quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Achei o endereço do Papai Noel!

“Papai Noel existe?” Essa é a pergunta que todos nós já fizemos um dia para os nossos pais. Mas, afinal de contas, como surgiu essa figura que atualmente chamamos de Papai Noel?

Tudo começou há aproximadamente 1300 anos, no século 4, em Patara, uma cidade na costa sul da Turquia, onde nasceu São Nicolau.

São Nicolau – que não era um gordinho rechonchudo de barba e nem vestia a tradicional roupa vermelha com botas – ficou conhecido por se desfazer de sua riqueza dando presentes anonimamente no meio da noite e que, assim, teria originado e personificado o próprio Papai Noel.

Mas como a imagem de São Nicolau se transformou na figura do gorducho bonachão, utilizada até em comerciais da Coca-Cola de hoje em dia?

Sua história vai desde o século 10, na Rússia, onde é eleito o santo favorito daquele país, até os anos 1860, quando ganha o nome de “Santa Claus” – como é conhecido nos Estados Unidos –, uma adaptação de “Sinterklaas” (São Nicolau, em holandês). Ele ganha peso e barba, com gorro e trajes vermelhos folgados, através dos desenhos do chargista político norte-americano Thomas Nast.

Nos anos 1920, a figura do Papai Noel é utilizada em publicidade, aparecendo em propagandas – pasmem! – fumando cigarros Camel e Lucky Strike, vendendo Martini e pasta de dente Colgate. Nos anos 1930, se torna o velhinho-propaganda da Coca-Cola.

Após ter sido considerado mundialmente como finlandês, a partir de um programa de rádio infantil da Finlândia, em 1927, o país criou, oficialmente, a residência do Papai Noel. Hoje em dia, para visitar o Papai Noel – sim, isso é possível! –, basta viajar para a fria e gelada Rovaniemi, na Lapônia, uma região que engloba uma parte da Finlândia, Noruega, Suécia e Rússia.

Se você quiser escrever para ele, anote o endereço oficial do bom velhinho: Rovakatu 21, FIN-96200, Rovaniemi, Finlândia. Seu escritório recebe 310 mil turistas e 700 mil cartas por ano.

Depois disso tudo, você ainda não acredita em Papai Noel?

PS 1: Será que nossos governantes já escreveram para o endereço acima pedindo votos para a próxima eleição?
PS 2: Eu vou escrever pra ele e pedir uma bicicleta nova...

Publicado em 19/12/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O último pedacinho do bife...

Muita gente – eu, inclusive – tem o hábito de ir “reservando” aquele último pedacinho do bife (ou lasanha, ou um bom pedaço de torta, doce ou salgada) no prato, enquanto está comendo. Acho que é para termos a impressão de que estamos “guardando” para o final aquele momento, para que possamos nos lembrar, depois, daquele sabor, na tentativa de “esticar” ao máximo a lembrança da sensação de prazer por mais tempo...

E tem gente que fica brava – muitas vezes, bem brava – quando alguém vem e dá uma garfada naquele último pedacinho do seu prato, tirando-lhe o que era “seu de direito”.

Escrevo sobre isso não porque esteja com fome, ou perto da hora do almoço, mas, sim, porque me lembrei desta situação enquanto conversava com uma amiga minha que estava em viagem, a trabalho, num país bem distante, na América do Norte.

Conversava com ela pelo Skype, e notei que, passadas já algumas semanas, ela estava ficando cansada. Apesar de os contatos relativos ao seu trabalho estarem indo bem, ela estava triste por estar perdendo as forças – o frio intenso do inverno do Norte também não facilitava muito a situação.

Na tentativa de amenizar a sensação de cansaço e tristeza dela, contei-lhe o exemplo acima, comparando os bons momentos que uma viagem como essa, que não acontece todos os dias, proporciona. Mesmo sendo a viagem a trabalho, ela estava tendo a oportunidade de ver novos lugares, conhecer novas pessoas, enfim, tendo a chance de viver e curtir coisas diferentes. E que seria bom ela reservar, num cantinho de sua mente, essas sensações, e guardá-las, pois, em breve, sua jornada terminaria e, na sua volta, ela poderia curti-las mais um pouquinho. Pra não ficar, depois, com aquele pensamento: “puxa, lá eu estava tão cansada... pena que eu não curti direito aquela pessoa ou aquele lugar...”.

O mesmo vale para todos nós, que, muitas vezes, por estarmos estressados com nosso dia a dia, seja no trabalho ou em casa, aproveitamos mal um bom passeio ou aquela visita a um bom amigo.

A vida, como uma viagem, passa rápido. Por isso, lembre-se, sempre, de “reservar” todos os momentos como se fossem os últimos. Assim, poderemos curtir tudo como se fosse aquele “último pedacinho do bife”.

Publicado em 12/12/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Monte Everest

No último dia 14 de novembro celebrou-se o Dia Mundial do Diabetes. A data, criada pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês) em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) em 1991, tem o objetivo de alertar a população para o aumento da incidência do diabetes no mundo.

Segundo a IDF, existem 371 milhões de diabéticos no mundo, dos quais 13,4 milhões estão no Brasil, país que ocupa o quarto lugar no mundo em número de casos.

Para mostrar ao mundo que o diabetes não impede ninguém de fazer tudo o que quiser, quatro jovens brasileiros diabéticos aceitaram o desafio de escalar o Monte Everest – a montanha mais alta do mundo, com uma altitude de 8.848 metros, situada na Cordilheira do Himalaia na fronteira do Nepal com o Tibete – e provar que a doença não os impede de levar uma vida normal, podendo inclusive praticar esportes radicais.

Rodrigo Ferreira, de 32 anos, Viviane Alano, 26, Letícia Socoloski, 24, e Tomás Boeira, 20, todos com diabete tipo 1, são integrantes do Instituto da Criança com Diabetes (ICD), sediado em Porto Alegre (RS), e participam de um grupo de corrida. Nenhum, porém, havia praticado alpinismo antes. A viagem de 22 dias, realizada entre os dias 18 de outubro e 8 de novembro, faz parte do projeto “Diabéticos sem Fronteiras”, liderado pelo alpinista espanhol Josu Feijoo, o primeiro diabético a escalar o ponto mais alto do mundo.

“Há o preconceito de que diabéticos não podem fazer atividades físicas, mas uma história como a nossa mostra que é possível superar os limites”, declara Rodrigo, que passou por um treinamento intensivo de dois meses para enfrentar condições extremas da expedição, como: ar rarefeito, frio extremo e avalanches de neve.

PS. Falando em desafios, na semana passada escrevi sobre os mais de dez mil brasileiros que se candidataram a uma viagem sem volta para colonizar o planeta Marte, quando sugeri que nossos políticos poderiam estar na lista de candidatos do primeiro voo do projeto... Bem que eles poderiam criar o “Políticos sem Fronteiras” e irem – numa viagem só de ida – ao Everest. Acredito que muita gente agradeceria a iniciativa...

Publicado em 05/12/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Viagem a Marte, só de ida...

“É um pequeno passo para um homem, um grande salto para a Humanidade!” A frase, dita pelo astronauta americano Neil Armstrong (1930-2012), comandante da Apollo 11, ao se tornar o primeiro homem a pisar na Lua, entrou para a história em 20 de julho de 1969.

Nos 44 anos seguintes, a exploração do espaço tem sido feita apenas por astronautas profissionais, com exceção de alguns poucos milionários, que pagaram, cada um, 20 milhões de dólares para visitar a Estação Espacial Internacional.

Mas ir ao espaço está para se tornar possível também para nós, simples cidadãos sem nenhuma experiência em pilotagem ou conhecimentos científicos específicos – e, o melhor, pagando apenas R$ 30. O destino é Marte, nosso planeta vizinho mais próximo.

Mas será que você iria se soubesse que a viagem é só de ida? 202.586 pessoas iriam...

De início, quando li a respeito, achei que era brincadeira, mais um desses milhares de emails que recebemos todos os dias. Mas, depois, vi que a coisa era séria.

O número acima representa a quantidade de candidatos que, nos últimos cinco meses, se inscreveram para o Projeto Mars One, liderado pelo engenheiro holandês Bas Landscorp. A empresa busca 24 voluntários de diferentes nacionalidades para enviar ao planeta vermelho em missão só de ida. O lançamento está previsto para 2023.

O Brasil teve 10.289 inscritos no projeto. O país é o quarto entre aqueles com maior número de candidatos. Ao todo, 140 nações têm pessoas inscritas no projeto.

São muitos os obstáculos para uma missão de colonização do planeta vermelho. Além de não poder retornar à Terra, os participantes terão que encontrar água, produzir oxigênio e cultivar seus próprios alimentos, além de sofrer exposição recorde à radiação solar.

