quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O mundo não acabou!

O Natal já passou, o ano novo vem chegando, que bom que o mundo não acabou! Tantas previsões foram feitas, Maias, Astecas, calendários lunares, profecias e nada aconteceu. Bem, nada aconteceu em termos, pois muitas pessoas e famílias inteiras se prepararam para o famoso 21/12/2012.

E agora? Como ficam as toneladas de alimentos armazenados, apartamentos e casas que foram vendidas a preços milionários nos subterrâneos da Terra, armas compradas por cidadãos que iriam se proteger de seus próprios semelhantes que não teriam se preparado para o fim.

Será que toda essa gente vai consumir o que armazenou, guardar seus armamentos e voltar a viver o dia a dia do nosso planeta como seres comuns ou vão inventar alguma nova epopéia para continuar vivendo sua fantasia de super-heróis egoístas e mesquinhos?

Infelizmente, a fome e a miséria continuam, o aquecimento global não parou e as catástrofes continuam. O maior perigo não é o mundo acabar, mas nós, seres “humanos”, continuarmos vivendo sem ética ou compaixão.

Bem, logo depois que soube que o mundo iria continuar, aproveitei para ver um desenho chamado “UP, Altas Aventuras” (foto acima). Pensei em me divertir um pouco, relaxar depois de tantas apreensões, mas, para minha surpresa, vi uma história adulta e repleta de lições de vida. Não vou contar tudo, senão ninguém vai assistir. O que mais me encantou foi a mensagem de que tudo é possível, ainda mais quando o amor prevalece ao longo de toda uma vida!

Vale a pena assistir, caiu como uma pluma para mim neste período de recomeçarmos um outro ano, cheio de esperança e vontade de acabar, não com o mundo, mas com a maneira que vivemos nele!

Desejo a todos os leitores de minha coluna um feliz Ano Novo cheio de paz e harmonia!

PS 1: Recomendo, também, assistir: “Monstros S.A”, “A Era do Gelo”, “A Fuga das Galinhas”, “Nemo”, “Shrek”...
PS 2: Dizem por aí que são desenhos infantis, mas eu garanto que as crianças estão mais sábias do que nós, adultos...

Publicado em 27/12/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Como tudo começou...

Há 1300 anos, no século 4, em Patara, uma cidade na costa sul da Turquia, nasceu Nicolau. Conta a lenda que ele jogava moedas de ouro para dentro da janela de um pobre homem que tinha três filhas. Misteriosamente, surgiram três sacos de dinheiro em noites consecutivas para que o pai das meninas pudesse pagar o dote e casá-las. Alguns dizem que as moedas eram atiradas chaminé abaixo, e outros, que eram deixadas em meias penduradas na lareira para secar.

E como a imagem deste homem veio a se transformar no gorducho e fofo Papai Noel?

No ano de 987, a estória de Nicolau é levada pelo príncipe Vladmir 1º à Rússia, onde, então, ele se torna um santo muito querido pela população local. Em 1087, seus ossos são levados para a Itália.

No século 12, no seu dia comemorativo, 6 de Dezembro, freiras francesas começam a dar doces e presentes para crianças necessitadas.

No século 13, em toda a Europa, meninos são selecionados para ser o “Bispo Nicolau” de 6 a 28 de dezembro, período da Festa dos Inocentes Abençoados.

Em 1809, é descrito por descendentes dos colonizadores holandeses de Nova York como cidadão holandês, e não um santo, fazendo surgir o característico Papai Noel norte-americano.

Nos anos 1860, passa a ser desenhado redondo e barbudo, vestindo gorro e trajes vermelhos folgados, pelo chargista político norte-americano Thomas Nast.

Em 1873, vira tema da “St. Nicholas Magazine”, revista ilustrada para crianças. Já no século 19,  ganha o nome de “Santa Claus”, como é conhecido nos Estados Unidos.

Nos anos 1920, a figura do Papai Noel é utilizada em publicidade, aparecendo em propagandas (pasmem!) fumando cigarros Murad, Camel e Lucky Strike. Também vendia pasta de dente, Coca-cola, etc, etc...

Será que Papai Noel existe? Acho que sim, porém não nas vitrines ou nos shoppings, mas dentro de cada um de nós!

PS: Desejo um feliz Natal a todos os leitores da minha coluna.

Publicado em 20/12/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O fim ou um começo?

Nunca vi tantas matérias e tanto alarde sobre o “fim do mundo em 21/12/2012”. Previsão Maia, Asteca, astrológica, etc, etc...

Será que o mundo vai acabar em um dia? Ou em um determinado ano? Ou talvez ninguém queira perceber que todos os dias, há centenas de anos, nós estamos acabando com o planeta e com todos os seres vivos que o habitam?

Alguém se lembra que o ano de 2010 começou sacudindo o planeta? Nos primeiros dezenove dias do ano, ocorreram terremotos no Haiti, Argentina, Papua, Nova Guiné, Irã, Guatemala, El Salvador e no Chile. Pois bem, continuamos aqui e já estamos em 2012.

Agora estamos sofrendo com o aquecimento global, ondas intensas de calor, temperaturas que antes não passavam de 27 ou 30 graus estão chegando praticamente aos 40 e tendem a aumentar.

Terremotos, estes temos de montão, porém, é bom lembrar que eles vêm demonstrando sua força há séculos. Em 1755, um terremoto destruiu quase completamente a cidade de Lisboa. O sismo foi seguido de um tsunami. No século passado, em 1964, aconteceu o maior terremoto do mundo, no Alasca.

Não sou acadêmica da área ambiental, mas posso supor que, com todo o conhecimento científico que possuímos hoje, o grande vilão de todas essas tragédias é a nossa ganância, colocando sempre à frente os lucros!

Também continuamos com a fome, a miséria e doenças do século passado e retrasado, que ainda, vergonhosamente, existem em nosso planeta! Mas, ao invés de cuidarmos de nossa “casa”, brincamos de fazer marketing e criamos slogans “bonitinhos, mas ordinários...”, como já dizia nosso maravilhoso autor e cronista Nelson Rodrigues.

Que tal criarmos um novo mundo com novas atitudes? Talvez as profecias do fim do mundo sejam reais no sentindo de acabar com o modo como vivemos e começarmos um novo momento de vida e relacionamento com a nossa Mãe Terra e nós mesmos!

PS: Caso o mundo continue após o dia 21/12, não se esqueça de comprar as lembrancinhas de Natal...

Publicado em 13/12/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Seja um Papai Noel Voluntário!

O Natal está chegando! E, nessa época do ano, somos inundados por centenas de campanhas de solidariedade de todos os tipos, com foco em vários segmentos da nossa sociedade, e que, naturalmente, necessitam de ajuda: crianças carentes, pessoas desabrigadas ou sem lar, pessoas com deficiências, entre outras.

Mas pouca gente se lembra das pessoas mais importantes na nossa vida, que nos cuidaram desde nossa infância, nos educaram e, com seu amor e carinho incondicionais, nos possibilitaram viver, sonhar, trabalhar e criar nossas próprias famílias: os idosos.

O Brasil está envelhecendo. Mas, infelizmente, nem todas as pessoas que chegam à 3ª idade têm condições de se cuidar ou de estar junto com seus familiares, não só nas festas natalinas, mas ao longo de todo o ano.

Ainda bem que existem pessoas que se colocam a disposição durante o ano inteiro, voluntariamente, para cuidar de quem precisa e não pode arcar com as despesas de um cuidador particular.

Em novembro de 2008, o Portal lançou a Campanha “Seja um cuidador voluntário!”, motivado por um e-mail de uma internauta que relatava o descaso para com uma senhora de 82 anos que sofreu uma grave queda em frente a um Centro de Referência do Idoso.

A autora do e-mail, Anisia Spezia, hoje com 65 anos, tornou-se a coordenadora da campanha que, em seus mais de 4 anos no ar, conseguiu o apoio de mais de 1500 cuidadores em todo o Brasil, oferecendo seus serviços, voluntariamente, através do Portal Terceira Idade.

Todos nós temos um vizinho, um amigo, um parente, ou mesmo alguém que não conhecemos que precisa de nossa ajuda. Que tal doarmos algumas horas do nosso dia para quem precisa?

