quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Você já salvou uma tartaruga hoje?

June Haimoff, uma senhora britânica, hoje com 92 anos, aportou e fixou residência na praia de Istuzu, na costa da Turquia, desde o início da década de 80. Foi amor à primeira vista – mas não foi pela areia branca e sua água límpida e cristalina...

“Numa noite, eu estava passeando quando vi uma sombra no chão. Era uma tartaruga cavando o seu ninho na areia. Eu fiquei parada observando... Isso mudou a minha vida”, diz June, emocionada.

Tartarugas marinhas existem há mais de 100 milhões de anos, e viajam através dos oceanos do mundo. No entanto, lutam pela sobrevivência, em grande parte devido às ações causadas pelo homem. Preocupada com a extinção da espécie no Mediterrâneo, em parte causada pelo tráfego intenso de barcos – muitos dos quais acabam partindo o casco desses animais com as hélices de seus motores – fundou a Sociedade de Proteção às Tartarugas, junto a uma clínica que trata os animais que inspiram cuidados.

A Capitã June – como é carinhosamente chamada pela população local – desenvolveu um aparato que evita que as tartarugas tenham ferimentos graves no mar: um anel de metal acoplado aos barcos evita que as tartarugas tenham ferimentos graves com suas hélices.

Quando li sobre esta guerreira, fiquei imaginando como seria bom se todos nós fossemos uma “Capitã June”, ao invés de sermos eternamente as tartarugas... Nunca senti uma sensação tão forte, como agora, de que estamos andando a 1 km por dia, em um Brasil cheio de barcos destruindo nossos cascos...

Mas, porém, contudo, todavia... nunca é tarde para reinventar nossa história! Nada como um dia após o outro. Se uma senhora de 92 anos ainda é capaz de lutar pelos seres vivos, nós também somos!

PS 1: Talvez não possamos salvar tartarugas no nosso dia a dia... Mas podemos tentar salvar um ser humano que esteja com seu “casco quebrado”...

PS 2: Será que nossos governantes já salvaram alguma tartaruga?

PS 3: Ela é a criatura e ele o criador? Ou ambos são um só?...

Publicado em 28/01/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

“Quando eu chegar em Marte, terei 60 anos...”

Você teria coragem de entrar numa espaçonave e viajar para outro planeta? E se a viagem fosse só de ida, sem ter a oportunidade de ver novamente sua família e seus amigos? A pergunta não foi tirada de uma dessas conversas que a gente tem ao redor da mesa de jantar, como quem joga conversa fora...

Quando a ficção se torna realidade...

A corajosa – ou “maluca” como é chamada pela família – Sandra Maria Feliciano da Silva, professora e advogada rondoniense de 51 anos, inscreveu-se em um programa de colonização do planeta Marte, chamado Mars One.

O projeto, encabeçado pelo engenheiro mecânico holandês Bas Lansdorp, foi orçado em 6 bilhões de dólares, e convocou candidatos do mundo inteiro que estariam dispostos a ganhar uma passagem só de ida para o planeta vermelho.

Ainda não há tecnologia para que os inscritos retornem, mas, mesmo cientes, cerca de 200 mil pessoas estão concorrendo às 24 vagas finais – e Sandra é uma delas. A proposta é enviar seis grupos com quatro pessoas a cada seis anos e, mesmo tendo conhecimento de que enfrentarão temperaturas baixíssimas – que vão de -143°C (no inverno) para máximos de até 35°C (no verão equatorial) – e risco de morte, os candidatos parecem manter-se firmes à decisão.

60 anos na data da decolagem

“E se não der certo?”. Entre risos, Sandra apenas diz: “Se não der, tento de novo”. O primeiro grupo está previsto para embarcar em 2024 e, caso Sandra seja uma das finalistas, terá 60 anos nessa data.

Mesmo sendo alvo de críticas e ceticismo na comunidade científica, a professora e advogada, nascida em Bauru, diz confiar no Projeto Mars One. “Os fornecedores do projeto são os mesmos da NASA. Então, não vejo porque não daria certo para o Mars One”, afirma.

Se for realmente selecionada dentre os 24 finalistas, Sandra terá que percorrer um longo caminho de treinamentos, mas se demonstra confiante. “A briga vai ser intensa porque todos os candidatos para esse projeto são muito fortes. Eu, inclusive”, completa.

PS 1: E você, iria?
PS 2: Será que tem Lava Jato em Marte?

Publicado em 21/01/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Pobre Mariana, Maria, João, José...

