quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Carnavalescos 2010

Carros alegóricos e temáticos, com bonecos em tamanho real, trio elétrico, caixas de som imensas tocando samba enredo... Vi e ouvi todo este estardalhaço nas ruas e pensei: “Será que é um ensaio carnavalesco?”

Olhando com mais atenção, vi que eram candidatos políticos fazendo suas campanhas. Não me lembro de tanta apelação nas eleições anteriores. Como já havia escrito anteriormente, estamos na época do “vale tudo” para eles ganharem o nosso voto. Escândalos aparecem todos os dias, a televisão anuncia a alta e a baixa dos candidatos como se fosse a bolsa de valores, tudo muda a cada minuto.

Ontem, assisti ao último debate com os candidatos ao governo do estado de São Paulo. Pareciam adolescentes querendo provar que um era melhor que o outro, cheios de birras pessoais, caras e caretas. Mas parece que esqueceram só uma coisinha... Falar claramente de como vão colocar em prática seus planos de governo, se é que eles têm algum.

Sei que acabo me repetindo na questão da falta de conteúdo, ética e um plano de governo por parte de todos os candidatos que estão aí, mas, quanto mais nos aproximamos da data da eleição, mais carnavalesco ficam o nosso horário político e as campanhas nas ruas. O que fazer? Votar em branco, anular o voto, votar no candidato que “rouba, mas faz”?

Bem, “cada cabeça uma sentença”. Talvez a questão maior nesta altura do campeonato seja tentar fazer uma composição de candidatos, independente de seus partidos, pensando realmente na equação que dê o melhor resultado para nós, meros cidadãos.

Estou me sentindo como quando acordo mais tarde e acabo pegando o fim da feira, tenho que ficar garimpando e torcendo para achar um limão, uma cebola ou uma laranja que não esteja podre, passada ou muito verde. Agora, resta torcer para que na próxima vez eu acorde mais cedo e possa escolher a vontade o que eu realmente achar que é bom!

PS: Vamos ver que samba vai dar... Vote consciente!

Publicado em 30/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Bate coração!

Li em uma recente pesquisa da OMS – Organização Mundial da Saúde, alguns dados que me deixaram preocupada. A América Latina, incluindo o Brasil, é uma das regiões de maior índice de mortes por enfarte. A pesquisa destaca que isso acontece devido ao alto índice de gorduras que se ingere, poluição, sedentarismo, tabagismo, álcool e, o mais importante, a falta de exames preventivos! Os males do coração, como tantas outras doenças, não tratados adequadamente são, na maioria das vezes, fatais.

É triste enxergar que todos os problemas de saúde, na maioria das vezes, acontecem devido ao descaso. Concluo que a vida humana vale cada vez menos, já que o “índice” que avalia o seu valor é ter ou não condições de pagar planos de saúde, medicamentos, alimentação, escola, moradia, etc., etc., etc...

Haja coração, físico e emocional, para conseguirmos viver sob esta constante pressão financeira e imoral que o Brasil nos impõe, a partir do momento que nosso governo praticamente se abstém de usar o dinheiro de nossos impostos para nos oferecer todos os serviços sociais aos quais temos direito e eles, obrigação.

Segundo os conceitos da medicina oriental, o que regula todas as nossas emoções e sentimentos é o nosso “coração emocional”. Vivendo sob constante medo, tensão e insegurança, é muito difícil mantermos um equilíbrio. Mas, como todo bom brasileiro(a) tem um enorme coração que bate forte e não desiste, vamos seguindo em frente. No “coração de mãe” sempre cabe mais um!

Publicado em 23/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vale tudo!

Alguém se lembra da belíssima novela ‘Vale Tudo’? Com a maravilhosa atriz Beatriz Segall no personagem da vilã Odete Roitman e o grande ator Reginaldo Faria no papel de Marco Aurélio, também fazendo um papel de vilão, ambos com muito poder e dinheiro na trama. Pois bem, esta próxima eleição está me lembrando muito o enredo desta novela.

Será Dilma a nossa Odete Roitman? Ou Serra o nosso Marco Aurélio? Quem será o vilão? Quem será a próxima vítima até a data de eleição?

