quinta-feira, 25 de março de 2010

Tem que ser macho?

Sem grandes pretensões, fui verificar no dicionário o significado da palavra ´macho´ e, para meu espanto, encontrei a seguinte definição: “Do sexo masculino, forte, vigoroso, valente, másculo e viril”.

Aí pensei: “Será que todo ser masculino tem que ter essas qualidades? Isso significa que um homem não pode ser frágil, ter medos, talvez não ser tão viril (o que é muito relativo), ou até mesmo ser mais sensível que muitas mulheres?”

Então pensei mais um pouco: “As mulheres vivem reclamando que os homens são machões, machistas, grosseiros, chatos... Mas, e na hora de dividir a conta do restaurante, ou trocar um pneu furado numa noite fria e chuvosa, elas topariam? Ou até numa briguinha de namorados, elas achariam normal enxugar as lagrimas deles?”

Eu não estou defendendo de maneira alguma o machismo ou os machistas, mas, sim, tentando abrir um espaço para questionarmos a razão deste estereótipo masculino. É bem provável que as próprias mulheres (mães, avós e namoradas) tenham contribuindo para a formação do “macho”.

Acredito que agora, mais do que nunca, após a euforia do feminismo, a descoberta da pílula e o acesso a todo tipo de informação, é hora de ambos os sexos reavaliarem seus valores e suas posturas.

Que tal você, “macho”, experimentar fazer um belo jantar e ela tentar consertar o chuveiro?

PS 1: Acho estranho não haver uma só mulher no cargo de vereadora em Marília.
PS 2: Será que vamos ter alguma candidata para Prefeita ou vereadora nas eleições de 2012 aqui na cidade?

Publicado em 25/03/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 18 de março de 2010

“Meninos de rua”

O título acima parece até nome de uma nova banda ou grupo de pagode... Infelizmente não é. Quando andamos pelas ruas ou saímos nos fins de semana para as baladas, já nos acostumamos a ver e conviver com uma legião de meninos e meninas de rua pedindo esmolas ou querendo lavar a janela do nosso carro e, imediatamente, nos vêm aqueles sentimentos de raiva, medo e aquela sensação de um grande incômodo.

Mas logo que o farol abre você atravessa a rua ou dá a partida no carro e pensa: “Ufa, que alivio”. Essas imagens acabam ficando apenas na nossa memória, sumindo ao menor sopro, assim como bolhas de sabão.

Puxa vida, esses seres humanos, adultos, jovens ou crianças, são tão humanos quanto nós. E porque será que eles estão nas ruas e nós não? Acho que só o fato de pensarmos nestas pessoas como seres humanos iguais a nós e tentar entender e buscar os milhares de motivos que os levaram a chegar a esse ponto, já faz uma grande diferença.

Vivemos num mundo cheio de beleza e desigualdade. Qual será a história desses jovens que praticamente viraram bichos? Com certeza, eles já tiveram casa, trabalho, família, amigos e, principalmente, dignidade.

Uma sociedade só muda quando seus cidadãos lutam por isso. Acredito que cada geração deve ajudar a sua e a seguinte a irem mais longe.

PS 1: Para meu assombro, soube que em Marília existem cerca de 15 mil famílias em 19 favelas.

PS 2: Será que é preciso este tipo de notícia para incluir a cidade no “mapa das grandes metrópoles”?

Publicado em 18/03/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 11 de março de 2010

Pizza, kibe e sushi!

O Brasil sempre foi elogiado e reconhecido por ser um país que recebe, sem discriminação, imigrantes do mundo inteiro. Andamos pelas ruas e facilmente encontramos italianos, japoneses, árabes e portugueses. Sentimos que estamos na famosa “Torre de Babel”.

Porém, a teoria na prática é outra! Quantas vezes você já ouviu ou falou frases do tipo: “Puxa o ´japa´, meu vizinho, é um chato”, ou “Aquele ´branquela´ é um arrogante”, além das piadinhas sacanas como: “Quando é que o negro vai à escola?...”, ou “O português atendeu o celular e perguntou ´Como sabias que eu estava em um motel?´...”

No início é tudo brincadeirinha, depois vira um hábito, uma atitude constante e, num piscar de olhos, você se torna um discriminado ou um discriminador.

A história do nosso planeta é feita de guerras e os argumentos para justificá-las sempre foram os mesmos: “O meu povo é melhor que o seu”, ou “A minha religião é a única verdadeira”.

Acho super importante cada povo conhecer suas origens, cultivar e praticar seus costumes e sua religião, mas é absurdo usar destas praticas para matar ou humilhar outros seres humanos.

Que bom poder comer pizza num dia, kibe no outro, sushi, feijoada, bacalhoada... Com certeza são comidas bem diferentes, mas todas elas são deliciosas, cada uma com seu sabor e sua história. Viva a diferença!

PS 1: Caso você não goste de alguma das comidas que citei acima, é só não comê-la. Mas não precisa falar mal dela!

PS 2: Aqui em Marília parece que a “coxinha” não está muito salutar...

Publicado em 11/03/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mais um terremoto...

Na semana passada tivemos a triste notícia de mais um terremoto, desta vez no Chile. E, como sempre, toda catástrofe nunca vem sozinha. Aí vem juntos a ameaça de tsunamis, chuvas fortes, calor intenso, frio e geadas fora do comum, e por aí vai.

Bem, parece que o caos e a desordem climática estão se tornando uma rotina no nosso dia a dia. E a desordem social e política no Brasil e no mundo? Também já viraram uma rotina? Ficamos esperando o próximo “terremoto” acontecer, para daí vermos o que vamos fazer?

Parece que estamos assistindo um filme do tipo “Independence Day” ou “O Dia em que a Terra Parou”.

Só que agora é pra valer! A ficção virou realidade já faz um bom tempo. Então cabe a mim e a você querer ser apenas espectadores ou participar desta realidade e tentar mudar este “roteiro”, no qual os mauzinhos sempre levam vantagem, e tentar chegar à um “Happy End”.

Aqui em Marília me sinto vivendo a espera de um terremoto ou talvez um tsunami que está para chegar... Com o governo local agindo de maneira inconsequente, largando a cidade às traças e a violência aumentando cada vez mais, de repente me pergunto: “Cadê aquela Marília que eu havia conhecido anos atrás, cheia de beleza, crescimento e segurança?”

PS 1: Será que agindo, e não apenas tentando nos abrigar, podemos evitar uma catástrofe ambiental e política na nossa cidade, no Brasil e no mundo?

PS 2: Vamos tentar plantar uma boa ação ou uma flor no “nosso quintal”?

Publicado em 04/03/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).