Talvez a motivação destas pessoas seja ter a oportunidade de “recomeçar o planeta do zero”...

PS 1: Por que não cuidar direito da “nossa casa”, ao invés de procurar uma nova?
PS 2: Bem que nossos políticos poderiam estar na lista de candidatos do primeiro voo do projeto...

Publicado em 28/11/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Pergunte ao oráculo...

Recentemente, têm acontecido tantos fatos estranhos no Brasil para os quais não consigo achar respostas plausíveis, o que me levou a lembrar de uma coluna muito interessante em uma revista que tenho lido para arejar um pouco a cabeça...

Curiosamente, o nome da coluna é: “Pergunte ao Oráculo”. E não é que as pessoas perguntam mesmo? Desde o porquê das borboletas voarem, até quando foi inventado o hambúrguer, quantas estrelas orbitam em nossa galáxia, etc.

Bem, resolvi fazer algumas perguntas ao oráculo também! Caro Oráculo: quais são alguns dos maiores escândalos de corrupção do país e quem são seus principais personagens?

Oráculo responde:

- José Sarney, 83 anos. Ex-presidente, atual senador e presidente da Casa pela quarta vez (PMDB-AP). Escândalo: A CPI apontou o ex-presidente como figura crucial para o esquema, liberando dinheiro de fundos controlados pela Presidência a municípios, sem quaisquer critérios que não os políticos. Quando a verba acabava, Sarney tinha de utilizar a chamada 'reserva de contingência' e, para isso, contava com a ajuda de seu ministro do Planejamento, Aníbal Teixeira. Em 2011, foi eleito pela quarta vez presidente do Senado, posto que deixou em 2013. Renan Calheiros acabou por assumir a vaga.

- Renan Calheiros, 58 anos. Senador (PMDB-AL), ministro da Justiça no governo FHC. No centro do escândalo, José Sarney tentou dividir a responsabilidade pelos atos secretos mostrando que seus antecessores no cargo de presidente do Senado também se valeram do expediente. Entre eles, Renan Calheiros apareceu como o recordista de atos secretos: 260 de 663 atos tabelados, incluindo a criação de cargos e nomeações em favor de aliados. Foi reeleito senador em 2010, três anos depois, alçado por seus pares à presidência da Casa.

Caro Oráculo: por que andam dizendo por aí que, agora, os políticos corruptos foram para a cadeia?
Oráculo: leia mais sobre a  história do Brasil e você terá a resposta! Ou apenas continue dormindo...

Publicado em 21/11/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Na terra do nunca!

Vi, recentemente, na TV um filme que me emocionou muito: “Em Busca da Terra do Nunca”. A história é baseada no autor de “Peter Pan”, J. M. Barrie, e mostra como ele vai buscar inspiração para criar o famoso personagem, convivendo com uma família que tem vários filhos e passa por certas dificuldades. Um destes filhos o inspira a criar e levar ao teatro a peça e mostrar como o mundo da fantasia pode se tornar real.

Na 'Terra do Nunca' de Barrie, o mundo é cheio de fadas, gnomos e também vilões, só que nosso herói Peter Pan consegue derrotar o mal.

Lendo várias notícias sobre nosso querido Brasil, me senti como se estivesse vivendo na “Terra do Nunca”, só que com uma pequena diferença... “Na terra do nunca vai mudar nada!”

Bem, são tantos casos absurdos que não caberiam nesta coluna, mas vou elencar os que mais me chamaram a atenção: “Acusado de desviar recursos dos cofres públicos municipais, Antonio Cordeiro, prefeito e candidato à reeleição em Minas, pede votos usando uma tornozeleira eletrônica”!

Tem mais. As principais favelas do Rio de Janeiro que, aparentemente, já estavam com o projeto de pacificação no qual  já foram investidos milhões de reais, continuam sendo alvo de matanças e chacinas.

Enquanto isso, a nossa Presidenta Dilma insiste na fantasia de que o Brasil já esta acima da linha da pobreza! Emprestou 1,37 bilhões de doláres para Cuba, porém anúnciou o corte de mais de um bilhão de reais para a segurança pública de nosso país!

Bem, mesmo com todos estes “probleminhas”, vai ter festa na “Terra do Nunca”: no próximo dia 15 de novembro, vamos comemorar mais uma vez a Proclamação de nossa Republica!

Precisamos chamar Peter Pan e suas fadinhas com urgência para nos salvar destes “predadores”, ou enterdermos que nós mesmos  podemos fazer a nossa “Terra do Nunca” se tornar a “Terra do Sempre”!    

PS: Se nehuma das opções der certo, o último a sair apague a luz!

Publicado em 14/11/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Síndrome de Pinóquio...


Alguém se lembra da belíssima novela ‘Vale Tudo’, com a maravilhosa atriz Beatriz Segall na personagem da vilã Odete Roitman e o grande ator Reginaldo Faria no papel de Marco Aurélio, também fazendo um papel de vilão, ambos com muito poder e dinheiro na trama? Puxa vida, cada vez que leio o jornal ou vejo o noticiário na TV, não consigo esquecer desta novela!

Toda semana, aparece na mídia um novo escândalo, uma denúncia e todos os políticos e demais cidadãos envolvidos repetem o mesmo refrão: “Eu nego, é tudo mentira!”. Acho que todos estudaram na mesma escola...

Mesmo com gravações mostrando esquemas de quadrilha, “caixa dois”, lóbis no Planalto, eles negam, negam tudo! Se olharmos para tudo isso como uma mera ficção, podemos dizer que o enredo da trama está muito bom! Mas, por acaso, isso tudo que estamos vendo é a nossa realidade, e cada capítulo desta história vai interferir de verdade nas nossas vidas, nas vidas de nossos filhos, netos, bisnetos...

Sociólogos e analistas políticos divagam sobre o grande mal de não existirem mais os partidos de “esquerda” ou de “direita”. Tudo bem, está mais do que óbvio que isto é uma realidade! E será que este é o problema?

A política, como tudo se globalizou, ficou moderna, imediatista, individualista. Todos querem um resultado rápido e eficaz.

Aí, me pergunto: “E como está o Brasil hoje? E daqui a dez, vinte ou trinta anos?”. Ainda sentimos na pele a questão de problemas sociais não resolvidos desde os tempos de D. Pedro I.

Nossos governantes continuam negando seu o apoio a políticas verdadeiras para a sustentabilidade de nosso país e de nossos cidadãos. E, o pior, eles negam que estão negando o seu dever!

PS 1: O 'Bolsa Família' comemorou 10 anos de vida!
PS 2: Segundo Dilma, o 'Bolsa' é apenas o “primeiro degrau”...
PS 3: Será que vamos estar vivos até chegarmos no segundo, terceiro, quarto...

Publicado em 07/11/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Não sou um ser primitivo...

Casualmente, e felizmente, conheci Kurt, um senhor de 92 anos, em um encontro com amigos. Tenho que dizer que fiquei surpresa com a sua sanidade geral e irrestrita!

De repente, me vi conversando com uma pessoa de qualquer idade! Falamos sobre política, economia e, para completar, ele me apresentou sua namorada. Contou-me que aproveita os finais de semana para ficar na casa dela, quando namoram, viajam, vão ao cinema, tomam café, etc, etc... Como todos os seres humanos fazem!

Para minha sorte, conheci Kurt exatamente nesta época em que está passando a novela “Amor à Vida”, onde me parece que a trama principal é a questão de Bernarda (Nathália Timberg) e Lutero (Ary Fontoura), dois idosos que resolveram seguir o coração e namorar. O casal, inclusive, já teve sua primeira noite de amor, deixando a família de Bernarda chocada com a descoberta...

Acho que eu sou um ET, não entendo como isso ainda possa ser um tabu? Por que tanto estardalhaço em torno de duas pessoas que estão vivas e se apaixonaram, o que naturalmente as leva a fazer amor como qualquer um de nós?

Comentei esta questão com meu querido amigo Kurt e lhe pedi que escrevesse como ele enxerga este fato. Acho que nada mais esclarecedor do que citar algumas de suas próprias palavras:

“Acho difícil falar do sexo sem o contexto geral do estilo de vida. Imagino que o sexo numa pessoa primitiva, sem interesse pelo mundo externo, não vá além dos aspectos meramente físicos, os quais, no avançar da idade, perdem vigor. Na terceira idade, então, a mente e a alma são os componentes mais importantes numa relação amorosa. É natural que a necessidade de fazer sexo frequentemente é bem menor, mas nunca desaparece. O componente empatia e a ligação pela mente e pela alma são fundamentais em qualquer idade”, afirma Kurt Lenhard, 92 anos, consultor de empresas.

PS: É bom lembrar que muitos de nossos governantes e pessoas influentes nas mídias, na economia e nas artes são idosos. Será que eles não fazem sexo?

