quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O que é coronelismo?

Brasil, meu Brasil brasileiro... Hoje, o nosso país é tido, mundialmente, como um símbolo de democracia na América Latina e no mundo.

Estive no Canadá representando o Portal Terceira Idade em um encontro sobre ações governamentais e não governamentais para a pessoa idosa. Curiosamente, os canadenses elogiavam nossa democracia e se espantaram ao saber da falta de inúmeras políticas públicas nas áreas de saúde, casas para idosos, cuidados – além dos baixos salários que a maioria dos aposentados recebe no Brasil.

“Que situação a minha...”, eu pensei. Sou brasileira e, ao invés de ter orgulho de meu país, tive que ser honesta e colocar de maneira muito clara que nossa democracia e os direitos da nossa população da 3ª idade – ou de qualquer idade – não são levados a sério.

Para a maioria dos estrangeiros, a palavra coronelismo e o conceito da mesma são muito difíceis de entender – até mesmo para nós, brasileiros, onde a figura do “Coronel” faz parte apenas das estórias do Cangaço.

Então, como é possível nosso país estar nas mãos dos mesmos governantes há tantas décadas, seja no âmbito federal, estadual ou municipal? E por que é tão difícil políticas públicas básicas funcionarem no Brasil?

Quase cem anos depois, essa frase, de 1920, ainda parece verdadeira: “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

A reflexão acima foi escrita por Ayn Rand, filósofa russo-americana, judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920.

PS: Coronelismo (do Dicionário Michaelis): Influência dos coronéis na política, que confundem em sua pessoa, atribuições de caráter privativo e público.

Publicado em 24/11/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Mariana faz um ano...

Muitas Marianas devem ter completado um ano de vida! Infelizmente, não estou falando delas neste momento, mas, sim, do desastre que matou mais de 19 pessoas em Minas Gerais, espalhou 40 bilhões de litros de lama por 650 km, além de retirar centenas de ribeirinhos das suas casas e deixá-los sem sustento!

A ONU divulgou, no dia 4 de novembro, um apelo para que o governo brasileiro e as empresas envolvidas no rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), tomem medidas urgentes para conter os impactos da tragédia. Segundo o órgão, as ações tomadas até agora foram “simplesmente insuficientes”.

“Após um ano, muitas das seis milhões de pessoas afetadas continuam sofrendo. Acreditamos que seus direitos humanos não estão sendo protegidos em vários sentidos, incluindo os impactos nas comunidades indígenas e tradicionais, problemas de saúde nas comunidades ribeirinhas, o risco de subsequentes contaminações dos cursos de água ainda não recuperados, o avanço lento dos reassentamentos e da remediação legal para toda a população deslocada, e relatos de que defensores dos direitos humanos estejam sendo perseguidos por ação penal”, aponta o órgão.

O relatório, assinado por especialistas ligados a ONU, pede esclarecimentos sobre a qualidade da água, a saúde das vítimas e o destino das comunidades forçadas a abandonar suas casas. Ele aponta ainda o receio de que mais rejeitos possam atingir as regiões de jusante quando a temporada chuvosa iniciar daqui a algumas semanas.

As empresas Samarco, Vale e BHP Billiton são citadas no comunicado: “Relembramos ao governo e às empresas que um desastre dessa escala – que despejou o equivalente a 20.000 piscinas olímpicas de rejeitos – requer resposta em escala similar”.

Já a Samarco diz que “tem feitos esforços para reparar e remediar os danos causados” com o Plano de Recuperação Ambiental Integrado, entregue em agosto, que reúne ações previstas em acordo firmado junto aos governos Federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo.

PS: Queridas Marianas que completaram 1 ano de vida, espero que todas vocês possam crescer em um Brasil mais justo e digno!

Publicado em 17/11/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Bate, bate coração...

Li, em uma recente pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde), alguns dados que me deixaram preocupada. A América Latina, incluindo o Brasil, é uma das regiões de maior índice de mortes por enfarte. A pesquisa destaca que isso acontece devido ao alto índice de gorduras que se ingere, poluição, sedentarismo, tabagismo, álcool e, o mais importante, a falta de exames preventivos! Os males do coração, como tantas outras doenças, não tratados adequadamente, são, na maioria das vezes, fatais.

Haja coração, físico e emocional, para conseguirmos viver sob esta constante pressão financeira e imoral que o Brasil nos impõe, a partir do momento que nosso governo praticamente se abstém de usar o dinheiro de nossos impostos para nos oferecer todos os serviços sociais aos quais temos direito – e eles, obrigação.

Mudando um pouco de assunto... Acho que, a partir de hoje, o mundo inteiro está à beira de um enfarte! Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, uma das nações mais poderosas do planeta – o que, com certeza, vai resultar em mais e mais problemas para todos.

Um ser racista, machista, homofóbico, com um discurso enlouquecido e prepotente, agora tem o poder em suas mãos. De seu discurso fazem parte propostas como banir a entrada de muçulmanos nos EUA, construir um muro na fronteira com o México, etc., etc...

Não estou dizendo que Hillary Clinton é uma deusa ou uma santa, mas, ao menos, ela navega em mares um pouco menos insanos. Agora, é esperar pra ver no que vai dar...

E nosso coração como é que fica? Segundo os conceitos da medicina oriental, o que regula todas as nossas emoções e sentimentos é o nosso “coração emocional”. Vivendo sob constante medo, tensão e insegurança, é muito difícil mantermos um equilíbrio. Mas, como todo bom brasileiro(a) tem um enorme coração que bate forte e não desiste, vamos seguindo em frente.

PS 1: Será que o povo americano acha que Las Vegas fica em Washington?

PS 2: Ah, nosso presidente garantiu que não temos nenhum motivo para nos preocuparmos!

Publicado em 10/11/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).