quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2012: a última fronteira?

Você acredita que o mundo irá acabar em 21/12/2012? Já fiz até uma enquete para você votar e brincar com seus amigos:

( ) Desastres naturais irão acabar com a vida na Terra por causa de sua interferência no clima
( ) Um alinhamento do sistema solar com o centro da galáxia destruirá o planeta
( ) Um asteróide irá se chocar com a Terra, extinguindo a humanidade
( ) Haverá apenas uma renovação espiritual e comportamental do ser humano
( ) A previsão Maia é apenas uma superstição e nada vai ocorrer com o planeta nesta data

Bem, seja qual for a sua opção, acredito que a principal questão é como vivemos em 2011 e como pretendemos viver em 2012. Afinal, mesmo que o mundo acabe, temos ainda um ano inteirinho pela frente!

Vasculhei meus arquivos para dar uma olhadinha no que escrevi em 2010, quando estávamos chegando em 2011 e, ironicamente, vi que, infelizmente, eu poderia escrever praticamente sobre as mesmas questões, pois poucas delas mudaram...

Vou citar um dos parágrafos que escrevi em dezembro de 2010: “Mesmo com as últimas gafes de final de ano cometidas por nossos parlamentares, que se deram um ajuste de mais de 65% em seu salário (numa votação mais rápida que o trem-bala), mesmo com as contínuas cobranças indevidas, como taxas de lixo e aumento de IPTU, superfaturamento de obras públicas (e mesmo a falta delas), falta de esgoto e água encanada, escolas, saúde, etc., ainda assim, quero acreditar que Papai Noel existe!”

Aí é que eu me pergunto: Por que nos preocuparmos tanto se em 2012 o mundo vai acabar, ao invés de nos preocuparmos mesmo com a falta de mudanças fundamentais para a sobrevivência de todo ser humano? Será que o mundo já está acabando e não sabíamos? Ou será que 2012 é mais uma chance para refletir sobre como vivemos e mudar o rumo de nossa história?

Desejo a todos os leitores da minha coluna um feliz Ano Novo! Nos vemos em 2012!

PS: “O melhor lugar do mundo é aqui e agora” - Gilberto Gil.

Publicado em 29/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Cadê meu presente?

Estudo realizado nos Estados Unidos com quase 16 mil pessoas comprova que, mesmo tardia, a mudança de hábitos pode trazer muitos benefícios à saúde física e mental.

Consumir cinco porções diárias de frutas, verduras e legumes, exercitar-se pelo menos duas horas e meia por semana, manter um peso adequado e não fumar pode diminuir o risco de problemas cardíacos e o risco de morte, mesmo para quem fez mudanças recentes.

Porém, a mudança de hábitos mentais também é importante. Vem chegando mais um Natal e, com ele, o velho hábito e a necessidade de comprar e ganhar muitos presentes!

Claro que todos nós gostamos de receber um presentinho, mas quando chegamos ao ponto de usar praticamente todo o mês de dezembro pensando em ir ao shopping, às lojas ou ao supermercado para comprar tudo o que pudermos para agradar nossos amigos, familiares e nossos filhos, que não param de perguntar: “cadê meu presente?” até a meia-noite do dia 24, alguma coisa parece estar fora de controle...

“Cadê meu abraço ou meu beijo?” Esta seria uma linda pergunta para fazer ou ouvir, em especial nesta época do ano. Tenho saído às ruas e visto centenas de pessoas se “esgoelando” no trânsito e em filas de ônibus, cheias de pacotes e sacolas, gritando com seus filhos para ficarem quietos, vendedores nas portas das lojas “intimando” os transeuntes para entrar...

Bem, neste sábado, finalmente estaremos fazendo a Ceia de Natal. Alguns sozinhos, outros cheios de familiares, algumas casas estarão lotadas de presentes, outras talvez não. Só que, como não mudamos nossos hábitos, infelizmente muitas pessoas vão estar medindo a felicidade de seu Natal pelo tanto que vão ganhar ou comer. Que pena!

É sempre bom lembrar que esta data comemora o nascimento de Jesus. E o que ele mais pregou foi a humildade, a caridade e o amor ao próximo. Dizem que “o hábito faz o monge “...

Desejo um Feliz Natal a todos os leitores de minha coluna, com muito amor, paz e humildade em seus corações.

Publicado em 22/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um Brasil menos branco...

Segundo o levantamento do último Censo Demográfico 2010, apresentado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em abril deste ano, de 1990 para cá, o número de homens em relação ao de mulheres aumentou, a população brasileira envelheceu... E ficou menos branca...

Sim, isso mesmo... Menos da metade da população se declarou branca na pesquisa. É a primeira vez que isso acontece desde que o censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.

Ao todo, 91.051.646 habitantes se dizem brancos, enquanto outros 99.697.545 se declaram pretos, pardos, amarelos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação a 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi também a única categoria que diminuiu de tamanho em relação ao Censo 2000.

Por outro lado, em dez anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira. O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões). No Censo 2000, apenas 0,45% (761,5 mil) se classificavam assim. Em dez anos, o número de amarelos superou o de indígenas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.

Bem, uma coisa fica muito evidente nesse levantamento: o Brasil é um país onde não podemos aceitar o racismo – velado, porém presente. Somos uma nação construída a partir de muitas “misturas”, uma delas, como sabemos, a partir dos milhares de escravos trazidos para cá em séculos passados. Todos nós somos o resultado da miscigenação de negros, orientais e índios, sem falar das dezenas de culturas que aqui vieram e moldam o nosso País: italianos, portugueses, japoneses, entre outras.

PS. Você já ouviu falar que a “mãe” da espécie humana era uma mulher – curiosamente chamada de Eva – e que vivia na África, há aproximadamente 140 mil anos atrás?

Publicado em 15/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Papais e Mamães Noéis

O Natal está chegando! E, nessa época do ano, somos inundados por centenas de campanhas de solidariedade de todos os tipos, com foco em vários segmentos da nossa sociedade, e que, naturalmente, necessitam de ajuda: crianças carentes, pessoas desabrigadas ou sem lar, pessoas com deficiências, entre outras.

Mas pouca gente se lembra das pessoas mais importantes na nossa vida, que nos cuidaram desde nossa infância, nos educaram e, com seu amor e carinho incondicionais, nos possibilitaram viver, sonhar, trabalhar e criar nossas próprias famílias: os idosos.

O Brasil está envelhecendo, e isto é uma realidade. Mas, infelizmente, nem todas as pessoas que chegam à 3ª idade em nosso país têm condições, sejam físicas, mentais ou sociais, de poderem se cuidar, com qualidade, nessa fase tão delicada da vida. Alguns têm condições de recorrer a instituições que cuidam de idosos – na maioria das vezes, muito caras –, e são poucos os que podem contratar o serviço de cuidadores pagos.

Mas ainda bem que existem pessoas que se colocam a disposição, voluntariamente, para cuidar de quem precisa e não pode arcar com as despesas de um cuidador particular.

Todos nós temos um vizinho, um amigo, um parente, ou mesmo alguém que não conhecemos que precisa de nossa ajuda. Que tal doarmos algumas horas do nosso dia para quem precisa?

Vale ressaltar que é bom e faz bem ajudar alguém no Natal... Mas por que não fazer isso o ano inteiro? Se você pode doar um pouquinho do seu tempo a quem precisa, torne-se você também um(a) Papai(Mamãe) Noel! O Portal Terceira Idade, disponível no endereço www.portalterceiraidade.org.br, disponibiliza um mural de cuidadores que conta com centenas de voluntários em todo o País. Aproveite e inclua o seu nome na lista neste Natal!

Lembre-se: eles fizeram muito por nós e, agora, precisam de nossa ajuda. O seu trabalho é voluntário, mas o pagamento é o lindo e carinhoso sorriso que você verá estampado no rosto de quem você visitou.

Publicado em 08/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desigualdade: sinônimo de...

Conforme estudos da Fundação Seade, existem mais de 2 milhões de jovens entre 18 e 24 anos que estão fora da escola, só no estado de São Paulo. Vivemos uma realidade cada vez mais estranha, onde milhares de pessoas continuam praticamente semi-analfabetas em um mundo onde, até para ser faxineiro ou office-boy, pedem o diploma do segundo grau! Infelizmente, existe uma legião de brasileiros desempregados ou, então, muito mal empregados.