Publicado em 31/10/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Homens também choram...

Por mera curiosidade, fui verificar no dicionário o significado da palavra “macho” e, para meu espanto, encontrei a seguinte definição: “Do sexo masculino, forte, vigoroso, valente, másculo e viril”.

Aí pensei: “Será que todo ser masculino tem que ter essas qualidades? Isso significa que um homem não pode ser frágil, ter medos, talvez não ser tão viril – o que é muito relativo –, ou até mesmo ser mais sensível que muitas mulheres?”

Então pensei mais um pouco: “As mulheres vivem reclamando que os homens são machões, machistas, grosseiros, chatos... Mas, e na hora de dividir a conta do restaurante ou trocar um pneu furado numa noite fria e chuvosa, elas topariam? Ou até numa briguinha de namorados, elas achariam normal enxugar as lagrimas deles?”

Eu não estou defendendo de maneira alguma o machismo ou os machistas, mas, sim, tentando abrir um espaço para questionarmos a razão deste estereótipo masculino. É bem provável que as próprias mulheres (mães, avós e namoradas) tenham contribuindo para a formação do “macho”.

Acredito que agora, mais do que nunca, após a euforia do feminismo, a descoberta da pílula, a inserção no mercado de trabalho, além do acesso a todo tipo de informação, é a hora de ambos os sexos reavaliarem seus valores e suas posturas.

Que tal você, “macho”, experimentar fazer um belo jantar, lavar a louça e ela tentar consertar o chuveiro ou trocar um pneuzinho?

PS 1: É só tomar cuidado para que nós, mulheres, não fiquemos com o estereótipo do “macho que cospe e coça o…”
PS 2: Também é bom os homens ficarem espertos para não saírem por aí de “salto sete”, cheios de fricotes e decotes...
PS 3: Mulheres no poder, prefeitas, presidentas, muito bom! Mas de nada adianta se elas virarem “o avesso do avesso”...

Publicado em 24/10/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Pequenos grandes detalhes...

Todos nós gostaríamos de viver mais de 100 anos. E, naturalmente, com o corpo e a mente em perfeito estado de saúde. Alguns fatores são fundamentais para se chegar bem aos 80 anos, como hábitos saudáveis de alimentação, cuidados físicos e constante atividade mental.

Mas não são somente estes fatores que fazem com que você viva até os 80, ou chegue até os 100 anos. Pesquisadores americanos e italianos publicaram um estudo na revista Science, mostrando que 150 marcadores genéticos – variações de uma única letra no material genético, espalhadas por todos os cromossomos humanos – permitem determinar, com 77% de precisão, se uma pessoa será centenária.

Nos Estados Unidos, descobriram uma maneira de “rejuvenescer” órgãos em ratos idosos, eliminando as doenças adquiridas ao longo de suas vidas. Testes em humanos ainda demorarão um pouco a chegar, devido ao perigo de desenvolvimento de câncer durante o processo.

Bem, dá para perceber o quanto a ciência e as pessoas estão preocupadas em descobrir a fórmula mágica da longevidade! Porém, parece que esqueceram um pequeno detalhe... Viver com que qualidade de vida? As indústrias farmacêuticas criam, todos os dias, novos remédios para combater nossas doenças, as quais, coincidentemente, também aparecem cada vez mais. Será que existe algum ataque de bactérias alienígenas?

Praticamente toda a África e tantos outros países e continentes vivem na completa miséria e sujeira. Vergonhosamente, ainda há pessoas que não conseguem, sequer, fazer três refeições ao dia, inclusive no Brasil...

Parece-me tão óbvio que a ordem dos fatores está invertida, mas, infelizmente, muitas vezes o óbvio é o mais difícil de ver, ou não quer ser visto.

PS 1: Dizem por aí que o “Fome Zero” já zerou mais de 50% da fome dos brasileiros...
PS 2: Porém, ainda não ouvi falar muita coisa sobre o nosso grande “calcanhar de Aquiles”: a irrigação das áridas terras de nosso sertão!

Publicado em 17/10/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Um País emergente...

Em quase todo o Brasil, avançou em 2012 a presença nos domicílios de bens duráveis, entre eles, os eletrônicos. Casas com TV, aparelhos de DVD, computador, carro e moto, mas sem esgoto e coleta de lixo.

Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, mostram que, enquanto no país avança a presença nas residências de bens duráveis, como eletrônicos, boa parte dos Estados fica paralisada – ou até regride – em serviços como água, esgoto e coleta de lixo.

Um dos maiores entraves, ainda, é a rede de esgoto. Ao todo, 11 Estados recuaram no acesso a este serviço. No Piauí, o percentual de casas com acesso à rede foi de 4% para 2,8% – queda de 29%.

“Há um avanço, mas muito aquém do que o país precisa. O governo tem meta de universalizar o serviço em até 20 anos. Se continuar assim, é impossível”, diz Édison Carlos, presidente do instituto.

O problema se repete na coleta de lixo. “Os municípios não têm mostrado capacidade de recolher e destinar adequadamente tudo. E os problemas estão se agravando”, diz Maria Vitória Ferreira, coordenadora da agenda ambiental da Universidade de Brasília.

Neste cenário desastroso devido a inconsequente administração de nossos governantes, surge um outro cenário surrealista...  Jorge Alessandro de Souza vive em frente a um igarapé no bairro São Jorge, na zona oeste da capital do Amazonas. O lixo se acumula nas margens do canal, não há coleta de esgoto e a iluminação é precária.

Porém, na sua garagem, uma lona escura esconde um sonho antigo: o carro que ele comprou em fevereiro passado. Dentro de sua casa, há geladeira, televisão e outros eletrodomésticos, todos novos... Será que esta situação pode levar alguém em sã consciência a dizer que vivemos em um país emergente?

Bem, deixando de lado estes pequenos detalhes do dia a dia e dando para ver a Copa e a novela das oito, parece que está tudo bem por aqui...

PS: Será que já estão vendendo “rede de esgoto” nas Casas Bahia?

Publicado em 10/10/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O presente é um “presente”...

Para comemorar o dia 1° de Outubro, Dia Mundial do Idoso, o Portal Terceira Idade sempre busca presentear seus internautas com homenagens ao público da terceira idade, feitas por personalidades importantes do País. Há pouco tempo, a atriz Glória Menezes e o Padre Fábio de Melo enviaram mensagens muito carinhosas à “moçada” da terceira idade.

Este ano foi a vez do ator Francisco Cuoco, que completa 80 anos em 29 de novembro próximo, prestar a sua homenagem.

A convite da produção de sua peça, “Uma Vida no Teatro”, que esteve em cartaz em São Paulo, tive a oportunidade de prestigiar seu trabalho, uma comédia dramática que encanta pelo seu texto ágil e pela interpretação bem-humorada de Francisco Cuoco, em cenas ora divertidas, ora comoventes.

Mais encantador ainda foi conhecer Cuoco ao vivo. Para quem tem o ícone da TV, teatro e cinema na memória – muito lembrado por seus trabalhos na TV, como, “Selva de Pedra” (1972), “Pecado Capital” (1975), “O Astro” (1977), entre outros – conversando com ele pude sentir uma pessoa humilde, doce, bondosa e, o melhor de tudo, que tem muito respeito pela vida e pelo próximo.

“O tempo passa para todo mundo. O importante é a gente ter cada vez mais consciência de que idade não é um problema, idade é uma consequência. Esqueça os números e os anos. O passado é lindo, ficou lá pra trás, é uma referência importante. O futuro é o minuto seguinte, que é tão precioso que a gente chama de 'presente'. Então, o presente é importante para que você esteja bem, esteja saudável, esteja feliz!”, disse Cuoco, durante a nossa entrevista, gravada após a peça, no saguão do teatro.

Saí do teatro andando nas nuvens e me senti presenteada com suas palavras! Percebo, cada vez mais, o tempo que perdemos vivendo no passado ou no futuro...

PS: Para assistir o depoimento gravado do ator Francisco Cuoco no YouTube, acesse: http://youtu.be/NuOPVIU8PKk

Publicado em 03/10/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A idade certa...

Dizem que pra tudo na vida tem a hora certa. E será que pra tudo o que queremos fazer existe a “idade certa”?

Com certeza, você já viu aqueles anúncios de emprego bem simpáticos, tipo: “Precisa-se de moço(a), com idade entre 18 e 25 anos, para vendedor”, ou “Procura-se profissional de marketing com idade entre 25 e 30 anos”.

Além de outras situações, como querer ver um determinado filme, dar um beijo em público, frequentar um curso, transar... Questões que, dependendo da idade – seja ela a mais ou a menos –, acabam nos constrangendo devido a tantas regras e imposições sociais!

