalista.

PS: O amor é incondicional! Não tenha medo dos seus medos.

Publicado em 28/10/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Réu ou vítima?

A educação em nosso país tem sido um problema grave ao longo de décadas. A cada ano que passa, a evasão nas escolas públicas aumenta cada vez mais. O aluno começa a estudar e depois, devido a problemas de falta de estrutura familiar e financeira, acaba saindo da escola, mesmo antes de acabar o primeiro semestre.

Tudo bem, esse fato já se tornou mais do que corriqueiro. Porém, já há um bom tempo, vem acontecendo, também, uma evasão escolar por parte dos professores, situação que a mídia pouco comenta.

Dados recentes indicam que são dadas 92 licenças por dia a professores da rede pública, por estresse, crises nervosas e medo dos alunos. O que soma um total de 70% de licenças no Estado de São Paulo, já no primeiro semestre deste ano.

Quando uma criança pequena não quer ir à escola no primeiro dia de aula, isso é mais do que normal. Ou adolescentes que “matam” as aulas para ir ao cinema, tudo bem. Mas os professores estarem com medo de ir à escola, aí a coisa é grave!

“Eu não quero mais voltar para a sala de aula”, diz Nadia de Souza, 54 anos, professora de história. Ela foi ameaçada de morte por um aluno e diz ter sido ameaçada outras quatro vezes, atingida por urina e quase atingida por uma carteira jogada do terceiro andar da escola que lecionava. Hoje, Nadia está afastada, com depressão profunda e sem sair de casa há mais de um ano.

Bem, quem é o réu e quem é a vitima? Os governantes vivem falando em capacitar mais os professores, dão merendas, uniformes, até “Bolsa Família”, se a criança for à escola.

Mas e no dia a dia, nas ruas, nas periferias, onde as drogas rolam soltas? As famílias destes alunos estão desestruturadas devido à falta de emprego, moradia, saúde, valores humanos, etc. Como é possível esperarmos que uma criança ou um jovem que vive este esta realidade se comporte como um ser civilizado, dentro de uma sala de aula, se ele não é considerado um ser humano fora dela?

Enquanto isso não mudar, a barbárie vai continuar atingindo a todos nós, réus e vítimas.

Publicado em 21/10/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Vida de cachorro...

Foi-se o tempo em que uma vida difícil era chamada de “vida de cachorro”. Claro que, como todo mundo, eu amo os cães, os gatos e todos os bichinhos de estimação, mas, venhamos e convenhamos, será que estamos trocando nossos amigos humanos por estes seres tão lindos e dóceis? E se for o caso, por quê?

Vivemos em uma das eras mais avançadas da tecnologia, da medicina, do bem-estar físico e material, mas acho que, espiritualmente e afetivamente, estamos sentindo um grande vazio em nosso coração, ao ponto de casais adotarem cãezinhos, dormirem com eles, isso tendo filhos ou não. Vejo centenas de pessoas, jovens ou idosas, passeando sozinhas pelas ruas das grandes ou pequenas cidades com seus lindos animais, uns grandes, outros tão pequenos que até cabem em suas bolsas.

Hoje, temos um pet shop em cada esquina, banho, tosa, escovação de dentes, terapias homeopáticas, roupinhas, tratamento vip de ponta a ponta, super legal. Estamos nos dedicando como nunca aos nossos bichinhos de estimação, enquanto a relação com outros seres de nossa mesma espécie esta ficando cada vez mais difícil.

No Orkut e em outros sites de relacionamento, podemos conhecer centenas de pessoas e fazer novos amigos, mas também tudo pode ficar no virtual. Muitas pessoas dizem que sentem solidão, insegurança, medo do seu próprio semelhante. Outros acham ótimo se relacionar com um bichinho porque ele nunca questiona seu dono, concorda com tudo e, o mais importante, oferece um amor incondicional!

Li uma frase de uma mulher, em um artigo sobre esta questão, em que ela dizia: “Cachorro é o único amor que a gente compra”. Uau, a que ponto chegamos... Onde está aquele nosso amigo do peito, nosso parceiro (a), com quem podemos contar sempre, nossos pais, um irmão, nosso vizinho? Eles continuam lá e nós aqui, cada um em sua “casinha”, seguro e a salvo de “críticas e sugestões”.

