quinta-feira, 25 de julho de 2013

“Bolsa Prazer”...

Celulares cada vez mais sofisticados, TVs com imagem HD, internet sem fio, carros enormes que estacionam sozinhos, aparelhos para diagnósticos médicos computadorizados... Não há dúvidas, vivemos numa sociedade moderna!

Só um pequeno detalhe: qual o preço disso tudo? Dá para falar em um celular sem se preocupar com o valor absurdo de cada minuto? E a TV a Cabo, dá para pagar? A gasolina está mais cara do que nunca, exames médicos, estão até parcelando no cartão de crédito!

Mas como assim? O Brasil está, agora, acima da linha da pobreza! Já estão levando água, luz e esgotos para todos os cantos do País. Ah, e o ‘Bolsa Família’? Todos querem, todos precisam.

Falando em bolsa... Vi uma pequena chamada no jornal, a qual, de início, achei que era uma piada, mas, no país da piada pronta, vi que era verídico! Um homem tentou pagar uma garota de programa com um cartão do Bolsa Família, em Itapetinga (BA). Também não tinha dinheiro para pagar pela diária do Mirage Motel. O caso foi parar na polícia, pois o cliente deixou como garantia um toca-CD e o Cartão do Trabalhador, emitido pela Caixa para consultas e saques do FGTS e outros benefícios. "Ele voltou na madrugada e pagou os R$ 58", relatou Paulo, funcionário do motel. “A garota de programa ficou no prejuízo”, completou.

E assim caminha a humanidade... Claro que o Bolsa Família é um auxílio importante para milhões de brasileiros que não recebem a vara para pescar e continuam dependendo do pequeno peixe que lhes é dado no final do mês. Porém, se insistirmos em manter milhões de pessoas sem acesso à informação, infraestrutura local e profissional, bem como escolas básicas e técnicas, nunca um brasileiro abaixo – ou supostamente acima – da dita “linha da pobreza” se tornará um cidadão digno de respeito a si próprio e muito menos à comunidade em que vive.

PS 1: Política imediatista, um sonho de consumo sem pé nem cabeça!
PS 2: Com que bolsa eu vou?...

Publicado em 25/07/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O ovo ou a galinha?

Vivemos um dos maiores momentos de preocupação com a nossa Terra, nosso planeta, nossa casa. Preocupamo-nos com o ar que estamos respirando, o derretimento das geleiras devido à diminuição da camada de ozônio, a água que bebemos, as matas devastadas...

E o ser humano? Como ele fica no meio disto tudo? De que adianta salvar o planeta se não conseguimos salvar a nós mesmos?...

Dedico esta coluna a todas as Marias da Penha, de Souza, de Andrade e, também, às Marcias, Paulas, Reginas, enfim a todas as mulheres e, em especial, às mulheres que já sofreram algum tipo de agressão física ou emocional.

Mesmo depois de aprovada a Lei Maria da Penha – Lei 11.340, de 7/08/2006 –, que cria mecanismos para coibir qualquer tipo de agressão contra as mulheres, este tipo de selvageria e brutalidade humana continua acontecendo cada vez mais e, infelizmente, na maioria das vezes por parte dos maridos e parceiros das vítimas.

A lei não vai mudar a atitude e a cultura destes homens. Acredito que existe, sim, a necessidade de vários programas por parte do governo e da sociedade de conscientização e mudança de valores quanto à mulher como ser humano e seu papel na sociedade.

Enquanto a televisão e outros meios de comunicação continuarem exibindo a mulher como mero objeto de consumo, seja em comerciais de cerveja, perfumes e lingeries, e a própria mulher continuar aceitando este tipo de papel, acho muito difícil o ser “homem” mudar a sua visão e atitude frente a nós mulheres.

Parece contraditório, mas cabe, em primeiro lugar, a todas as mulheres se colocarem como seres humanos que pensam, agem e refletem sobre esta questão da violência contra elas mesmas, que continua tão grande quanto na época dos Neandertais.

Vale à pena lembrar que nós mulheres geramos todo e qualquer ser humano que está neste planeta. Fazer mal a uma mulher é como fazer mal à sua própria mãe!

PS: Mulheres e homens do mundo: uni-vos! Pensem nas gerações futuras, suas filhas, netas, bisnetas...