De repente, encaixar-se em determinadas situações fica tão difícil quanto acertar na Megasena! Se você tem 15 anos, acaba querendo ter 20, se tem 25, seria melhor ter 18, se tiver 60, gostaria de ter 40... Afinal, será que nós somos apenas uma “idade”?

Claro que existem certas situações que exigem uma determinada idade para que possamos participar com mais conhecimento, ou mesmo para que possamos entendê-las melhor. Porém, não dá pra massificar tudo e todos! Você tem a sua vivência e, com certeza, tem ou teve experiências que são só suas.

Acho que, mais do que nunca, é muito importante estar atento e olhar um pouco para dentro de nós mesmos, buscando, bem lá no fundo, o que achamos que seria bom fazer na idade que temos hoje! Atitudes e opiniões próprias sempre fazem bem. Continuar questionando tudo e todos, também.

Um amigo me deu uma dica que eu achei incrível: “Canse de ouvir antes de falar!” Só é possível questionar, criticar e modificar as coisas que nos parecem estranhas, e, muitas vezes, sem lógica alguma, a partir do momento que tivermos conhecimento e diálogo.

Que tal assistir um bom desenho animado, ler um livro do Fernando Pessoa, ouvir uma sonata de Bach, baixar um MP3 que você curte e até levar aquele “papo-cabeça” com seu filho, seu pai, sua avó ou seu netinho? Todos eles têm a idade certa...

PS: Agora, no dia 1º de Outubro, o Brasil comemora mais uma vez o Dia Internacional do Idoso!!!

Publicado em 26/09/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

“Isso é uma vergonha...”

Tomei a liberdade de usar um chavão muito conhecido de nosso querido jornalista Boris Casoy: “Isso é uma vergonha...”.

Pensei em várias frases ou expressões que poderiam expressar meu sentimento pelo momento que o Brasil está passando, mas não consegui encontrar outra expressão tão clara e objetiva como a do Boris sobre a nossa triste realidade.

Hoje havia pensado em escrever sobre o Mensalão – que já virou Anuário, Biênio –, enfim, uma estória sem fim. Julgamentos e mais julgamentos, decisão final de desempate do juiz fulano de tal, corre, recorre, utilizam recursos para abrandar penas, mudança de juízes, ferramentas legais que podem adiar o julgamento para 2014, etc, etc, etc... E tudo vai ficando como está.

Será que rimos ou choramos de nosso código penal e das pessoas que aplicam as leis em nosso país? Será que eles mesmos não sentem vergonha do que estão fazendo? Qual o preço disso tudo?

Um país sem ordem e sem progresso! Tudo pode e ao mesmo tempo nada pode! Dilma não vai se encontrar com Obama, pois está indignada com a “invasão” americana em nosso sistema de informações.

Bonito ela falar isto em público e mostrar que é durona, porém, se não me engano, isto já acontecia desde os tempos em que éramos colônia dos portugueses. Só mudou o nome, a língua e as tecnologias utilizadas, afinal, estamos no século 21, ninguém vai ficar por aí usando canetas de pena e pombos correio...

Mais envergonhada fiquei ao ler a seguinte manchete: “O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado como mandante do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang em 2005, enfrentará nesta quinta-feira (19) seu quarto julgamento do caso”. Quarto julgamento? Desde 2005? Isso é uma vergonha!!

Tudo bem... Vamos vivendo o nosso dia a dia e torcendo para que não chova no fim de semana.

PS: Vou ligar para todos os meus fãs que mandam cartinhas todo mês – com as contas de água, luz, telefone, etc. – e ver se consigo adiar o pagamento para 2014, ou 2015...

Publicado em 19/09/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Yes, nós temos peras, bananas...

Quem não se lembra de nossa maravilhosa Carmen Miranda e seu famoso “turbante”, que mais parecia um cesto de frutas?

Cantora maravilhosa, foi nossa representante nos EUA entre as décadas de 30 e 50. Claro, deixando à parte a visão que se criou do Brasil, na época, de um lugar tropical, cheio de bananas, sol e água fresca, ela teve seu mérito musical e foi uma mulher além de seu tempo! Inclusive, teve imenso desgosto por não ter seu devido reconhecimento em nosso país enquanto estava viva.

Voltando aos dias de hoje, surgem distorcidas e bizarras figuras, que se apossaram de maneira indevida e totalmente “trash” de toda uma cultura “pop” criada por ela.

Espremida entre um programa destinado a vender uma frigideira supersônica e um pastor disposto a converter almas, surge agora, aos domingos, na RedeTV!, uma loira de rosto conhecido, mas figurino novo. Trata-se de Suelen Aline Mendes da Silva, cujo nome artístico, até então, era Mulher Pera, agora comandando um programa infantil intitulado “Fadinha do Brasil”.

O programa foi ao ar pela primeira vez há uma semana. Há um ano, candidata a vereadora pelo PT do B, Suellen pediu votos com a ajuda de uma foto super sensual, mas não passou dos 2.126 votos.

Olhando para a programação da RedeTV!, a nova atração não chega a surpreender. Diferentes denominações religiosas ocupam quase metade da programação da emissora durante a semana, além de panelas, facas ginsu...

Bem, também não vamos ser injustos e “crucificar” apenas a Rede TV!. Praticamente todas as emissoras abriram suas portas para o que der e vier...

Mulher pera, melancia, bundas e mais bundas rodopiando no “Domingão do Faustão”, “Quem quer dinheiro?”, no programa do Silvio Santos, choramingueiras dos que ganham móveis, casas, etc, etc...

PS 1: Querida Carmem, se você pudesse ver no que se tornou o nosso Brasil, talvez não ficasse tão   triste por não ter sido reconhecida, em vida, em nossa terrinha...
PS 2: Ainda temos bananas?

Publicado em 12/09/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Brasil com “S” ou com “Z”?

A história que aprendemos desde crianças na escola é que no dia 7 de Setembro de 1822, próximo ao riacho do Ipiranga, D.Pedro levantou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”.

Pouco se comenta que o povo, na época, nem sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

Estamos falando da história do Brasil, mas todos estes fatos me remetem aos dias de hoje. O nosso país continua sendo extremamente desigual, em todos os sentidos: econômico, social e político. Quem não quer ser independente, ter o direito ao seu sustento, morar, estudar, trabalhar, ter acesso a hospitais, luz e rede de esgoto? Mas, como diz um bom e velho ditado: “A liberdade não se ganha, se conquista!”.

Aparentemente, podemos ir e vir, afinal, acabou a escravidão...(!?) Mas qual é o significado da  nossa independência? É possível dizer que vivemos como cidadãos livres, seja na área urbana ou rural, se ainda existem pessoas que chegam a ganhar 30 ou 50 reais por mês e usam seu dedo polegar como assinatura?

Ah, esqueci, temos a Bolsa Família, a Bolsa Escola... Estamos no ano de 2012 e, lá fora, o Brasil é visto com um país emergente. Talvez nosso maior trunfo seja sermos eternamente “o País do futuro...”

Hoje, os beneficiados, e, diga-se de passagem, muito bem beneficiados, continuam sendo os mesmos! Só mudaram de nome. Mas como isso é possível? Temos uma nova classe emergente, cheia de cartões de crédito – e dívidas com juros praticamente impagáveis. Nossa população tem celulares, TVs de plasma, acesso ao Facebook, envia torpedos! É... Acho que estou exagerando... Olha só quantas coisas mudaram!

PS 1: Você sabia que D. Pedro pagou à Portugal 2 milhões de libras esterlinas pela nossa independência, e com dinheiro emprestado?
PS 2: Cento e noventa e um anos se passaram e tão pouca coisa mudou...

Publicado em 05/09/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sobre homens e borboletas...

Todos os anos, algo entre 60 milhões e 1 bilhão de borboletas monarcas (Danaus plexippus) migra de Ontário (Canadá) para Michoacán (México). Uma jornada de 3.500 km, que dura até dois meses. Podem ser necessárias quatro gerações para chegar ao destino final.

As monarcas deixam o Canadá no outono do hemisfério Norte, quando o frio aperta. Partem atrás de temperaturas mais estáveis, que não caiam abaixo de 0°C, no planalto central do México. Para recebê-las, e aos milhares de turistas que atraem, existe a Reserva da Biosfera Borboleta Monarca ("mariposa monarca", em espanhol).

Na primavera, elas fazem a viagem de volta. Alguns desses insetos, que pesam 1 g, foram rastreados. Descobriu-se que vários retornam para as mesmas árvores de que haviam partido seus antepassados.

Essa pequena maravilha da natureza serviu de mote para um bom romance sobre a mudança global do clima: "Flight Behavior" (comportamento de fuga, ou de voo), da americana Barbara Kingsolver.