PS: Se persistirem os sintomas, procure o seu médico.

Publicado em 14/10/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Política ‘fashion’!

E vem aí o 2º turno. Inesperado, para mim, e acredito que para a maioria dos brasileiros. Teremos, mais uma vez, a chance de escolher o candidato que realmente queremos!

Isso é muito bom, porém, ouvindo comentários de vários amigos e mesmo de pessoas nas ruas, nas padarias e cafés, percebi um certo rótulo já colocado em cada candidato, como se ele fosse um produto de consumo: uma marca de jeans, perfume ou uma bolsa!

Tudo bem, está mais do que óbvio, que não existe mais um candidato ou partido de “esquerda” ou de “direita”. Agora a moda é o candidato do meio ambiente, o dos transportes e o da ‘Bolsa Família’...

Sei que parece muito simplista esta classificação e não acho que deveria ser por aí a questão. Mas a política, como tudo se globalizou, ficou moderna, imediatista, individualista. Todos querem um resultado rápido e eficaz.

Aí, me pergunto: “E como fica o Brasil daqui a dez, vinte ou trinta anos?” Hoje, mais do que nunca, sofremos na pele o problema dos transportes. Cadê um planejamento para as ferrovias, ou mesmo as hidrovias, que seriam tão úteis e baratas para todos nós, além de diminuir o trânsito e a poluição?

E a questão do meio ambiente? Alguém falou em preservar a Amazônia, pulmão do mundo e diminuir seu extrativismo avassalador e fora de controle, seja por parte dos brasileiros ou dos estrangeiros, que vem buscar nossa madeira, nosso látex, nossa ervas e plantas milagrosas e levam para fora, registrando suas patentes, sem o menor escrúpulo?

Ah, e o ‘Bolsa Família’? Todos querem, todos precisam. Claro que é um auxílio importante do governo. Mas que tal pensarmos e lembrarmo-nos de irrigar o nordeste? Seria tão simples e, com certeza, se criariam milhares de empregos na área rural e agrícola, tornando, assim, o ‘Bolsa Família’ literalmente um auxílio e não mais o único meio de subsistência de milhões de brasileiros.

Política imediatista, fashion, rápida e eficaz! Um sonho de consumo.

PS: Qual será o candidato que vamos desejar “ter como nossa grife preferida”?

Publicado em 07/10/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CONCURSO EM HOMENAGEM AO DIA DO IDOSO

Em comemoração ao Dia Nacional e Internacional do Idoso (1º de Outubro), o Portal Terceira Idade convida todos os internautas a participar do Concurso “O que é envelhecer para você?”, enviando textos, fotos ou vídeos sobre o tema.

Os cinco melhores trabalhos serão publicados no Portal e ganharão o livro “Línguas de Fogo”, sobre Clarice Lispector, da escritora canadense Claire Varin, com dedicatória da autora.

As inscrições estão encerradas:
Os melhores trabalhos serão publicados no dia 8 de novembro.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Carnavalescos 2010

Carros alegóricos e temáticos, com bonecos em tamanho real, trio elétrico, caixas de som imensas tocando samba enredo... Vi e ouvi todo este estardalhaço nas ruas e pensei: “Será que é um ensaio carnavalesco?”

Olhando com mais atenção, vi que eram candidatos políticos fazendo suas campanhas. Não me lembro de tanta apelação nas eleições anteriores. Como já havia escrito anteriormente, estamos na época do “vale tudo” para eles ganharem o nosso voto. Escândalos aparecem todos os dias, a televisão anuncia a alta e a baixa dos candidatos como se fosse a bolsa de valores, tudo muda a cada minuto.

Ontem, assisti ao último debate com os candidatos ao governo do estado de São Paulo. Pareciam adolescentes querendo provar que um era melhor que o outro, cheios de birras pessoais, caras e caretas. Mas parece que esqueceram só uma coisinha... Falar claramente de como vão colocar em prática seus planos de governo, se é que eles têm algum.

Sei que acabo me repetindo na questão da falta de conteúdo, ética e um plano de governo por parte de todos os candidatos que estão aí, mas, quanto mais nos aproximamos da data da eleição, mais carnavalesco ficam o nosso horário político e as campanhas nas ruas. O que fazer? Votar em branco, anular o voto, votar no candidato que “rouba, mas faz”?