Mas que estória é essa? Vivemos na era do computador, das viagens espaciais, da clonagem, robôs inteligentes... Afinal, que mundo é esse? Um mundo cada vez mais desigual, o que gera uma camada da sociedade que se autodenomina elite e os outros são simplesmente “outros”. Tal desigualdade só pode gerar violência, miséria, doenças físicas e mentais, além do aumento do consumo e venda de drogas, álcool, etc...

Li, recentemente, uma matéria sobre a visita ao Brasil do filósofo inglês Alain de Botton. Em sua passagem rápida pelo Brasil, ele comentou: “São Paulo é a visão do inferno. A desigualdade vista aqui é algo extremo”.

Claro que não precisaríamos ouvir frases assim, ainda mais vindas de um estrangeiro. Mas, infelizmente, são verdadeiras. Não só São Paulo, como o Brasil inteiro, em especial as regiões mais distantes, são um retrato fiel da época da monarquia, quando os reis e rainhas se esbaldavam de tanto fazer nada, comer e beber em suas cortes, enquanto seus súditos dormiam nas ruas, comiam restos e, quando muito, conseguiam um emprego de faxineiro ou dama da corte.

Dizem os “experts” em economia que o Brasil mudou. Temos, agora, a classe emergente. Até as Casas Bahia estão abrindo lojas na favela da Rocinha, todos estão consumindo! E quem disse que comprar tablets ou TVs de 50 polegadas em dez vezes “sem juros” é sinônimo de igualdade?

PS: Desculpem se fui um pouco áspera nesta coluna. É que tenho certeza que o Brasil tem tudo para ser um país de igualdades verdadeiras!

Publicado em 01/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Anjos existem!

Alveiro Vargas tinha apenas 9 anos de idade quando resolveu mudar a vida dos mais velhos, em sua cidade natal, Bucamaranga, na Colômbia. Sem recursos e por conta própria, ele organizou seus amigos, também crianças, da favela onde morava e passou a levar cuidados, amor e carinho aos idosos.

Os velhinhos o chamavam de “angelito” (anjinho). Ele e mais 12 crianças visitavam idosos, de barraco em barraco, para levar comida e fazer a limpeza. Alveiro não teve tempo para brincar com as crianças de sua idade. Fazia suas visitas desde que saia da escola até as 11 da noite.

“O nosso bairro e as pessoas da 3ª idade estão muito abandonados pelas instituições, pelo governo, pela prefeitura. Aqui tem muita pobreza. Em época de eleição, os políticos vêm aqui dizendo que vão ajudar e, depois que passa a eleição, adeus promessas”, criticou Alveiro.

Um documentário de TV, na época, mostrando suas iniciativas, chegou até a França, onde despertou uma onda de doações. Bucamaranga recebeu 500 mil francos. Mas o valor não era suficiente para construir o asilo e mantê-lo em funcionamento. Ele chegou a ter contato com a primeira-dama da Colômbia e com o Governador local, o que frustrou mais ainda suas expectativas, pois as promessas feitas não foram cumpridas.

Após uma doação de mais 300 mil francos da França para os “anjos”, Alveiro pôde, finalmente, construir o seu sonho. Hoje, aos pés da favela onde morava, o asilo “Cantinho da França” tem 140 leitos, 4.000 metros quadrados e um grande jardim.

Parte do sonho do pequeno “angelito”, agora com 20 anos, se realizou. Mas ele sabe que ainda há muito a fazer. “Gostaria de estudar medicina, mas acho que, como advogado, poderei defender e tentar garantir cada vez mais os direitos da 3ª idade”, afirma.

PS: O mundo está repleto de anjos como Alveiro. Cabe a cada um de nós percebermos onde eles estão e trabalhar juntos com eles. Talvez você tenha um “angelito” dentro de sua própria casa!

Publicado em 24/11/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Alívio imediato...

Dor de cabeça, resfriado, stress, espinhas, obesidade? Não se preocupe! Vá até a farmácia mais próxima e, rapidinho, você vai achar um coquetel de soluções imediatas.

As “drugstores” estão tão moderninhas que já têm o sistema “self service”. É só pegar sua cestinha e ir colocando todos os produtos expostos nas prateleiras: aspirina, vitamina C, balinhas coloridas pra dores de garganta, promoções de xarope, vitaminas de todos os tipos e tamanhos.

Legal, num piscar de olhos todos os males vão passar e até aproveitamos pra dar uma voltinha. E quem garante que eles não vão voltar tão rápido quanto foram embora? Também tem o alívio imediato pós-expediente, pós-briga com a namorada ou marido: uma cervejinha no boteco da esquina, uma caipirinha...

Num primeiro momento, tudo parece normal. Afinal, vivemos numa sociedade rápida e imediatista, que tem como uma de suas bandeiras principais o bem-estar e o prazer imediato. Drogas como o álcool, o cigarro, a aspirina, os Red Bulls, são vendidas livremente e com um “super marketing”, já que o mais importante é aparentar estar sempre bem.

Tudo acaba ficando meio confuso. Mas pense bem antes de buscar qualquer forma de alívio rápido, especialmente se depender de alguma química!

Tentar buscar interiormente a causa de nossas dores físicas ou emocionais não é fácil! Observar melhor a nós mesmos, conversar com nossos amigos e parceiros e buscar a causa real de nosso desconforto acho que já é um bom começo.

Parece até que eu virei zen budista! Mas não é esse o caso. Apenas comecei a observar como, sempre que surge um problema, a primeira coisa que fazemos é procurar um elixir mágico, com ou sem bula.

PS 1: A última vez que fui à farmácia comprar um shampoo, recebi aquele cuponzinho cheio de promoções... Mas, felizmente, consegui resistir!

PS 2: Neste último feriado, aproveitei para pensar na beleza da vida...

Publicado em 17/11/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Fora de foco

No dia 15 de novembro, estaremos comemorando mais um ano da Proclamação de nossa República!

Brasil, ano 2011: temos a felicidade de estar inseridos na política da globalização e até emprestar dinheiro para o FMI!

Será que existem dois Brasis? Um rico e próspero e, outro, pobre e cheio de problemas que vão desde a falta de esgoto e encanamento para milhares de cidadãos, filas imensas em postos de saúde do INSS – sem contar a falta de médicos e infra-estrutura básica –, analfabetismo, miséria, entre outras “cositas mais”.

Desde o “achamento” do Brasil até hoje, parece que poucas coisas mudaram. Os portugueses se encantaram com os índios e as índias, com o pau-brasil, nossas especiarias, a terra fértil e a facilidade de adquirir tudo e todos que aqui estavam através da violência e do aculturamento.

Passado algum tempo, os índios se rebelaram, porém isso não foi motivo para que os colonizadores desistissem de seus objetivos predatórios e inescrupulosos.

Trouxeram, então, os negros como mão de obra escrava, utilizando os meios mais bizarros possíveis e imagináveis para com eles.

Passado mais um tempo, precisaram de uma mão de obra mais qualificada para o plantio do café. Então trouxeram os imigrantes italianos, cativados pelas promessas, nem sempre verdadeiras, de ganharem terras.

Já na era industrial, chegaram novos “colonizadores”, europeus e americanos, levando nossa borracha, madeira, minérios e grande parte da Amazônia.

E assim caminha a humanidade... Hoje, o Brasil continua vendendo suas terras para australianos criarem gado, espanhóis fazerem condomínios de luxo, chineses construírem fábricas de computadores, além de nossos próprios “coronéis” serem os únicos a conseguir plantar em terras áridas do Nordeste – que se tornam férteis num passe de mágica!

Não quero parecer uma pessoa extremamente crítica, mas através de qual lente estamos vendo o nosso país? Alguma coisa parece estar fora de foco!

PS: Preciso ir ao oculista.

Publicado em 10/11/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Salve o ser humano!

Nunca vi tantas matérias e tanto alarde sobre o “fim do mundo em 12/12/2012”. Previsão Maia, Asteca, astrológica, ou mesmo científica: qual é a diferença?

Será possível acreditar que o mundo vai acabar em um dia? Ou em um determinado ano? Ou talvez ninguém queira perceber que todos os dias, há centenas de anos, nós estamos acabando com o planeta e com todos os seres vivos que o habitam?