Como tantas migrações periódicas (pássaros, baleias, tartarugas marinhas), a das monarcas intriga os humanos. Como é possível que seres tão menos aparelhados do que nós consigam ser tão precisos, tendo apenas o instinto por guia?

Faço uma outra pergunta: como é possível que nós, seres humanos tão avançados tecnologicamente e com tantos estudos filosóficos sobre nós mesmos, não consigamos usar nosso mero instinto básico para vivermos em paz e harmonia?

Guerras, fome, armas químicas, crimes hediondos, mentiras, poder, etc, etc... Que bom que as borboletas não “evoluíram” como nós!

Tenho visto tantas coisas que ultrapassam o limite da razão de qualquer ser humano “dito normal” nas mídias, que achei mais saudável e interessante escrever sobre esta pacífica e inteligente comunidade de borboletas!

PS 1: Qual é o instinto que nos guia?
PS 2: O que te faz feliz?...

Publicado em 29/08/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sobre homens e lobos...

Estudiosos acreditam que os cães surgiram da domesticação do lobo cinzento asiático há cerca de 100.000 anos. Com o passar do tempo, os filhotes de lobo foram se adaptando à aproximação do homem e se tornaram animais dóceis. Hoje, estima-se que existam no mundo inteiro aproximadamente 400 raças de cães. Eles se tornaram animais sociáveis e eternos defensores do ser humano.

A famosa  frase “o cão é o melhor amigo do homem” foi dita durante um julgamento, pelo advogado americano George Graham Vest em 1870, quando acusava um homem pela morte de Old Drum, o melhor cão de caça de um fazendeiro local. Um vizinho, desconfiado que o animal andava matando suas ovelhas, deu ordens para que atirassem no cachorro. Quando Old Drum foi encontrado morto, seu proprietário resolveu processar o culpado. Com um belíssimo discurso, George Vest ganhou a causa.

Cada vez mais, percebo a importância do cão para os humanos. Você já deve ter escutado histórias de cães que se tornaram verdadeiros heróis ao salvar a vida de seus donos ou defendê-los até as últimas consequências, como no caso da vira-lata Bruna, que, em dezembro de 2007, salvou seu dono, o cadeirante Paulo Sérgio Moreno de Jesus, 51, do ataque de um cão Pitt Bull. Considero esta raça um projeto de cachorro que não deu certo!

Os cães são carinhosos, leais e têm um amor incondicional! Quem já não viu cenas de moradores de rua com seus cães dormindo ao seu lado, ou cães que acabam falecendo logo após a partida de seu dono? Bem, poderia citar aqui inúmeros exemplos de amizades surpreendentes entre “homens e lobos”, mas será que eu conseguiria citar os mesmos casos de amor incondicional, amizade e bondade entre nós, seres humanos? Gostaria muito de responder que sim...

PS 1: Qual é o segredo?
PS 2: Quem souber, por favor, envie um e-mail!

Publicado em 22/08/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

“Velhos Guris”

“Demônios da Garoa” e “Os Incríveis” são apenas alguns dos nomes que nos vêm à mente quando nos lembramos de conjuntos famosos da música brasileira – e que fazem parte do crescente grupo de músicos que já estão na 3ª idade.

Mas não é só a “moçada” famosa que está cantando e tocando por esse Brasil afora... Em Curitiba, no Paraná, um grupo muito carismático de idosos, que em 2013 completa dez anos, já tem até 2 CDs lançados. E estão planejando o terceiro!

“Os Velhos Guris” surgiu de um projeto de atividades de musicoterapia do Lar dos Idosos - Recanto Tarumã, mantido pela entidade Socorro aos Necessitados. O grupo teve três formações, mas um dos idealizadores, Odamir Bartholomeu, 81 anos, segue embalando o conjunto com música de qualidade.

Músico da noite curitibana “do tempo que tinha bonde”, Bartholomeu e seu inseparável pandeiro sempre tocou em casas noturnas, durante o dia, tinha sua segunda profissão, de técnico eletrônico. A chegada ao lar dos idosos aconteceu em 2003, porque não conseguia mais emprego.

Logo no primeiro dia, ele reencontrou um velho amigo músico, Jorge Xavier de Barros,  “Chegamos no mesmo dia aqui e nos encontramos no refeitório. Foi algo emocionante”, afirma.

Meses depois, a musicoterapeuta e coordenadora do grupo, Claudimara Zanchetta, veio trabalhar no local com objetivo terapêutico. “O objetivo inicial era trabalhar a história musical de cada morador do lar, mas eles queriam mais e fundaram o grupo”.

Os “Velhos Guris” já gravaram dois CDs – um de moda de viola e outro de samba –, tendo sido consagrados com diversas premiações de projetos envolvendo a terceira idade.

Sem fazer muitos planos, os “guris” querem envelhecer com dignidade e, se possível, gravar um terceiro CD. “O terceiro poderia ser de serenatas, para lembrar das velhas namoradas”, declara Bartholomeu.

PS 1: Parabéns para esses lindos Guris!
PS 2: Envelhecer com saúde e prazer: um direito de todos!!

Publicado em 15/08/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Tudo sobre o nada...

Que tempo o tempo tem? Pergunta meio estranha, mas você já pensou que os minutos, segundos e horas nunca param de passar, e que nós sempre achamos que o tempo está correndo demais? Estamos sempre atrasados ou em cima da hora para chegar ao trabalho, levar as crianças para a escola, ir ao cinema, dar banho no cachorro... Bem, acho que nem dá tempo de escrever tudo o que eu gostaria!

Mas, se pensarmos bem, o tempo é relativo! Quando estamos de férias, o tempo passa rápido, se estamos entediados e cansados, o tempo não passa, o dia fica longo, ficamos impacientes, sonolentos, esperando os minutos passarem.

Eu ainda não entendo bem o tempo... Quanto tempo eu tenho deixado livre para mim mesma, para as coisas que eu gosto de fazer, ou mesmo para não fazer nada?

Você já brincou de bolhas de sabão? Elas são tão lindas e frágeis. Sua existência é de alguns segundos, porém a satisfação em vê-las e soprá-las é imensa. Talvez o tempo seja assim também, frágil e invisível, medido na sua essência pela nossa satisfação e deleite e não pelos nossos relógios, despertadores e bate-pontos escravizantes!

O tempo é apenas um sequência de milésimos de segundos que nunca param, mas que também se repetem dia após dia. As mesmas datas virarão, no próximo ano, Carnaval, Páscoa, Finados, etc, etc...

Daqui a pouco, mais um ano vai passar e outros vão chegar. Eu já estou planejando um monte de coisas e ainda não consegui fazer tantas outras... Que loucura! Pensando bem, vou me dar um tempo! Vou aproveitar este segundo semestre de 2013 para fazer mais bolhas de sabão, brincar de ioiô, caminhar, pensar, encontrar os amigos e fazer menos, com mais prazer! Será que vai dar tempo?

PS 1: O Congresso Nacional voltou de seu recesso...
PS 2: Não tem havido quorum suficiente para votações. Parece que os “eleitos” possuem mais tempo do que nós, meros “seres mortais”!

Publicado em 08/08/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Não fecha porque não abre...

Estes dias me lembrei de uma situação muito engraçada e verídica que aconteceu com uma amiga. Ela estava me contado que tinha feito uma viagem a Portugal. Achou tudo muito lindo, um povo muito amistoso e gentil para com seus “irmãos brasucas”!

Passeando por todos os pontos turísticos, de repente ela quebrou o salto de seu sapato... Até aí, nada demais. Foi em busca de um sapateiro e pediu para consertar o salto quebrado. Como já era uma sexta-feira, ela lhe perguntou: “O senhor fecha no sábado?”. Ele, muito tranquilamente, respondeu: “Não!”.

Ela sai contente, pois queria usar o tão querido sapato no final de semana. Pois bem, logo cedo no dia seguinte, sábado, ela foi buscar seu sapato. Eis que, para seu espanto, a sapataria estava fechada! Ela logo pensou: “Puxa, aqui em Portugal todos são tão corretos. Não esperava uma atitude destas...”.

Minha querida amiga passou o final de semana indignada! Na segunda-feira, foi correndo à sapataria. Já meio chateada, perguntou ao sapateiro: “Porque o senhor disse que não fechava aos sábados? Eu estive aqui logo cedo e encontrei seu estabelecimento fechado!”. E, com a maior naturalidade, ele lhe respondeu: “Minha senhora, nós não fechamos aos sábados porque não abrimos!”.

Parece história de pescador... Mas foi tudo verdade! O que me levou a lembrar deste fato engraçado – e até surrealista – foi ter visto uma manchete no jornal com a seguinte chamada: “'Lula não vai voltar porque ele não saiu', afirma Dilma”.

