quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A idade certa...

Dizem que pra tudo na vida tem a hora certa. E será que pra tudo o que queremos fazer existe a “idade certa”?

Com certeza, você já viu aqueles anúncios de emprego bem simpáticos, tipo: “Precisa-se de moço(a), com idade entre 18 e 25 anos, para vendedor”, ou “Procura-se profissional de marketing com idade entre 25 e 30 anos”.

Além de outras situações, como querer ver um determinado filme, dar um beijo em público, frequentar um curso, transar... Questões que, dependendo da idade – seja ela a mais ou a menos –, acabam nos constrangendo devido a tantas regras e imposições sociais!

De repente, encaixar-se em determinadas situações fica tão difícil quanto acertar na Megasena! Se você tem 15 anos, acaba querendo ter 20, se tem 25, seria melhor ter 18, se tiver 60, gostaria de ter 40... Afinal, será que nós somos apenas uma “idade”?

Claro que existem certas situações que exigem uma determinada idade para que possamos participar com mais conhecimento, ou mesmo para que possamos entendê-las melhor. Porém, não dá pra massificar tudo e todos! Você tem a sua vivência e, com certeza, tem ou teve experiências que são só suas.

Acho que, mais do que nunca, é muito importante estar atento e olhar um pouco para dentro de nós mesmos, buscando, bem lá no fundo, o que achamos que seria bom fazer na idade que temos hoje! Atitudes e opiniões próprias sempre fazem bem. Continuar questionando tudo e todos, também.

Um amigo me deu uma dica que eu achei incrível: “Canse de ouvir antes de falar!” Só é possível questionar, criticar e modificar as coisas que nos parecem estranhas, e, muitas vezes, sem lógica alguma, a partir do momento que tivermos conhecimento e diálogo.

Que tal assistir um bom desenho animado, ler um livro do Fernando Pessoa, ouvir uma sonata de Bach, baixar um MP3 que você curte e até levar aquele “papo-cabeça” com seu filho, seu pai, sua avó ou seu netinho? Todos eles têm a idade certa...

PS: Agora, no dia 1º de Outubro, o Brasil comemora mais uma vez o Dia Internacional do Idoso!!!

Publicado em 26/09/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

“Isso é uma vergonha...”

Tomei a liberdade de usar um chavão muito conhecido de nosso querido jornalista Boris Casoy: “Isso é uma vergonha...”.

Pensei em várias frases ou expressões que poderiam expressar meu sentimento pelo momento que o Brasil está passando, mas não consegui encontrar outra expressão tão clara e objetiva como a do Boris sobre a nossa triste realidade.

Hoje havia pensado em escrever sobre o Mensalão – que já virou Anuário, Biênio –, enfim, uma estória sem fim. Julgamentos e mais julgamentos, decisão final de desempate do juiz fulano de tal, corre, recorre, utilizam recursos para abrandar penas, mudança de juízes, ferramentas legais que podem adiar o julgamento para 2014, etc, etc, etc... E tudo vai ficando como está.

Será que rimos ou choramos de nosso código penal e das pessoas que aplicam as leis em nosso país? Será que eles mesmos não sentem vergonha do que estão fazendo? Qual o preço disso tudo?

Um país sem ordem e sem progresso! Tudo pode e ao mesmo tempo nada pode! Dilma não vai se encontrar com Obama, pois está indignada com a “invasão” americana em nosso sistema de informações.

Bonito ela falar isto em público e mostrar que é durona, porém, se não me engano, isto já acontecia desde os tempos em que éramos colônia dos portugueses. Só mudou o nome, a língua e as tecnologias utilizadas, afinal, estamos no século 21, ninguém vai ficar por aí usando canetas de pena e pombos correio...

Mais envergonhada fiquei ao ler a seguinte manchete: “O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado como mandante do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang em 2005, enfrentará nesta quinta-feira (19) seu quarto julgamento do caso”. Quarto julgamento? Desde 2005? Isso é uma vergonha!!

Tudo bem... Vamos vivendo o nosso dia a dia e torcendo para que não chova no fim de semana.

PS: Vou ligar para todos os meus fãs que mandam cartinhas todo mês – com as contas de água, luz, telefone, etc. – e ver se consigo adiar o pagamento para 2014, ou 2015...