Alguém se lembra que o ano de 2010 começou sacudindo o planeta? Nos primeiros dezenove dias do ano, ocorreram terremotos no Haiti, Argentina, Papua, Nova Guiné, Irã, Guatemala, El Salvador e no Chile. Pois bem, estávamos no início de 2011.

O Japão também sofreu, neste ano, um dos piores desastres de sua história: um grande tsunami, acompanhado de terremotos e, como consequência, a explosão de uma grande usina nuclear local.

Terremotos têm demonstrado sua força há séculos. Em 1755, um terremoto destruiu quase completamente a cidade de Lisboa. O sismo foi seguido de um tsunami. No século passado, em 1964, aconteceu o maior terremoto do mundo, no Alasca.

Não sou acadêmica da área ambiental, mas posso supor que, com todo o conhecimento científico que temos hoje, um dos grandes vilões de todas essas tragédias é a nossa ganância, colocando sempre à frente os lucros gerados por usinas nucleares, petróleo, desmatamentos e, principalmente, a falta de investimento na prevenção destas catástrofes.

Bem, na fome, miséria, doenças do século passado e retrasado, que ainda, vergonhosamente, existem em nosso planeta, pouco se fala. O grande slogan do momento é “Salve o planeta!”. Que tal criarmos uma nova onda? “Salve o ser humano!”

PS: O ser humano tem se colocado em perigo e maltratado a si mesmo, ao próximo e à nossa mãe Terra desde o momento em que, como dizem, se tornou um “ser racional e pensante”... Todos os dias podem ser 12/12/ 2012. Tome uma atitude hoje! Nós somos o planeta!

Publicado em 27/10/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Brincar de Amarelinha...

No dia 12 de outubro comemorou-se o Dia da Criança – feliz coincidência com o mês da terceira idade. E, no mês da criança, nada melhor do que falar um pouco sobre as brincadeiras da infância e como elas surgiram.

Não se conhece a origem, seus criadores são anônimos. Sabe-se apenas que são provenientes de práticas abandonadas por adultos, de fragmentos de romances, poesias, mitos e rituais religiosos.

Como é bom reviver esses jogos, recordar as brincadeiras e os brinquedos daquela época e também lembrar de um tempo onde o mais importante não era o produto final: o brinquedo pronto e acabado.

Por exemplo, na brincadeira “Vamos brincar de casinha”, o que parecia-nos mais interessante era procurar objetos para arrumar a casinha, onde expressávamos toda nossa criatividade. “Pular corda” exigia mais de uma criança na atividade, daí a formação dos grupos e, assim, íamos experimentando todas essas brincadeiras.

O aprendizado desses costumes fortaleceu a sociabilidade e estimulou a liberdade. Algumas brincadeiras resistiram ao tempo e continuam iguais: “Amarelinha”, “Cabra Cega”, “Passa Anel”, “Cabo de Guerra”, “Pião”, “Cinco Marias”, “Esconde Esconde”, entre tantas outras.

Sei que pode parecer saudosismo, mas acho que lembrar como brincávamos e o os brinquedos que na maioria das vezes nós mesmos manufaturávamos com um pedaço de cabo de vassoura, um copo, uma linha de costura, ou mesmo um papelão, nos leva a um olhar mais profundo de como estamos educando nossos filhos hoje. Que infância estamos lhes proporcionando ao comprarmos “brinquedos higtech”, super automatizados que fazem tudo sozinhos e criam uma criança passiva e solitária?

Mas tudo bem, nunca é tarde para despertamos a criança que está dento de nós e de nossos filhos.

PS: Que tal montar alguns barquinhos de papel e soltá-los no lago com as crianças neste fim de semana?

Publicado em 20/10/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Adote esta atitude!

Bem, mesmo tendo comemorado a data do 1º de outubro, Dia Nacional e Internacional do Idoso, é preciso lembrar e agir para que a violência contra a pessoa idosa seja combatida e exposta nas mídias e na sociedade como um fato real e que, infelizmente, faz parte de nosso cotidiano.

Hoje, mais de 21 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais. É inconcebível aceitar a violência, não só física como também psicológica, que acomete idosos de todas as classes sociais. Na maioria das vezes, a agressão vem de pessoas da própria família ou próximas ao idoso. O abandono nos asilos, a falta de carinho, a pressão psicológica e o descaso também são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas.

O abuso é geralmente praticado por pessoas nas quais os idosos depositam confiança: familiares, vizinhos, cuidadores, funcionários de banco, médicos, advogados, etc.

No Brasil, 65% dos idosos consideram maus-tratos a forma preconceituosa e o descaso que existe por parte da sociedade e dos governantes: as baixas aposentadorias, o desrespeito que sofrem no transporte público, a falta de leitos hospitalares para idosos, entre tantas outras coisas.

A Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República lançou em dezembro de 2005 o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa. No documento, são expressas as competências e ações dos Ministérios e a co-responsabilização dos estados e municípios no desenvolvimento de ações para o enfrentamento da violência a pessoa idosa no território nacional.

Sabemos que, mesmo assim, ainda existe um caminho longo para extirpar este mal de nossa sociedade. Para uma ação prática e imediata, o Portal Terceira Idade criou a Campanha “Diga não à violência contra a pessoa idosa”, um canal direto com advogados e especialistas na área, no qual você pode fazer uma denúncia e, se preferir, manter seu anonimato.

Adote esta atitude! Combata e denuncie a violência contra a pessoa idosa.

Publicado em 06/10/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Klínica da Alegria

Conheci, recentemente, um grupo que traz alegria não só às crianças, mas, também, a muitos adultos e, o mais importante, nos momentos mais difíceis de nossas vidas, quando estamos doentes e hospitalizados.

A Klínica da Alegria surgiu em 2006, quando um grupo de amigos decidiu fazer uma visita de Natal a hospitais, sem maiores pretensões. Depois da publicidade gerada pela visita, diversas pessoas procuraram integrar-se ao trabalho, o que exigiu esforços do grupo inicial, no sentido de ampliar o trabalho, dada sua relevância para a sociedade.

Assim, no ano de 2007, novos voluntários aderiram ao projeto, dando continuidade às visitas aos hospitais e também em orfanatos e favelas. O grupo ganhou, então, seu nome: o “K” de Klínica indica sua derivação do grego “klinos”, que significa inclinar-se ao outro. Em todas as visitas, os Klínicos da Alegria utilizam como estratégia o humor, caracterizado por roupas de palhaços e brincadeiras. Como sinal de mudança da realidade encontrada, cada pessoa visitada recebe um brinquedo.

Todo este trabalho teve prosseguimento em 2008, quando o grupo começou a delimitar melhor seus objetivos, visando, através da arte, modificar e humanizar os hospitais, ambientes institucionais tantas vezes hierárquicos e hostis aos internos. O grupo se tornou uma associação sem fins lucrativos em 2009. Hoje, são 49 associados, levando alegria e amor aos hospitais.

Pessoas que fazem um trabalho voluntário como este tornam possível acreditarmos em um mundo mais solidário e humano. Já que vivemos em um país que torna nosso dia a dia tão difícil e nos proporciona tão poucos direitos a todas as necessidades básicas de seus cidadãos, vamos incentivar, participar e divulgar cada vez mais essas iniciativas!

PS: Se você quiser participar do grupo, ou ajudar a associação fazendo doações de brinquedos, entre em contato com a Klínica da Alegria através do e-mail klinicadaalegria@hotmail.com.

Publicado em 29/09/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

“Ensina-me a Viver”

No último dia 9 de setembro, o Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, fechado por quase um ano para reformas, reabriu suas portas com uma peça que faz jus à sua importância cultural na cidade.

A convite da produção, assisti à reestreia de “Ensina-me a Viver”, que tem Glória Menezes, 76 anos, no papel principal. A peça, que nos últimos quatro anos já foi vista por aproximadamente 500 mil pessoas em mais de 400 apresentações, é inspirada no filme “Harold & Maude”, de 1971, dirigido por Hal Ashby.

Na história, Glória faz o papel da quase octogenária Maude, uma apaixonada pela vida que ajuda a mostrar ao jovem melancólico e deprimente Harold (Arlindo Lopes) a beleza da arte de viver. Desta bela e improvável amizade, nasce um romance apaixonado, mesmo com a enorme diferença de idade.

