quinta-feira, 29 de julho de 2010

Queima de estoque!

Tenho visto em todas as lojas, shoppings, supermercados e farmácias, anúncios de liquidação com 70 a 100% de desconto em todos os produtos, queima de estoque e, ainda, tudo isso parcelado em até 30 vezes ou mais.

Sempre me pergunto: “Se é possível abaixar tanto os preços agora, porque o valor era tão alto antes?” Bem coisa do comércio e do nosso país. Acabamos aproveitando estas épocas para fazer algumas comprinhas.

Também tenho visto uma grande liquidação de políticos... Todos aparecem, nesta época, com “promoções” miraculosas, “preços” justos, promessas incríveis de um Brasil melhor, saúde para todos, escolas, moradia, empregos...

Será que também devemos aproveitar essa época para votarmos no político que oferece a melhor "promoção"? Ou é melhor ficarmos atentos a quem tem uma história política e social mais justa?

O que mais me preocupa é que, após as eleições de novembro e após o final do inverno, as promoções terminem e os preços voltem ao normal, super inflacionados! Assim como os políticos, após eleitos, esqueçam suas promessas e super ofertas e se tornem “produtos” de difícil acesso à população que os elegeu.

Sei que vivemos um momento no qual nem eu, e talvez nem você, acreditemos mais em quase nenhum partido ou político. Vamos ter que buscar, bem lá no fundo do baú, algum candidato razoável. Chega de “produtos enganosos”.

Publicado em 29/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A sabedoria de Zip

Conheci, recentemente, Zip. Soube que ele já está com 98 anos. Num primeiro momento, achei Zip uma figura mal-encarada e rabugenta. Percebi que ele sentia algumas dores musculares e que não estava enxergando muito bem.

Tentei puxar conversa de várias maneiras, quis agradá-lo, chamei-o para um passeio, mas nada acontecia, ele continuava arisco, sempre me observando. Mesmo assim, pude sentir que Zip tinha um bom coração.

Comecei a refletir sobre sua idade, e que talvez, após tantos anos de vida, ele tinha o direito de ser mais reservado.

Passei a visitá-lo diariamente e, aos poucos, ele começou a se abrir mais, mudando sua feição para um rosto mais manso, porém observador e cauteloso. Após algum tempo, consegui estabelecer uma relação de amizade, claro, respeitando seus limites.

Curiosamente, mesmo tendo uma sensação inicial de antipatia e mal-estar com seu jeito tão arisco e introvertido, percebi que ele havia adquirido uma sabedoria natural ao longo dos anos.

Pensei: “Talvez uma amizade ou uma relação sincera e de confiança realmente não possa acontecer em 24 horas ou em apenas alguns dias, mas, sim, ao longo de um período de convivência”. Também comecei a entender e aceitar melhor a ideia de respeitar o tempo e os limites do outro.

Quem sabe, se todos nós agíssemos com mais sinceridade, viveríamos em um mundo com menos “mal-entendidos”, em nosso dia a dia.

PS: Zip é um cãozinho que está com 14 anos, o que equivaleria a 98 anos para um ser humano.

Publicado em 22/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Estruturas e variáveis

Estive com uma amiga neste último final de semana. Ela é engenheira civil e está fazendo pós-graduação em Estruturas. De início eu fiquei curiosa em entender melhor o assunto. Ela mesma estava ansiosa e insegura com o tema, achando que seria difícil fazer sua tese sobre esta área da engenharia.

Muito bem, ela me disse que toda construção se baseia no cálculo estrutural e que, para esse cálculo ser feito, são necessários estudos de muitas variáveis envolvidas, como: o terreno, o clima, a região onde vai ser feita a construção, qual a sua finalidade, etc.

Depois de algumas horas, acabei fazendo uma analogia com a nossa vida. Tudo o que somos ou o que fazemos depende de nossa estrutura. Muitos de nossos valores, nosso modo de agir, ou seja, nossa formação pessoal, tem muito a ver com nossa estrutura familiar e as condições que existem à nossa volta.

