quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O presente é um “presente”

“O futuro é o minuto seguinte, que é tão precioso que a gente chama de 'presente’!” A frase é do ator Francisco Cuoco, 82. Ela nos faz refletir sobre a importância de olharmos para o presente, em todos os instantes da nossa vida.

Lembro-me de quando eu ainda era criança e me perguntava: “Como serei quando ficar adulta? E quando ficar mais velha? Terminar os estudos, escolher uma carreira, o primeiro emprego, namoro, casamento, filhos, netos...”

Pensando nesta questão, de como nos preocupamos com o futuro, me lembrei de como fiquei impressionada com o depoimento que o ator Francisco Cuoco, 82, em uma entrevista que fiz com ele.

“O tempo passa para todo mundo. O importante é a gente ter cada vez mais consciência de que idade não é um problema, idade é uma consequência. Esqueça os números e os anos. O passado é lindo, ficou lá pra trás, é uma referência importante. O futuro é o minuto seguinte, que é tão precioso que a gente chama de 'presente'. Então, o presente é importante para que você esteja bem, esteja saudável, esteja feliz!”, disse Cuoco.

Portanto, a mensagem que gostaria de transmitir a todos vocês é que, em 2016, olhemos mais para o presente, para as pessoas que estão, hoje, conosco, nossa família, nossos amigos. E, o mais importante, para aqueles que não conhecemos, mas que também são – como já dizia um conhecido sábio, 2000 anos atrás – nossos irmãos.

Aproveito a oportunidade para recomendar um belo filme para assistir nesta virada de ano. “Up – Altas Aventuras” é um desenho animado, mas traz uma história adulta, com uma mensagem de que tudo é possível, ainda mais quando o amor prevalece ao longo de toda uma vida.

Desejo um belo Ano Novo a todos os leitores desta coluna e do Bom Dia! Sei que estamos em tempos difíceis... mas, desde que me conheço por gente, dizem que o Brasil vai melhorar, que é tudo passageiro, que estamos em crise, que saímos da crise...

PS 1: Crise? Qual delas?

PS 2: O Brasil não está em uma crise... Ele nunca sai dela!

Publicado em 31/12/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Vou escrever pro Papai Noel!

“Papai Noel existe?” Essa é a pergunta que todos nós já fizemos um dia para os nossos pais. Mas, afinal de contas, como surgiu essa figura que atualmente chamamos de Papai Noel?

Tudo começou há aproximadamente 1300 anos, no século 4, em Patara, uma cidade na costa sul da Turquia (na época, uma cidade grega), onde nasceu São Nicolau.

São Nicolau, que não era um gordinho rechonchudo de barba e nem vestia a tradicional roupa vermelha com botas, ficou conhecido por se desfazer de sua riqueza dando presentes anonimamente no meio da noite e que, assim, teria originado e personificado o próprio Papai Noel.

E como a imagem de São Nicolau, do século 4 na Turquia, se transformou na figura do gorducho bonachão dos comerciais da Coca-Cola de hoje em dia?

Nos anos 1860, é desenhado redondo e barbudo, vestindo gorro e trajes vermelhos folgados, pelo chargista político norte-americano Thomas Nast, baseado na descrição do poema de Clark Moore.

Já no século 19, ganha o nome de “Santa Claus” (como é conhecido nos Estados Unidos), como uma adaptação de “Sinterklaas” (São Nicolau, em holandês).

Nos anos 1920, a figura do Papai Noel é utilizada em publicidade, aparecendo em propagandas (pasmem!) fumando cigarros Murad, Camel e Lucky Strike, vendendo (acredite se quiser!) Martini e pasta de dente Colgate, assumindo os traços que conhecemos hoje em dia.Nos anos 1930 se torna o velhinho-propaganda da Coca-Cola.

Depois disso tudo, você ainda acredita em Papai Noel? Eu acredito que todos nós podemos ser Papais e Mamães Noeis!! Basta fazer o bem!!

Desejo um feliz Natal e muita força para todos os leitores desta coluna e do Bom Dia!

PS 1: Se você quiser escrever para ele pedindo um Brasil mais decente, o endereço oficial do Papai Noel é: Rovakatu 21, FIN-96200, Rovaniemi, Finlândia.

PS 2: Será que nossos governantes acham que acreditamos no Papai Noel da Coca-Cola?

Publicado em 24/12/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Vida on-line ou off-line?

Se você esteve solteiro nos últimos cinco anos talvez esteja familiarizado com encontros baseados em tecnologia. Um relatório da Global WebIndex afirma que 91 milhões de pessoas no mundo usam aplicativos de encontros, com cerca de 50 milhões apenas no Tinder.

Segundo o censo de 2012 dos EUA, 44% da população está solteira, uma média de 102 milhões de pessoas. “As pessoas querem muito transar”, disse Michael Raven, um dos fundadores do Tinderus, um serviço de consultoria que, por US$ 50, trabalha seu perfil no Tinder para torná-lo mais atraente. “Uma tendência que estou vendo é que, particularmente do lado feminino, o nível está subindo. Acesso instantâneo a encontros e sexo em potencial significam que podemos ver tudo que há disponível”.

Esse é um tema com que David Buss, autor de ‘The Evolution of Human Desire: Strategies of Human Mating’, concorda – apesar de ser um pouco mais cauteloso ao discutir o tópico. “Uma previsão quase certa é que mulheres de nível universitário vão achar cada vez mais difícil achar bons parceiros”, afirma.