Vale ressaltar que é bom e faz bem ajudar alguém no Natal... Mas fazer o bem o ano inteiro é ainda melhor!

PS: Será que é justo um idoso ainda ter que se vestir de Papai Noel com um calor de mais de 30 graus e trabalhar de 8 a 12h por dia para complementar sua renda? É assim que a sociedade está sendo solidária com a terceira idade?

Publicado em 06/12/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Violência tem cura?

Uma pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela USP (Universidade de São Paulo) revelou dados alarmantes: o número de mortes causadas por homicídios vitimou mais de 7.500 paulistanos, contra 2.860 mortos por AIDS.

Claro que esse aumento absurdo da violência em todo o Brasil se deve a vários fatores que já estamos cansados de conhecer, tais como: desemprego, fome, falta de escolas, moradia e, principalmente, a falta de uma perspectiva futura para os cidadãos brasileiros. Mas existe aí uma causa a mais, quase sempre presente em toda essa “epidemia de homicídios”: o tráfico de drogas.

Infelizmente, o maior número de traficantes e usuários de drogas está entre os adolescentes e até crianças, na sua maioria, vindas da periferia e das favelas. Afinal, eles são o alvo mais fácil de ser atingido, pois com a completa falta de direitos à escola, lazer e trabalho, esses jovens acabam encontrando no tráfico um sonho de poder consumir e existir. Obviamente acabam se viciando e, daí pra frente, matando e morrendo dentro desse círculo vicioso.

Além do combate às drogas, é importante combater o vício de uma sociedade que usa e abusa dos miseráveis para se enriquecer.

Os jovens traficantes são apenas a ponta final do iceberg. Por que será que os governantes pensam sempre em matar o “vírus”, ao invés de prevenir a doença?

Imagino que o grande entrave esteja no fato de mexer na raiz da questão, pois dar uma perspectiva aos nossos jovens, e mesmo adultos, significa criar uma sociedade onde todos venham a ter direitos e deveres também...

Ainda não temos a cura para a AIDS, mas já sabemos como prevenir e mesmo tratar o vírus para que o portador tenha uma vida mais longa e com qualidade. Quanto à cura para a violência, talvez tenhamos que esperar algum laboratório que invente uma pílula que torne mais rentável prevení-la do que simplesmente ir matando os milhares de infectados!

Publicado em 29/11/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Discriminação geográfica...

Antigamente, poucos livros de história do Brasil, contavam que em 1695 senhores de engenho, bandeirantes vindos de São Paulo e militares de Pernambuco invadiram o Quilombo dos Palmares no alto da Serra da Barriga, hoje Alagoas, onde viviam pacificamente mais de 30 mil pessoas, entre elas negros, índios e brancos.

Com o respaldo da sociedade e da Igreja, os invasores mataram milhares de homens, mulheres e crianças. O líder, Zumbi dos Palmares, traído por um companheiro, preferiu entregar-se aos inimigos para evitar um massacre maior. Foi fuzilado e teve seu corpo esquartejado em uma praça do Recife.

O Brasil, último país a abolir formalmente o trabalho escravo, concentra hoje o segundo maior contingente de população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria.

Conforme o censo mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 44% da população brasileira é afro-descendente, mas só 5% das pessoas se declaram negras. Estes dados se tornam ainda mais espantosos quando sabemos que, da população brasileira mais empobrecida, 64% são pessoas negras.

O racismo velado é a questão que mais dificulta seu combate. Na maioria dos casos, a própria população negra não se aceita como tal, pois não conhece sua história e teme ser discriminada socialmente.

O dia 20 de novembro de 1695 é lembrado como o Dia do Martírio do Zumbi dos Palmares. Esta data, agora integrada ao calendário nacional, passou a ser comemorada todo ano como o Dia da União e Consciência Negra. Porém, parece que temos uma discriminação geográfica em nosso próprio país!

Por ora, apenas quatro Estados da União decretaram neste dia feriado estadual: Alagoas, Amapá, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. No Mato Grosso do Sul, o feriado estadual foi derrubado pelo Tribunal de Justiça do Estado, em outubro do ano passado! Então, agora só temos três estados...

PS 1: Consciência é uma palavra muito usada e pouco praticada em nosso País!
PS 2: Segundo dados históricos recentes, todos viemos da “Mama África”...

Publicado em 22/11/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A cadeira do juiz...

Estamos passando por um momento histórico em nosso País! Políticos de peso e renome estão sendo julgados junto com atravessadores de verbas, lobistas e outros afins, que usam nosso dinheiro no famoso “caixa dois” para encherem seus cofrinhos.

Meses e dias se passaram, horas e mais horas de transmissão ao vivo do julgamento. Agora, os juízes estão delegando as penas. Oito anos para um, cinco para outro, aumentam, diminuem... A maioria vai cumprir pena em regime aberto ou semiaberto. Qual o benefício disso tudo no mundo prático e real, ainda não sabemos... Mas o importante é trazer à tona a corrupção e colocar em público alguns dos corruptos que andam por aí. Temos que ir aos poucos, senão, é provável que não sobre nem um ser vivo para apagar a luz antes de sair.

Em meio a este importantíssimo episódio, tive acesso a uma informação muito importante: a poltrona na qual os juízes sentam para realizar esta grande obra é uma Ambassador Versão 2. Sua primeira versão foi criada em 1960 pelo arquiteto e designer Jorge Zalszupin, 90 anos. “Projetei o espaldar bem alto – 71 cm – para transmitir sobriedade aos juízes que ali sentassem”, enfatizou.

Incrível como o Brasil consegue achar “pêlo em ovo”. Será que o modelo da cadeira teve influência direta na decisão dos juízes? Fica aí uma dúvida...

E, só para lembrar, o feriado do dia 15 de novembro comemora mais um ano da Proclamação de nossa República!

O Brasil substituiu a monarquia pela república neste dia no ano de 1889. Então, foi formado um governo provisório para dirigir o País, composto pelos cafeicultores, liberais e militares. A figura mais importante deste episódio foi o Marechal Deodoro da Fonseca, que deixou de ser monarquista às vésperas do golpe...

A maior preocupação do governo provisório da época era assegurar os direitos de brasileiros e estrangeiros que tinham alguma propriedade!

PS 1: Qualquer semelhança é mera coincidência?
PS 2: Qual teria sido o modelo da cadeira que o Marechal Deodoro da Fonseca sentou naquele dia?

Publicado em 15/11/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O “milagre” dos livros!

Recentemente, foi comemorado o Dia Nacional do Livro. Hoje, casualmente, vi em um jornal duas matérias sobre o tema, as quais, infelizmente, me lembraram que vivemos em uma “Aquarela de Brasis”.

A primeira matéria comentava sobre a importância da leitura, a necessidade de conscientizar os pais a participarem deste processo junto com seus filhos, o cuidado que a família deve ter ao escolher uma escola privada que tenha uma biblioteca atraente e professores preocupados com a leitura.

Logo fiquei intrigada. Por que o autor da matéria frisou “uma escola privada”? E as escolas públicas? Já estão tão bem resolvidas quanto a esta questão? Será que eu não estou sabendo? E os livros? Estão tão fáceis de comprar?

Bem, deixando um pouco de lado estes pequenos grandes detalhes, é bom lembrar que a média de leitura por pessoa no Brasil é de um livro por ano!

Continuei folheando o jornal e, para minha surpresa, vi uma notícia incrível: “Catadora cria biblioteca com obras encontradas no lixo”. A catadora de recicláveis, Cleuza de Oliveira, 47 anos, semi- analfabeta, moradora de uma cidade a 455 km de São Paulo, conseguiu realizar seu sonho: criou uma biblioteca dentro da Associação de Catadores, que fica localizada no centro de triagem do lixo.

“Meu sonho era montar uma biblioteca para que todos pudessem ler. De tanto ver livros jogados no lixo, de autores como Machado de Assis, José Saramago, entre outros, comecei a juntá-los. Hoje, temos um acervo com mais de 300 títulos”, comenta Cleuza, na matéria.

