quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Vida louca, vida breve!

Que tempo o tempo tem? Pergunta meio estranha... Mas você já pensou que os minutos, segundos e horas nunca param de passar, e que nós sempre achamos que o tempo está correndo demais? Estamos sempre atrasados ou em cima da hora para chegar ao trabalho, levar as crianças para a escola, ir ao cinema, dar banho no cachorro... Bem, acho que nem dá tempo de escrever tudo o que eu gostaria!

Mas, se pensarmos bem, o tempo é relativo! Quando estamos de férias, o tempo passa rápido, se estamos entediados e cansados, o tempo não passa, o dia fica longo, ficamos impacientes, sonolentos, esperando os minutos passarem.

Eu ainda não entendo bem o tempo... Quanto tempo eu tenho deixado livre para mim mesma, para as coisas que eu gosto de fazer, ou mesmo para não fazer nada?

Você já brincou de bolhas de sabão? Elas são tão lindas e frágeis. Sua existência é de alguns segundos, porém a satisfação em vê-las e soprá-las é imensa. Talvez o tempo seja assim também, frágil e invisível, medido na sua essência pela nossa satisfação e deleite e não pelos nossos relógios, despertadores e bate-pontos escravizantes!

O tempo é apenas um sequência de milésimos de segundos que nunca param, mas que também se repetem dia após dia. As mesmas datas virarão, no próximo ano, Carnaval, Páscoa, Finados, etc., etc...

Daqui a pouco, mais um ano vai passar e outros vão chegar. Eu já estou planejando um monte de coisas e ainda não consegui fazer tantas outras... Que loucura! Pensando bem, vou me dar um tempo! Vou aproveitar este segundo semestre de 2015 para fazer mais bolhas de sabão, brincar de ioiô, caminhar, pensar, encontrar os amigos e fazer menos, com mais prazer! Será que vai dar tempo?

PS 1: Por que mentimos?...
PS 2: “Brasil, mostra a tua cara!”

Publicado em 20/08/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Quem foi Eva?

Segundo o levantamento do último Censo Demográfico apresentado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de homens em relação ao de mulheres aumentou, a população brasileira envelheceu – e ficou menos branca...

Sim, isso mesmo... Menos da metade da população se declarou branca na pesquisa. É a primeira vez que isso acontece desde que o censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.

Ao todo, 91.051.646 habitantes se dizem brancos, enquanto outros 99.697.545 se declaram negros, pardos, amarelos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação a 2000, quando representava 53,74%.

Por outro lado, em quinze anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os negros subiram de 6,21% (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira. O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões).

Bem, uma coisa fica muito evidente nesse levantamento: o Brasil é um país onde não podemos aceitar o racismo – velado, porém presente. Somos uma nação construída a partir de muitas “misturas”, uma delas, como sabemos, a partir dos milhares de escravos trazidos para cá em séculos passados. Todos nós somos o resultado da miscigenação de negros, orientais e índios, sem falar das dezenas de culturas que vieram depois e moldaram o nosso País: italianos, portugueses, japoneses, entre outras.

Infelizmente, o racismo é evidente e ainda muito forte! Dificilmente vemos uma pessoa negra em cargos de diretoria, gerência ou mesmo médicos, advogados, engenheiros, etc., etc... Até no futebol – que é o jogo mais popular do Brasil –, já ficou claro que existe esta doença chamada racismo.

PS 1: Você já ouviu falar que a “mãe” da espécie humana era uma gorila – curiosamente chamada de Eva – e que vivia na África, há aproximadamente 140 mil anos atrás?

PS 2: Preto é cor de lápis...! Negro é cor de gente!

Publicado em 13/08/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Maria, Maria...

Femicídio ou feminicídio. O termo pode soar como novidade para a maioria dos leitores, porém, a sua prática é antiga e, infelizmente, ainda presente no cenário mundial: a violência contra a mulher.

O homem primitivo se fazia valer de sua força física na caçada, na proteção do lar, da companheira e das crias. E hoje, será que o “ser masculino” precisa se fazer valer desta força física frente ao “ser feminino”?

Segundo dados estatísticos do ano de 2009, do IBGE, 48% das mulheres declararam que sofreram violência dentro de sua própria residência. Já o balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, órgão filiado à Presidência da República, relatou, em 2014, que 77% disseram sofrer abusos diários ou semanais de seus cônjuges. Acredite se quiser...

Já que o ser dito humano só funciona – e olhe lá – através de leis e punições para tentar minimizar estas atitudes selvagens contra as mulheres, foi finalmente criada, em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha.

O nome é uma homenagem à biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, duas vezes vítima de tentativa de assassinato pelo marido. O caso teve repercussão mundial ao ser apresentado no ano em questão à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos). Em função dos tristes relatos de nossa querida Maria, esta lei foi sancionada e aprovada em prol de todas as mulheres do mundo – um direito que nunca devia ter deixado de existir!

A Lei Maria da Penha garante, também, a medida preventiva. Sendo assim, a agredida pode delatar o abuso e ficar sob o resguardo da Justiça. Porém o sentimento de vergonha que atinge a maioria das mulheres agredidas também tem que ser encarado e amparado pelos órgãos da Saúde e Assistência Social, paralelamente aos Judiciais propriamente ditos, para que, só assim, a mulher agredida se dê conta da seriedade do delito e da importância de viver sua vida sem medos e com dignidade!

PS: O número 180 funciona 24 horas. O anonimato da vítima, ou de quem faz a denúncia de agressão, é garantido.

Publicado em 06/08/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).