Sarah Mick, chefe de produtos e design da Tinderus, diz que o mundo dos encontros on-line costuma ser “desequilibrado”. Acrescenta que provavelmente veremos um aplicativo mais invasivo e aprofundado em breve – um que peça “medidas de cintura, seios, pênis, tudo no aplicativo, pronto para que os usuários escolham o parceiro ideal”. Na corrida entre essas ferramentas baseadas em localização, ele aponta o Happn como o “primeiro aplicativo de massa a integrar tecnologia de ponta de maneira interessante”, apesar de achar que a capacidade de ver a distância em que está a pessoa lhe enviando a mensagem é “relativamente assustadora”!

Uau!! Que loucura! Será que ninguém vai ter mais vontade ou coragem de sair por aí, em um barzinho, uma festa, um cinema e casualmente conhecer alguém ao vivo e em cores?

PS: Acho que vou procurar o Zoológico mais próximo e tentar conversar com os supostos animais que ainda vivem a vida de uma maneira mais humana que nós!

Publicado em 17/12/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Por que aqui não é assim?

“A política é a luta pela felicidade de todos”. Para a maioria, mudar o mundo parece uma tarefa árdua e utópica. Para José Alberto Mujica Cordano, 80, conhecido popularmente como Pepe Mujica, presidente do Uruguai no período entre 2010 e 2015, e autor da frase citada, é dever do líder ao menos tentar fazê-lo, sempre.

“Presidente mais pobre do mundo”

O “presidente mais pobre do mundo”, como é ainda conhecido, doava 90% de seu honorário como político para a caridade. De origem camponesa, Mujica, que almejou tornar-se presidente para melhorar a vida de sua sociedade, afirma ser necessário viver como a maioria – afinal, foi ela quem o instituiu ao poder – e tem conceitos muito distintos a respeito do modo de vida pessoal e profissional – conceitos esses que lhe renderam sete anos de solitária na prisão e algumas sessões de tortura na década de 70, durante o golpe de Estado em seu país.

Nunca deixar de sonhar

Apesar de muito polêmico por legalizar o aborto, descriminalizar a maconha e autorizar o casamento entre pessoas do mesmo gênero, Mujita sempre foi vislumbrado por estudiosos e aclamado pelo público mundial. Seu estereótipo simplista – e não simplório – é caracterizado por seus trajes simples e sandálias de veraneio. “Acho o uso de gravatas insano, um trapo inútil”, afirma.

Diferente de outros presidentes, Mujica optou por não ter um avião presidencial. Em seu lugar, investiu em um helicóptero – sofisticado e muito caro –, equipado com uma sala de cirurgia e um pronto-socorro permanente para salvar a vida dos seus cidadãos.

O discurso nos ensina e nos faz recordar de lutarmos sempre pelo que pensamos e sonhamos, e, mesmo titubeando, nunca desistir de nossos ideais.

PS 1: Por que aqui não é assim também?

PS 2: Que tal se outros países adotassem essa ideia?

PS 3: Vale a pena assistir a um vídeo onde José Mujica mostra que a vida é – ou deveria ser – mais simples do que parece: https://youtu.be/FpfsXQKG8vY

Publicado em 10/12/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lucy, a mulher mais velha do mundo!

O 41º aniversário da descoberta do fóssil Lucy foi na terça-feira passada (24/11). O esqueleto do Australopithecus afarensis foi encontrado em 1974 pelo antropólogo Donald Johnson e o estudante Tom Gray durante escavações na Etiópia. O alto grau de conservação da ossada surpreendeu os arqueólogos.

Após os pesquisadores constatarem que o fóssil de 3,2 milhões de anos pertencia a uma mulher, batizaram-no de Lucy – em homenagem à música dos Beatles ‘Lucy in the Sky with Diamonds’ que, segundo relatos, estaria tocando no momento das escavações e nas comemorações após a descoberta.

Lucy está em exposição no Museu Nacional da Etiópia. Seu crânio, com tamanho intermediário entre o dos humanos e o dos chimpanzés, é o que denomina a espécie “Australopithecus”, que significa “macaco do sul”. Eles são bastante próximos dos hominídeos do gênero “Homo” na escala de evolução.

Lucy tinha apenas 1,1 metros de altura, pesava 29 kg e se parecia, de certa forma, com um chimpanzé comum. Embora a criatura tivesse um cérebro pequeno, a pélvis e ossos das pernas eram quase idênticos aos dos humanos modernos.

Que coisa louca... Então existimos, praticamente, há no mínimo 3,2 milhões de anos! Isso é muito tempo, tanto tempo que não dá nem para entendermos este tipo de escala de tempo, já que costumamos falar em dias, meses, anos, séculos...

Aí é que eu me pergunto: como é possível estarmos há tanto tempo nessa terra e ainda nos comportarmos como primatas, ou talvez até pior, uma vez que macacos e chimpanzés vivem juntos, cuidam uns dos outros e até de bebês de outros seres “humanos”?

Desde que me conheço por gente, o mundo vive em guerra, desigualdade e pobreza! Acho que Lucy ficaria muito triste e assustada se vivesse no mundo de hoje.

Mas tudo bem. O Natal vem chegando e, mais uma vez, Papai Noel vai chegar cheio de presentes. Será que, com essa crise, ele consegue?

PS 1: Viva os Beatles, Viva John Lennon!
PS 2: Parabéns, querida Lucy!

Publicado em 03/12/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).