Em qual Brasil vivemos? No das escolas privadas, que costumam ter uma biblioteca e, na maioria das vezes, subutilizada? No Brasil dos comerciais lindos que mostram um país quase perfeito? Ou no Brasil que depende de milagres e pessoas iluminadas como Cleuza, a catadora de lixo, para colocar em prática o que já deveria existir há muito tempo?

PS 1: Cleuza de Oliveira garante que todos os livros da biblioteca são emprestados gratuitamente.
PS 2: Ela recebe um salário de 500 reais por mês!

Publicado em 08/11/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Data estelar: 2012

Quando crianças, nossos super-heróis eram nossos pais. Para muitos de nós, naquele momento, eles eram perfeitos: corajosos, indestrutíveis e infalíveis. Com o passar dos anos, começamos a perceber que nosso pai ou nossa mãe são seres humanos normais e, como todo mundo, eles também tinham seus medos, fraquezas, imperfeições e, infelizmente, nem sempre conseguiam resolver os nossos problemas e, muitas vezes, nem mesmo os deles próprios.

Então começamos a ver TV, ler gibis e ir ao cinema. E encontramos, novamente, um mundo repleto de super-heróis para todos os gostos: Super-Homem, Batman, Hulk, Homem-Aranha, Mulher Maravilha... A maioria desses heróis surgiu em épocas de guerra, crises sociais e políticas.

E na vida real, existem super-heróis? Talvez você seja um deles. Heróis são os milhares de pessoas anônimas que fazem o que acham que devem fazer em determinado momento. Vão além dos seus próprios limites, lutando pelo que acreditam que seja bom para si mesmos e, especialmente, para todos ao seu redor.

Bem, isso não quer dizer que você vai sair voando por aí ou vestindo a roupa da Mulher Maravilha.

Infelizmente, desde o “achamento” do Brasil até hoje, poucas coisa mudaram. Quando da chegada dos “super-heróis portugueses” à nossa terra, eles se encantaram com nossos índios, o pau-brasil, o ouro, a terra fértil e a facilidade de adquirir tudo e todos que aqui estavam através da violência e do aculturamento.

Brasil, data estelar: 2012. Temos a felicidade de estarmos inseridos na política da globalização. Será que isso dá o direito aos nossos “super governantes” de venderem uma imagem falsa de bem-estar da nossa população e até emprestar dinheiro para países pobres?

PS 1: Acho que seria bom o “Super Brasil” emprestar dinheiro para o Brasil também!

PS 2:  Antes de sair de casa, não esqueça seus óculos com visão de raio X, seu cinto de mil e uma utilidades, sua capa voadora, etc, etc, etc... Com certeza, você vai precisar de todos eles!

Publicado em 01/11/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ecocídio...

“Ecocídio (do dicionário Aulete): destruição de um ecossistema, seja por ação intencional e irresponsável, seja por ignorância, inadvertência ou desconhecimento das consequências danosas.”

As principais indústrias petrolíferas mundiais, dentre elas a Chevron, Shell e British Petroleum, estão desenvolvendo um projeto de alcance global para captura do excesso de gás carbônico existente na atmosfera. O Projeto recebeu a designação de Quest CCS Project-Carbon Capture & Storage Project.

As primeiras usinas foram montadas inicialmente nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, estando em pleno funcionamento. O projeto propõe a captura e a estocagem do gás carbônico a grandes profundidades, em depósitos geológicos permanentes.

Como se trata de um gás e, como gás, se expande, ocupando grandes volumes, em caso de tremores de terra, fendas ou abalos sísmicos, o gás carbônico retornaria em grandes massas, de forma rápida, e provocaria asfixia em vastas regiões por ser mais denso que o ar. Agiria como um “tsunami gasoso”, eliminando toda a vida animal que encontrasse pela frente de forma instantânea.

O Aquecimento Global – ou Efeito Estufa – é a base e a origem de todos os problemas climáticos que afetam o Planeta Terra, como tempestades, enchentes, tufões, furacões, vendavais, excesso e escassez de chuvas, variações bruscas da temperatura ambiente, secas e suas consequências.

Estudos mostram que o projeto poderá ocasionar uma perigosa rarefação e futura extinção do oxigênio da atmosfera. A única saída, segundo especialistas, seria a captura e estocagem no subsolo somente do carbono e, nunca, em hipótese alguma, do gás carbônico.

O Quest CCS Project-Carbon Capture & Storage Project pretende capturar e estocar no subsolo um milhão de toneladas de gás carbônico por ano. Isso significa que a atmosfera perderá aproximadamente setecentos e vinte sete mil toneladas de oxigênio a cada ano.

Neste ritmo, acredito que a vida animal, na qual nos incluímos, seria extinta em 50 anos.

Publicado em 25/10/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mundo rosa...

Dados recentes do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam que o Brasil será responsável por 52.680 novos casos de câncer de mama até o fim do ano – 3.400 a mais do que dois anos atrás.

Com o objetivo de conscientizar e combater este tipo de câncer, o movimento popular conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo.

O movimento, que dura o mês inteiro, busca alertar sobre os riscos e a necessidade de diagnóstico precoce deste tipo de câncer, que é o segundo mais recorrente no mundo, perdendo apenas para o de pele.

Segundo o mastologista Dr. José Roberto Filassi, coordenador de mastologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), uma das razões para o aumento da incidência de câncer de mama nos últimos anos é que as mulheres engravidam mais tarde e amamentam menos. “Além disso, tendem a ter maior índice de obesidade, ingerem mais bebida alcoólica e consomem mais alimentos industrializados”, completa.

O médico também destaca que existem os fatores de risco ligados a aspectos hormonais, genéticos e idade. “Vale lembrar que histórico familiar, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos, pode indicar predisposição genética”, comenta.

No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, em parte porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Em 2010, a doença foi responsável por 12.852 mortes, sendo 12.705 mulheres e 147 homens, que também podem ser surpreendidos pela doença.

Algumas das principais cidades do Brasil e do mundo estão participando da campanha do câncer de mama, iluminando seus principais edifícios e monumentos históricos com luz rosa.

Em Londres, o Palácio de Buckingham foi banhado com o brilho rosado. As cidades de Nova York e Tóquio também participam da campanha. No Brasil, monumentos e edifícios, como o Congresso Nacional e o Cristo Redentor, receberam uma iluminação especial em comemoração à data.

PS: Previna-se! Lute pela sua saúde o ano inteiro.

Publicado em 18/10/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Você é feliz?

Vários países, como a Inglaterra e a França, já discutem a ideia de que medições como o PIB (Produto Interno Bruto) não são suficientes para aferir o grau de desenvolvimento de uma nação e de que a felicidade deveria ser um fator a ser contabilizado também.

Mas como medir um fator aparentemente tão subjetivo? Curiosamente, pela primeira vez, a prefeitura de uma cidade americana chamada Somerville resolveu fazer um censo buscando saber a taxa de felicidade de seus habitantes e, a partir daí, traçar políticas públicas.

Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, resolveu investigar cientificamente como o fator felicidade atua em nosso cérebro. A pesquisa foi realizada através da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, acompanhando cinco mil pessoas durante 20 anos, utilizando aparelhos de ressonância magnética e grupos de controle, dando, assim, caráter científico a práticas milenares como meditação e yoga. Também nos hospitais foram feitos testes que demonstraram que pessoas felizes têm menos propensão a problemas do coração, hipertensão, diabetes e infecções.

O professor Gilbert pôde constatar cientificamente como determinadas sensações, sejam elas positivas ou negativas, desencadeiam reações biológicas em nosso organismo. Outra cientista da saúde, responsável pelo curso de ciência da felicidade de Harvard, Nancy Etcoff, também afirmou: “O trabalho voluntário aciona um sistema de recompensa muito maior no cérebro do que o cuidado intenso de muitas mulheres e homens com sua aparência física e seus bens materiais”.

Este tipo de conhecimento pode nos alertar sobre o fato de, muitas vezes, estarmos buscando a satisfação no lugar errado... Reconheço que, no Brasil, é muito difícil falar em felicidade quando ainda, vergonhosamente, falta alimento na mesa de muitos cidadãos. Talvez, no nosso caso, o segredo seja nos doarmos cada vez mais a quem precisa e lutar por nossos direitos.

