quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Oh, dúvida cruel...

Lembrei-me que esse ano temos eleições! Independente da Copa pra cá, Copa pra lá, Carnaval..., nos bastidores da política e, principalmente no interior do País, os partidos e candidatos já estão se agitando.

Está mais do que óbvio que não existe mais um partido “de esquerda” ou “de direita”. Agora, a moda é o candidato do meio ambiente, dos transportes, do ‘Bolsa Família’, etc, etc...

Sei que parece muito simplista esta classificação e não acho que deveria ser por aí a questão. Mas a política, como tudo que se globalizou, ficou moderna, imediatista e “fashion”. Todos querem um resultado rápido, custe o que custar.

Aí, me pergunto: “E como fica o Brasil daqui a dez, vinte ou trinta anos?”. Hoje, mais do que nunca, sofremos na pele o problema dos transportes. Cadê um planejamento para as ferrovias, metrôs, hidrovias, mais ônibus – e por que não elétricos, que seriam tão úteis e baratos para todos nós, além de diminuir o trânsito e a poluição?

E a questão do meio ambiente? Alguém realmente anda preservando a Amazônia, diminuindo seu extrativismo avassalador e fora de controle, seja por parte dos brasileiros ou dos estrangeiros, que vêm buscar nossa madeira, nosso látex, nossas ervas e plantas medicinais e as levam para fora, registrando suas patentes sem o menor escrúpulo?

Ah, e o ‘Bolsa Família’? Todos querem, todos precisam. Sem dúvida, é um auxílio importante do governo. Mas que tal pensarmos em irrigar o Nordeste? Seria tão fácil e eficaz. Acabaríamos com a seca, criando condições para milhares de pessoas trabalharem e ficarem na área rural, o que tornaria o ‘Bolsa Família’ literalmente um auxílio e não mais o único meio de subsistência de milhões de brasileiros.

PS. Puxa me deu uma fome... Será que eu vou ao Drive-thru do McDonalds, ou vejo se tem alguma bolsa Prada ou Louis Vuitton em promoção?

Publicado em 27/02/2014, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

“Yes, nós ainda temos bananas...”

As origens do Carnaval são polêmicas. Não existe maneira de comprovar o nascimento do Carnaval, mas, através de pesquisas sobre a evolução do homem, sabemos que os primeiros sinais do que mais tarde se chamaria Carnaval surgiram de cultos agrários dez mil anos antes de Cristo, com os povos que habitavam as margens do rio Nilo, no Egito.

Os homens daquela época entravam em estado de utopia através da comemoração. No momento da festa, se desligavam das coisas ruins e saudavam as que lhes pareciam boas com danças e cânticos para espantar as forças negativas.

Para os foliões de hoje o sentimento de utopia é idêntico! O Brasil é referência mundial neste quesito: samba, mulatas, desfiles, e muita cerveja...

Seguindo as antigas tradições, durante a semana do Carnaval não existem problemas políticos ou sociais, existe apenas a visão de mulheres quase nuas desfilando sem parar!

Historicamente, esta data serviria para, através dos enredos, falarmos de nossa realidade. Com certeza, muitas escolas ainda fazem isso. Mas, infelizmente, com o “Carnaval para inglês ver” e as “mulatas Globeleza”, até esta tradição está morrendo.

Mas graças aos nossos antigos e imortais compositores temos marchinhas que até hoje retratam o nosso Brasil, com “z”...

“Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar..”, “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí...”, “Tanto riso, óh quanta alegria, mais de mil palhaços no salão..”

O Carnaval é lindo! Torço para que esta manisfestação tão importante de nossa cultura não seja apenas um período de férias. Mas, sim, que volte a ser um momento no qual resgatamos a história regional e nacional dos costumes dos povos que já estavam aqui quando os colonizadores chegaram ao Brasil e dos que foram trazidos, como escravos da nossa bela “Mama África”.

PS 1: Nos próximos capítulos, não percam: Copa 2014!
PS 2: “Yes, nós ainda temos bananas...”

Publicado em 20/02/2014, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Precisa construir uma casa? Chame a Dona Mará!

