sábado, 21 de novembro de 2009

Xenofobia: no Brasil tem?

O Dia Nacional da Conscência Negra será comemorado no dia 20 de novembro, em homenagem a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

Desde o descobrimento do Brasil até hoje, existe uma enorme exclusão social, e essa desigualdade também tem cor. Quantas vezes você já ouviu, ou até falou: “Sabe aquele cara de cor? Até que ele é legal”. Aí vem a pergunta: de que cor?

Todos nós temos uma cor: branca, amarela, vermelha, negra... Todos nós temos uma etnia. Porque será que, sempre que falamos “de cor”, estamos nos referindo aos negros?
Ficamos indignados ao ouvir os discursos xenofóbicos e nazistas de líderes de extrema direita, enquanto, aqui, tratamos os negros e os índios como estrangeiros que vieram roubar o trabalho dos brancos. Afinal, foram os próprios colonizadores brancos que trouxeram os negros da África para trabalhar como escravos, e os índios já estavam aqui!

O racismo sutil e disfarçado no Brasil continua impossibilitando a igualdade de direitos de cidadania. Toda discriminação acaba se transformando em preconceito, e todo preconceito é uma faca de dois gumes, Amanhã você pode se tornar o próximo alvo. Infelizmente, ainda não aprendemos a respeitar as diferenças, que dirá conviver com elas.

PS: Como dizem que o “amor é cego”, e espero que continue assim, acredito que esse é um sentimento que não vê “cores”. Um trabalho muito interessante sobre essa questão é o video “Beijou Quem Kiss”, que está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=1-gOonxuTWAxuTWA

Publicado em 19/11/2009, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Colunista do Portal agora mostra seu ponto de vista, às quintas-feiras, no Jornal Bom Dia

A partir desta quinta-feira, dia 12 de novembro, estarei colaborando com artigos sobre a 3ª idade na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal Bom Dia de Marília, da Rede Bom Dia.

O convite partiu do editor-chefe, Lucas Catanho, e da jornalista Erica Rueda que fez uma ampla reportagem sobre o Portal Terceira Idade, publicada no jornal no último dia 11, com o título “Idoso ganha portal e espaço na internet” (clique na figura acima para ver a matéria completa).

O tema de estréia da coluna é “A nova geração da internet”. A coluna ´Formador de Opinião´ (na página 4 do jornal) contará com a minha participação, toda semana, na edição de 5ª feira.

A nova geração da internet
Publicado no Jornal Bom Dia (Marília, SP), 5a.feira, 11/11/2009
Tony Bernstein
tony@portalterceiraidade.org.br


Pesquisa recente do Ibope NetRatings mostra que os usuários de internet com 65 anos ou mais já somam 350 mil. Esta faixa etária representa 1,6% dos 22,7 milhões de internautas no Brasil.

Quando o idoso entende e começa a perceber que a internet é um grande espaço para interagir, buscar informações e se expressar na sua comunidade e no mundo, além de poder criar comunidades de interesses afins, ele se torna um internauta assíduo e participativo.

Aqui em Marília, tive a oportunidade de ver o interesse da “moçada” da terceira idade em utilizar a internet. O Portal Terceira Idade, criado há mais de 4 anos para ser um espaço específico para este público na web, realizou uma breve oficina de três dias, “Viaje na Internet”, no mês de setembro na Biblioteca Municipal, e, curiosamente, participaram mais de 100 idosos ávidos por aprender a utilizar esta ferramenta. E agora querem mais cursos e encontros!

Acredito que já está na hora do Brasil acordar para este público que não cresce somente no uso da internet, mas também em termos de população.

Será que a nossa sociedade está preparada para isso? Devido a questões culturais, sempre tivemos e ainda temos a ideia de que a pessoa mais velha vai ficar em casa assitindo televisão ou preparando um bolinho de fubá. Envelhecer é natural, e também deveria ser natural respeitarmos e darmos o devido espaço e as condições sócias, políticas e culturais para estas pessoas que somos nós amanhã.

Aguardo seus comentários.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Olimpíadas Indígenas

Recebi este texto de Jo Tozzatti, nossa redatora geral do Portal. Ela soube deste evento através de uma amiga que mora em Paragominas, no Pará.

Você sabia que existem as Olimpíadas Indígenas? Eu sinceramente não sabia!
Por que será que a mídia praticamente não divulga estes eventos que são tão importantes para a nossa sociedade, conhecer outras culturas e aprender a respeita-las e conviver democraticamente com elas?

Jogos Indígenas- Paragominas Pará

A partir deste sábado, 31 de Outubro 1.300 indígenas de todo o país, além de aborígenes do Canadá, da Austrália e da Guiana Francesa, se encontram até o dia 7 de novembro em Paragominas, no Pará, para a disputa da décima edição dos Jogos Indígenas. A arena dos jogos no Parque Ambiental de Paragominas receberá oito das nove modalidades que estarão em disputa: arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, canoagem, corrida de 100 metros, corrida de fundo, corrida de tora e natação/travessia. Já o futebol será disputado em campos da cidade.

