quinta-feira, 27 de junho de 2013

Alice no país das maravilhas!

O que você faria se ganhasse sozinho o 1º prêmio na loteria? A maioria das pessoas compraria a tão sonhada casa própria, carro, mobília e muitas roupas novas, uma viagem ao redor do mundo, e, talvez, dividir um pouco com a família e, quem sabe, com alguns amigos...

Há 60 anos, um senhor, em Guarulhos, cidade próxima à São Paulo, teve essa oportunidade. Mas fez algo bem diferente.

Álvaro de Azambuja Cardozo, conhecido pelos amigos como Capitão Cardozo, e sua esposa Alice, formavam um casal com fortes e sinceros ideais de amor e fraternidade. Seu maior sonho era montar uma instituição de caridade onde pudessem abrigar idosos. “No Brasil, pouco se faz para ajudar os idosos carentes, que muitas vezes são abandonados pelas próprias famílias e vivem nas ruas”, afirmava Alice.

Como eles não possuíam condições financeiras para tal empreendimento, guardaram o seu sonho. Os anos se passaram e Dona Alice morreu ainda jovem, sem realizar sua vontade.

Contudo, em 1952, Cardozo foi surpreendido pelo destino. Ele foi premiado, sozinho, com o 1º prêmio da Loteria Federal. No ano seguinte, com o dinheiro da premiação, ele adquiriu um terreno arborizado, com aproximadamente 30.000 m², junto à Rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos, e deu início à construção da “Casa dos Velhos Irmã Alice”, em homenagem à sua amada esposa.

Hoje, a casa oferece 4 pavilhões de alojamentos mobiliados. Todos os residentes têm à sua disposição: salão de festa, sala de televisão, biblioteca, ambulatório médico, sala de fisioterapia e espaço para jogos. A equipe de funcionários conta com uma médica geriatra, enfermeira, técnicas de enfermagem e nutricionista. E, claro, muito amor e respeito.

Até parece um conto de fadas... Mas é de verdade. Cardozo e sua esposa Alice fizeram o que poucos fariam, já que infelizmente nossos governantes não o fazem!

PS 1: Fazer o bem não faz mal a ninguém! Aproveite e faça você também.
PS 2: Para saber mais sobre a casa dos velinhos, acesse: www.casadosvelhos.org.br

Publicado em 27/06/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Quem é o engenheiro?

Estive com uma amiga neste último final de semana. Ela é engenheira civil e está fazendo pós-graduação em Estruturas. De início, eu fiquei curiosa em entender melhor o assunto. Ela mesma estava ansiosa e insegura com o tema, achando que seria difícil fazer sua tese sobre esta área da engenharia.

Muito bem, ela me disse que toda construção se baseia no cálculo estrutural e que, para esse cálculo ser feito, é necessário um estudo das muitas variáveis envolvidas, como: o terreno, o clima, a região onde vai ser feita a construção, qual a sua finalidade, etc.

Depois de algumas horas, acabei fazendo uma analogia com a nossa vida. Tudo o que somos ou fazemos depende de nossos valores, nosso modo de agir. Ou seja, nossa formação pessoal tem muito a ver com nossa estrutura familiar, social e as condições que existem à nossa volta.

O trabalho e as relações que escolhemos também acabam sendo frutos do meio no qual estamos inseridos. Enfim, a nossa maneira de ser e agir é resultado de muitas variáveis.

E aí vem a minha pergunta: em qual estrutura estamos baseando nosso dia a dia? Em que “terreno” estamos calcando nosso trabalho, nosso casamento, namoro, amigos, atitudes...?

Será que estamos avaliando as condições que nos cercam, para entendermos se estamos vivendo uma vida feliz? Ou somos, muitas vezes, apenas produto de um projeto já calculado por “alguns engenheiros”?

Pode parecer loucura, mas tenho cada vez mais a sensação de que quase tudo o que fazemos e pensamos é fruto de algo já programado por um ser maior. Não estou falando em termos religiosos, mas, sim, políticos e econômicos.

PS 1: Vou ver se aprendo como se faz aquele delicioso prato, o “Escondidinho”. Inclusive, esta receita tem muitas variações: frango, carne moída, carne seca...
PS 2: E depois de uma semana cheia de trabalho, acho que vou relaxar e assistir alguns bons filmes: “Matrix”, “Teoria da Conspiração”... Será que “Vale Tudo” já está disponível em DVD?

Publicado em 20/06/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mostra a tua cara...

Bem, neste momento em que estamos vivendo e vendo tantos movimentos e protestos a favor do “Passe Livre”, “melhoria dos Hospitais”, “contra os gastos com a Copa”, enfim, tudo muito legítimo e importante, porém são tantas dúvidas e falta de um rumo... Então, pensei: Hoje, quem melhor pode escrever esta coluna é Cazuza! Uma homenagem a ele e à sua música, que fala mais que um milhão de palavras!

Brasil

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha...

Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada
Prá só dizer "sim, sim"

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Grande pátria
Desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair...

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Confia em mim
Brasil!!

PS 1: Viva Cazuza, viva sua sabedoria e sua insensatez tão sensata!
PS 2: A construção de uma sociedade justa e igualitária se faz com propostas claras para antes, durante e depois...

Publicado em 13/06/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Combata esta doença!

15 de junho: Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa. A data foi criada com o objetivo de despertar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa.

A violência, não só física como também a psicológica, acomete idosos de todas as faixas econômicas. Na maioria das vezes, a agressão vem de pessoas da própria família ou próximas a eles. O abandono nos asilos, a falta de carinho, a pressão psicológica e o descaso são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas.

O abuso é geralmente praticado por pessoas nas quais os idosos depositam confiança: familiares, vizinhos, cuidadores, funcionários de banco, médicos, advogados, etc. A vítima é frequentemente do sexo feminino, com mais de 75 anos e vive com familiares. O perfil mais comum é o de uma pessoa passiva, complacente, impotente, dependente e vulnerável. Essas pessoas costumam ser solitárias e isoladas, podendo apresentar depressão e uma baixa estima reforçada por sentimento de culpa e vergonha.

No Brasil, 65% dos idosos consideraram maus-tratos a forma preconceituosa como são tratados pela sociedade em geral: as baixas aposentadorias, os desrespeitos que sofrem no transporte público e a falta de leitos hospitalares para idosos. No nível doméstico, só é relatado como abandono por partes das famílias.

Em 2002, os países membros da ONU assinaram, no Canadá, a Declaração de Toronto, que definiu um plano internacional de prevenção da violência contra a pessoa idosa. No Brasil, a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República lançou, em dezembro de 2005, o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa.

Sabemos que ainda existe um caminho muito longo para extirpar este mal de nossa sociedade. Aliás, o grande mal de todos os tempos sempre foi a violência! Será que já nascemos com esta “doença”?

Publicado em 06/06/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).