Bem, “cada cabeça uma sentença”. Talvez a questão maior nesta altura do campeonato seja tentar fazer uma composição de candidatos, independente de seus partidos, pensando realmente na equação que dê o melhor resultado para nós, meros cidadãos.

Estou me sentindo como quando acordo mais tarde e acabo pegando o fim da feira, tenho que ficar garimpando e torcendo para achar um limão, uma cebola ou uma laranja que não esteja podre, passada ou muito verde. Agora, resta torcer para que na próxima vez eu acorde mais cedo e possa escolher a vontade o que eu realmente achar que é bom!

PS: Vamos ver que samba vai dar... Vote consciente!

Publicado em 30/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Bate coração!

Li em uma recente pesquisa da OMS – Organização Mundial da Saúde, alguns dados que me deixaram preocupada. A América Latina, incluindo o Brasil, é uma das regiões de maior índice de mortes por enfarte. A pesquisa destaca que isso acontece devido ao alto índice de gorduras que se ingere, poluição, sedentarismo, tabagismo, álcool e, o mais importante, a falta de exames preventivos! Os males do coração, como tantas outras doenças, não tratados adequadamente são, na maioria das vezes, fatais.

É triste enxergar que todos os problemas de saúde, na maioria das vezes, acontecem devido ao descaso. Concluo que a vida humana vale cada vez menos, já que o “índice” que avalia o seu valor é ter ou não condições de pagar planos de saúde, medicamentos, alimentação, escola, moradia, etc., etc., etc...

Haja coração, físico e emocional, para conseguirmos viver sob esta constante pressão financeira e imoral que o Brasil nos impõe, a partir do momento que nosso governo praticamente se abstém de usar o dinheiro de nossos impostos para nos oferecer todos os serviços sociais aos quais temos direito e eles, obrigação.

Segundo os conceitos da medicina oriental, o que regula todas as nossas emoções e sentimentos é o nosso “coração emocional”. Vivendo sob constante medo, tensão e insegurança, é muito difícil mantermos um equilíbrio. Mas, como todo bom brasileiro(a) tem um enorme coração que bate forte e não desiste, vamos seguindo em frente. No “coração de mãe” sempre cabe mais um!

Publicado em 23/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vale tudo!

Alguém se lembra da belíssima novela ‘Vale Tudo’? Com a maravilhosa atriz Beatriz Segall no personagem da vilã Odete Roitman e o grande ator Reginaldo Faria no papel de Marco Aurélio, também fazendo um papel de vilão, ambos com muito poder e dinheiro na trama. Pois bem, esta próxima eleição está me lembrando muito o enredo desta novela.

Será Dilma a nossa Odete Roitman? Ou Serra o nosso Marco Aurélio? Quem será o vilão? Quem será a próxima vítima até a data de eleição?

Toda semana, aparece na mídia um novo escândalo, uma denúncia, uns jogando pedras contra os outros, além de difamações, esquemas de quadrilha, caixa dois, lóbis no planalto. Se olharmos para tudo isso como uma mera história de ficção, até que é super interessante e bem feita... Mas, por acaso, isso é uma eleição, e o último capítulo vai interferir de verdade nas nossas vidas.

Estamos a praticamente 15 dias da votação e nem sequer sabemos ao certo os planos de administração de cada candidato e suas plataformas para os próximos quatro anos. Sociólogos e analistas políticos divagam sobre o grande mal de não existir mais os partidos de “esquerda” ou de “direita”. E o que é que o cidadão comum do dia a dia pode concluir com isto?

Bem, se ficar, “o bicho pega”, se correr, “o bicho come”. Agora, mais do que nunca, a situação de nosso querido Brasil está em nossas mãos e em nosso voto!

PS: Vale a pena ver de novo?

Publicado em 16/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Começo e fim...

No meio de tantos assuntos políticos e sociais, ainda mais nesta época de eleições, me surgiu uma preocupação mais subjetiva e emocional. Conversando com uma pessoa mais velha, ela me disse: “Nesta vida, é bom aproveitar o meio, pois o começo e o fim, todos sabem, são irremediáveis, nada é para sempre”.