Para quem viu o filme – eu assisti ao filme nos anos 80 – a semelhança da montagem é realmente incrível. As cenas em que Harold finge se suicidar, tanto para assustar sua mãe, como para afugentar as pretendentes a namoradas que sua mãe encomenda numa agência de relacionamentos, são hilariantes.

Para Glória Menezes, o fator etário não tem nada a ver com paixão. “É uma história de um homem com uma mulher. A idade não conta, não influencia neste drama. É apenas a história de uma mulher amante da vida que consegue fazer um rapaz tremendamente infeliz se apaixonar. Acho que no amor não tem essa de idade”, enfatiza.

Bem, além do fato de Glória ser uma atriz incrível, tanto no palco como na TV, a questão de ela ter escolhido um tema como este que, infelizmente, ainda gera tantas polêmicas no XXI, me encantou mais ainda. Através desta história, ela reforça que o amor não tem idade, mas, sim, coração e muita compreensão. Parabéns, Glória!

PS: A peça “Ensina-me a Viver” vai estar em cartaz até o mês de novembro. Se você tiver a oportunidade de ir à São Paulo, não perca!

Publicado em 22/09/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ler ou não ler?

Você se lembra de como se sentiu quando leu pela primeira vez? É bem provável que não, parece até que já nascemos lendo! Mas, com certeza, deve ter sido um momento mágico.

Claro que existem leituras necessárias e importantes para o nosso dia a dia, mas será que você já experimentou escolher um assunto do seu gosto e, então, passar em uma livraria, um sebo ou uma banca de jornais e comprar um livro, uma revista ou mesmo um gibi? Gostar de ler não significa apenas ler clássicos da literatura, poesias ou obras primas. O importante é escolher um tema que você gosta e tem interesse.

De repente, você pode até se tornar um(a) leitor(a) insaciável, já que existe uma infinidade de obras e autores. É bom perceber que, quando você está lendo, você tem toda a liberdade do mundo de imaginar e criar o cenário da história, os personagens e até as cores e o cheiro das imagens que lhe vierem à cabeça.

Então, aproveite! Você vai descobrir quantos mundos diferentes existem por aí nas prateleiras de uma livraria, em um sebo, na internet ou até na sua própria estante.

Aproveitando o assunto, não deixe de visitar a 3ª Feira do Livro, uma iniciativa do Colégio Cristo Rei. A feira, que acontece entre os dias 15 e 17 deste mês, nas instalações do colégio, terá uma programação intensa e cheia de novidades na área da literatura, teatro, música e poesia.

Para chamar atenção da população e provocar reflexão sobre a inclusão e a acessibilidade, a Feira do Livro terá um estande para expor todos os recursos, equipamentos e tecnologias assistivas que sustentam o trabalho cotidiano de pessoas com deficiência: livros adaptados em Braille e em tipos ampliados, softwares com sintetizador de voz, jogos e materiais pedagógicos para deficientes intelectuais, entre outros.

Você vai poder, também, participar de uma experiência única: a instalação ‘Corredor Sensorial’, que proporcionará aos visitantes a oportunidade de experimentar a vida e o mundo de uma forma bem diferente e divertida.

Publicado em 15/09/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pão e circo

O Brasil é um dos países onde mais se assiste televisão no mundo. Bem, quantidade nem sempre é sinônimo de qualidade e, infelizmente, neste caso essa frase é verdadeira.

Vivemos num país pobre, onde, dificilmente, as pessoas têm condições para comprar um livro, ir ao cinema, ao teatro ou mesmo frequentar a escola ou um curso qualquer. Então, o que nos sobra? A TV.

Toda essa conjuntura já seria suficiente para o governo e a sociedade investirem em programas de TV educativos, ou, ao menos, incentivarem as emissoras privadas a produzirem programas com mais qualidade.

Ao invés disto, as grandes emissoras estão investindo investem com toda força no bom e velho formato do entretenimento inútil e fútil. Prova disso são os “reality shows”, fórmula consagrada, presente em quase todas as estações de TV aberta, que vende facilmente a falsa ideia de conhecimento e diversão.

Mas por que “falsa” ideia de informação e conhecimento? Afinal, são feitas perguntas sobre história, geografia, ciências, cinema... Porém, tão soltas e desconexas que acabam ficando perdidas no ar, e você tão perdido quanto elas. Cenas e mais cenas de personalidades – nem sempre ricas ou famosas – aparecem na telinha, mostrando suas camas, seus armários, ou o que comem e o que bebem. E qual é o grande chamariz para atrair o público? Prêmios que vão realizar os seus sonhos: carros, casas e barras de ouro... E dinheiro, dinheiro e mais dinheiro!

Claro que a chance de poder realizar seus sonhos é importante. Mas não se iluda. Você não vai adquirir conhecimento e cultura jogando no “cassino” da próxima emissora que você zapear! Diversão e cultura são muito importantes para nossas vidas, mas não vamos deixar que nos “vendam gato por lebre”.

Quanto mais profundo o nosso conhecimento sobre algo, mais afastados estaremos das aparências, conseguindo chegar, assim, mais perto da realidade.

Publicado em 01/09/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mudança de hábitos

Estudo realizado nos Estados Unidos com quase 16 mil pessoas comprova que, mesmo tardia, a mudança de hábitos pode trazer muitos benefícios à saúde.

Anemia, hipertensão, prisão de ventre, osteoporose, diabetes, doenças cardiovasculares, perda da massa muscular (ocorre conforme envelhecemos) e a diminuição do metabolismo (mais facilidade para acumular gordura) são problemas podem ser evitados, prevenidos e melhorados com o auxílio de uma boa alimentação e atividade física.

Consumir cinco porções diárias de frutas, verduras e legumes, exercitar-se pelo menos duas horas e meia por semana, manter um peso adequado e não fumar podem diminuir o risco de problemas cardíacos e o risco de morte, mesmo para quem fez mudanças recentes.

O exercício físico, desde que prescrito e realizado corretamente, melhora a força muscular, a condição aeróbica e diminui o ritmo da perda de massa óssea.

O cigarro e o álcool são um grande fator de risco para vários problemas comuns na idade adulta e também na terceira idade, como infarto, hipertensão, envelhecimento cutâneo, câncer de pulmão e cirrose.

Preservar a saúde mental também é importante. Pesquisas na área da psicologia também mostram que aprender um novo idioma melhora a auto-estima e favorece a socialização, além de manter a memória ativa, pois, aprendendo palavras de um novo vocabulário, você estará exercitando essa função.

Um caso interessante: o comerciante aposentado Ludgero Alpendre, 79 anos, um apaixonado por música, começou cantando em um coral e depois aprendeu a tocar flauta doce. “Sentia que eu tinha uma vocação, mas não tive oportunidade de aprender quando era mais novo. Fico orgulhoso de ter aprendido nessa idade”, enfatiza.

PS: Um lembrete aos nosso governantes: a mudança de hábito vale também para nosso comportamento ético e moral!

Publicado em 25/08/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A idade certa...

Dizem que pra tudo na vida tem a hora certa. E será que pra tudo o que queremos fazer existe a “idade certa”?

Com certeza, você já viu aqueles anúncios de emprego bem simpáticos, tipo: “Precisa-se de moço(a), com idade entre 18 e 25 anos, para vendedor”, ou “Procura-se profissional de marketing com idade entre 25 e 30 anos”.

Além de outras situações, como querer ver um filme, dar um beijo, ir a um teatro, frequentar um curso, transar... Questões que, dependendo da sua idade, podem te deixar bem constrangido(a).

De repente, encaixar-se em determinadas situações fica tão difícil quanto acertar na megasena! Se você tem 15 anos, acaba querendo ter 20, se tem 25, seria melhor ter 18, se tiver 60, gostaria de ter 40... Afinal, será que nós somos apenas uma “idade”?

Claro que existem certas situações que exigem uma determinada idade para que possamos participar com mais conhecimento, ou mesmo para que possamos entendê-las melhor. Porém, não dá pra massificar tudo e todos! Você tem a sua vivência e, com certeza, tem ou teve experiências que são só suas.

Acho que, mais do que nunca, é muito importante estar atento e olhar um pouco para dentro de nós mesmos, buscando, bem lá no fundo, o que achamos que seria bom fazer na idade que temos hoje!