Não sabia se ria ou chorava... Li várias vezes para confirmar se não era uma piada! Só para vocês terem o gostinho de ver um pouco mais desta notícia, vou citar um dos parágrafos da nossa Presidenta: “Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu (…) Eu tô misturada com o governo dele total”.

É tudo verdade!! “A sapataria não fecha porque não abre...”

PS: Dizem que se o Papa ficasse mais um pouco no Brasil ele já tava até sambando...

Publicado em 01/08/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 25 de julho de 2013

“Bolsa Prazer”...

Celulares cada vez mais sofisticados, TVs com imagem HD, internet sem fio, carros enormes que estacionam sozinhos, aparelhos para diagnósticos médicos computadorizados... Não há dúvidas, vivemos numa sociedade moderna!

Só um pequeno detalhe: qual o preço disso tudo? Dá para falar em um celular sem se preocupar com o valor absurdo de cada minuto? E a TV a Cabo, dá para pagar? A gasolina está mais cara do que nunca, exames médicos, estão até parcelando no cartão de crédito!

Mas como assim? O Brasil está, agora, acima da linha da pobreza! Já estão levando água, luz e esgotos para todos os cantos do País. Ah, e o ‘Bolsa Família’? Todos querem, todos precisam.

Falando em bolsa... Vi uma pequena chamada no jornal, a qual, de início, achei que era uma piada, mas, no país da piada pronta, vi que era verídico! Um homem tentou pagar uma garota de programa com um cartão do Bolsa Família, em Itapetinga (BA). Também não tinha dinheiro para pagar pela diária do Mirage Motel. O caso foi parar na polícia, pois o cliente deixou como garantia um toca-CD e o Cartão do Trabalhador, emitido pela Caixa para consultas e saques do FGTS e outros benefícios. "Ele voltou na madrugada e pagou os R$ 58", relatou Paulo, funcionário do motel. “A garota de programa ficou no prejuízo”, completou.

E assim caminha a humanidade... Claro que o Bolsa Família é um auxílio importante para milhões de brasileiros que não recebem a vara para pescar e continuam dependendo do pequeno peixe que lhes é dado no final do mês. Porém, se insistirmos em manter milhões de pessoas sem acesso à informação, infraestrutura local e profissional, bem como escolas básicas e técnicas, nunca um brasileiro abaixo – ou supostamente acima – da dita “linha da pobreza” se tornará um cidadão digno de respeito a si próprio e muito menos à comunidade em que vive.

PS 1: Política imediatista, um sonho de consumo sem pé nem cabeça!
PS 2: Com que bolsa eu vou?...

Publicado em 25/07/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O ovo ou a galinha?

Vivemos um dos maiores momentos de preocupação com a nossa Terra, nosso planeta, nossa casa. Preocupamo-nos com o ar que estamos respirando, o derretimento das geleiras devido à diminuição da camada de ozônio, a água que bebemos, as matas devastadas...

E o ser humano? Como ele fica no meio disto tudo? De que adianta salvar o planeta se não conseguimos salvar a nós mesmos?...

Dedico esta coluna a todas as Marias da Penha, de Souza, de Andrade e, também, às Marcias, Paulas, Reginas, enfim a todas as mulheres e, em especial, às mulheres que já sofreram algum tipo de agressão física ou emocional.

Mesmo depois de aprovada a Lei Maria da Penha – Lei 11.340, de 7/08/2006 –, que cria mecanismos para coibir qualquer tipo de agressão contra as mulheres, este tipo de selvageria e brutalidade humana continua acontecendo cada vez mais e, infelizmente, na maioria das vezes por parte dos maridos e parceiros das vítimas.

A lei não vai mudar a atitude e a cultura destes homens. Acredito que existe, sim, a necessidade de vários programas por parte do governo e da sociedade de conscientização e mudança de valores quanto à mulher como ser humano e seu papel na sociedade.

Enquanto a televisão e outros meios de comunicação continuarem exibindo a mulher como mero objeto de consumo, seja em comerciais de cerveja, perfumes e lingeries, e a própria mulher continuar aceitando este tipo de papel, acho muito difícil o ser “homem” mudar a sua visão e atitude frente a nós mulheres.

Parece contraditório, mas cabe, em primeiro lugar, a todas as mulheres se colocarem como seres humanos que pensam, agem e refletem sobre esta questão da violência contra elas mesmas, que continua tão grande quanto na época dos Neandertais.

Vale à pena lembrar que nós mulheres geramos todo e qualquer ser humano que está neste planeta. Fazer mal a uma mulher é como fazer mal à sua própria mãe!

PS: Mulheres e homens do mundo: uni-vos! Pensem nas gerações futuras, suas filhas, netas, bisnetas...

Publicado em 18/07/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Perguntas para quase tudo...

Recentemente, li o livro "Uma Breve História de Quase Tudo", de Bill Bryson, um delicioso guia de viagens pela ciência. Achei a obra muito interessante e separei algumas perguntas e respostas:

Há quanto tempo existe o universo?
“Há bastante tempo os cosmologistas vêm discutindo se a criação foi há 10 bilhões de anos, duas vezes essa cifra ou um valor intermediário. Parece estar se formando um consenso em 13,7 bilhões de anos. Será que é definitivo?”

Quantas espécies vivem em nosso planeta?
“Não temos a menor idéia do número de seres que vivem em nosso planeta. As estimativas oscilam de 3 milhões a 200 milhões. Quantos seres vivos ainda serão descobertos?”

Geneticamente, qual a semelhança entre homens e macacos?
“O ser humano moderno é 98,4% geneticamente indistinguível do chimpanzé moderno. Há mais diferença entre uma zebra e um cavalo que entre você e as criaturas peludas que seus ancestrais remotos deixaram para trás. Evoluímos ou não?”

Com certeza, todos nós já nos fizemos algumas destas perguntas, além do famoso questionamento: “Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou?”.

Eu, pessoalmente, tenho me perguntado de que adianta saber de onde eu vim se eu não sei nem quem sou ou para onde vou. Claro que eu sei quem eu sou, meu nome, CPF, RG, onde moro, qual o meu trabalho... Mas quem sou eu? Quais são meus desejos verdadeiros, meus anseios, gostos? O que desejo fazer nesta vida? Será que eu apenas existo e, em algum momento, isso acaba e pronto?

Penso, logo existo! Tudo bem, mas, daí pra frente, o que é que estamos fazendo com tantas informações e pensamentos fragmentados?

E, pra complicar um pouquinho mais, dizem que, no Brasil, surgiu uma nova classe C, com um poder aquisitivo muito maior, cheia de oportunidades e saldos bancários maravilhosos! Será que é mais “fashion” fazer parte desta classe? Qual será a minha classe?

PS: Vou perguntar para meu “Oráculo” se devo casar ou comprar uma bicicleta...

Publicado em 11/07/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Cuidado com o vírus!

Preconceito: Opinião adotada sem exame, somente imposta pelo meio ou pela educação (fonte: Enciclopédia Larousse Cultural).
Doença: Processo mórbido definido, com sintomas característicos, que pode afetar o corpo todo ou uma ou várias de suas partes. (fonte: Dicionário Michaellis).

Bem, acho que a definição das palavras preconceito e doença já é um bom começo para questionarmos qualquer atitude que se baseie nestes conceitos.

Você já pensou que, em várias situações polêmicas de sua vida, o preconceito ou a moral imposta o levaram a tomar atitudes sem nem ao menos questioná-las? Venhamos e convenhamos, uma sociedade é composta de regras, porém muitas delas acabam se tornando dogmas, principalmente quando elas se justificam no medo de aceitar novas maneiras de agir e pensar.

A homossexualidade é uma dessas questões que nos dá medo, talvez porque ela coloque em risco a nossa idealização do “ser” masculino e do “ser” feminino. Mas será que esse é o maior problema? Ou a grande questão é: “posso ou não ser gay, lésbica, heterossexual, ou pintar o cabelo de verde?”.

É incrível como, estando no século 21, pessoas tidas como representantes de nossa sociedade – vide o Sr. Marco Feliciano, ironicamente, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal – têm coragem de alardear, em alto e bom tom, que homossexualismo é uma “doença” e que precisa de tratamento!

Se não lutarmos pelo nosso direito à liberdade e igualdade, independente de nossa cor, raça, religião ou opção sexual, é muito fácil amanhã nós mesmos sermos a próxima vítima.

Cuidado com o vírus do preconceito e da ignorância. Ele é facilmente transmissível através de “ditadores”, da mídia, rádio, TV, Facebook, jornais ou numa simples conversa de boteco...

PS: Fico muito feliz em saber que, aqui em Marília, existe a ALGBT (Associação de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais): www.observatoriodeseguranca.org

Publicado em 04/07/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Alice no país das maravilhas!