O trabalho e as relações que escolhemos também acabam por serem frutos da estrutura na qual estamos inseridos. Enfim, a nossa maneira de ser e agir é resultado de muitas variáveis.

E aí vem a minha pergunta: em que estrutura estamos nos baseando em nosso dia a dia? Em que “terreno” estamos calcando nosso trabalho, nosso casamento, namoro, amigos, atitudes?...

Será que estamos avaliando as condições que nos cercam, para entendermos se estamos vivendo uma vida feliz? Ou somos, muitas vezes, apenas produto de um projeto já calculado por “alguns engenheiros”?

Publicado em 15/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Voltamos à “normalidade”...

Ouvi essa frase de muitos amigos: “Agora que o Brasil perdeu a Copa, o país vai voltar à normalidade”. Ou seja, bancos vão funcionar normalmente, o comércio não vai mais fechar no horário dos jogos e as empresa voltam a trabalhar normalmente.

Por um momento concordei. Mas, após uma pequena reflexão, me perguntei: “O que é normalidade”? Será que pegar filas em postos de saúde, falta de transporte coletivo, salários baixos, desemprego, e outras “cositas” mais, são a nossa normalidade? Ou talvez pudéssemos dizer: voltamos à nossa “anormalidade”?

Bem, também não quero ser uma estraga prazeres. Agora vem o período das férias, as “festas julinas”, época de tomar um bom quentão, comer muita pipoca, curau, pamonha e curtir as noites frias de inverno.

Já estamos na metade do ano. Alguns de vocês, leitores, talvez consigam fazer uma pequena pausa na correria do dia a dia, tirando alguns dias de férias. Um bom momento para não pensar em nada!

Mas logo em seguida, voltando à “normalidade”, vêm as eleições, a lembrança do que nos propusemos a fazer no começo do ano e do que conseguimos e não conseguimos realizar até agora.

Acho isso tudo normal. Quanto às questões sociais de nosso Brasil, continuo achando anormal do jeito que nós cidadãos vivemos.

PS: Um mais um é sempre mais que dois, dois mais dois é sempre mais que quatro. Esses cálculos não fazem parte da matemática “normal”.

Publicado em 08/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 1 de julho de 2010

E a Copa continua!

Puxa, parece até que eu virei comentarista esportiva... Mas realmente, nesta época de Copa do Mundo, é impossível não acompanhar os jogos do Brasil.

Bem, passamos na primeira fase, nas oitavas e conseguimos chegar as quartas de final. Super legal, muita alegria, festa, torcida e união.

Mesmo sendo leiga no assunto, percebi que todos os jogos que o Brasil ganhou foram muito difíceis, tensos e até mesmo me pareceu, em alguns momentos, que os jogadores estavam perdidos, como se fossem “marinheiros de primeira viajem”.

Faço, então, uma correlação entre a maneira que nossa equipe está jogando com a maneira que nós, brasileiros, vivemos. Volto a tocar em assuntos básicos, como: saúde, educação, empregos, saneamento, etc.

Temos estas instituições públicas, legalmente funcionando, mas, na prática e no uso delas, tudo parece estar por um fio. Tudo se consegue com muito sofrimento, nos “últimos minutos de cada tempo”, isso quando a sorte ajuda...

Será que tem que ser sempre assim? O Brasil vai continuar sendo um país onde tudo vai funcionar direito nas próximas eleições, no próximo ano, depois do Carnaval, etc...

Seria tão bom se pudéssemos viver com mais segurança e direitos na nossa sociedade. Assim como seria maravilhoso poder assistir a um jogo do Brasil onde pudéssemos ver um time seguro, jogando com estratégia e beleza.

PS: Vamos continuar torcendo sempre pelo Brasil. Mas será que teremos que contar sempre com a sorte? Amanhã, vamos rezar e acender muitas velas!

Publicado em 01/07/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).