Atitudes e opiniões próprias sempre fazem bem. Continuar questionando tudo e todos, também. Um amigo me deu uma dica que eu achei incrível: “Canse de ouvir, antes de falar!”

Só é possível questionar, criticar e modificar as coisas que nos parecem estranhas, e muitas vezes sem lógica alguma, a partir do momento que tivermos conhecimento e diálogo.

Que tal assistir um bom desenho animado, ler um livro do Fernando Pessoa, ouvir uma sonata de Bach, baixar um MP3 que você curte e até levar aquele “papo-cabeça” com seu filho, seu pai, sua avó ou seu netinho? Todos eles talvez tenham um olhar diferente sobre a mesma questão, ou até, para sua surpresa, um olhar mais parecido do que você imagina!

PS: Acho que estou ficando velha...

Publicado em 18/08/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quem é você na rede?

Estudos realizados por psicólogos têm demonstrado que a maior parte das pessoas que se comunicam via internet através das redes sociais tem a tendência de chamar a atenção, mostrando um perfil pessoal bem diferente do que possuem na vida real. Na maioria das vezes, a pessoa acaba exagerando, seja nos seus defeitos ou nas suas qualidades.

Hoje em dia, dificilmente vamos conhecer alguém que não possua uma página pessoal no Facebook, Orkut ou em alguma outra rede social. Caso você não tenha uma, vai sentir-se um ET ou um alienado.

Realmente estamos vivendo na era da sociedade antenada, conectada 24 horas na rede, todos twittando, postando comentários, opiniões, minuto a minuto, as quais vão ser vistas por milhares de pessoas.

Parece que isso acabou se tornando um dos objetivos principais no nosso dia. Quem tem mais seguidores, você ou seu amigo? “Eu já estou com 800 pessoas como meus amigos no Facebook”, comentou meu vizinho, que praticamente não sai de casa e vive sozinho. “Sempre posto fotos de festas, viagens, falo dos meus namorados” é o comentário de uma amiga muito tímida na vida real.

Mas vamos pensar um pouco... Quando tudo isso começou, qual era a finalidade de participar das redes sociais? Bem, que eu me lembre, a ideia era fazer novos amigos em qualquer lugar do mundo, trocar experiências, conhecer pessoas afins e, se possível, encontrá-las no mundo real.

Eis que de repente nos vemos perdidos em um mundo virtual, que, por muitas vezes, acreditamos ser real, e somos capazes de ficar o dia inteiro na frente de um computador.

Eu, como jornalista, sou a primeira a achar uma maravilha todos os recursos que a internet e as redes sociais podem nos oferecer em termos de informação e interatividade. Porém, tento sempre me lembrar de usar estas ferramentas como um meio e não um fim!

PS 1: “Use a rede com moderação. Se persistirem os sintomas, procure um médico.”

PS 2: Vídeo mostra estereótipo das redes sociais. Vale a pena ver!
http://vimeo.com/22575745

Publicado em 11/08/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quanto mais idade, melhor!

“Procura-se jovem de 18 a 30 anos para executar a função de...” Esse tipo de anúncio de vaga de emprego já está mudando aos poucos!

Empresas brasileiras – e de vários outros países – começam a mudar seu jeito de pensar com relação ao perfil ideal para ocupar suas vagas de trabalho.

Elas estão percebendo que pessoas com mais idade, além do fato de estarem ávidas por conseguir emprego, também são, muitas vezes, mais aptas e competentes que candidatos mais jovens para desempenhar as qualificações do perfil que estão procurando. E isso se aplica a funções que vão de motorista e empacotador, até engenheiros, médicos ou cargos de gerência e diretoria.

Um bom exemplo de cidadania e responsabilidade social para com a 3ª idade está em Piracicaba, no interior de São Paulo. Desde o começo deste ano, uma rede de supermercados iniciou um projeto voltado à contratação de pessoas nesta faixa etária.

De acordo com Wilian Kazuo Arai, diretor administrativo de uma das lojas da rede, além da experiência acumulada, profissionais com mais idade costumam apresentar menor possibilidade de trocar de emprego. “A demanda por profissionais é crescente e temos tido dificuldade de contratar pessoas de 18 a 30 anos”, explica Arai.

“Vem sendo muito positivo mesclar as equipes com diferentes idades. As pessoas mais velhas têm um grau de comprometimento e satisfação bastante elevado, além de serem muito atenciosas”, afirma gerente Reinaldo Carlos Lucas.

A empresa oferece cargos que não exigem grande esforço físico, como, por exemplo, repositor de mercadorias, operador de caixa, empacotador, balconista, além de funções administrativas.

O Portal Terceira Idade lançou, em janeiro de 2010, a Campanha “Empregue um Idoso”. Mais de uma centena de empresas em todo o País já disponibilizaram vagas de emprego para a 3ª idade através do Mural de Empregos do Portal.

Publicado em 04/08/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 28 de julho de 2011

“Alô, alô, marciano...”

“Alô! Sim? Quem fala? Só um minuto, estou no MSN! Alô, alô! Só um segundo, me chamaram no Orkut... Alô! É você meu amor, tudo bem? Ôps, só mais um segundo, o celular está tocando... Então, querida, vamos sair? Um minutinho... Recebi um torpedo, vou dar uma olhadinha no meu Twitter... Então, vamos sair no domingo? Sei, você tá na dúvida... Só um segundinho, acabo de receber uma mensagem no meu Blog, mas tá tudo bem com você? Sei... Puxa acabei de receber um convite no Facebook, mas, então, tudo bem no domingo? Puxa vida, agora que eu ia conversar com calma, caiu a linha! Acho que vou mandar um e-mail, pra confirmar se a gente vai se encontrar mesmo...”

Uau! Que confusão... Este é só um pequeno retrato de como tem sido a nossa vida e relacionamentos nestes tempos modernos. Com a tecnologia a todo vapor, temos vários meios e aparelhos para nos comunicar e interagir, minuto a minuto, vinte e quatro horas por dia. Pode ser através de um iPad, iPhone, Smartphone, um Laptop, Palmtop, um Tablet, ou até mesmo um simples celular. E será que conseguimos falar, pesquisar ou mesmo postar algo que realmente nos interessa?

Adoro a tecnologia e acredito que hoje, mais do que nunca, todas estas possibilidades de comunicação e informação tendem a criar uma sociedade mais democrática e nos aproximar cada vez mais uns dos outros. Posso falar com alguém que está na China sem pagar nada e, ao mesmo tempo, mandar um e-mail pra Amazônia e receber um torpedo em alguns minutos. Mas, se não pararmos pra pensar um pouquinho para que e por que estamos fazendo tudo isso, caímos no risco de banalizarmos completamente nossas relações.

Bem, como acabou a bateria do meu celular, acho que vou procurar o “orelhão” mais próximo e ver se acho algum amigo em casa, pra convidá-lo para tomar um cafezinho e trocarmos algumas ideias sobre a vida e o mundo.

Publicado em 28/07/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Mestre Sabú

Recentemente, conheci aqui em Marília uma figura maravilhosa! Com um sorriso de criança estampado no rosto o tempo todo, o radialista Jurandir de Oliveira, 83 anos, ou ‘Mestre Sabú’, como é conhecido, me falou um pouco sobre o difícil início de sua carreira, sua trajetória para chegar a ser locutor oficial dos carnavais de São Paulo e o segredo para permanecer tão jovem, na mente e no corpo.

Mineiro de Itajubá, chegou a São Paulo com 13 anos de idade, em 1940. Começou lavando carros e chegou a dormir em bancos nas praças da República e da Luz, no centro da cidade. “Vim para São Paulo sem dinheiro no bolso, lugar para morar ou gente conhecida para me acolher”, relembra. O pouco que ganhava gastava em gafieiras como a Som de Cristal, uma das mais famosas na época.

Nas gafieiras, aprendeu a tocar bongô e pandeiro. Com seu bongô, conseguiu vaga na orquestra da TV Record, onde acompanhou artistas internacionais como Nat King Cole, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald e Sammy Davis Jr. Em 1958, chegou a ter o seu próprio programa de TV, o “Quanda Canta Sabú”, no canal 7 da TV Record.