O que você faria se ganhasse sozinho o 1º prêmio na loteria? A maioria das pessoas compraria a tão sonhada casa própria, carro, mobília e muitas roupas novas, uma viagem ao redor do mundo, e, talvez, dividir um pouco com a família e, quem sabe, com alguns amigos...

Há 60 anos, um senhor, em Guarulhos, cidade próxima à São Paulo, teve essa oportunidade. Mas fez algo bem diferente.

Álvaro de Azambuja Cardozo, conhecido pelos amigos como Capitão Cardozo, e sua esposa Alice, formavam um casal com fortes e sinceros ideais de amor e fraternidade. Seu maior sonho era montar uma instituição de caridade onde pudessem abrigar idosos. “No Brasil, pouco se faz para ajudar os idosos carentes, que muitas vezes são abandonados pelas próprias famílias e vivem nas ruas”, afirmava Alice.

Como eles não possuíam condições financeiras para tal empreendimento, guardaram o seu sonho. Os anos se passaram e Dona Alice morreu ainda jovem, sem realizar sua vontade.

Contudo, em 1952, Cardozo foi surpreendido pelo destino. Ele foi premiado, sozinho, com o 1º prêmio da Loteria Federal. No ano seguinte, com o dinheiro da premiação, ele adquiriu um terreno arborizado, com aproximadamente 30.000 m², junto à Rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos, e deu início à construção da “Casa dos Velhos Irmã Alice”, em homenagem à sua amada esposa.

Hoje, a casa oferece 4 pavilhões de alojamentos mobiliados. Todos os residentes têm à sua disposição: salão de festa, sala de televisão, biblioteca, ambulatório médico, sala de fisioterapia e espaço para jogos. A equipe de funcionários conta com uma médica geriatra, enfermeira, técnicas de enfermagem e nutricionista. E, claro, muito amor e respeito.

Até parece um conto de fadas... Mas é de verdade. Cardozo e sua esposa Alice fizeram o que poucos fariam, já que infelizmente nossos governantes não o fazem!

PS 1: Fazer o bem não faz mal a ninguém! Aproveite e faça você também.
PS 2: Para saber mais sobre a casa dos velinhos, acesse: www.casadosvelhos.org.br

Publicado em 27/06/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Quem é o engenheiro?

Estive com uma amiga neste último final de semana. Ela é engenheira civil e está fazendo pós-graduação em Estruturas. De início, eu fiquei curiosa em entender melhor o assunto. Ela mesma estava ansiosa e insegura com o tema, achando que seria difícil fazer sua tese sobre esta área da engenharia.

Muito bem, ela me disse que toda construção se baseia no cálculo estrutural e que, para esse cálculo ser feito, é necessário um estudo das muitas variáveis envolvidas, como: o terreno, o clima, a região onde vai ser feita a construção, qual a sua finalidade, etc.

Depois de algumas horas, acabei fazendo uma analogia com a nossa vida. Tudo o que somos ou fazemos depende de nossos valores, nosso modo de agir. Ou seja, nossa formação pessoal tem muito a ver com nossa estrutura familiar, social e as condições que existem à nossa volta.

O trabalho e as relações que escolhemos também acabam sendo frutos do meio no qual estamos inseridos. Enfim, a nossa maneira de ser e agir é resultado de muitas variáveis.

E aí vem a minha pergunta: em qual estrutura estamos baseando nosso dia a dia? Em que “terreno” estamos calcando nosso trabalho, nosso casamento, namoro, amigos, atitudes...?

Será que estamos avaliando as condições que nos cercam, para entendermos se estamos vivendo uma vida feliz? Ou somos, muitas vezes, apenas produto de um projeto já calculado por “alguns engenheiros”?

Pode parecer loucura, mas tenho cada vez mais a sensação de que quase tudo o que fazemos e pensamos é fruto de algo já programado por um ser maior. Não estou falando em termos religiosos, mas, sim, políticos e econômicos.

PS 1: Vou ver se aprendo como se faz aquele delicioso prato, o “Escondidinho”. Inclusive, esta receita tem muitas variações: frango, carne moída, carne seca...
PS 2: E depois de uma semana cheia de trabalho, acho que vou relaxar e assistir alguns bons filmes: “Matrix”, “Teoria da Conspiração”... Será que “Vale Tudo” já está disponível em DVD?

Publicado em 20/06/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mostra a tua cara...

Bem, neste momento em que estamos vivendo e vendo tantos movimentos e protestos a favor do “Passe Livre”, “melhoria dos Hospitais”, “contra os gastos com a Copa”, enfim, tudo muito legítimo e importante, porém são tantas dúvidas e falta de um rumo... Então, pensei: Hoje, quem melhor pode escrever esta coluna é Cazuza! Uma homenagem a ele e à sua música, que fala mais que um milhão de palavras!

Brasil

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha...

Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada
Prá só dizer "sim, sim"

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Grande pátria
Desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair...

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Confia em mim
Brasil!!

PS 1: Viva Cazuza, viva sua sabedoria e sua insensatez tão sensata!
PS 2: A construção de uma sociedade justa e igualitária se faz com propostas claras para antes, durante e depois...

Publicado em 13/06/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Combata esta doença!

15 de junho: Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa. A data foi criada com o objetivo de despertar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa.

A violência, não só física como também a psicológica, acomete idosos de todas as faixas econômicas. Na maioria das vezes, a agressão vem de pessoas da própria família ou próximas a eles. O abandono nos asilos, a falta de carinho, a pressão psicológica e o descaso são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas.

O abuso é geralmente praticado por pessoas nas quais os idosos depositam confiança: familiares, vizinhos, cuidadores, funcionários de banco, médicos, advogados, etc. A vítima é frequentemente do sexo feminino, com mais de 75 anos e vive com familiares. O perfil mais comum é o de uma pessoa passiva, complacente, impotente, dependente e vulnerável. Essas pessoas costumam ser solitárias e isoladas, podendo apresentar depressão e uma baixa estima reforçada por sentimento de culpa e vergonha.

No Brasil, 65% dos idosos consideraram maus-tratos a forma preconceituosa como são tratados pela sociedade em geral: as baixas aposentadorias, os desrespeitos que sofrem no transporte público e a falta de leitos hospitalares para idosos. No nível doméstico, só é relatado como abandono por partes das famílias.

Em 2002, os países membros da ONU assinaram, no Canadá, a Declaração de Toronto, que definiu um plano internacional de prevenção da violência contra a pessoa idosa. No Brasil, a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República lançou, em dezembro de 2005, o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa.

Sabemos que ainda existe um caminho muito longo para extirpar este mal de nossa sociedade. Aliás, o grande mal de todos os tempos sempre foi a violência! Será que já nascemos com esta “doença”?

Publicado em 06/06/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Aids não tem “cara nem idade”

Praticar sexo na 3ª idade faz bem à saúde e traz felicidade. Porém, se feito sem segurança, pode trazer problemas irreversíveis em qualquer idade...

Desde a década de 1980, o fantasma da AIDS amedronta milhões de pessoas em todo o mundo. A infecção se dá pelo HIV, vírus que ataca as células do sistema imunológico. O HIV pode ser transmitido pelo sangue, esperma e secreção vaginal, pelo leite materno, ou transfusão de sangue contaminado. O portador do HIV, mesmo sem apresentar os sintomas da AIDS, pode transmitir o vírus, por isso, a importância do uso de preservativo em todas as relações sexuais.

A mídia fala muito sobre a AIDS entre os jovens e adultos. Mas pouco se fala sobre a doença na população idosa. Um estudo publicado na revista "Brazilian Journal of Infectious Diseases" assinala que a mortalidade por AIDS entre idosos é 15% maior do que entre os jovens.

“A explicação para a morte desses pacientes é que eles iniciaram o tratamento tarde demais”, afirma a professora Marise Oliveira Fonseca. “Muitos idosos não só desconhecem que estão infectados, como também nem chegam a suspeitar que são portadores do vírus HIV”, completa.

A pesquisa analisou aproximadamente 550 mil casos de AIDS no Brasil, entre 1980 e 2009, com 90% dos pacientes entre os 18 anos e 59 anos de idade.

Desse total, cerca de 2,5% (13.657 pessoas) tinham mais de 60 anos. A maior parte recebeu o diagnóstico entre os 60 anos e os 69 anos de idade.

A AIDS não tem cura, mas os portadores do HIV dispõem de tratamento oferecido gratuitamente pelo Governo. Ao procurar ajuda médica, em um dos hospitais especializados em DST/AIDS, o paciente terá acesso ao tratamento anti-retroviral.

Por isso, a frase que ouvimos em todos os meios de comunicação nos últimos 30 anos vale para os jovens e, mais do que nunca, para a “moçada da 3ª idade” também: “Faça sexo seguro. Use camisinha!”.