Mariana (MG) está na lama... O rompimento da barragem que devastou a região provocou um desastre ambiental que já chegou ao litoral do Espírito Santo. Centenas de pessoas desabrigadas, sem casa, sem trabalho, sem um lar, sem dignidade alguma!

Fico ouvindo no rádio, e vendo na TV, vários comerciais falando sobre sustentabilidade, cidadania, “país rico é pais sem pobreza”, “pátria educadora”... O que significa tudo isso? Cadê a cidadania? Somos sustentáveis? Temos uma pátria educadora?

Por que nossos governantes inventam slogans e querem nos passar uma realidade que não existe? Até quando vamos viver no mundo de “Alice no país das maravilhas”?

Sei que não sei como responder estas perguntas... Mas isso não impede, a mim nem a ninguém, de fazê-las e tentarmos fazer algo para acabar com esta situação insustentável!

Pobre Mariana, pobres de todos nós que vivemos em um país que é tão rico – porém, com governantes tão pobres de caráter e espírito. O Brasil nunca olhou para seus cidadãos desde seu “achamento”, e continua não investindo todo o enorme montante de nossos bens para nós, brasileiros.

Começamos o ano com inflação alta, desemprego, instabilidade econômica, medo de comprar, viajar, medo de viver! Os investidores e grandes empresas mandando milhares de pessoas embora. Mas tem algo estranho nisso tudo... Há pouco menos de um ano, éramos o país dito emergente que estava dando certo. A classe C tendo acesso a eletrodomésticos, casas, saúde, escola... Bem, pelo menos era isso o que a TV, os jornais e os governantes diziam o tempo todo!

Será que era tudo mentira? È possível que nossa situação socioeconômica mude da água para o vinho assim, sem mais nem menos? Será que é só Mariana que está na Lama?

Muito calor, muito frio, muito rico, muito pobre, muita comida, muita fome... As férias estão acabando, daqui a pouco vem o Carnaval, mais uma semana de sonhos, “Globeleza”, festa, mulatas, cerveja, cerveja, cerveja...

PS 1: País rico é pais com história e conhecimento da mesma!
PS 2: País sem pobreza é país com cidadania e a tal da sustentabilidade...

Publicado em 14/01/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Nada como não fazer nada...

Terminaram os compromissos com as festas de fim de ano, os telefonemas de congratulações, as idas ao correio ou a internet para enviar cartões e presentes. Enfim, sós. Pode parecer estranho, mas é bem possível que você esteja se perguntando: “O que é que eu faço agora?...”

Mais estranho ainda pode parecer a minha sugestão: não faça nada. Ou melhor, faça tudo o que você quiser. Durante o ano inteiro, estamos preocupados com os nossos deveres e obrigações com a escola, o trabalho, cursos de inglês, informática, filhos, casa, enfim, dá pra encher a agenda e ainda vão ficar faltando páginas em branco.

Se você tem a sorte de estar de férias e com o tempo inteirinho só prá curtir e relaxar, aproveite pra pensar: “O que é que eu realmente quero fazer hoje?” Experimente fazer as coisas com prazer, não importa o que, desde tirar uma soneca, ler um gibi, ouvir aquele CD que você nunca consegue, fazer um curso de gastronomia, assistir filmes o dia inteiro, nadar no rio, fazer uma boa caminhada, ou até mesmo não fazer nada!

Caso você não esteja de férias, aproveite para repensar o que você está fazendo no seu dia a dia! Vivemos ligados no automático... Achamos que somos donos de nossas vontades e de nosso tempo, mas, infelizmente, não é bem assim...

Experimente vestir uma roupa que você realmente gosta e nunca teve coragem de usar, cortar o cabelo ou deixá-lo crescer, falar com seu chefe, esposa, namorada, pai, filhos, dormir e acordar em horários diferentes e um monte de outras coisas que der na sua cabeça.

Vale tudo! O mais importante é lembrar de curtir todos os momentos de nossa vida – sem culpas e sem medos.

Com certeza, dá pra viver assim o ano inteiro, afinal, não é só nas férias que “a vida é bela”. Faça tudo, todo o tempo, com prazer!

PS 1: Se não conseguir achar prazer no que faz, pense melhor no que está fazendo ou deixando de fazer.

PS 2: Se quiser ler um livro sobre o assunto, aí vai uma dica: “O Ócio Criativo”, de Domenico De Masi (Ed. Sextante).

Publicado em 07/01/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).