Um pensamento tão simples e claro me fez refletir bastante sobre a vida. Quando crianças, achávamos que nunca iríamos crescer, nos tornarmos adolescentes, adultos e, então, envelhecemos. Tudo sempre pareceu que era para sempre. Até quando arrumamos um emprego, casamos, criamos uma família, fazemos amigos, sempre acreditamos que tudo vai ser eterno, inclusive nossa própria vida!

Dizem que tanto as coisas boas quanto as ruins não duram para sempre. Está aí mais um ditado popular muito sábio. Depois dessas reflexões, me animei bastante, por incrível que pareça! Claro que os medos e inseguranças apareceram, desde o pensamento da morte, até a possibilidade de perder alguém querido, ter que mudar de emprego, casa, coisas assim.

Mas, olhando pelo outro lado da moeda, lembrei, mais do que nunca, que o mais importante é viver “o aqui e agora”, já que o ontem já foi e o amanhã ainda não chegou!

Puxa, que bom que ainda dá pra curtir as coisas boas e poder tentar mudar as ruins.

PS 1: É maravilhoso saber que aquele chato do seu chefe, amigo, vizinho, etc., etc., etc., não vão te amolar para sempre!
PS 2: O que fica para sempre: “Amar, verbo intransitivo”.

Publicado em 09/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um “turista acidental”...

Há alguns dias atrás, eu estava tomando um cafezinho, quando um homem com uma aparência meio estranha puxou uma conversinha comigo. Tinha um sotaque português, achei interessante. Pensei, que bom trocar ideias com um turista.

Mas, eis que para minha surpresa, ele me disse que era brasileiro, porém estava trabalhando há muitos anos em Portugal e tinha adquirido o sotaque. Durante a nossa conversa, percebi que, além do sotaque, ele havia adquirido toda a postura e maneira de pensar de um estrangeiro.

Todo orgulhoso, me disse que vinha aqui só para tirar férias e descansar, pois, para trabalhar, o melhor negócio era estar na Europa. “Lá construí minha vida, fiz meu pé de meia”, e por aí foi falando, falando, até que entrou em uma contradição: “Porém, o melhor lugar do mundo é o Brasil”.

Então, naturalmente lhe perguntei: “Se o melhor lugar é aqui, porque você trabalha, vive e ganha seu dinheiro lá fora?”

Como todo bom “brasileiro estrangeiro”, alegou que voltaria quando tivesse conseguido conquistar “um lugar ao sol”.

Percebi que este brasileiro já havia se tornado um “turista acidental”. Para ele, como para tantos outros admiradores de nossos cartões postais, o Brasil é o melhor lugar do mundo para compras, passeios, praias, etc. Mas, para viver com dignidade e respeito, ele resumiu: “O grande negócio é estar lá fora”.

PS: O último que sair não se esqueça de apagar a luz e nem de como se fala nossa língua!

Publicado em 02/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sonho de consumo...

Telefones celulares cada vez mais sofisticados, TVs com imagem HD, internet sem fio, carros enormes que estacionam sozinhos, aparelhos para diagnósticos médicos computadorizados... Não há dúvidas, vivemos numa sociedade moderna!

Mas, como nada é perfeito, tenho alguns detalhes que acho bom lembrar: qual o custo disso tudo? Dá para falar em um celular sem se preocupar com o valor absurdo de cada minuto? E a TV a Cabo, dá para pagar? A gasolina está mais cara do que nunca, exames médicos estão até parcelando no cartão de crédito!

Deduzo, então, que comunicação, acesso à informação, locomoção, coisas assim do dia a dia, tão básicas e naturais, se tornaram “supérfluas”. As pessoas estão começando a “cortar” esses serviços para poder pagar o “arroz-feijão” de todo dia!

Mais um contra-senso em nosso querido Brasil! Anúncios, comerciais de produtos, planos de saúde, tudo a vontade. Mas como é possível pagar tudo isso? Aqui temos os impostos e as tarifas governamentais e privadas mais caras do mundo. Então, quem vem primeiro: o ovo ou a galinha?

Claro que não vou falar do básico mesmo, que é a alimentação, saúde, moradia, etc., pois estes itens já viraram supérfluos há muito tempo. Voltamos às origens do bom e velho Brasil. O grande “sonho de consumo” de todo nós, vai acabar sendo, a “Bolsa Família”. E haja bolsas e famílias...

