quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Vale tudo? Pergunte ao Górgias...

Alguém se lembra da belíssima novela ‘Vale Tudo’? Na trama, exibida na TV em 1988, a maravilhosa atriz Beatriz Segall, interpretou o personagem da vilã Odete Roitman, e o grande ator Reginaldo Faria, o papel de Marco Aurélio, também um vilão, ambos com muito poder e dinheiro. Pois bem, o momento que estamos vivendo em nossa terrinha está me lembrando muito o enredo desta novela.

Será Dilma a nossa Odete Roitman? E o Marcos Valério será o Marco Aurélio? Quem será o vilão? Quem será a próxima vítima no noticiário de amanhã?

Toda semana, aparece na mídia um novo escândalo, uma denúncia, uns jogando pedras contra os outros, além de difamações, esquemas de quadrilha, caixa dois, lóbis no planalto...

Agora temos também os “rolezinhos”, “rolezões”, manifestações 24 horas, estudantes que apanham nas ruas, a homofobia correndo solta novamente e matando muita gente, grupos anti-Copa, grupos a favor da Copa – estes ficam quietinhos!

Só para ativar um pouco nossa memória: quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa 2014, toda nossa população aplaudiu de pé! Por quê? Será que, na época, nenhum brasileiro sabia que nosso país não deveria – e nem poderia – gastar nosso dinheiro com este mega evento?

Se olharmos para tudo isso como uma mera história de ficção ou terror, fica muito interessante, uma trama bem caótica. Mas, por acaso, tudo isso é real!

Estamos, praticamente, a um mês do Carnaval e a poucos meses da Copa e, loguinho, loguinho, vêm as eleições! Que maravilha, vai ser o ano do “Caqui Louco” (os chineses afirmam que é o ano do Cavalo...).

Li esses dias sobre um filósofo chamado Górgias, nascido no ano de 483 a.C. Foi considerado um gênio da retórica em sua época, ele acreditava plenamente na persuasão da linguagem! Pela retórica, Górgias provou que a inteligência também poderia ser usada para mentir, seduzir e impressionar!

PS 1: Salve seu Górgias...
PS 2: Nada se cria... Tudo se copia...

Publicado em 30/01/2014, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Por que as borboletas voam?

Todos nós gostaríamos de viver mais de 100 anos. E, naturalmente, com o corpo e a mente em perfeito estado de saúde. Alguns fatores são fundamentais para se chegar bem aos 80 anos, como hábitos saudáveis de alimentação, cuidados físicos e constante atividade mental.

Mas não são somente estes fatores que fazem com que você viva até os 80, ou chegue até os 100 anos. Pesquisadores americanos e italianos publicaram um estudo no começo deste mês na revista Science, mostrando que 150 marcadores genéticos (variações de uma única letra no material genético, espalhadas por todos os cromossomos humanos) permitem determinar, com 77% de precisão, se uma pessoa será centenária.

Nos Estados Unidos, descobriram uma maneira de “rejuvenescer” órgãos em ratos idosos, eliminando as doenças adquiridas ao longo de suas vidas. Testes em humanos ainda demorarão um pouco a chegar, devido ao perigo de desenvolvimento de câncer durante o processo.

Bem, dá para perceber o quanto a ciência e as pessoas estão preocupadas em descobrir a fórmula mágica da longevidade! Porém, parece que esqueceram um pequeno detalhe... Viver com que qualidade de vida? As indústrias farmacêuticas criam, todos os dias, novos remédios para combater nossas doenças, as quais, coincidentemente, também aparecem cada vez mais. Será que existe algum ataque de bactérias alienígenas?

Praticamente toda a África e outros países vivem na completa miséria e sujeira. Vergonhosamente, ainda há pessoas que não conseguem sequer fazer três refeições ao dia.

Parece-me tão óbvio que a ordem dos fatores está invertida, mas, infelizmente, muitas vezes o obvio é o mais difícil de ver, ou não quer ser visto.

Vou encomendar uma pesquisa que descubra como todos os seres humanos poderiam viver com mais valor e decência em nosso planeta...

PS 1: Por que as borboletas voam?
PS 2: Se beber, não dirija, ou se dirigir, não beba?
PS 3: O valor do pensamento não está necessariamente na busca por respostas. São as boas perguntas que movem o mundo!

