terça-feira, 20 de junho de 2023

1+1 é sempre mais que 2!


Vivemos um tempo confuso, cheio de dúvidas, ansiedades e incertezas. Olimpíadas, eleições, alegrias, tristezas. Falta dinheiro, faltam hospitais públicos, faltam casas para morar, falta trabalho, falta alimento para milhões de brasileiros.

Mas por que estas questões tão básicas e humanas estão sempre em falta? Ontem, ouvi uma música muito antiga chamada ‘Sal da Terra’, do grande cantor e compositor mineiro Beto Guedes. Comecei a lembrar da minha adolescência, lá pelos anos 80, época em que todos ouviam muito o pessoal do “Clube da Esquina” – dele faziam parte, além do Beto, Milton Nascimento, Lô Borges, Flavio Venturini e vários outros. Uma moçada maravilhosa lá de Minas Gerais, gente boa, gente da paz!

E voltando à questão dos porquês, senti que a música do Beto Guedes – pelo menos para mim – foi uma grande resposta! Tomo a liberdade de compartilhá-la com os leitores:

“Anda, quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão, da nossa casa, vem que tá na hora de arrumar
Tempo, quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante, nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver
A paz na Terra, amor, o pé na terra
A paz na Terra, amor, o sal da terra...

Terra, és o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã
Canta, leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com teus frutos, tu que és do homem a maçã
Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças é só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois
Deixa nascer o amor
Deixa fluir o amor
Deixa crescer o amor
Deixa viver o amor
O sal da Terra
Terra...”

Acho que, por hoje, é só! O resto só cabe a cada um de nós.

PS: Esta música tem mais de 40 anos... Será que já não é hora de acontecer?

domingo, 14 de maio de 2023

Mãe é quem cuida!

 

“Chimpanzés do sexo masculino adotam órfãos”. É o que diz um estudo na Costa do Marfim. Eu tenho guardado este artigo há muito tempo, mas sempre vale destacar este fato como exemplo de compaixão e amor incondicional no mundo animal versus o mundo “humano e civilizado”.

Mães, avós, bisavós, todas são mães. Filhas, netas e bisnetas também se tornam mães de suas mães. É um ciclo maravilhosamente interminável.

Há vários tipos de mães: a que cozinha, lava e passa, a que trabalha fora, a que é mãe coruja, a mãe brava, a mãe que cria seus filhos sozinha, além das mães que criam os filhos de outras mães.

Bem, dizem que a mulher já nasce com o instinto natural de mãe. Ela é aquela que protege, luta e aninha seus filhotes.

Neste domingo, dia 14 de maio, vamos comemorar, comercialmente, mais um Dia das Mães. Promoções nas lojas, restaurantes, shoppings, tudo para comprar um presente para sua mãe ou levá-la para almoçar, passear... Enfim, o comércio ganha muito com esta data.

Mas será que esta é a melhor maneira de homenagear todas as mães de todas as idades? Quantas vezes nos esquecemos, ao longo do ano e no nosso dia a dia tão corrido, de dar um beijo, ligar, ou visitar nossa mãe? Esquecemos até o mais importante: foi ela que nos deu a luz.

Então me pergunto: como é possível que tantos homens agridam suas companheiras, filhas, empregadas e até mulheres desconhecidas? Será que estes homens não pensam que, no fundo, estão agredindo suas próprias mães?

Mesmo sendo uma data a se comemorar, acho bom sempre refletirmos um pouco sobre como a nossa sociedade ainda age de maneira tão primitiva em relação às mulheres, que são naturalmente nossas mães.

Parabéns a todas as mães do mundo, hoje, ontem e sempre! Mãe é mãe, sempre! Todos os dias da semana, do mês e do ano!


PS: Os chimpanzés da Costa do Marfim estariam mais evoluídos do que nós, no que tange a valores éticos e morais e à visão do que é realmente viver em uma sociedade?


sexta-feira, 15 de abril de 2022

Quando ainda não existiam fábricas de chocolate, nem supermercados...

Segundo a tradição cristã, até o século 19, o ovo de Páscoa – no caso da galinha – era pintado e oferecido aos amigos e vizinhos para celebrar a vida. Mas quando os ovos começaram a ser de chocolate?

A Páscoa é um momento de reflexão que nos possibilita avaliar o que significou o sofrimento de Jesus Cristo. Para o comércio, é o momento de vender ovos, muitos ovos! E, diga-se de passagem, cada vez mais caros e praticamente obrigatórios para as crianças e adolescentes, que são invadidos e seduzidos pelos ovos ‘Barbie’, ‘Justin Bieber’...

Bem, resolvi voltar um pouquinho no tempo – quando ainda não existiam as fábricas de chocolates e nem a televisão ou supermercados...

A história da Bíblia narra a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém, que despertou nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começava, aí, a trama para condenar Jesus à morte! Estimulada por esses sacerdotes, a mesma multidão que o aclamou passou a exigir de Pôncio Pilatos, governador romano da província, que condenasse Jesus à morte. Jesus, então, é crucificado. A festividade da Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo, que teria ocorrido três dias depois da sua crucificação.