Publicado em 26/08/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Novo “BBB” político!

Finalmente começou uma nova temporada do “BBB” político. Que bom termos mais uma opção de entretenimento na TV.

Os candidatos estão na telinha... Qual deles vai ficar? Qual vai sair? Não se preocupem em decidir rapidamente. Vamos assistir a vários programas, onde poderemos ver seu dia a dia, suas famílias, o que eles comem, bebem, e, também, suas propostas políticas.

Bem que poderiam ser novos “personagens”, mas parece que há uma dificuldade muito grande para encontrar novos candidatos! E também as “falas” de cada um têm funcionado tão bem há tanto tempo, pra que mudar?...

Sei que fica até grosseiro falar assim de um momento tão importante como este, que é a escolha de um novo Presidente para o nosso país. Mas é o que acaba parecendo, um grande espetáculo “pra inglês ver”.

Já que a coisa está assim, resta-nos assistir e votar, a cada etapa dos programas, em quem “vai pro paredão” e quem fica no final para levar o grande prêmio nas urnas.

Quem sabe, nos próximos quatro anos, nós, cidadãos comuns, possamos agir e interferir mais na escolha de novos “personagens” para um cargo tão importante que é o de Presidente, e que pode realmente melhorar ou piorar as condições sociais e econômicas do nosso Brasil?

PS: Enquanto o “BBB” político estiver no ar, podemos aproveitar para sair um pouco de frente da TV e talvez ler um bom livro, dar uma ligadinha pra aquele amigo que não falamos há tanto tempo, ou pensar em como queremos viver nossas vidas nestes próximos quatro anos...

Publicado em 19/08/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Compaixão primata

“Estudo na Costa do Marfim diz que adoção de órfãos é pratica seguida até por chimpanzés do sexo masculino”. Eu tinha guardado este artigo há muito tempo. De repente, resolvi arrumar minha bagunça e eis que ele surgiu na minha frente.

Não pensei duas vezes para destacar este fato como exemplo de compaixão e amor incondicional no mundo animal versus o mundo “humano e civilizado”.

Recentemente, a mídia de todo o país deu enfoque a um caso onde um médico completamente doente e inescrupuloso, oferecia o tratamento de inseminação artificial para mulheres que não podiam ter filhos. Só que, durante os procedimentos, ele as estuprava, além de cobrar mais 200 mil reais pelo seu “trabalho”.

Mais absurdo ainda foi o fato das mulheres que foram vitimas deste algoz terem se calado por um bom tempo, com medo que o dito médico não desse prosseguimento ao tratamento.

Me pergunto: “A que ponto chega a obsessão do ser humano por ter filhos com seus genes e ‘seu sangue’?”

Se para algumas pessoas a mãe natureza não propiciou este “dom”, seria tão absurdo pensar em adotar uma criança? Ainda mais em um país como o nosso, onde há milhares de órfãos esperando por um lar!

Os chimpanzés da Costa do Marfim estariam mais evoluídos do que nós, no que tange a valores éticos e morais e a visão do que é realmente viver em uma sociedade?

Publicado em 12/08/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Feliz idade...

Você está em uma feliz idade? Será que eu estou em uma idade feliz?

Bem, comecei fazendo estas perguntas porque, de uns tempos para cá, surgiu esta nova expressão para denominar pessoas com mais de 60 anos, ou as tidas como idosas.

Pra começar, estes cidadãos mais idosos acharam este “rótulo” um absurdo e deu até pano pra manga para varias reclamações: “O que tem de feliz em estar mais velho?”, ou “Agora que tenho dores por todo o corpo, o que tem de feliz nisso?”...

Realmente não sei de quem foi esta infeliz ideia de rotular os mais velhos de “grupos da feliz idade”...

Afinal de contas, todas as idades podem ser felizes ou não! Nossa sociedade está começando a perceber que o Brasil está ficando um país mais velho, ou seja, o número de pessoas idosas está aumentando e a sua longevidade também.