Publicado em 23/01/2014, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

“Era uma casa muito engraçada...”

Dizem que a nossa casa é o lugar onde vivemos! Então o nosso planeta é nossa casa. O país, a cidade em que vivemos, são nossa casa, também!

Dizem, também, que a casa é um lugar que nos abriga e nos protege do frio, da chuva, do calor... Só que, para existir uma casa, é preciso um teto, quatro paredes, água, luz, esgoto e um bom alicerce!

Bem, parece que nós, brasileiros, definitivamente vivemos em uma casa muito engraçada! A Copa 2014 vem vindo e ainda  temos menos de 50% da infraestrutura pronta, as chuvas não param e não temos nenhuma política pública para as enchentes, a seca vem, não temos irrigação, falta água no litoral durante as férias – os prefeitos da região alegam que os “turistas estão demorando muito para voltar aos seus lugares de origem”...

A população fica doente, não temos hospital, se tiver, não temos vagas, se tiver, não temos equipamento ou remédios, se tiver, não temos médicos... Precisamos chamar os cubanos?

Temos escolas, mas falta o teto, a lousa, o professor, os cadernos, livros... Mas a placa está lá, bem fixadinha em algum lugar.

São tantos itens que faltam para dizermos que moramos em uma “casa” de verdade, que não caberiam neste espaço! Além de não haver casas literalmente para a maioria da população. Ah, existe o projeto “Minha casa, minha vida”... Para descrever melhor essa nossa casa tão engraçada, lembrei-me da música lúdica, porém verdadeira, de nosso querido Vinícius de Moraes:

“Era uma casa
Muito engraçada,
Não tinha teto
Não tinha nada.
Ninguém podia
Entrar nela não,
Porque na casa
Não tinha chão.
Ninguém podia
Dormir na rede,
Porque na casa
Não tinha parede.
Ninguém podia
Fazer pipi,
Porque pinico
Não tinha ali.
Mas era feita
Com muito esmero,
Na rua dos bobos
Número zero”.

PS 1: Enquanto isso, nova lei obriga a  instalação de  simuladores em 3D nas auto-escolas, do Oiapoque ao Chuí...
PS 2: Confirmando meu endereço: Rua dos Bobos, número zero!

Publicado em 16/01/2014, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Horas, minutos, segundos...

Ano novo, vida nova! Acho que é esse o slogan da Globo. Eu já estou planejando um monte de coisas: dormir melhor, me alimentar bem, fazer caminhadas, amar mais, cuidar mais de mim e dos outros, etc... Dizem que é sempre assim: é como começar um caderno novo no primeiro dia de aula!

Aí começa o dia a dia, a rotina, o trabalho, a casa e por aí vai. E a nossa desculpa é sempre a falta de tempo! Mas que tempo o tempo tem? Pergunta meio estranha. Você já pensou que os minutos, segundos e horas nunca param de passar?

Estamos sempre atrasados ou em cima da hora. Eu ainda não entendo bem o tempo... Quanto tempo eu tenho deixado livre para mim mesma, para as coisas que eu gosto de fazer, ou mesmo para não fazer nada?

Você já brincou de bolhas de sabão? Elas são tão lindas e frágeis. Sua existência é de apenas alguns milésimos de segundo, porém a satisfação em vê-las e soprá-las é imensa. Talvez o tempo seja assim também: frágil e invisível, medido, na sua essência, pela nossa satisfação e deleite e não pelos nossos relógios, despertadores e bate-pontos escravizantes!

Os anos são apenas um sequência de milésimos de segundo que nunca param. O que se repete são as datas e horários que estipulamos ou que nossa sociedade pré-determina para nós: Ano Novo, Carnaval, Páscoa, Finados, etc, etc...

Você decide... Vai usar seu tempo – mesmo que tenha que abrir mão dele várias vezes – da maneira que você achar melhor, ou vai deixar que os outros determinem todos os minutos e segundos da sua vida?

Eu já estou planejando um monte de coisas e ainda não consegui fazer tantas outras... Que loucura!

PS 1: Aproveite o tempo que é seu! O ciclo da vida não para. As plantas nascem, crescem, envelhecem...
PS 2: Nós também!

Publicado em 09/01/2014, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).