É nesse contexto que entram os ovos. Segundo a tradição cristã, os ovos, eram pintados à mão até o século 19. Dois séculos depois do chocolate ser levado para a Europa, trazido pelos conquistadores que “fizeram a América”, os ovos começaram a ser confeccionados com chocolate. Daí prá frente, não preciso contar muito... Claro que chocolate é uma delícia e os ovos de Páscoa dão água na boca!

O domingo de Páscoa, na religião católica, marca a passagem da morte para a vida, das trevas para a luz. Independentemente do conceito religioso, acho que é um bom momento para refletir, lembrar e tentar praticar o que Cristo já pregava há dois mil anos atrás: caridade, fraternidade e amor ao próximo. Feliz Páscoa!


domingo, 6 de março de 2022

Homens e mulheres: uni-vos!


Todo homem que agride uma mulher tem uma mãe. Será que ele nunca pensou que sua mãe é uma mulher também?

Há 16 anos, foi criada uma lei no Brasil que possibilitou mecanismos para coibir qualquer tipo de agressão contra as mulheres: a Lei Maria da Penha. Com o objetivo de ampliar a aplicação da lei, criada em 7 de agosto de 2006, o STF (Supremo Tribunal Federal) tomou uma decisão, em 2012, que permite enquadrar judicialmente autores de agressões domésticas independentemente de queixa da vítima. Com a mudança, qualquer pessoa poderá denunciar agressão contra mulheres.

Mas um fato inédito mostrou que a lei pode ser usada, também, para proteger homens – no caso um idoso, morador de Planaltina, no interior de Goiás.

O caso ocorreu após o idoso (nome não divulgado) registrar ocorrência na 31ª Delegacia de Polícia contra um jovem de 21 anos de idade, acusado de demonstrar agressividade, desrespeito, injúria e fazer ameaças de morte contra a vítima. O agressor, que não tem nenhum grau de parentesco com a vítima, reside há mais de três anos, de favor, na casa do mesmo.

Com base no Estatuto do Idoso, a promotora de Justiça Raquel Tiveron requereu medidas protetivas de urgência, normalmente utilizadas em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, para um homem de 69 anos de idade.

O pedido foi atendido integralmente e o juiz determinou a prisão preventiva do agressor, por ficar comprovado que o idoso estava machucado. A vítima, inclusive, apresentou uma maçaneta usada para ameaçá-lo de morte. Esta decisão, com certeza, vai abrir precedentes para outros casos.

Bem, concluo que, na verdade, o grande problema do ser humano é a falta de respeito para com o seu semelhante – ou mesmo para com outras espécies vivas! Não consigo entender de onde vem este “gene maligno”, que está impregnado em nosso DNA e nos leva a dominar, matar, torturar e maltratar física e emocionalmente outros seres definitivamente mais frágeis.

Homens e mulheres: uni-vos na busca de um mundo que se torne, de fato, civilizado!

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Bolhas de sabão...


Estamos sempre atrasados ou em cima da hora para chegar ao trabalho, levar as crianças para a escola, ir ao cinema, dar banho no cachorro... Bem, acho que nem dá tempo de escrever tudo o que eu gostaria!

Que tempo o tempo tem? Pergunta meio estranha, mas você já pensou que os minutos, segundos e horas nunca param de passar, e que nós sempre achamos que o tempo está correndo demais?

Se pensarmos bem, o tempo é relativo! Quando estamos de férias, o tempo passa rápido, se estamos entediados e cansados, o tempo não passa, o dia fica longo, ficamos impacientes, sonolentos, esperando os minutos passarem.

Eu ainda não entendo bem o tempo... Quanto tempo eu tenho deixado livre para mim mesma, para as coisas que eu gosto de fazer, ou mesmo para não fazer nada?

Você já brincou de bolhas de sabão? Elas são tão lindas e frágeis. Sua existência é de alguns segundos, porém a satisfação em vê-las e soprá-las é imensa. Talvez o tempo seja assim também, frágil e invisível, medido na sua essência pela nossa satisfação e deleite e não pelos nossos relógios, despertadores e bate-pontos escravizantes!

O tempo é apenas um sequência de milésimos de segundos que nunca param, mas que também se repetem dia após dia. As mesmas datas virarão, no próximo ano, Carnaval, Páscoa, Finados, etc, etc...

Daqui a pouco, mais um ano vai passar e outros vão chegar. Eu já estou planejando um monte de coisas e ainda não consegui fazer tantas outras... Que loucura! Pensando bem, vou me dar um tempo! Vou aproveitar este começo de 2022 para fazer mais bolhas de sabão, brincar de ioiô, caminhar, pensar, encontrar os amigos e fazer menos, porém com mais qualidade e prazer! Será que vai dar tempo?


Foto créditos: Children photo created by jcomp - www.freepik.com


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Os dois lobos...