E, como todo ser humano que consome e está ativo, tornaram-se alvo da mídia em segundos. Comerciais com pessoas idosas correndo, tomando vitaminas, sorrindo, bebendo cerveja, comprando roupas, produtos de beleza... Um festival de felicidade!

Com certeza, queremos que nossos idosos tenham dignidade e direitos específicos ligados às suas necessidades. Mas torná-los perfeitos e usar de sua imagem para vender mais e mais, sem pensar em como lhes proporcionar saúde, carinho e bem-estar, não passa de mais um golpe de marketing.

Eu sempre penso: “Nós somos eles, amanhã!” Então, é bom ficarmos atentos para que nem eles e nem eu ou você, futuramente nos tornemos um mero produto de consumo!

Publicado em 05/08/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Queima de estoque!

Tenho visto em todas as lojas, shoppings, supermercados e farmácias, anúncios de liquidação com 70 a 100% de desconto em todos os produtos, queima de estoque e, ainda, tudo isso parcelado em até 30 vezes ou mais.

Sempre me pergunto: “Se é possível abaixar tanto os preços agora, porque o valor era tão alto antes?” Bem coisa do comércio e do nosso país. Acabamos aproveitando estas épocas para fazer algumas comprinhas.

Também tenho visto uma grande liquidação de políticos... Todos aparecem, nesta época, com “promoções” miraculosas, “preços” justos, promessas incríveis de um Brasil melhor, saúde para todos, escolas, moradia, empregos...

Será que também devemos aproveitar essa época para votarmos no político que oferece a melhor "promoção"? Ou é melhor ficarmos atentos a quem tem uma história política e social mais justa?

O que mais me preocupa é que, após as eleições de novembro e após o final do inverno, as promoções terminem e os preços voltem ao normal, super inflacionados! Assim como os políticos, após eleitos, esqueçam suas promessas e super ofertas e se tornem “produtos” de difícil acesso à população que os elegeu.

Sei que vivemos um momento no qual nem eu, e talvez nem você, acreditemos mais em quase nenhum partido ou político. Vamos ter que buscar, bem lá no fundo do baú, algum candidato razoável. Chega de “produtos enganosos”.

Publicado em 29/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A sabedoria de Zip

Conheci, recentemente, Zip. Soube que ele já está com 98 anos. Num primeiro momento, achei Zip uma figura mal-encarada e rabugenta. Percebi que ele sentia algumas dores musculares e que não estava enxergando muito bem.

Tentei puxar conversa de várias maneiras, quis agradá-lo, chamei-o para um passeio, mas nada acontecia, ele continuava arisco, sempre me observando. Mesmo assim, pude sentir que Zip tinha um bom coração.

Comecei a refletir sobre sua idade, e que talvez, após tantos anos de vida, ele tinha o direito de ser mais reservado.

Passei a visitá-lo diariamente e, aos poucos, ele começou a se abrir mais, mudando sua feição para um rosto mais manso, porém observador e cauteloso. Após algum tempo, consegui estabelecer uma relação de amizade, claro, respeitando seus limites.

Curiosamente, mesmo tendo uma sensação inicial de antipatia e mal-estar com seu jeito tão arisco e introvertido, percebi que ele havia adquirido uma sabedoria natural ao longo dos anos.

Pensei: “Talvez uma amizade ou uma relação sincera e de confiança realmente não possa acontecer em 24 horas ou em apenas alguns dias, mas, sim, ao longo de um período de convivência”. Também comecei a entender e aceitar melhor a ideia de respeitar o tempo e os limites do outro.

Quem sabe, se todos nós agíssemos com mais sinceridade, viveríamos em um mundo com menos “mal-entendidos”, em nosso dia a dia.

PS: Zip é um cãozinho que está com 14 anos, o que equivaleria a 98 anos para um ser humano.

Publicado em 22/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Estruturas e variáveis

Estive com uma amiga neste último final de semana. Ela é engenheira civil e está fazendo pós-graduação em Estruturas. De início eu fiquei curiosa em entender melhor o assunto. Ela mesma estava ansiosa e insegura com o tema, achando que seria difícil fazer sua tese sobre esta área da engenharia.

Muito bem, ela me disse que toda construção se baseia no cálculo estrutural e que, para esse cálculo ser feito, são necessários estudos de muitas variáveis envolvidas, como: o terreno, o clima, a região onde vai ser feita a construção, qual a sua finalidade, etc.