Publicado em 18/07/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Perguntas para quase tudo...

Recentemente, li o livro "Uma Breve História de Quase Tudo", de Bill Bryson, um delicioso guia de viagens pela ciência. Achei a obra muito interessante e separei algumas perguntas e respostas:

Há quanto tempo existe o universo?
“Há bastante tempo os cosmologistas vêm discutindo se a criação foi há 10 bilhões de anos, duas vezes essa cifra ou um valor intermediário. Parece estar se formando um consenso em 13,7 bilhões de anos. Será que é definitivo?”

Quantas espécies vivem em nosso planeta?
“Não temos a menor idéia do número de seres que vivem em nosso planeta. As estimativas oscilam de 3 milhões a 200 milhões. Quantos seres vivos ainda serão descobertos?”

Geneticamente, qual a semelhança entre homens e macacos?
“O ser humano moderno é 98,4% geneticamente indistinguível do chimpanzé moderno. Há mais diferença entre uma zebra e um cavalo que entre você e as criaturas peludas que seus ancestrais remotos deixaram para trás. Evoluímos ou não?”

Com certeza, todos nós já nos fizemos algumas destas perguntas, além do famoso questionamento: “Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou?”.

Eu, pessoalmente, tenho me perguntado de que adianta saber de onde eu vim se eu não sei nem quem sou ou para onde vou. Claro que eu sei quem eu sou, meu nome, CPF, RG, onde moro, qual o meu trabalho... Mas quem sou eu? Quais são meus desejos verdadeiros, meus anseios, gostos? O que desejo fazer nesta vida? Será que eu apenas existo e, em algum momento, isso acaba e pronto?

Penso, logo existo! Tudo bem, mas, daí pra frente, o que é que estamos fazendo com tantas informações e pensamentos fragmentados?

E, pra complicar um pouquinho mais, dizem que, no Brasil, surgiu uma nova classe C, com um poder aquisitivo muito maior, cheia de oportunidades e saldos bancários maravilhosos! Será que é mais “fashion” fazer parte desta classe? Qual será a minha classe?

PS: Vou perguntar para meu “Oráculo” se devo casar ou comprar uma bicicleta...

Publicado em 11/07/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Cuidado com o vírus!

Preconceito: Opinião adotada sem exame, somente imposta pelo meio ou pela educação (fonte: Enciclopédia Larousse Cultural).
Doença: Processo mórbido definido, com sintomas característicos, que pode afetar o corpo todo ou uma ou várias de suas partes. (fonte: Dicionário Michaellis).

Bem, acho que a definição das palavras preconceito e doença já é um bom começo para questionarmos qualquer atitude que se baseie nestes conceitos.

Você já pensou que, em várias situações polêmicas de sua vida, o preconceito ou a moral imposta o levaram a tomar atitudes sem nem ao menos questioná-las? Venhamos e convenhamos, uma sociedade é composta de regras, porém muitas delas acabam se tornando dogmas, principalmente quando elas se justificam no medo de aceitar novas maneiras de agir e pensar.

A homossexualidade é uma dessas questões que nos dá medo, talvez porque ela coloque em risco a nossa idealização do “ser” masculino e do “ser” feminino. Mas será que esse é o maior problema? Ou a grande questão é: “posso ou não ser gay, lésbica, heterossexual, ou pintar o cabelo de verde?”.

É incrível como, estando no século 21, pessoas tidas como representantes de nossa sociedade – vide o Sr. Marco Feliciano, ironicamente, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal – têm coragem de alardear, em alto e bom tom, que homossexualismo é uma “doença” e que precisa de tratamento!

Se não lutarmos pelo nosso direito à liberdade e igualdade, independente de nossa cor, raça, religião ou opção sexual, é muito fácil amanhã nós mesmos sermos a próxima vítima.

Cuidado com o vírus do preconceito e da ignorância. Ele é facilmente transmissível através de “ditadores”, da mídia, rádio, TV, Facebook, jornais ou numa simples conversa de boteco...

PS: Fico muito feliz em saber que, aqui em Marília, existe a ALGBT (Associação de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais): www.observatoriodeseguranca.org

Publicado em 04/07/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).