Toda semana, aparece na mídia um novo escândalo, uma denúncia, uns jogando pedras contra os outros, além de difamações, esquemas de quadrilha, caixa dois, lóbis no planalto. Se olharmos para tudo isso como uma mera história de ficção, até que é super interessante e bem feita... Mas, por acaso, isso é uma eleição, e o último capítulo vai interferir de verdade nas nossas vidas.

Estamos a praticamente 15 dias da votação e nem sequer sabemos ao certo os planos de administração de cada candidato e suas plataformas para os próximos quatro anos. Sociólogos e analistas políticos divagam sobre o grande mal de não existir mais os partidos de “esquerda” ou de “direita”. E o que é que o cidadão comum do dia a dia pode concluir com isto?

Bem, se ficar, “o bicho pega”, se correr, “o bicho come”. Agora, mais do que nunca, a situação de nosso querido Brasil está em nossas mãos e em nosso voto!

PS: Vale a pena ver de novo?

Publicado em 16/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Começo e fim...

No meio de tantos assuntos políticos e sociais, ainda mais nesta época de eleições, me surgiu uma preocupação mais subjetiva e emocional. Conversando com uma pessoa mais velha, ela me disse: “Nesta vida, é bom aproveitar o meio, pois o começo e o fim, todos sabem, são irremediáveis, nada é para sempre”.

Um pensamento tão simples e claro me fez refletir bastante sobre a vida. Quando crianças, achávamos que nunca iríamos crescer, nos tornarmos adolescentes, adultos e, então, envelhecemos. Tudo sempre pareceu que era para sempre. Até quando arrumamos um emprego, casamos, criamos uma família, fazemos amigos, sempre acreditamos que tudo vai ser eterno, inclusive nossa própria vida!

Dizem que tanto as coisas boas quanto as ruins não duram para sempre. Está aí mais um ditado popular muito sábio. Depois dessas reflexões, me animei bastante, por incrível que pareça! Claro que os medos e inseguranças apareceram, desde o pensamento da morte, até a possibilidade de perder alguém querido, ter que mudar de emprego, casa, coisas assim.

Mas, olhando pelo outro lado da moeda, lembrei, mais do que nunca, que o mais importante é viver “o aqui e agora”, já que o ontem já foi e o amanhã ainda não chegou!

Puxa, que bom que ainda dá pra curtir as coisas boas e poder tentar mudar as ruins.

PS 1: É maravilhoso saber que aquele chato do seu chefe, amigo, vizinho, etc., etc., etc., não vão te amolar para sempre!
PS 2: O que fica para sempre: “Amar, verbo intransitivo”.

Publicado em 09/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um “turista acidental”...

Há alguns dias atrás, eu estava tomando um cafezinho, quando um homem com uma aparência meio estranha puxou uma conversinha comigo. Tinha um sotaque português, achei interessante. Pensei, que bom trocar ideias com um turista.

Mas, eis que para minha surpresa, ele me disse que era brasileiro, porém estava trabalhando há muitos anos em Portugal e tinha adquirido o sotaque. Durante a nossa conversa, percebi que, além do sotaque, ele havia adquirido toda a postura e maneira de pensar de um estrangeiro.

Todo orgulhoso, me disse que vinha aqui só para tirar férias e descansar, pois, para trabalhar, o melhor negócio era estar na Europa. “Lá construí minha vida, fiz meu pé de meia”, e por aí foi falando, falando, até que entrou em uma contradição: “Porém, o melhor lugar do mundo é o Brasil”.

Então, naturalmente lhe perguntei: “Se o melhor lugar é aqui, porque você trabalha, vive e ganha seu dinheiro lá fora?”

Como todo bom “brasileiro estrangeiro”, alegou que voltaria quando tivesse conseguido conquistar “um lugar ao sol”.

Percebi que este brasileiro já havia se tornado um “turista acidental”. Para ele, como para tantos outros admiradores de nossos cartões postais, o Brasil é o melhor lugar do mundo para compras, passeios, praias, etc. Mas, para viver com dignidade e respeito, ele resumiu: “O grande negócio é estar lá fora”.

PS: O último que sair não se esqueça de apagar a luz e nem de como se fala nossa língua!

Publicado em 02/09/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).