Depois de algumas horas, acabei fazendo uma analogia com a nossa vida. Tudo o que somos ou o que fazemos depende de nossa estrutura. Muitos de nossos valores, nosso modo de agir, ou seja, nossa formação pessoal, tem muito a ver com nossa estrutura familiar e as condições que existem à nossa volta.

O trabalho e as relações que escolhemos também acabam por serem frutos da estrutura na qual estamos inseridos. Enfim, a nossa maneira de ser e agir é resultado de muitas variáveis.

E aí vem a minha pergunta: em que estrutura estamos nos baseando em nosso dia a dia? Em que “terreno” estamos calcando nosso trabalho, nosso casamento, namoro, amigos, atitudes?...

Será que estamos avaliando as condições que nos cercam, para entendermos se estamos vivendo uma vida feliz? Ou somos, muitas vezes, apenas produto de um projeto já calculado por “alguns engenheiros”?

Publicado em 15/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Voltamos à “normalidade”...

Ouvi essa frase de muitos amigos: “Agora que o Brasil perdeu a Copa, o país vai voltar à normalidade”. Ou seja, bancos vão funcionar normalmente, o comércio não vai mais fechar no horário dos jogos e as empresa voltam a trabalhar normalmente.

Por um momento concordei. Mas, após uma pequena reflexão, me perguntei: “O que é normalidade”? Será que pegar filas em postos de saúde, falta de transporte coletivo, salários baixos, desemprego, e outras “cositas” mais, são a nossa normalidade? Ou talvez pudéssemos dizer: voltamos à nossa “anormalidade”?

Bem, também não quero ser uma estraga prazeres. Agora vem o período das férias, as “festas julinas”, época de tomar um bom quentão, comer muita pipoca, curau, pamonha e curtir as noites frias de inverno.

Já estamos na metade do ano. Alguns de vocês, leitores, talvez consigam fazer uma pequena pausa na correria do dia a dia, tirando alguns dias de férias. Um bom momento para não pensar em nada!

Mas logo em seguida, voltando à “normalidade”, vêm as eleições, a lembrança do que nos propusemos a fazer no começo do ano e do que conseguimos e não conseguimos realizar até agora.

Acho isso tudo normal. Quanto às questões sociais de nosso Brasil, continuo achando anormal do jeito que nós cidadãos vivemos.

PS: Um mais um é sempre mais que dois, dois mais dois é sempre mais que quatro. Esses cálculos não fazem parte da matemática “normal”.

Publicado em 08/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 1 de julho de 2010

E a Copa continua!

Puxa, parece até que eu virei comentarista esportiva... Mas realmente, nesta época de Copa do Mundo, é impossível não acompanhar os jogos do Brasil.

Bem, passamos na primeira fase, nas oitavas e conseguimos chegar as quartas de final. Super legal, muita alegria, festa, torcida e união.

Mesmo sendo leiga no assunto, percebi que todos os jogos que o Brasil ganhou foram muito difíceis, tensos e até mesmo me pareceu, em alguns momentos, que os jogadores estavam perdidos, como se fossem “marinheiros de primeira viajem”.

Faço, então, uma correlação entre a maneira que nossa equipe está jogando com a maneira que nós, brasileiros, vivemos. Volto a tocar em assuntos básicos, como: saúde, educação, empregos, saneamento, etc.

Temos estas instituições públicas, legalmente funcionando, mas, na prática e no uso delas, tudo parece estar por um fio. Tudo se consegue com muito sofrimento, nos “últimos minutos de cada tempo”, isso quando a sorte ajuda...

Será que tem que ser sempre assim? O Brasil vai continuar sendo um país onde tudo vai funcionar direito nas próximas eleições, no próximo ano, depois do Carnaval, etc...

Seria tão bom se pudéssemos viver com mais segurança e direitos na nossa sociedade. Assim como seria maravilhoso poder assistir a um jogo do Brasil onde pudéssemos ver um time seguro, jogando com estratégia e beleza.

PS: Vamos continuar torcendo sempre pelo Brasil. Mas será que teremos que contar sempre com a sorte? Amanhã, vamos rezar e acender muitas velas!

Publicado em 01/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).