PS: Um sorriso e um gesto de compreensão podem trazer muita felicidade!

Publicado em 11/10/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O óbvio é óbvio?

Todos nós gostaríamos de viver mais de 100 anos. E, naturalmente, com o corpo e a mente em perfeito estado de saúde. Alguns fatores são fundamentais para se chegar bem aos 80 anos, como hábitos saudáveis de alimentação, cuidados físicos e constante atividade mental.

Mas não são somente estes fatores que fazem com que você viva até os 80, ou chegue até os 100 anos. Pesquisadores americanos e italianos publicaram um estudo no começo deste mês na revista Science, mostrando que 150 marcadores genéticos (variações de uma única letra no material genético, espalhadas por todos os cromossomos humanos) permitem determinar, com 77% de precisão, se uma pessoa será centenária.

Nos Estados Unidos, descobriram uma maneira de “rejuvenescer” órgãos em ratos idosos, eliminando as doenças adquiridas ao longo de suas vidas. Testes em humanos ainda demorarão um pouco a chegar, devido ao perigo de desenvolvimento de câncer durante o processo.

Bem, dá para perceber o quanto a ciência e as pessoas estão preocupadas em descobrir a fórmula mágica da longevidade! Porém, parece que esqueceram um pequeno detalhe... Viver com que qualidade de vida? As indústrias farmacêuticas criam, todos os dias, novos remédios para combater nossas doenças, as quais, coincidentemente, também aparecem cada vez mais. Será que existe algum ataque de bactérias alienígenas?

Praticamente toda a África e outros países vivem na completa miséria e sujeira. Vergonhosamente, ainda há pessoas que não conseguem sequer fazer três refeições ao dia, inclusive no Brasil.

Me parece tão óbvio que a ordem dos fatores está invertida, mas, infelizmente, muitas vezes o óbvio é o mais difícil de ver, ou não quer ser visto.

PS: Está chegando o dia das eleições para prefeito e vereador em todo o País. Cuidado com o que, ou quem, possa parecer óbvio...

Publicado em 04/10/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A terra do nunca!

Vi recentemente na TV um filme que me emocionou muito: “Em Busca da Terra do Nunca”. A história é baseada no autor de “Peter Pan”, J. M. Barrie, e mostra como ele vai buscar inspiração para criar o famoso personagem, convivendo com uma família que tem vários filhos e passa por certas dificuldades. Um destes filhos o inspira a criar e levar ao teatro a peça e mostrar como o mundo da fantasia pode se tornar real.

Na terra do nunca de Barrie, o mundo é cheio de fadas, gnomos e também vilões. Só que nosso herói Peter Pan consegue derrotar o mal.

Lendo várias notícias sobre nosso querido Brasil, me senti como se estivesse vivendo na “Terra do Nunca”, só que com uma pequena diferença... “Na Terra do Nunca vai mudar Nada!”

Bem, são tantos casos absurdos que não caberiam nesta coluna, mas vou elencar os que mais me chamaram a atenção: “Acusado de desviar recursos dos cofres públicos municipais, Antonio Cordeiro, prefeito e candidato à reeleição em Minas, pede votos usando uma tornozeleira eletrônica”!

Tem mais. As principais favelas do Rio de Janeiro que, aparentemente, já estavam com o projeto de pacificação no qual  já foram investidos milhões de reais, voltam a ser alvo de matanças e chacinas.

Enquanto isso, a nossa Presidenta Dilma empresta 1,37 bilhões de dólares para Cuba, porém anuncia o corte de mais de um bilhão de reais das verbas enviadas para a segurança pública de nosso país!

Bem, aqui na nossa “Terra do Nunca” tudo é uma fantasia de mau gosto! Talvez nossos governantes tenham se inspirado na história de Peter Pan e entenderam que tudo pode ser feito a partir de sua imaginação. Mas, como a imaginação destes é mesquinha e maldosa, acabou dando nisso que vivemos hoje!

Precisamos chamar Peter Pan e suas fadinhas com urgência para nos salvar destes predadores ou entendermos que nós também podemos imaginar a nossa “Terra do Nunca”, onde tudo podemos fazer com ética e buscando o bem e a felicidade de todos!

PS: Se não der certo a segunda opção, o último a sair apague a luz!

Publicado em 19/09/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Depois das eleições...

Tenho ouvido muito essa expressão: “Depois das eleições...” Ou seja, parece que o País parou mais do que o normal. Tudo vai se resolver depois: os novos projetos, os salários, o desemprego, tudo vai ficar pra depois.

Após uma pequena reflexão, me perguntei: “Como assim, depois?” Será que pegar filas em postos de saúde, falta de transporte coletivo, salários baixos e outras “cositas” mais vão se resolver depois das eleições, em um passe de mágica?

Bem, também depois, vem o período das férias, o Carnaval, o dia das mães, dos pais, e todas as questões mais importantes vão ficando à margem, esquecidas no tempo. Ah, continuam os preparativos para a Copa de 2014 – esses são imprescindíveis – com milhões de reais que também já estão ficando pra depois.

Já estamos praticamente no final deste ano. Alguns de vocês, leitores, talvez consigam fazer uma pequena pausa na correria do dia a dia, tirando alguns dias de férias ou um pequeno momento para não pensar em nada. Mas, logo em seguida, voltando à “normalidade”, vêm as eleições, e, depois das eleições, a lembrança de que a vida continua.

Mas por que se preocupar tanto? Como o dia 21 de Dezembro está chegando e, segundo várias profecias, tudo vai acabar, mudar, renovar, vamos deixar para pensar depois! No dia 22 de Dezembro, a gente vê o que faz...

Enquanto esta data não chega e também ainda não passaram as eleições, vamos vivendo, assistindo massacres de pessoas pela TV, roubos, guerras. Tudo isso já faz parte de nosso cotidiano e é tão estranho que nem estranhamos mais!

Ontem, assistindo ao Jornal da noite, vi tantas coisas caóticas acontecendo no país inteiro que, por um momento, achei que já havia sido declarado o estado de emergência nacional. Mas pra quê? Isso a gente faz depois... Depois de escrever esta coluna, vou pensar um pouco melhor sobre o que fazer ainda hoje!

PS: Faltam 98 dias para o dia 21 de Dezembro. Ainda dá tempo!

Publicado em 13/09/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Passado ou presente?

A história que aprendemos desde crianças na escola é que no dia 7 de Setembro de 1822, próximo ao riacho do Ipiranga, D. Pedro levantou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”.

Pouco se comenta que o povo, na época, nem sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

Estamos falando da história do Brasil, mas todos estes fatos me remetem aos dias de hoje. O nosso país continua sendo extremamente desigual, em todos os sentidos: econômico, social e político. Quem não quer ser independente, ter o direito ao seu sustento, morar, estudar, trabalhar, ter acesso a hospitais, luz e rede de esgoto? Mas, como diz um bom e velho ditado: “A liberdade não se ganha, se conquista!”.

Aparentemente, podemos ir e vir, afinal, acabou a escravidão...(!?) Mas qual é o significado da  nossa independência? É possível dizer que vivemos como cidadãos livres, seja na área urbana ou rural, se ainda existem pessoas que chegam a ganhar 30 ou 50 reais por mês e usam seu dedo polegar como assinatura?

Ah, esqueci, temos a Bolsa Família, a Bolsa Escola... Estamos no ano de 2012 e, lá fora, o Brasil é visto com um país emergente. Talvez nosso maior trunfo seja sermos eternamente “o País do futuro...”

Hoje, os beneficiados, e, diga-se de passagem, muito bem beneficiados, continuam sendo os mesmos! Só mudaram de nome. Mas como isso é possível? Temos uma nova classe emergente, cheia de cartões de crédito – e dívidas com juros praticamente impagáveis. Nossa população tem celulares, TVs de plasma, acesso ao Facebook, envia torpedos! É... Acho que estou exagerando... Olha só quantas coisas mudaram!

PS 1: Você sabia que D. Pedro pagou à Portugal 2 milhões de libras esterlinas pela nossa independência, e com dinheiro emprestado?
PS 2: Cento e noventa anos se passaram e tão pouca coisa mudou...