Começou a transmitir o carnaval em 1978, quando as escolas ainda desfilavam na Avenida Tiradentes, no centro de São Paulo. Desde então, seu refrão “A passarela é de vocês! Arrepia, rapaziada!” abre os desfiles de carnaval no sambódromo de São Paulo.

Com muita energia e vontade de trabalhar, Sabú comanda, atualmente, um programa de TV e um de rádio em uma cidade no interior de São Paulo.

Quando lhe perguntei qual é o segredo para se manter sempre tão jovem e ativo, ele respondeu, sorrindo: “A força é tudo do 'homem lá em cima'. A gente colhe aquilo que a gente planta. Eu planto sorrisos”.

Publicado em 21/07/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A simpática “Rose”...

Vamos voltar um pouco no tempo, para a época em que, quando crianças, assistíamos ao desenho animado dos Jetsons. Lembra-se da simpática robô “Rose”, que fazia todas as tarefas domésticas da casa sozinha, bastando solicitar tudo com um simples comando de voz?

Naquela época, achávamos que essa tecnologia talvez viesse a fazer parte do nosso dia a dia num futuro distante, e que, talvez, nós não chegássemos a ver isso acontecer.

Durante a Conferência Innorobo, que aconteceu na cidade de Lyon, na França, entre os dias 23 e 25 de março deste ano, a empresa francesa Robosoft apresentou a versão real da “Rose”, o Kompai, desenvolvido para cuidar de idosos que moram sozinhos.

Ele (ou ela, como preferir) ‘aprende’ a entender seus comandos de voz após um breve ‘treinamento’ de leitura de alguns textos disponibilizados na tela do robô.

Através de um software que simula muito bem inteligência artificial, o robô passa a interagir com o seu futuro proprietário como se fosse uma pessoa, sem aquela ‘fala mecânica’, típica do que esperamos de um robô. Todas as tarefas são realizadas com auxílio de um grande monitor que fica na frente do Kompai.

O idoso pode perguntar as horas, pedir para o robô ir à cozinha, checar a lista de compras do supermercado e até entrar em contato com o geriatra responsável.

Bem, o Kompai ouve e entende, fala como se fosse uma pessoa, anda sozinho pela casa, entra em contato com os médicos cadastrados em sua memória, mas ainda não tem braços e mãos para poder realizar as tarefas domésticas mais árduas, como lavar a louça, por exemplo.

E, em minha opinião, ainda falta mais uma coisa que dificilmente a tecnologia vai conseguir produzir: os sentimentos!

Particularmente, prefiro ter uma “Rose” humana cuidando de meu pai, minha mãe, meus avós ou de mim mesma, ao invés de um robô. Nada contra... Mas, se chegarmos a um tempo em que não houver mais seres humanos cuidando uns dos outros, por favor, o último que sair apague a luz...

Publicado em 14/07/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ser modelo é...

“Ser modelo é uma carreira na qual você não tem escolha. Só o que pode fazer é se cuidar. O mercado vai me dizer até quando conseguirei trabalho”.

Se você está pensando que a frase acima foi dita por uma jovem no auge de seus vinte e poucos anos, engana-se. A afirmação é da americana Cindy Joseph que, hoje, aos 60 anos, é uma modelo requisitada para dezenas de campanhas publicitárias e editoriais de moda de revistas.

Até os seus 49 anos, Cindy passou 25 anos de sua vida trabalhando como maquiadora, produzindo modelos e celebridades para sessões de fotos. Ela nunca imaginou que algum dia ela mesma pudesse estar diante das câmeras. E ainda assumir seus cabelos brancos.

Tudo começou quando ela foi abordada na rua por um fotógrafo que a convidou para estrelar um anúncio da Dolce & Gabbana. “Depois, fui chamada novamente por uma revista. Decidi ir à Ford Models”, conta.

A ideia foi atraente para a agência, num momento em que a população dos EUA está envelhecendo e o poder econômico americano tem se concentrado mais nas mãos das gerações mais velhas. Ela logo foi contratada para a divisão chamada Ford Classics, que reúne modelos de faixa etária mais elevada que a média.

Diferentemente de suas colegas da Ford Classics, que usam botox e apelam às cirurgias plásticas, Cindy, que é mãe de dois filhos, um com 41 e outro com 37 anos, diz que, para parecer bem diante das câmeras, tem preferido “deixar a natureza seguir seu curso, cuidando do corpo e do espírito”.

Sinto que o Brasil ainda está engatinhando neste caminho, seja no mercado publicitário ou nas relações sociais e pessoais. Acredito que, mais do que nunca, cabe à “moçada” mais madura mostrar às pessoas que envelhecer não é sinônimo de doença e cansaço, mas, sim, de sabedoria e força!

Tudo tem seu tempo: o tempo de plantar, o de crescer e o de colher. Envelhecer é um fato, a questão é como cada um de nós quer chegar nesta etapa da vida...

PS: Toda semente bem cuidada dá um belo fruto para ser saboreado e apreciado!

Publicado em 07/07/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Adote um bichinho!

Pesquisas realizadas na Austrália e na Suíça mostram que quem tem um animal de estimação gasta menos com médicos, previne problemas cardíacos e se recupera melhor de cirurgias. Em vários países, hospitais já admitem a presença deles para auxiliar no tratamento dos pacientes.

“Eles podem ser o fator fundamental de cura para doenças físicas e emocionais, além de melhorar a auto-estima, o bom humor e os relacionamentos”, afirma Dennis Turner, presidente da Associação Internacional das Organizações de Interação Homem-Animal (Iahaio, na sigla em inglês), com sede em Washington (EUA).

Bem, agora que as férias estão chegando, os filhos vão ficar mais tempo em casa e, com certeza, eles vão exigir mais sua atenção. Quem sabe esta é uma boa hora para adotar um bichinho de estimação. Assim, você estará fazendo um bem para você, sua família e também para uma imensidão de animais que estão à espera de um lar.

As ONGs que trabalham em defesa dos bichos estimam que a população de cães e gatos a espera de um dono chegue a um milhão, e o interessado em um deles passa por uma entrevista de avaliação para que a adoção tenha chances de ser bem-sucedida e o animal não corra o risco de voltar às ruas.

Quem procura um animal de estimação pode adotar cães e gatos, filhotes ou adultos, machos ou fêmeas, sem raça definida ou com pedigree. Basta se adequar às noções de posse responsável e ter carinho e amor pelo animal.

Sei que, em um país como o nosso, pode parecer supérfluo ou mesmo falta de consciência pensar em adotar um cão ou um gato, ao invés de adotar uma criança. Mas cada um faz o que pode. Claro que, se você puder adotar uma criança também, será maravilhoso, afinal temos milhares delas precisando de um lar e carinho.

Acredito que o que vale mais no fim das contas é se dispor a adotar, seja um bichinho ou uma criança, ao invés de pensar em comprar um cachorro de “sangue azul”, ou “só vou cuidar dos meus filhos, que são sangue do meu sangue”. Adotar é um ato de amor e consciência social!

Publicado em 30/06/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Boas notícias!

2011: notebooks, celulares com telas sensíveis ao toque que navegam na internet com dezenas de aplicativos úteis para o dia a dia, inclusive, talvez, o computador, que você está usando para ler confortavelmente esta notícia...

Isso pareceria um cenário de ficção científica para uma pessoa do começo do século XX, época em que a TV, o rádio e o telefone ainda não existiam – sem falar de automóveis, aviões, viagens espaciais e mapeamento de nosso DNA.

Um dos visionários e criadores desta realidade que vivemos hoje foi o estatístico Herman Hollerith, que, no final do século XIX, nos Estados Unidos, idealizou uma solução para reunir e contabilizar, de maneira rápida e eficiente, todos os dados levantados pelo censo de 1890. Em 1896, Hollerith criou a Tabulating Machine Company e, em 1911, após a fusão com duas outras empresas, nascia a Computing Tabulating Recording Co. – CTR.. Em 1924, surge a IBM, International Business Machines. A sua primeira filial fora dos Estados Unidos foi inaugurada no Brasil, em 1917.

No dia 16 de junho, a IBM completou 100 anos. Ao longo de um século, a companhia desempenhou um papel fundamental na transformação das empresas, da ciência e da sociedade.