Publicado em 19/09/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Yes, nós temos peras, bananas...

Quem não se lembra de nossa maravilhosa Carmen Miranda e seu famoso “turbante”, que mais parecia um cesto de frutas?

Cantora maravilhosa, foi nossa representante nos EUA entre as décadas de 30 e 50. Claro, deixando à parte a visão que se criou do Brasil, na época, de um lugar tropical, cheio de bananas, sol e água fresca, ela teve seu mérito musical e foi uma mulher além de seu tempo! Inclusive, teve imenso desgosto por não ter seu devido reconhecimento em nosso país enquanto estava viva.

Voltando aos dias de hoje, surgem distorcidas e bizarras figuras, que se apossaram de maneira indevida e totalmente “trash” de toda uma cultura “pop” criada por ela.

Espremida entre um programa destinado a vender uma frigideira supersônica e um pastor disposto a converter almas, surge agora, aos domingos, na RedeTV!, uma loira de rosto conhecido, mas figurino novo. Trata-se de Suelen Aline Mendes da Silva, cujo nome artístico, até então, era Mulher Pera, agora comandando um programa infantil intitulado “Fadinha do Brasil”.

O programa foi ao ar pela primeira vez há uma semana. Há um ano, candidata a vereadora pelo PT do B, Suellen pediu votos com a ajuda de uma foto super sensual, mas não passou dos 2.126 votos.

Olhando para a programação da RedeTV!, a nova atração não chega a surpreender. Diferentes denominações religiosas ocupam quase metade da programação da emissora durante a semana, além de panelas, facas ginsu...

Bem, também não vamos ser injustos e “crucificar” apenas a Rede TV!. Praticamente todas as emissoras abriram suas portas para o que der e vier...

Mulher pera, melancia, bundas e mais bundas rodopiando no “Domingão do Faustão”, “Quem quer dinheiro?”, no programa do Silvio Santos, choramingueiras dos que ganham móveis, casas, etc, etc...

PS 1: Querida Carmem, se você pudesse ver no que se tornou o nosso Brasil, talvez não ficasse tão   triste por não ter sido reconhecida, em vida, em nossa terrinha...
PS 2: Ainda temos bananas?

Publicado em 12/09/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Brasil com “S” ou com “Z”?

A história que aprendemos desde crianças na escola é que no dia 7 de Setembro de 1822, próximo ao riacho do Ipiranga, D.Pedro levantou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”.

Pouco se comenta que o povo, na época, nem sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

Estamos falando da história do Brasil, mas todos estes fatos me remetem aos dias de hoje. O nosso país continua sendo extremamente desigual, em todos os sentidos: econômico, social e político. Quem não quer ser independente, ter o direito ao seu sustento, morar, estudar, trabalhar, ter acesso a hospitais, luz e rede de esgoto? Mas, como diz um bom e velho ditado: “A liberdade não se ganha, se conquista!”.

Aparentemente, podemos ir e vir, afinal, acabou a escravidão...(!?) Mas qual é o significado da  nossa independência? É possível dizer que vivemos como cidadãos livres, seja na área urbana ou rural, se ainda existem pessoas que chegam a ganhar 30 ou 50 reais por mês e usam seu dedo polegar como assinatura?

Ah, esqueci, temos a Bolsa Família, a Bolsa Escola... Estamos no ano de 2012 e, lá fora, o Brasil é visto com um país emergente. Talvez nosso maior trunfo seja sermos eternamente “o País do futuro...”

Hoje, os beneficiados, e, diga-se de passagem, muito bem beneficiados, continuam sendo os mesmos! Só mudaram de nome. Mas como isso é possível? Temos uma nova classe emergente, cheia de cartões de crédito – e dívidas com juros praticamente impagáveis. Nossa população tem celulares, TVs de plasma, acesso ao Facebook, envia torpedos! É... Acho que estou exagerando... Olha só quantas coisas mudaram!

PS 1: Você sabia que D. Pedro pagou à Portugal 2 milhões de libras esterlinas pela nossa independência, e com dinheiro emprestado?
PS 2: Cento e noventa e um anos se passaram e tão pouca coisa mudou...

Publicado em 05/09/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).