Publicado em 06/09/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Disque 0800

Estive com uma amiga neste último final de semana. Ela é engenheira civil e está fazendo pós-graduação em Estruturas. De início, eu fiquei curiosa em entender melhor o assunto. Ela mesma estava ansiosa e insegura com o tema, achando que seria difícil fazer sua tese sobre esta área da engenharia.

Muito bem, ela me disse que toda construção se baseia no cálculo estrutural e que, para esse cálculo ser feito, são necessários estudos de muitas variáveis envolvidas, como: o terreno, o clima, a região onde vai ser feita a construção, qual a sua finalidade, etc.

Depois de algumas horas, acabei fazendo uma analogia com a nossa vida. Tudo o que somos ou o que fazemos depende de nossa estrutura. Muitos dos nossos valores, nosso modo de agir, ou seja, nossa formação pessoal, têm muito a ver com nossa estrutura familiar e as condições que existem à nossa volta.

O trabalho e as relações que escolhemos também acabam sendo frutos da estrutura na qual estamos inseridos. Enfim, a nossa maneira de ser e agir é resultado de muitas variáveis.

E aí vem a minha pergunta: em que estrutura estamos nos baseando em nosso dia a dia? Em que “terreno” estamos calcando nosso trabalho, nosso casamento, namoro, amigos, atitudes...?

Será que estamos avaliando as condições que nos cercam, para entendermos se estamos vivendo uma vida feliz? Ou somos, muitas vezes, apenas produto de um projeto já calculado por “alguns engenheiros”?

Pode parecer loucura, mas muitas vezes tenho a sensação de que quase tudo o que fazemos e pensamos é fruto de algo já programado por um ser maior. Não estou falando em termos religiosos, mas, sim, políticos e econômicos.

PS 1: “Disque 0800 e escolha sua opção no menu eletrônico!”
PS 2: Você já assistiu “Matrix”? Acho que este filme tem tudo a ver com estes dilemas...

Publicado em 30/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Afogada em números...

Eu sempre tive o costume de olhar a previsão do tempo para saber se vai chover, esquentar ou esfriar. Gosto de sair preparada para as quatro estações em um só dia!

De uns tempos pra cá, tenho visto a importância que as mídias têm dado às estatísticas: o valor das ações, a alta dos juros, a queda da Nasdaq. Como se todos nós fôssemos experts no assunto e vorazes aplicadores do mercado financeiro.

Somos bombardeados com informações sem conteúdo ou explicação de qual a diferença que isso ou aquilo vai fazer no nosso dia a dia. A estatística mais recente que ouvi foi a de que o Brasil está em quarto lugar no ranking dos países com mais diferenças sociais na América Latina.

Nada bom, porém, a partir daí, o que fazemos com esta informação? Saímos por aí reclamando e com vergonha de nosso país. Mas, ainda assim, qual a solução ou uma possível projeção de melhora que os governantes nos apresentam?

Realmente, somos muito bons em catalogar, pesquisar e oferecer números... Já quanto a resultados, nada!

E assim vão passando os dias, as noites, e nós vamos ficando sempre muito bem informados sobre a previsão do tempo e sobre a posição de nosso país no mundo.

Por outro lado, recebemos informações dos governantes falando do crescimento do Brasil, aumento de nosso PIB, aumento do poder aquisitivo da classe C, aquecimento das exportações...

Tem gente por aí dizendo que estamos melhor que vários países tidos como desenvolvidos. No entanto, grande parte de nossa população está abaixo da linha da pobreza, não consegue fazer nem uma refeição ao dia, não sabe ler nem escrever, mora em condições sub-humanas, etc, etc...

Afinal de contas, por que tantos discursos contraditórios? É só sair nas ruas para entendermos nossa realidade.

Brasil 2012: temos a felicidade... de estarmos inseridos na política da globalização. Será que isso dá o direito aos nossos governantes de venderem freneticamente uma falsa imagem de bem-estar da nossa população para nós mesmos e para o mundo?

Publicado em 23/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Problemas de memória...

Hoje, mais do que nunca, os médicos e a mídia divulgam dados alarmantes sobre pessoas que já possuem problemas de memória a partir dos 25 anos de idade. Estudos e pesquisas sobre o Alzheimer têm sido feitos para tentar curar, ou ao menos diminuir, os sintomas terríveis que esta doença causa em milhões de seres humanos.

Tenho um trabalho bem profundo ligado a pessoas da terceira idade, mas percebo que, cada vez mais, esta questão de lembrar fatos, datas, horários ou mesmo números de telefone e nomes de amigos tem sido muito constante no dia a dia de pessoas de todas as idades.

Muitos falam que o problema está ligado à nossa vida corrida, milhares de compromissos que assumimos ao mesmo tempo, má alimentação, falta de exercícios físicos e mentais! Usamos a calculadora até para fazer as contas mais banais...

Claro que fatores genéticos e mesmo a idade mais avançada existem e são fatos reais para serem levados em conta, mas existem também os fatores culturais e o nosso “modus de vida operandis”.

Ficamos ligados no piloto automático. Acordamos, tomamos café, levamos as crianças à escola, vamos para o trabalho, fazemos nossas tarefas, voltamos pra casa, assistimos TV, pedimos uma pizza e, se algo sair do programado, travamos...

É como se não utilizássemos mais nosso cérebro para pensar, questionar, avaliar as situações que vivemos a cada momento, deixando, assim, de exercitar o poder de nossa mente para encontrar soluções ou buscar alternativas.

Agora que estamos em época de eleições, percebo mais ainda como nossa memória anda fraca! Não que isso seja novidade, pois, a cada quatro anos, praticamente repetimos os mesmo votos, surgem os mesmos candidatos, com algumas exceções, e a palavra de ordem é a mesma: “É melhor votar em fulano, pois ele já tem experiência, ele rouba, mas faz...” Essa frase, infelizmente, ninguém esquece!

PS. Tomei um resolução: a partir de hoje, vou exercitar todos os dias meu cérebro e meus neurônios. Já me matriculei na academia mais próxima de casa!

Publicado em 16/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

É um pássaro? Um avião?

Quem não se lembra desta famosa frase no comecinho dos filmes e seriados do no nosso querido “Super-Homem”? Praticamente passamos nossa infância assistindo a esse e a tantos outros super-heróis na nossa telinha.

Bem, eu tive a chance e o prazer de conhecer um super-herói de verdade. Meu pai! Falam muito que mãe é mãe, mas pai também é pai! Sei que, devido à nossa cultura matriarcal, na maioria das vezes, quem segura a onda na casa é a mãe, mas toda a regra tem suas exceções...

Muitos pais também são “Super Pais”. E o meu era assim! Vem chegando aí mais um Dia dos Pais! Uma data comercial, porém nos remete à figura do pai: aquele homem forte, às vezes bravo, às vezes triste, apressado, cansado do trabalho, mas que também tem seu lado sensível, frágil e carinhoso.

Dedico esta coluna ao meu querido “Super Pai”. Como dizem as crianças, ele já está lá no céu com os anjinhos... Tenho certeza que ele continua olhando pelos seus filhotes como fazia quando estava aqui!

Papai sempre perguntava se já havíamos comido, estudado, se estávamos 'dodói'. Nos levava na escola, na casa dos amiguinhos, ao médico, ao parque de diversões e, mais do que tudo, me ensinou a acreditar e seguir sempre em frente por mais que as coisas parecessem difíceis ou até impossíveis de acontecer. Ele sempre dizia: “tudo é possível, não tenha medo, você consegue”!

Hoje, percebo o quanto ele me mostrou que tudo começa com um sonho e depois, se corrermos atrás com muita vontade e persistência, eles vão se realizar! Imagino quantas vezes ele teve medos, incertezas, passou noites em claro pensando em como resolver seus problemas, mas, para ele, seus filhos sempre foram suas crianças.

Imagino que várias pessoas infelizmente não tiveram a presença do pai em suas vidas, devido a vários fatores, mas não é por isso que vamos deixar de lado os “Super Pais”. Percebo agora, mais do que nunca, que é a nossa vez de sermos “Super Mães” e “Super Pais”. Parabéns a você, meu querido pai, e a todos os pais e mães do mundo!