Para celebrar seu centenário, a IBM envolveu, ao longo deste ano, funcionários ao redor dos 170 países em que a empresa está atuando em uma série de iniciativas em parceria com a comunidade, entre elas o “Service Day”, que começou no dia 15 de junho.

Este projeto incentivará os 400 mil profissionais da companhia, além de seus familiares, clientes, e funcionários aposentados, a desenvolverem trabalhos voluntários. O Service Day já contabilizou, até agora, 449.077 horas de trabalho voluntário!

PS: O Portal Terceira Idade foi uma das instituições escolhidas pela IBM para participar do Service Day. Um de seus funcionários está, desde o início deste mês, escrevendo para a nova seção do Portal: “Informática e Internet”.

Publicado em 23/06/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Diga não à violência!

A violência já faz parte do nosso cotidiano e, infelizmente, parece que se tornou um substantivo banal. Mais ainda quando falamos em campanhas, ou frases como o título desta coluna.

Eu mesma penso: “E como vou colocar isso em prática? Vou me reunir a um grupo? Tenho que sair nas ruas com cartazes e reunir centenas de pessoas?” Já fiz essas coisas e acho que são muito válidas, mas o que funciona mesmo é começar a agir no nosso dia a dia, na nossa casa, nosso trabalho, com nossos familiares e amigos.

E já que estamos falando em violência, ontem, 15 de junho, foi comemorado o Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa. A data foi criada com o objetivo de despertar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa.

A violência, não só física como também a psicológica, acomete idosos de todas as faixas econômicas. Na maioria das vezes, a agressão vem de pessoas da própria família ou próximas a eles. O abandono nos asilos, a falta de carinho, a pressão psicológica e o descaso são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas.

Segundo pesquisas, o abuso é geralmente praticado por pessoas nas quais os idosos depositam mais confiança: familiares, vizinhos, cuidadores, funcionários de banco, médicos, advogados, etc.

No meu simples e mortal entendimento, abusar de uma pessoa idosa é uma atitude indesculpável e doentia. Por isso, é bom ficarmos alertas ao contratarmos um cuidador para nossos pais ou avós, prestarmos atenção quando os levamos a um hospital e temos que deixá-los sozinhos, enfim, cuidá-los com muito amor e carinho, 24 horas por dia!

Qualquer tipo de abuso contra outro ser humano que não possa se defender é uma covardia. Mas abusar de idosos e crianças é realmente uma vergonha!

PS: No Brasil, 65% dos idosos consideram maus-tratos a forma preconceituosa como são tratados pela sociedade em geral: as baixas aposentadorias, os desrespeitos que sofrem no transporte público, etc., etc...

Publicado em 16/06/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O “PIB da Felicidade”

Vários países, como a Inglaterra e a França, já discutem a ideia de que medições como o PIB (produto interno bruto) não são suficientes para aferir o grau de desenvolvimento de uma nação e de que a felicidade deveria ser um fator a ser contabilizado também.

Mas como medir um fator aparentemente tão subjetivo? Curiosamente, pela primeira vez, a prefeitura de uma cidade americana chamada Somerville resolveu fazer um censo buscando saber a taxa de felicidade de seus habitantes e, a partir daí, traçar políticas públicas.

Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, resolveu investigar cientificamente como o fator felicidade atua em nosso cérebro. A pesquisa foi realizada através da faculdade de saúde pública de Harvard acompanhando cinco mil pessoas durante 20 anos, utilizando aparelhos de ressonância magnética e grupos de controle, dando, assim, caráter científico a práticas milenares como meditação e yoga. Também nos hospitais foram feitos testes que demonstraram que pessoas felizes têm menos propensão a problemas do coração, hipertensão, diabetes e infecções.

O professor Gilbert pôde constatar cientificamente como determinadas sensações, sejam elas positivas ou negativas, desencadeiam reações biológicas em nosso organismo. Outra cientista da saúde, responsável pelo curso de ciência da felicidade de Harvard, Nancy Etcoff, também afirmou: “O trabalho voluntário aciona um sistema de recompensa muito maior no cérebro do que o cuidado intenso de muitas mulheres e homens com sua aparência física e seus bens materiais”.

Este tipo de conhecimento pode nos alertar sobre o fato de muitas vezes estarmos buscando a satisfação no lugar errado... Reconheço que, no Brasil, é muito difícil falar em felicidade quando ainda, vergonhosamente, falta alimento na mesa de muitos cidadãos. Talvez, no nosso caso, o segredo seja nos doarmos cada vez mais a quem precisa e a nós mesmos.

PS: Beijos e abraços também trazem felicidade!

Publicado em 09/06/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tem algum “pobrema”?

Você lembra como se sentiu quando leu ou escreveu pela primeira vez? É bem provável que não, parece até que já nascemos lendo e escrevendo! Mas, com certeza, deve ter sido um momento mágico.

Num país como o Brasil, onde existem milhares de analfabetos e falta de escolas públicas, chega a ser um privilégio poder ler e até escrever. Não bastasse esta realidade cruel que nossas crianças e adultos vivem já há muitos e muitos anos, ainda somos pegos de surpresa por uma nova corrente educacional, que defende a ideia de que não existe certo ou errado na língua portuguesa.

Para este grupo de pessoas, que tem a coragem de se denominar pedagogos, chamar a atenção de um aluno que escreve ou fala gramaticalmente errado é um “preconceito linguístico”. Adotado nas aulas de português para milhões de estudantes do ensino fundamental, o livro “Por uma Vida Melhor” é uma amostra desta insanidade acadêmica.

Heloisa Ramos, uma das autoras desta obra insana, cita no livro: “Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro’?’, ou ‘Nós pega o peixe?’. Claro que pode”. O erro crasso de concordância é apenas uma “variação popular”, diz a autora. E mais, ela ainda diz que a língua culta, ou seja, a gramática que rege as regras de nossa língua portuguesa, é um “instrumento de dominação das elites”...

Eu fiquei totalmente pasma com estas afirmações e, pior ainda, saber que o Ministério da Educação autorizou a edição do tal livro e sua distribuição para as escolas públicas. Aonde o nosso governo que chegar com essa atitude?

Banalizar a educação e destituir-se da responsabilidade de propiciar um estudo básico para nossas crianças e jovens carentes até que parece ser uma boa saída para os governantes se eximirem de investir em nossa educação e poder falar cada vez mais que somos um “país emergente”. Emergente do que e de onde? De uma grande vergonha nacional e inescrupulosa.

PS: Se você ainda não leu o livro “Ratos e Homens” (de John Steinbeck, Ed. L&PM), este é um bom momento!

Publicado em 02/06/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Música de raiz!

Sempre fui fã de músicas que retratam o folclore e a música de raiz do interior paulista e de todo o Brasil. Com certeza, nenhum ícone nessa área supera a nossa querida Inezita Barroso, cantora e violeira que, com seus bem vividos 86 anos, nos apresenta com doçura, paixão e muita simpatia, a riqueza da poesia das letras que estão por trás de cada música que ela interpreta.

A convite de sua equipe de produção, assisti a um de seus shows no Sesc Consolação, em São Paulo, cantando clássicos da música sertaneja como ‘Lampião de Gás’ e ‘Moda da Pinga’. O teatro, com capacidade para 328 lugares, estava lotado. E todos, sem exceção, batiam palmas e cantavam juntos as doces melodias que Inezita interpretava, acompanhada de sua banda muito profissional e divertida.

Claro que posso citar vários outros cantores e compositores maravilhosos da música de raiz, ou sertaneja, como Tonico e Tinoco, Irmãs Galvão, Pena Branca e Xavantinho, até as duplas mais atuais e famosas: Zezé di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, entre tantas outras. Já há um bom tempo, surgiu também o Sertanejo Universitário, muito interessante, pois o próprio nome vem do fato de a maioria de seu público ser jovem e estar nas faculdades.

Porém, parece que sempre há um porém... Não posso deixar de colocar minha crítica ao fato da música sertaneja ter se tornado um produto de consumo, rápido e massificado, surgindo, assim, várias duplas de cantores jovens, sem nenhum preparo musical e cantando composições que pouco têm a ver com o nosso folclore.

Bem, como tantas coisas viram “fast-food” em nosso país (até a própria expressão é americana e já foi incorporada ao nosso vocabulário brasileiro), é bom sempre buscar conhecer a história de nossa arte e tentar aprimorá-la, sem nunca esquecermos nossas raízes culturais.