Segundo a organização do evento, mais de 50 mil pessoas estão sendo esperadas nos oito dias de jogos.Uma 'Vila Olímpica' composta por 28 ocas foi construída por 25 indígenas das etnias Tembé e Kaapor. Eles vieram de 11 aldeias, algumas distantes até 150 quilômetros de Paragominas. Foi deles também o trabalho de organizar a arena onde acontecem os jogos, montar a estrutura das arquibancadas, os camarotes e barracas para a exposição de artesanatos. O local tem capacidade para receber um público de seis mil pessoas por dia.Além das modalidades esportivas, os índios vão mostrar aos visitantes atividades como lutas corporais, corrida de tora, zarabatana, entre outras.

Para Sérgio Tembé, da reserva indígena do alto Rio Guamá, em Paragominas, o que mais deve chamar a atenção do público são os rituais indígenas, as famosas "pajelanças".- Cada etnia tem seus ritos próprios, identidades culturais preservadas ao longo dos anos. Fazemos questão de preservar nossas raízes. Até a data da realização dos jogos é especial para nós, pois segue o nosso calendário lunar - conta.Os povos Kuikuro, do Alto Xingu, no Mato Grosso, por exemplo, além de disputar o futebol nas modalidades feminina e masculina, também vão mostrar o "Maricumã", que é uma dança para agradecer a chuva e a fertilidade, e o "Jaguari", uma luta entre guerreiros.

Realizados desde 1996, os Jogos dos Povos Indígenas têm como objetivo integrar as comunidades do país através de esportes tradicionais. Os jogos também servem como uma espécie de resgate da identidade cultural desse povo com a realização de danças, cantos e pinturas corporais.Os Jogos Indígenas deste ano estão sendo chamados de Olimpíada Verde. Isso porque Paragominas passou recentemente da condição de cidade desmatadora para a que mais refloresta em todo o estado do Pará, com mais de 50 milhões de árvores nativas replantadas, graças ao projeto Município Verde, desenvolvido há mais de um ano pela prefeitura local.

Os jogos seguirão o ritual indígena, que acontece no dia anterior à abertura oficial.
Na sexta-feira, precisamente ao por do sol, será aceso o fogo sagrado - uma espécia de pira olímpica - com a participação de duas etnias indígenas. A noite é de festa. Os índios comparecem adornados com óleo de massaranduba e, na cabeça, cocares de penas vermelhas e azuis. Junto ao peito, muitos usam uma espécie de colar de linha branca. Amarrados aos calcanhares, chocalhos. E a pintura do corpo é vermelha e preta, feita de urucum e jenipapo. A solenidade é denominada "Cerimônia de Acendimento do Fogo Ancestral Indígena".

O Ministério dos Esportes, patrocinador do X Jogos dos Povos Indígenas, já divulgou a programação do evento, que vai acontecer de 30 de outubro a 7 de novembro, no Parque Ambiental de Paragominas, nordeste do Estado. Durante os sete dias de atividades, serão realizados competições e apresentações culturais de cerca de 35 etnias de todo o país.
"A menos de 15 dias dos Jogos, Paragominas está preparada para a chegada dos “ilustres” visitantes. Os índios tembés e kaapor, etnias da região, estão trabalhando na montagem das 28 ocas, que compõe a vila olímpica e que vão abrigar cerca de 1300 índios do Brasil, além dos aborígenes canadenses e australianos. Até agora, 14 ocas estão prontas e a previsão é que os trabalhos sejam concluídos esta semana".

Sérgio Tembé, da reserva indígena do alto Rio Guamá, em Paragominas, aposta que o que mais vai chamar a atenção do público será os rituais indígenas, as famosas “pajelanças”. “Cada etnia tem seus ritos próprios, identidades culturais preservadas ao longo dos anos. Fazemos questão de preservar nossas raízes. Até a data da realização dos jogos é especial para nós, pois segue o nosso calendário lunar”, conta o tembé.

Em 10 edições, apenas duas cidades paraenses haviam sido sedes do evento: Marabá e Marapanin. Paragominas será a terceira cidade do Pará a sediar os jogos que, este ano, ganhou um sobrenome muito especial: Olimpíada Verde. O nome faz jus a história recente de Paragominas que passou de cidade desmatadora para a que mais refloresta em todo o estado, com mais de 50 milhões de árvores nativas reflorestadas, ação desenvolvida graças ao projeto Município Verde, de combate ao desmatamento desenvolvido há mais de um ano pela Prefeitura.
A “Aldeia Olímpica”, como o espaço está sendo chamado, tem mais de 3 hectares de área, entre a vila e a arena. Ao redor da arena, onde serão disputadas grande parte das competições, serão montadas arquibancadas com a capacidade para acomodar mais de 7 mil espectadores.
Segundo a organização do evento, mais de 50 mil pessoas estão sendo esperadas para os jogos. A pira olímpica vai ser acesa na sexta-feira, dia 30, onde será realizado a “Cerimônia de Acendimento do Fogo Ancestral Indígena”, a partir das 18h.

Fonte: Prefeitura de Paragominas
Fotos: MIRTA LAILA DEMACHKI - Paragominas