Publicado em 09/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Novos shows na TV!

Daqui a pouco, vai começar uma nova temporada do “BBB político”. Que bom, vamos ter mais uma opção de entretenimento na TV...

Os candidatos estarão na telinha... Qual deles irá ficar? Qual irá sair? Não se preocupem em decidir rapidamente, vamos assistir a vários programas, onde poderemos ver seu dia a dia, suas famílias, o que eles comem, bebem, e, também, suas propostas políticas.

Bem que poderiam ser novos “personagens”, mas parece que há uma dificuldade muito grande para encontrar novos candidatos! Até aparecem alguns novos, mas as “falas” continuam as mesmas. Também, pra quê mudar? Elas têm funcionado tão bem há tanto tempo!

Sei que fica até grosseiro falar assim de um momento tão importante como este, que é a escolha de novos prefeitos e vereadores para todas as cidades do Brasil. Mas a sensação que fica é a de um grande espetáculo “pra inglês ver”.

Já que a coisa está assim, resta-nos assistir e votar, a cada etapa dos programas, em quem “vai pro paredão” e quem fica no final para levar o grande prêmio nas urnas.

Quem sabe, nos próximos quatro anos, nós, cidadãos comuns, possamos agir e interferir junto com estes novos “personagens” que, supostamente, irão nos representar junto à nossa cidade e nosso país e que terão o dever de melhorar, e não piorar, as condições sociais e econômicas da nossa sociedade.

Quando o “BBB político” estiver no ar, poderemos aproveitar para ficar mais ligados e atentos às entrelinhas das suas falas e atitudes, e tentar errar um pouco menos na escolha de quem vai levar o prêmio tão almejado nas urnas!

Caso você queira variar um pouco a programação, não perca um show muito louco: “O Julgamento do Mensalão”! Os personagens são bem conhecidos e a trama parece muito boa. Tem bandidos, mocinhos, traições, corrupção, romances, de tudo um pouco! Dá para se divertir muito. Talvez não dê para assistir com toda sua família, acho que haverá algumas cenas impróprias para menores de 12 anos.

Publicado em 02/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Respostas para quase tudo...

Recentemente, li o livro "Uma Breve História de Quase Tudo", de Bill Bryson, um delicioso guia de viagens pela ciência. Achei a obra muito interessante e separei algumas perguntas e respostas:

Há quanto tempo existe o universo?
“Há bastante tempo os cosmologistas vêm discutindo se a criação foi há 10 bilhões de anos, duas vezes essa cifra ou um valor intermediário. Parece estar se formando um consenso em 13,7 bilhões de anos. Será que é definitivo?”

Quantas espécies vivem em nosso planeta?
“Não temos a menor idéia do número de seres que vivem em nosso planeta. As estimativas oscilam de 3 milhões a 200 milhões. Quantos seres vivos ainda serão descobertos?”

Geneticamente, qual a semelhança entre homens e macacos?
“O ser humano moderno é 98,4% geneticamente indistinguível do chimpanzé moderno. Há mais diferença entre uma zebra e um cavalo que entre você e as criaturas peludas que seus ancestrais remotos deixaram para trás. Evoluímos ou não?”

Com certeza, todos nós já nos fizemos algumas destas perguntas, além do famoso questionamento: “Quem sou? De onde vim? Para onde vou?”
Eu, pessoalmente tenho me perguntado de que adianta saber de onde eu vim se eu não sei nem quem sou ou para onde vou?

Claro que eu sei quem eu sou, meu nome, CPF, RG, onde moro, qual o meu trabalho... Mas quem sou eu? Quais são meus desejos verdadeiros, meus anseios, gostos, o que desejo fazer nesta vida? Será que eu apenas existo e, em algum momento, isso acaba e pronto?

Penso, logo existo! Tudo bem, mas, daí pra frente, o que é que estamos fazendo com tantas informações e pensamentos fragmentados?

E, pra complicar um pouquinho mais, dizem que, no Brasil, surgiu uma nova classe C, com um poder aquisitivo muito maior, cheia de oportunidades e saldos bancários maravilhosos! Será que é mais “fashion” fazer parte desta classe? Qual será a minha classe?

PS: Acho que deveria ter dado o titulo para esta coluna de: “Perguntas para quase tudo”...

Publicado em 26/07/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bolhas de sabão

Que tempo o tempo tem? Pergunta meio estranha, mas você já pensou que os minutos, segundos e horas nunca param de passar, e que nós sempre achamos que o tempo está correndo demais? Estamos sempre atrasados ou em cima da hora para chegar ao trabalho, levar as crianças para a escola, ir ao cinema, dar banho no cachorro... Bem, acho que nem dá tempo de escrever tudo o que eu gostaria!

Mas, se pensarmos bem, o tempo é relativo! Quando estamos de férias, o tempo passa rápido, se estamos entediados e cansados, o tempo não passa, o dia fica longo, ficamos impacientes, sonolentos, esperando os minutos passarem.

Eu ainda não entendo bem o tempo... Quanto tempo eu tenho deixado livre para mim mesma, para as coisas que eu gosto de fazer, ou mesmo para não fazer nada?

Você já brincou de bolhas de sabão? Elas são tão lindas e frágeis. Sua existência é de alguns segundos, porém a satisfação em vê-las e soprá-las é imensa. Talvez o tempo seja assim também, frágil e invisível, medido na sua essência pela nossa satisfação e deleite e não pelos nossos relógios, despertadores e bate-pontos escravizantes!

O tempo é apenas um sequência de milésimos de segundos que nunca param, mas que também se repetem dia após dia. As mesmas datas virarão, no próximo ano, Carnaval, Páscoa, Finados, etc, etc...
Daqui a pouco, mais um ano vai passar e outros vão chegar. Eu já estou planejando um monte de coisas e ainda não consegui fazer tantas outras... Que loucura! Pensando bem, vou me dar um tempo! Vou aproveitar este segundo semestre de 2012 para fazer mais bolhas de sabão, brincar de ioiô, caminhar, pensar, encontrar os amigos e fazer menos, porém com mais qualidade e prazer!.Será que vai dar tempo?

PS 1: Estes dias meu chuveiro quebrou! Percebi neste meio tempo como é prazeroso tomar um bom banho de água quente!
PS 2: O frio também pode ser um bom tempo! Aproveite e faça um escalda-pés, um chocolate quente com conhaque, uma sopinha de cebola, tantas coisas...

Publicado em 19/07/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Um milhão de amigos...

“Alô! Sim? Quem fala? Só um minuto, estou no Skype! Alô, alô! Só um segundo, me chamaram no MSN... Alô! É você meu amor, tudo bem? Ôps, só mais um segundo, o meu outro celular está tocando... Então, querido, vamos sair? Um minutinho... Recebi um torpedo, vou dar uma olhadinha no meu Facebook... Então, vamos sair no domingo? Sei, você tá na dúvida... Só um segundinho, acabo de receber uma mensagem no meu Twitter, mas tá tudo bem com você? Sei... Chegou um convite no LinkedIn, mas, então, tudo bem no domingo? Puxa vida, agora que eu ia conversar com calma, caiu a linha! Acho que vou mandar um e-mail, pra confirmar se a gente vai se encontrar mesmo...”

Uau! Que confusão... Este é só um pequeno retrato de como tem sido a nossa vida e relacionamentos nestes tempos modernos. Com a tecnologia a todo vapor, temos vários meios e aparelhos para nos comunicar e interagir, minuto a minuto, vinte e quatro horas por dia. Pode ser através de um iPad, iPhone, Smartphone, um Laptop, um Tablet, ou até mesmo um simples celular. E será que conseguimos falar, pesquisar ou mesmo postar algo que realmente nos interessa?

Adoro a tecnologia e acredito que hoje, mais do que nunca, todas estas possibilidades de comunicação e informação tendem a criar uma sociedade mais democrática e nos aproximar cada vez mais uns dos outros. Posso falar com alguém que está na China sem pagar nada e, ao mesmo tempo, mandar um e-mail pra Amazônia e receber um torpedo em alguns minutos. Mas, se não pararmos pra pensar um pouquinho para que e por que estamos fazendo tudo isso, caímos no risco de banalizarmos completamente nossas relações.