Uma das mais conhecidas lendas da mitologia dos índios americanos Cherokee é a estória da luta entre dois lobos, os quais com certeza todos temos dentro de nós. Um deles sempre se sobressairá ao outro. Qual dos dois será o mais forte?

Essa lenda vale mais do que muitas sessões de terapia e entendimento de nossas atitudes – cada vez mais ríspidas e egoístas nestes tempos difíceis!

“Certo dia, um jovem índio cherokee chegou perto de seu avô para pedir um conselho. Momentos antes, um de seus amigos havia cometido uma injustiça contra o jovem e, tomado pela raiva, o índio resolveu buscar os sábios conselhos daquele ancião.

O velho índio olhou fundo nos olhos de seu neto e disse: ‘Eu também, meu neto, às vezes, sinto grande ódio daqueles que cometem injustiças sem sentir qualquer arrependimento pelo que fizeram. Mas o ódio corrói quem o sente, e nunca fere o inimigo. É como tomar veneno, desejando que o inimigo morra’.

O jovem continuou olhando surpreso, e o avô continuou: ‘Várias vezes, lutei contra esses sentimentos. É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não faz mal. Ele vive em harmonia com todos ao seu redor e não se ofende. Ele só luta quando é preciso fazê-lo, e de maneira reta’.

‘Mas o outro lobo… Este é cheio de raiva. A coisa mais insignificante é capaz de provocar nele um terrível acesso de ira. Ele briga com todos, o tempo todo, sem nenhum motivo. Sua raiva e ódio são muito grandes, e por isso ele não mede as consequências de seus atos. É uma raiva inútil, pois não irá mudar nada. Às vezes, é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito’.

O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou: ‘E qual deles vence?’.

Ao que o avô sorriu e respondeu baixinho: ‘Aquele que eu alimento’.”


PS 1: Qual deles você quer alimentar?
PS 2: “Ser ou não ser, eis a questão”...
PS 3: Cada vez que decidimos trilhar algum caminho, alimentamos um desses dois lobos...


segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

#DiversidadeeInclusaoSocial


Preconceito: “Opinião adotada sem exame, imposta pelo meio social ou pela moral imposta” (Enciclopédia Larousse Cultural).

Bem, acho que a definição da palavra preconceito já é um bom começo para questionarmos qualquer atitude que se baseie neste conceito.

Você já pensou que, em várias situações polêmicas de sua vida, o preconceito ou a moral imposta o levaram a tomar atitudes sem nem ao menos questioná-las? Venhamos e convenhamos, uma sociedade é composta de regras, porém muitas delas acabam se tornando dogmas, principalmente quando elas se justificam no medo de aceitar novas maneiras de agir e pensar.

A opção sexual, a religião, a cor, até o time de futebol pelo qual torcemos se tornam alvo de discriminação quando não estão de acordo com a opinião vigente!

Mas será que esse é o maior problema? Ou a grande questão é: “posso ser ou não ser”?

Gostar de verde, quando a maioria gosta de vermelho, assistir ou não às novelas, alisar ou não os cabelos... Enfim, ter a liberdade de expressão e escolha, independentemente do que a maioria das pessoa, governos ou religiões impõe como certo ou errado.

Se não lutarmos pelo nosso direito de ser o que somos e aprendermos a respeitar as diferenças, as guerras e a ignorância nunca vão acabar!

Hoje você pode ser o agressor, mas, dentro de um sistema cheio de preconceitos e intolerância, é muito fácil, amanhã, você se tornar a próxima vítima...

Recentemente, um fato absurdo e degradante ocorreu na cidade de Charlottesville, nos EUA, onde um grupo de brancos racistas, antissemitas e homofóbicos atacaram centenas de negros e pacifistas, além de atropelarem uma multidão de pessoas que estavam realizando uma passeata contra esses seres primitivos!

PS: Estamos em 2022. Pena que nada mudou nos últimos 8 mil anos de nossa civilização – a qual chamamos de “inteligente”...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Time has no beginning or end, everything is a continuity

In the midst of so many tragedies, the pandemic, political and social issues, the economic crisis, comes the beginning of a new year, new expectations, dreams...

I had a beautiful conversation with an older person and she told me: “In this life, every moment is unique!”.

Such a simple and clear thought made me reflect a lot on life. As children, we thought we would never grow up, become teenagers, become adults, and then grow old. Everything felt like it was forever – even when we get a job, get married, raise a family, make friends, we believe that everything will be eternal, including our own life!

They say that both good and bad things don't last forever. Here's another very wise popular saying. After these reflections, I got really excited, oddly enough – of course fears and insecurities always show up!

But, looking at the other side of the coin, I remembered, more than ever, that the most important thing is to live “the here and now” – since yesterday is gone and tomorrow hasn't arrived!

We can look at life and time from many angles. Has this year started, or has last year ended? In fact, time has no beginning or end, everything is a continuity.

What matters is what we are going to do with our time! This is the halfway point. We can do something for ourselves and our fellow men, or we can just sit and wait for valuable time to pass...

Happy New Year! Happy New Time!

Photo credits: Hand photo created by onlyyouqj - www.freepik.com