quinta-feira, 28 de abril de 2011

“Mãe Terra”

Para se ter uma ideia da idade da Terra comparada com o tempo que o ser humano a habita, imagine o número de segundos que existe em um ano. Se fizermos a conta, teremos 31.536.000 segundos. Os últimos 2 segundos representam o tempo do homem sobre a face da Terra.

O planeta se formou, amadureceu e, nos primórdios, criou as condições para o desenvolvimento da vida vegetal. Depois apareceu a vida animal e, finalmente, surgiu, nos últimos instantes, o homo sapiens, o predador, a doença do planeta que, em analogia ao nosso corpo, iniciou suas atividades como uma leve gripe e se transformou, a partir do início do século XX, numa fulminante tuberculose.

A nossa “Mãe Terra” está doente, mutilada, com suas reservas destruídas ou contaminadas. Estamos nos comportando como vírus, amebas e bactérias, embora nos consideremos seres pensantes e inteligentes. Não percebemos que somos exploradores, parasitas, destruindo a nossa casa. A natureza está chamando nossa atenção com as catástrofes, comodamente designadas pela sociedade como naturais.

Se providências não forem tomadas com urgência, podemos estar à beira do extermínio da espécie humana – se isso acontecer, o meio ambiente e as outras espécies em geral agradecerão, por se sentirem aliviadas, livres de uma presença incômoda –, ou, num cenário “mais ameno”, poderemos ter um acidente de grandes dimensões, provocado pelo homem na sua busca desenfreada do poder e do consumo, como, por exemplo, uma guerra nuclear.

Se observarmos a natureza, notaremos que existe uma relação imutável entre hospedeiros e parasitas. O parasita progride e se desenvolve, enquanto o hospedeiro regride e atrofia, até que seu organismo sucumba ou reaja, expulsando o parasita. Somente a convivência harmoniosa entre ambos permitirá a subsistência dos dois. Caso isso não aconteça, um ou o outro, ou os dois, deixarão de existir.

PS: Em breve, vamos comemorar o Dia das Mães. A Terra é uma delas, também!

Publicado em 28/04/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 21 de abril de 2011

É proibido fumar...

Aproveito, hoje, para dar os parabéns, mesmo que atrasados, para nosso querido e eterno Rei, Roberto Carlos, que completou, no dia 19 de abril, 70 anos.

Nunca fui uma fã ardente do querido Rei, mas não tenho como negar sua influência em nossa música, a época da Jovem Guarda e a beleza de suas canções em várias épocas de sua carreira.

Uma das músicas, que inclusive foi capa de seu disco em 1964 e foi um estouro naquele ano, tem o título “É Proibido Fumar”. Claro que, na época, era uma música de protesto e certa rebeldia! Hoje, seria considerada “politicamente incorreta”.

Quero deixar claro que não sou a favor do cigarro, mas o que mais tem me preocupado mesmo é como os órgão públicos tem dado tanta atenção aos males do cigarro, que além de tudo é uma “droga” legalizada, e não têm dado praticamente a mínima para a questão do CRACK!

Hoje, a maior incidência de roubos, mortes e todo tipo de violência vem ocorrendo devido a esta droga mortal, extremamente viciante, alucinógena e barata!

E, o pior de tudo, como uma droga ilegal consegue chegar tão facilmente às escolas, bares, clubes, além de estar praticamente em todas as ruas das cidades? O pouco que se fala sobre o crack é sempre sobre o “pós”, ou seja, como tratar os jovens que já estão viciados, ou adultos que se tornarão usuários, e praticamente perderam sua vida, literalmente! Sem contabilizar o número de mortes que já causou!

Por ser uma droga barata, ela se alastrou mais do que a dengue ou qualquer epidemia, independente de classe social, cor ou sexo!

Será que o governo, as mídias e nós mesmos não estamos tampando o “sol com a peneira”? Talvez, dar tanta ênfase à proibição do cigarro neste momento em que o crack invadiu nosso país e nossas casas seja tão ingênuo quanto a canção que nosso Rei gravou há 47 anos!

PS1: Proibir é fácil. Conscientizar e cortar o mal pela raiz é outra estória!