Bem, como acabou a bateria do meu celular, vou procurar o “orelhão” mais próximo e ligar para algum amigo pra convidá-lo para ir ao cinema ou tomar um cafezinho e, quem sabe, trocarmos algumas ideias sobre a vida e o mundo...

PS1: Será que eu já tenho um milhão de amigos?
PS2: E, se eu tiver, como vou fazer para falar com todos eles?

Publicado em 12/07/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Velhos hábitos...

Estudo realizado nos Estados Unidos com quase 16 mil pessoas comprova que, mesmo tardia, a mudança de hábitos pode trazer muitos benefícios à saúde física e mental.

Consumir cinco porções diárias de frutas, verduras e legumes, exercitar-se pelo menos duas horas e meia por semana, manter um peso adequado e não fumar pode diminuir o risco de problemas cardíacos e o risco de morte, mesmo para quem fez mudanças recentes.

Porém, a mudança de hábitos mentais também é importante. Vem chegando mais uma eleição e, com ela, o velho hábito de votar nos mesmos partidos ou candidatos.

Claro que todos nós temos uma opinião formada sobre este ou aquele político. Confesso que agora estou mais confusa do que nunca! Não sei mais que é quem? Qual partido tem coligação com qual, esquerda e direita são termos em desuso... Fulano diz que fez “dobradinha” com sicrano, e assim vai...

Mas cadê meu candidato? Esta é  pergunta muito estranha, mas acredito que a maioria está procurando por ele. Cadê meu partido? Esta é outra pergunta difícil de responder... O Brasil inteiro deve estar se fazendo a mesma pergunta! Acredito a que a única coisa a fazer é utilizar a receitinha que indiquei acima: vamos mudar nossos velhos hábitos e começar do zero!

Eu mesma vou pesquisar e tentar entender quem é quem nesta dança das cadeiras e, aí, ver o que sobra para poder tentar escolher um partido e um candidato.

Como não mudamos nossos hábitos tão facilmente, é bem possível que acabemos por nos confundir com tantas siglas e nomes e, na hora H, elegermos o cidadão “errado” por pura falta de transparência de nossos queridos políticos!

Logo, logo, eles vão começar a aparecer nas telinhas de nossos lares, prometendo mundos e fundos, beijando criancinhas, distribuindo casas populares, etc, etc, etc... Cuidado!

“É insano pensar que podemos obter resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa” - Albert Einstein.

Publicado em 05/07/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Dignidade também é sustentabilidade

Mais de 400 pessoas idosas de todo o país se reuniram em Brasília, entre 13 e 15 de junho, na 1ª Plenária Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Terceira Idade e Idosos Rurais.

O evento, realizado na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), entidade que atua em defesa dos trabalhadores rurais da 3ª idade há 50 anos, teve como objetivo articular a população idosa rural em torno de questões específicas do envelhecimento, através de uma análise sobre o envelhecimento brasileiro, suas perspectivas e desafios com enfoque no meio rural.

O Portal Terceira Idade foi convidado a participar do encontro, no qual pôde demonstrar seu trabalho pelos direitos de todos os trabalhadores, em especial os da terceira idade da área rural, para que possam ter seus direitos garantidos, bem como ter condições de trabalhar e envelhecer com dignidade.

Falar sobre inclusão social e digital em um país como o Brasil, onde, ainda, grande parte da população não tem acesso à escola, moradia, alimentação, saúde e outras questões básicas, pode parecer supérfluo. Porém, hoje, mais do que nunca, sabemos que só através do acesso democrático à informação é que poderemos exigir e lutar pelos nossos direitos.

O direito ao trabalho digno, seja no campo ou no meio urbano, para que possamos nos manter e criar nossa família com decência, é uma das questões mais preocupantes ao longo de décadas no Brasil. Nascer, crescer e envelhecer com dignidade ainda continua sendo um sonho a ser alcançado para a maioria do povo brasileiro.

Sabemos que, infelizmente, na área rural ainda existe o trabalho escravo: o trabalhador sem direitos e o idoso que não tem, sequer, um salário mínimo de aposentadoria, por nunca ter tido uma carteira de trabalho assinada.

PS: Dignidade também é sustentabilidade!

Publicado em 28/06/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Rio + 20 ou – 20?

Estamos chegando praticamente na reta final da Rio+ 20, um dos maiores eventos do mundo no que tange à sustentabilidade, meio ambiente e diminuição da pobreza.

O evento está sendo divulgado e acompanhado por todo o planeta, minuto a minuto. Turistas e brasileiros de todos os cantos de nosso País estão presentes, nações indígenas e estudantes fazendo seus protestos...

Presidentes de todos os países estão chegando para verificar o documento final, ou seja, quais as propostas que foram tiradas depois de horas e horas de debates.

Bem, não sou nenhuma especialista em meio ambiente ou ecologia, mas, acompanhando o evento pelos jornais e pela TV, me senti no direito de questionar e colocar aqui minhas humildes reflexões sobre a questão.

Sustentabilidade é hoje a palavra da moda, tudo é sustentável, desde sacolas de supermercado até celulares, sabão em pó, etc... Mas, afinal de contas, o que é sustentabilidade?

Com meu pequeno conhecimento, cheguei a algumas conclusões: o Brasil possui uma imensa bacia hidrográfica, além de uma vasta extensão territorial, podendo, assim, gerar energia eólica, limpa e com baixo custo, o que nos permitiria, de imediato, parar de investir nas “três irmãs”, Angra 1, 2 e 3, que geram energia suja, cara e perigosa.

Temos uma imensidão de rios e lagos que, se utilizados de maneira adequada para a irrigação de todo o Norte e Nordeste, criaria o paraíso nestas regiões, além de uma economia rica para o plantio de várias frutas, legumes e outras qualidades de semente, tais como a Mamona, que pode ser utilizada como óleo para combustíveis e até para a manufatura de sabonetes.

Não posso esquecer da nossa bela Amazônia, repleta de árvores, plantas, peixes e toda uma fauna e flora que podem manter a nós e o resto do planeta.

Temos tudo para ser a nação que hoje poderia estar com a miséria zero, a poluição zero e mundialmente reconhecidos como um país sustentável! Mas, infelizmente, a cada dez anos regredimos 20 ou mais...

PS. Será que o planeta verá a Rio+30?

Publicado em 21/06/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Diga não à violência contra o idoso!

No próximo dia 15, mais uma vez vários países celebram o Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa. A data foi criada em 2006 pela Organização Internacional para Prevenção de Abusos contra Idosos (INPEA, na sigla em inglês), em parceria com a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), com o objetivo de despertar uma consciência mundial, social e política, da existência da violência contra a pessoa idosa.

A violência, não só física como também a psicológica, acomete idosos de todas as faixas econômicas. Na maioria das vezes, a agressão vem de pessoas da própria família ou próximas a eles. O abandono nos asilos, a falta de carinho, a pressão psicológica e o descaso são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas.

No Brasil, 65% dos idosos consideraram maus-tratos a forma preconceituosa como são tratados pela sociedade em geral: as baixas aposentadorias, os desrespeitos que sofrem no transporte público e a falta de leitos hospitalares para idosos. No nível doméstico, só é relatado como abandono por partes das famílias.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República lançou em dezembro de 2005 o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa. No documento são expressas as competências e ações dos Ministérios e a co-responsabilização dos estados e municípios no desenvolvimento de ações para o enfrentamento da violência a pessoa idosa no território nacional.

Ciente de que ainda existe um caminho muito longo para extirpar este mal de nossa sociedade, o Portal Terceira Idade criou, em janeiro de 2011, a Campanha “Diga não à violência contra a pessoa idosa”, um canal direto com nossos advogados e o Observatório Nacional do Idoso, órgão ligado à Secretaria dos Direitos Humanos, no qual você pode fazer uma denúncia e, se preferir, manter seu anonimato.

Se você conhece alguém que está passando por esse tipo de situação na família, ou entre seus amigos e vizinhos, denuncie!

Publicado em 14/06/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O que é Corpus Christi?