Inezita Barroso é uma dessas pessoas que não nos deixam esquecer “nossa viola” e a força da nossa música de raiz.

Publicado em 26/05/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pizza, kibe...

O Brasil sempre foi elogiado e reconhecido por ser um país que recebe, sem discriminação, imigrantes do mundo inteiro. Andamos pelas ruas e facilmente encontramos italianos, japoneses, árabes, portugueses... Sentimo-nos como se estivéssemos na famosa “Torre de Babel”.

Porém, a teoria na prática é outra! Quantas vezes você já ouviu ou falou frases do tipo: “Puxa o 'japa', meu vizinho, é um chato”, ou “Aquele 'branquela' é um arrogante”, além de piadinhas sacanas como: “Quando é que o negro vai à escola?”, ou “O português atendeu o celular e disse que estava no motel...”

No início, é tudo brincadeirinha, depois vira um hábito, uma atitude constante e, num piscar de olhos, você se torna um discriminado ou um discriminador.

Neste momento, o Brasil passa por um momento muito importante, no que tange não só à etnia, mas à opção sexual. A questão de ser ou não ser gay, lésbica, bissexual, ou seja qual for a escolha do ser humano, ainda é uma questão que gera muita polêmica e também discriminação.

Mesmo tendo sido aprovado pelo Superior Tribunal Federal, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, além do direito à pensão, herança, previdência e comunhão de bens, ainda assim estamos muito longe da aprovação e aceitação de nossa sociedade quanto a este fato!

Muitos religiosos e mesmo cidadãos comuns se revoltaram, dizendo que isso é uma afronta à moral da sociedade e da família, ou que ser homossexual é doença ou “coisa do demônio”.

Estamos no século 21 e parece que a caça às bruxas da era medieval continua a mesma!

Por que não aceitamos ou não conseguimos conviver com pessoas que têm uma opção sexual diferente? Afinal de contas, essa opção não é contagiosa, não mata, nem explode bombas ou vicia como o crack e outras drogas! É uma opção a qual cada um de nós tem o direito de escolher.

Que bom poder comer pizza num dia, kibe no outro, sushi... Viva a diferença!

PS: Caso você não goste de alguma comida que citei acima, tudo bem, mas, por favor, não as discrimine!

Publicado em 19/05/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Copa 2014?

“O Brasil está mais atrasado que a África”, comenta o presidente da Fifa, Joseph Blatte, em relação a lentidão dos preparativos para a Copa de 2014. Mesmo sendo leiga no assunto, eu e mais de duzentos milhões de brasileiros podemos perceber que nosso país está completamente atrapalhado e sem logística alguma para honrar o compromisso que assumiu de receber e organizar os jogos da próxima Copa.

Os principais estádios de futebol continuam sem a reforma necessária, não temos aeroportos suficientes para receber o aumento de vôos com a chegada dos turistas e nossas redes hoteleiras ainda não estão preparadas para receber tantas pessoas. A segurança é um item que nem preciso falar.

Faço, então, uma correlação entre a maneira que nosso governo está lidando com mais esta questão tão importante para o Brasil e o mundo, com o modo que nós, brasileiros, vivemos. Volto a tocar em assuntos básicos, como: saúde, educação, empregos, saneamento, etc.

Temos estas instituições públicas, legalmente funcionando, mas, na prática e no uso delas, tudo parece estar por um fio. Tudo se consegue com muito sofrimento, “nos últimos minutos de cada tempo”, isso quando a sorte ajuda...

O Brasil vai continuar sendo um país onde tudo vai funcionar se funcionar na última hora, sempre após os governantes terem resolvido primeiro seus problemas políticos e financeiros envolvidos na questão.

Bem, torço para que tudo dê certo para a realização da Copa de 2014 e acho que seria fundamental se todos nós pudéssemos encontrar um terapeuta e fizéssemos um tratamento para nossa síndrome megalômana de que “Deus é brasileiro”.

PS: Será que teremos que viver contando sempre com a sorte, ou esperando as próximas eleições, o próximo Carnaval, a próxima Copa...?

Publicado em 12/05/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mãe é mãe!

Neste domingo, dia 8 de maio, comercialmente vamos comemorar mais um Dia das Mães. Promoções nas lojas, restaurantes, shoppings, tudo para comprar um presente para sua mãe ou levá-la para almoçar, passear... Enfim, o comércio ganha muito com esta data.

Mas será que esta é a melhor maneira de homenagear nossas mamães? Quantas vezes esquecemos, ao longo do ano e no nosso dia a dia tão corrido, de dar um beijo, ligar, ou visitar nossa mãe?

Dizem que a mulher já nasce com o instinto natural de mãe. Ela é aquela que protege, luta e aninha seus filhotes. Também podemos descrever vários tipos de mães: a que cozinha, lava e passa, a que trabalha fora, a que é “mãe coruja”, a mãe brava, a mãe que cria seus filhos sozinha, além das mães que criam os filhos de outras mães.

Neste universo infinito de mães, cito uma que conheci há muitos anos. Uma senhora linda, que inclusive já é avó e bisavó. Ela tem 84 anos e é mais conhecida como Tia Isaura.

Recentemente ela perdeu uma filha devido a um câncer. Estive com ela nestes momentos difíceis e, mais uma vez, percebi sua maneira sábia de lidar com a vida e a morte. “A gente tem que ter fé e segurar a onda da família. A vida é só uma passagem, não vamos levar nada daqui, senão os momentos de amor e carinho para com nossos filhos e semelhantes. Eu não sei por que as pessoas complicam tanto esta breve viagem”, diz.

Senti de perto a dor que Tia Isaura teve com a perda de uma de suas filhas e me surpreendi como ela suportou este momento doloroso e ainda teve a preocupação com seus outros filhos, netos, bisnetos e agregados. Esta é a mãe incondicional!

Com certeza, será maravilhoso comemorar o “Dia das Mães”. Porém, acho bom refletirmos sobre como a nossa sociedade ainda age de maneira tão primitiva em relação às mulheres, que são naturalmente nossas mães.

Parabéns a todas as mães do mundo! Mãe é mãe!

Publicado em 05/05/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 28 de abril de 2011

“Mãe Terra”

Para se ter uma ideia da idade da Terra comparada com o tempo que o ser humano a habita, imagine o número de segundos que existe em um ano. Se fizermos a conta, teremos 31.536.000 segundos. Os últimos 2 segundos representam o tempo do homem sobre a face da Terra.

O planeta se formou, amadureceu e, nos primórdios, criou as condições para o desenvolvimento da vida vegetal. Depois apareceu a vida animal e, finalmente, surgiu, nos últimos instantes, o homo sapiens, o predador, a doença do planeta que, em analogia ao nosso corpo, iniciou suas atividades como uma leve gripe e se transformou, a partir do início do século XX, numa fulminante tuberculose.

A nossa “Mãe Terra” está doente, mutilada, com suas reservas destruídas ou contaminadas. Estamos nos comportando como vírus, amebas e bactérias, embora nos consideremos seres pensantes e inteligentes. Não percebemos que somos exploradores, parasitas, destruindo a nossa casa. A natureza está chamando nossa atenção com as catástrofes, comodamente designadas pela sociedade como naturais.

Se providências não forem tomadas com urgência, podemos estar à beira do extermínio da espécie humana – se isso acontecer, o meio ambiente e as outras espécies em geral agradecerão, por se sentirem aliviadas, livres de uma presença incômoda –, ou, num cenário “mais ameno”, poderemos ter um acidente de grandes dimensões, provocado pelo homem na sua busca desenfreada do poder e do consumo, como, por exemplo, uma guerra nuclear.

Se observarmos a natureza, notaremos que existe uma relação imutável entre hospedeiros e parasitas. O parasita progride e se desenvolve, enquanto o hospedeiro regride e atrofia, até que seu organismo sucumba ou reaja, expulsando o parasita. Somente a convivência harmoniosa entre ambos permitirá a subsistência dos dois. Caso isso não aconteça, um ou o outro, ou os dois, deixarão de existir.

PS: Em breve, vamos comemorar o Dia das Mães. A Terra é uma delas, também!

Publicado em 28/04/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).