Parece anúncio de empresa de obras ou loja de materiais de construção... Mas não é!

Em 2001, El Salvador, um pequeno país da América Central, sofreu dois grandes terremotos em um intervalo de apenas 30 dias. O primeiro, em 13 de janeiro, marcou 7.7º na escala Richter. O segundo, no dia 13 de fevereiro, chegou a 6.6º.

A tragédia fez mais de mil e duzentas vítimas e milhares de casas destruídas, entre elas, a de Mará Ponce, uma senhora salvadorenha de 78 anos, habitante de San Miguel, distante 125 km de San Salvador, capital do país.

Mara é analfabeta e vive em condições precárias, mas é uma senhora cheia de disposição. Ela conseguiu conciliar sua engenhosidade, força e talentos artísticos natos para construir e decorar sua nova casa com as próprias mãos.

O curioso é que a casa foi construída quase inteiramente com garrafas PET – embalagens plásticas utilizadas no engarrafamento de bebidas.

Acordando cedo todos os dias, a senhora, cheia de disposição, conseguiu recolher a quantidade de garrafas PET suficiente para a construção de sua nova casa em cerca de um mês e meio. Depois de recolhidas, as garrafas foram amarradas com varas de bambu fino enterradas no chão e, a partir disso, foram erguidas as paredes. A construção durou 3 meses.

Na cobertura, Mará usou uma superfície de zinco para impermeabilizá-la. O piso da casa é revestido por milhares de tampas de plástico pintadas, enquanto flores de cimento e vasos feitos de barro aparecem espalhados pelos cantos do ambiente colorido.

“Deus, um dia, em um sonho revelou-me como eu teria que fazer a minha casa. Eu contei aos meus vizinhos e minha família e eles me disseram que eu era louca. Hoje, todos querem construir uma igual”, disse Dona Mará, com um sorriso estampado no rosto e com um forte sentimento de orgulho de sua casa humilde e com decoração incomum de apenas dez metros quadrados.

PS 1: Será que nosso governo poderia fazer isso?
PS 2: Vamos chamar Dona Mará para ensinar a galera!

Publicado em 13/02/2014, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Conjunto habitacional “Mãe Terra”

Vivemos um dos maiores momentos de preocupação com a nossa Terra, nosso planeta, nossa casa.

Preocupamo-nos com o ar que estamos respirando, o derretimento das geleiras devido à diminuição da camada de ozônio, o calor excessivo, o frio demasiado, a água que bebemos e as matas devastadas. Enfim, o nosso meio ambiente está sofrendo devido à ganância de grandes fábricas que soltam poluentes, gás carbônico, além de outros produtos tóxicos e experiências feitas em laboratórios escondidinhos, escondidinhos...

Também estamos ficando cada vez mais doentes: diabetes, câncer, etc. Outro detalhe: Você se lembra do que comeu ontem? Será que foi um belo hambúrguer com batatas fritas? Ou um grande sorvete, cheio de caldas e marshmallow?

Tudo bem, você não está cometendo nenhum pecado. Os grandes vilões desta história são as indústrias do açúcar refinado, da carne cheia de hormônios, dos refrigerantes super artificiais, do cigarro – que de tabaco não tem quase nada – e, principalmente, a mídia.

Somos bombardeados com anúncios diariamente, principalmente nos supermercados. Claro que guloseimas são gostosas. Mas elas poderiam ser feitas de maneira diferente. Talvez com açúcar mascavo e farinha integral, com menos corantes, estabilizantes e conservantes?

Claro que sim! Mas onde estaria o lucro das indústrias que fabricam e processam todos esses produtos? Pensei nesta questão, pois não adianta salvar o planeta se não salvarmos a nós mesmos.

Aí vai um trecho da música “O Sal da Terra” (Beto Guedes e Ronaldo Bastos, 1981). Com certeza, ela ainda diz mais que mil palavras!

“Terra!
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã
Canta!
Leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que és do homem, a maçã...
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Prá melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois...”


PS: Participe do programa “Nossa Terra, Nossa Casa”...

Publicado em 06/02/2014, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).