No feriado de Corpus Christi, católicos fiéis do mundo todo celebram o “Corpo de Cristo”. Mas o que exatamente significa isso e por que esse feriado?

A festa de Corpus Christi celebra a presença do corpo e sangue de Cristo e é um dos sacramentos da Eucaristia. Segundo as religiões cristãs, na quinta-feira santa, dia que antecedeu a sua morte, Jesus Cristo reuniu os seus apóstolos para a Última Ceia, quando, então, disse: “Isto é o meu corpo (apontando para o pão) e isto é o meu sangue (apontando para o vinho)”.

Os católicos do mundo todo agradecem, então, o dom da Eucaristia, no qual crêem que Deus é o alimento espiritual da alma.

Esta celebração tem três finalidades: honrar Jesus Cristo, pedir perdão a Jesus pelo que foi feito a ele e protestar contra aqueles que negavam a presença de Deus na hóstia sagrada.

Bem, não sou uma religiosa ortodoxa, mas respeito muito a religiosidade e a fé. Infelizmente, quando ando pelas ruas ou saio nos fins de semana, o que mais vejo é uma legião de meninos e meninas de rua pedindo esmolas ou querendo lavar a janela do carro.

Logo que o farol abre, essas imagens acabam ficando apenas na nossa memória, sumindo ao menor sopro, assim como bolhas de sabão...

Puxa vida, esses seres humanos, idosos, adultos,  jovens ou crianças, são tão humanos quanto nós. E por que será que eles estão nas ruas e nós não? Acho que só o fato de pensarmos nesta questão e tentar entender e buscar os milhares de motivos que os levaram a chegar a esse ponto já faz uma grande diferença.

Vivemos num mundo cheio de desigualdades. Uma sociedade só muda quando seus cidadãos lutam por isso. Acredito que a celebração de datas como a de Corpus Christi devem ser mantidas, porém seu fundamento só se torna real quando cada um de nós coloca em prática sua crença e sua fé!

PS 1: Bom feriado!
PS 2: Uma boa data para refletirmos...

Publicado em 07/06/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Aquarelas do Brasil

Brasil, meu Brasil brasileiro... Hoje o nosso país é tido mundialmente como um símbolo de democracia e economia “estável e emergente” na América Latina.

Estive no Canadá, representando o Portal Terceira Idade em um encontro sobre ações governamentais e não governamentais para este público. Curiosamente, os canadenses elogiavam nossa economia e democracia e se espantaram ao saber da falta de inúmeras políticas públicas nas áreas de saúde, casas para idosos, cuidados, além dos baixos salários que a maioria dos aposentados recebe no Brasil.

“Que situação a minha...”, eu pensei. Sou brasileira e, ao invés de ter orgulho de meu país, tive que ser honesta e colocar de maneira muito clara que nossa democracia e os direitos da nossa população da 3ª idade, ou de qualquer idade, não são levados a sério.

Para a maioria dos estrangeiros, a palavra coronelismo e o conceito da mesma são muito difíceis de entender, até mesmo para nós brasileiros, onde a figura do “Coronel” faz parte apenas das histórias do Cangaço.

Então, como é possível nosso país estar nas mãos de tantos políticos corruptos que “confundem” em sua pessoa atribuições de caráter privativo e público, colocando em primeiro lugar seus benefícios e bem-estar, utilizando o dinheiro de nossos impostos?

Será que existem dois Brasis? Um, rico e próspero e, outro, pobre e cheio de problemas que vão desde a falta de esgoto e encanamento para milhares de cidadãos, filas imensas em postos de saúde do INSS – sem contar a falta de médicos e infra-estrutura básica –, analfabetismo, miséria, entre outras “cositas mais”.

PS. Copa 2014: “O melhor estádio do mundo chega a custar R$ 3 bilhões. O nosso será um dos melhores. Gastaremos R$ 27 milhões com ar condicionado para diminuir vandalismo”, afirma Aníbal Coutinho, arquiteto do estádio Itaquerão.

Publicado em 31/05/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Paixão por pizza!

Se existe um prato que é quase uma unanimidade nacional é a pizza. E sempre que falamos nela, lembramos dos italianos. Mas não foram eles que inventaram essa delícia, nem ela surgiu com as características que conhecemos: massa fina, molho de tomate, queijo derretido, recheio e uma pitada de orégano por cima.

Diz a história que a primeira pizza apareceu há mais de 6 mil anos e era apenas uma fina camada de massa conhecida como “pão de Abrahão”, que os hebreus e egípcios consumiam. Ela se parecia com nosso pão sírio atual e também era chamada de “piscea”, daí o nome pizza.

Os italianos, milhares de anos depois, incrementaram a pizza com o tomate, e ela era consumida dobrada ao meio, como se fosse um sanduíche. Sua disseminação aconteceu durante a segunda metade do século XIX, em 1889, com dom Raffaele Espósito, um padeiro napolitano que servia o rei Umberto I e a rainha Margherita e, para agradar e inovar o cardápio, resolveu adicionar à massa mussarela, tomate e manjericão, ingredientes que reproduziam as cores da bandeira italiana. E, em homenagem à rainha, ele batizou sua receita com o nome de pizza Margherita.

Na sequência, padeiros mais criativos começaram a inovar e colocaram na pizza outros ingredientes, como o alho, o alicce e peixes da região.

A pizza chegou aos EUA, assim como ao Brasil, por intermédio dos imigrantes italianos. Por muito tempo, só se encontravam pizzarias nos redutos e colônias italianas. Hoje, essa famosa delícia está em qualquer lugar das cidades.

Após saber que a tão falada e importante CPI do bando Cachoeira, Delta e Demóstenes acabou em   pizza, além de outros tantos casos de desvios do dinheiro público feitos por prefeitos, sub-prefeitos, vereadores, secretárias dos mesmos,  governadores, etc, etc... estou convencida de que o brasileiro gosta mesmo é de comer pizza e nada mais.

PS: Talvez com o passar do tempo, tudo acabe em acarajé ou vatapá! Assim, poderemos ao menos destacar a importância do resgate de nossa cultura...

Publicado em 24/05/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Corações e mentes

Para motivar e conscientizar as empresas nacionais sobre a questão da empregabilidade na 3ª idade, o Portal Terceira Idade lançou, em 2010, a campanha “Empregue um Idoso”.

A iniciativa acabou dando origem ao Mural de Vagas de Emprego no Portal, o qual já disponibilizou centenas de ofertas de empregos para esta faixa etária.

Gostaria de compartilhar com vocês um dos vários e-mails que recebi de empregadores que aderiram a esta campanha. Quando lemos depoimentos como este, abaixo, parece que um sininho toca em nossos corações e mentes.

Aos coordenadores do Portal Terceira Idade,

Eu escolhi o Portal Terceira Idade por entender que muitas pessoas, mesmo já aposentadas, querem retornar ao mercado de trabalho para ganhar uma renda extra ou até seu primeiro salário. Muitos podem estar com a vida ociosa e querendo se sentir mais úteis, mesmo após tanto tempo trabalhando e tendo direito à aposentadoria.

Eu já tive vários funcionários jovens – de 20 poucos anos –, e eles são muito volúveis, inconstantes, querendo mudar a toda hora, conhecer outras áreas, outras profissões, e isso os faz sair, largar tudo a qualquer momento, não nos dão segurança em treinar e contratar, porque sabemos que não vão ficar.

As pessoas com mais de 45 ou 50 anos já têm mais responsabilidade, conhecem de tudo um pouco por experiências já vividas no seu próprio dia a dia. E, se estão dispostas a trabalhar, trabalham com vontade, têm comprometimento, responsabilidade com o que se propõem a fazer, respeitam regras e horários e entendem que tudo deve ser levado a sério e que a vaga não é uma ‘alavanca de primeiro emprego’. Quando as admitimos, dão o seu melhor, além de serem mais sinceras sobre se gostam ou não do que fazem.

Claudia Monteiro
Recursos Humanos
Intermariner Comercial Ltda – SP

PS. Se você ouviu o sininho tocar, apóie esta campanha também! Dê uma oportunidade à “moçada” da 3ª idade, para que eles possam retornar – ou ingressar pela primeira vez – no mercado de trabalho!

Publicado em 17/05/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).