PS2: Você já viu o comercial da moçada tomando “quilos” da vodka “Sminorff Ice”, e até com site de receitinhas? Isso é legal?...

Publicado em 21/04/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Páscoa: momento de reflexão...

Para a Igreja católica, é um momento de reflexão que nos possibilita avaliar se entendemos o que significou o sofrimento de Jesus Cristo. Para o comércio, é o momento de vender ovos, muitos ovos...

A entrada triunfante de Jesus em Jerusalém despertou nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começava, aí, a trama para condenar Jesus à morte.

Estimulada por esses sacerdotes, a mesma multidão que o aclamou passou a exigir de Pôncio Pilatos, governador romano da província, que condenasse Jesus à morte. Jesus, então, é crucificado. A festividade da Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo que, segundo a Bíblia, teria ocorrido três dias depois da sua crucificação.

É nesse contexto que entram os ovos. “Do túmulo sai a nova vida. O ovo sempre foi visto como símbolo da vida. De dentro, brota como vida nova. Por isso, se identifica Jesus com o ovo da Páscoa”, explica o padre Reginaldo Manzotti, responsável pela comunicação social da Cúria Metropolitana de Curitiba. “Mas é um exagero o ovo de Páscoa de chocolate. Ninguém mais se lembra ou sabe da simbologia do ovo e de Cristo”, cutuca o padre.

Segundo a tradição cristã, o ovo — no caso da galinha — era pintado e oferecido aos amigos e vizinhos para celebrar a vida. Foi no século 19, dois séculos depois do chocolate ser levado para a Europa, trazido pelos conquistadores que “fizeram a América”, que os ovos começaram a ser confeccionados com chocolate.

O domingo de Páscoa marca a passagem da morte para a vida, das trevas para a luz. Vamos lembrar e tentar praticar o que cristo já falava a 2 mil anos atrás? Caridade, fraternidade e amor ao próximo! Feliz Páscoa a todos!

PS: Faço, agora , um minuto de silencio pelas crianças que foram mortas no massacre do Realengo, pelas vítimas do Tsunami no Japão e das enchentes no Brasil e no mundo, pelos que passam, frio, fome, dor, etc, etc...

Publicado em 14/04/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Você decide...

Conhecida como Vó Pequena, Dona Pulcina, tem 103 anos e mora em uma casa modesta em Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul.

Todos os dias ela acorda cedo, faz a própria comida, gosta de caminhar e observar a natureza. “O que marcou a minha vida foi o serviço da roça, que eu nunca me esqueci até hoje. Coisa boa é trabalhar na roça”.

Ela tem memória de menina e se lembra até de quando o Zeppelin passou pela cidade. “Era uma coisa redonda, parecia que não tinha asa. . Fiquei fisgada ali, olhando, olhando, até que ele cruzou e foi para Porto Alegre. Lembro de tudo. “Faz pouco tempo.... foi há uns 75 anos”, diz.

Vó Pequena mora sozinha, mas sempre com a companhia dos filhos, que ficam admirados, com tanta independência. Questionada sobre quanto tempo Vó Pequena planeja morar sozinha, ela diz, segura: “Eu vou indo até Deus querer me cuidar. Deus está me cuidando e está junto comigo”.

Para, o doutor em biologia do envelhecimento, Emílio Jeckel, genética e estilo de vida andam juntos. “Nós temos uma herança genética, sim, mas esses genes só entram em ação ou não, dependendo dos estímulos ambientais que a gente tem. As pessoas vão viver mais quando elas conseguirem olhar para além do espelho. A pessoa é muito mais do que aquilo que ela aparenta ou daquilo que ela é fisiologicamente. Às vezes, a parte externa pode estar meio careca, mas lá dentro está muito bem”, explica.

Mais do que herança genética, somos nós que decidimos como vamos envelhecer. E não se trata de estar protegido de tudo, de viver em uma redoma, mas de fazer o melhor com o que o cotidiano oferece.

“Todo centenário tem uma coisa comum: ele sabe enfrentar as adversidades e sair inteiro delas. Não é sair ileso, mas é sair inteiro, é voltar para o prumo”, declara o médico gerontólogo Fernando Bignardi, da Unifesp.

Publicado em 07/04/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).