PS 1: Se tiver alguma dificuldade em colocá-la, peça um help pra ela...
PS 2: Isso acontece em qualquer idade!

Publicado em 30/05/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Cuidado com o “Efeito Feliciano”...

O Brasil sempre foi elogiado e reconhecido por ser um país que recebe, sem discriminação, imigrantes do mundo inteiro. Andamos pelas ruas e facilmente encontramos italianos, japoneses, árabes, portugueses... Sentimo-nos como se estivéssemos na famosa “Torre de Babel”.

Porém, a teoria na prática é outra! Quantas vezes você já ouviu ou falou frases do tipo: “Puxa o 'japa', meu vizinho, é um chato”, ou “Aquele 'branquela' é um arrogante”? Sem falar de piadinhas como: “Quando é que o negro vai à escola?” ou “O português atendeu a esposa no celular e perguntou 'Como você sabia que eu estava no motel?'...”.

No início, é tudo brincadeirinha. Depois vira um hábito, uma atitude constante e, num piscar de olhos, você se torna um discriminado ou um discriminador.

Neste momento, o Brasil passa por um momento muito importante, no que tange não só à etnia, mas à opção sexual. A questão de ser ou não ser gay, lésbica, bissexual, ou seja qual for a escolha do ser humano, ainda é uma questão que gera muita polêmica e também discriminação.

Mesmo tendo sido aprovado pelo Superior Tribunal Federal, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, além do direito à pensão, herança, previdência e comunhão de bens, ainda assim estamos muito longe da aprovação e aceitação de nossa sociedade quanto a este fato!

Muitos religiosos, e mesmo cidadãos comuns, se revoltaram, dizendo que isso é uma afronta à moral da sociedade e da família, ou que ser homossexual é doença ou “coisa do demônio”.

Estamos no século 21 e parece que a caça às bruxas da era medieval continua a mesma!

Por que não aceitamos ou não conseguimos conviver com pessoas que têm uma opção sexual diferente? Afinal de contas, essa opção não é contagiosa, não mata, nem explode bombas ou vicia como o crack e outras drogas! É uma opção à qual cada um de nós tem o direito de escolher.

Que bom poder comer pizza num dia, kibe no outro, sushi... Viva a diferença!

PS: Neste próximo domingo, acontece 17ª Parada Gay em SP. Cuidado com o “Efeito Feliciano”...

Publicado em 23/05/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Bolo Formigueiro...

No nosso dia a dia tão corrido parece loucura pensarmos em receitas de bolo, tortas salgados, etc... Mas achei interessante destacar esta receita, pois o seu nome nos lembra vários acontecimentos em nosso País cheio de receitas exóticas e mirabolantes!

Receita de Bolo Formigueiro

Ingredientes:

  • 200 gramas de margarina + 20 mil reais pagos a auxiliares de check-in no aeroporto para senadores;
  • 200 gramas de chocolate granulado + reembolso ilimitado de gastos médicos para os senadores (extensivo a cônjuges e dependentes até 21 anos);
  • 100 gramas de coco ralado;
  • 2 copos de farinha de trigo + 32 pessoas que zelam pelas residências oficiais dos senadores;
  • 4 ovos;
  • 1 copo de leite morno + 26.700 reais (valor do salário de cada senador) + 170 mil reais mensais para contratar até 55 auxiliares de gabinete;
  • 1 copo de açúcar;
  • 1 colher de sopa de fermento em pó;
  • 1 pitada de sal.

Modo de preparo:

Bata numa tigela, com uma colher de pau, o açúcar, as gemas e a margarina e coloque em seguida a farinha de trigo, alternando com o leite morno. Adicione o Renan Calheiros, o fermento, o coco ralado, as claras em neve e o chocolate granulado. Coloque numa forma untada e enfarinhada e leve ao forno médio.

Excelente esta receita, muito gostosa, prática e fácil de fazer no Brasil e desfrutar ao entardecer com seu grupo de amigos!

Caro leitor, caso você também tenha receitas e queira compartilhar conosco, é só enviá-las para a Editoria do BOM DIA. Eu mesma já estou pensando em fazer um curso de culinária brasileira para que, assim, eu possa aprender como manipular vários ingredientes repetitivamente e sempre conseguir agradar o gosto popular!

Já estou buscando uma boa receita de Lula à Dorê, acompanhada com batatas souté e uma boa caipirinha. Para a sobremesa, acho que vou consultar nossa Presidenta, afinal o prato citado é seu preferido, incondicionalmente!

Publicado em 16/05/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Amor incondicional

Neste domingo, dia 12 de maio, comercialmente vamos comemorar mais um Dia das Mães. Promoções nas lojas, restaurantes, shoppings, tudo para comprar um presente para sua mãe ou levá-la para almoçar, passear... Enfim, o comércio ganha muito com esta data.

Mas será que esta é a melhor maneira de homenagear nossas mamães? Quantas vezes esquecemos, ao longo do ano e no nosso dia a dia tão corrido, de dar um beijo, ligar, ou visitar nossa mãe?

Dizem que a mulher já nasce com o instinto natural de mãe. Ela é aquela que protege, luta e aninha seus filhotes. Também podemos descrever vários tipos de mães: a que cozinha, lava e passa, a que trabalha fora, a que é “mãe coruja”, a mãe brava, a mãe que cria seus filhos sozinha, além das mães que criam os filhos de outras mães.

Neste universo infinito de mães, cito uma que conheci há muitos anos. Uma senhora linda, que inclusive já é avó e bisavó. Ela tem 86 anos e é mais conhecida como Tia Isaura.

Recentemente, ela perdeu uma filha devido a um câncer. Estive com ela nestes momentos difíceis e, mais uma vez, percebi sua maneira sábia de lidar com a vida e a morte. “A gente tem que ter fé e segurar a onda da família. A vida é só uma passagem, não vamos levar nada daqui, senão os momentos de amor e carinho para com nossos filhos e semelhantes. Eu não sei por que as pessoas complicam tanto esta breve viagem”, diz.

Senti de perto a dor que Tia Isaura teve com a perda de uma de suas filhas e me surpreendi como ela suportou este momento doloroso e ainda teve a preocupação com seus outros filhos, netos, bisnetos e agregados. Esta é a mãe incondicional!

Com certeza, será maravilhoso comemorar o Dia das Mães. Porém, acho bom refletirmos sobre como a nossa sociedade ainda age de maneira tão primitiva em relação às mulheres, que são naturalmente nossas mães.

Parabéns a todas as mães do mundo! Mãe é mãe!

Publicado em 09/05/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Decretar é fácil...

O Senado aprovou, no dia 9 de abril, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 66/1212 – conhecida como “PEC das domésticas”.

Nesta emenda, estão incluídas pessoas responsáveis pela limpeza da residência, lavadeiras, passadeiras, babás, cozinheiras, jardineiros, caseiros de residências na zona urbana e rural, motoristas particulares e até pilotos de aviões particulares.

A nova PEC foi idealizada para tratar da regulamentação dos direitos trabalhistas destes profissionais: carteira de trabalho assinada, valor mínimo do salário, jornada de trabalho, hora extra, adicional noturno, etc...

Um fato estranho é que, na categoria dos profissionais considerados “domésticos”, foram incluídos, também, os cuidadores de idosos.

“Parlamentares e senadores não avaliaram todas as implicações que a PEC poderá causar”, afirma o aposentado Francisco de Paula Arantes, 75, de Niterói (RJ). Sua mãe, com 98 anos, dificuldades motoras e cega, é cuidada por duas funcionárias que se revezam nas tarefas domésticas. Pelo trabalho, cada uma delas recebe R$ 1.250 por mês.

Segundo cálculos apresentados no jornal Folha de S.Paulo (caderno Mercado, 05/04/2013), uma cuidadora que recebia R$ 1.250,00 antes da nova lei, tinha um custo anual para o empregador (somados todos os encargos) de R$ 20.066,67. Com a nova PEC, o valor anual passará a ser de R$ 33.326,21. Um aumento de 66,08% em relação à lei antiga.

Com certeza, é muito importante regulamentar todas as profissões. Mas venhamos e convenhamos, podemos viver com ou sem uma empregada doméstica ou até criarmos o hábito de termos diaristas. Agora, quando se trata da questão da necessidade de se ter um cuidador para uma pessoa idosa, a história é bem diferente!

Ainda mais quando não existe praticamente nenhum serviço público que possa oferecer este atendimento a mais de 3 milhões de idosos que necessitam de auxílio contínuo.

PS 1: Decretar leis é muito fácil!
PS 2: Fazer valer o direito de cada cidadão brasileiro...

Publicado em 25/04/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).