quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Klínica da Alegria

Conheci, recentemente, um grupo que traz alegria não só às crianças, mas, também, a muitos adultos e, o mais importante, nos momentos mais difíceis de nossas vidas, quando estamos doentes e hospitalizados.

A Klínica da Alegria surgiu em 2006, quando um grupo de amigos decidiu fazer uma visita de Natal a hospitais, sem maiores pretensões. Depois da publicidade gerada pela visita, diversas pessoas procuraram integrar-se ao trabalho, o que exigiu esforços do grupo inicial, no sentido de ampliar o trabalho, dada sua relevância para a sociedade.

Assim, no ano de 2007, novos voluntários aderiram ao projeto, dando continuidade às visitas aos hospitais e também em orfanatos e favelas. O grupo ganhou, então, seu nome: o “K” de Klínica indica sua derivação do grego “klinos”, que significa inclinar-se ao outro. Em todas as visitas, os Klínicos da Alegria utilizam como estratégia o humor, caracterizado por roupas de palhaços e brincadeiras. Como sinal de mudança da realidade encontrada, cada pessoa visitada recebe um brinquedo.

Todo este trabalho teve prosseguimento em 2008, quando o grupo começou a delimitar melhor seus objetivos, visando, através da arte, modificar e humanizar os hospitais, ambientes institucionais tantas vezes hierárquicos e hostis aos internos. O grupo se tornou uma associação sem fins lucrativos em 2009. Hoje, são 49 associados, levando alegria e amor aos hospitais.

Pessoas que fazem um trabalho voluntário como este tornam possível acreditarmos em um mundo mais solidário e humano. Já que vivemos em um país que torna nosso dia a dia tão difícil e nos proporciona tão poucos direitos a todas as necessidades básicas de seus cidadãos, vamos incentivar, participar e divulgar cada vez mais essas iniciativas!

PS: Se você quiser participar do grupo, ou ajudar a associação fazendo doações de brinquedos, entre em contato com a Klínica da Alegria através do e-mail klinicadaalegria@hotmail.com.

Publicado em 29/09/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

“Ensina-me a Viver”

No último dia 9 de setembro, o Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, fechado por quase um ano para reformas, reabriu suas portas com uma peça que faz jus à sua importância cultural na cidade.

A convite da produção, assisti à reestreia de “Ensina-me a Viver”, que tem Glória Menezes, 76 anos, no papel principal. A peça, que nos últimos quatro anos já foi vista por aproximadamente 500 mil pessoas em mais de 400 apresentações, é inspirada no filme “Harold & Maude”, de 1971, dirigido por Hal Ashby.

Na história, Glória faz o papel da quase octogenária Maude, uma apaixonada pela vida que ajuda a mostrar ao jovem melancólico e deprimente Harold (Arlindo Lopes) a beleza da arte de viver. Desta bela e improvável amizade, nasce um romance apaixonado, mesmo com a enorme diferença de idade.

Para quem viu o filme – eu assisti ao filme nos anos 80 – a semelhança da montagem é realmente incrível. As cenas em que Harold finge se suicidar, tanto para assustar sua mãe, como para afugentar as pretendentes a namoradas que sua mãe encomenda numa agência de relacionamentos, são hilariantes.

Para Glória Menezes, o fator etário não tem nada a ver com paixão. “É uma história de um homem com uma mulher. A idade não conta, não influencia neste drama. É apenas a história de uma mulher amante da vida que consegue fazer um rapaz tremendamente infeliz se apaixonar. Acho que no amor não tem essa de idade”, enfatiza.

Bem, além do fato de Glória ser uma atriz incrível, tanto no palco como na TV, a questão de ela ter escolhido um tema como este que, infelizmente, ainda gera tantas polêmicas no XXI, me encantou mais ainda. Através desta história, ela reforça que o amor não tem idade, mas, sim, coração e muita compreensão. Parabéns, Glória!

PS: A peça “Ensina-me a Viver” vai estar em cartaz até o mês de novembro. Se você tiver a oportunidade de ir à São Paulo, não perca!

Publicado em 22/09/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ler ou não ler?

Você se lembra de como se sentiu quando leu pela primeira vez? É bem provável que não, parece até que já nascemos lendo! Mas, com certeza, deve ter sido um momento mágico.

Claro que existem leituras necessárias e importantes para o nosso dia a dia, mas será que você já experimentou escolher um assunto do seu gosto e, então, passar em uma livraria, um sebo ou uma banca de jornais e comprar um livro, uma revista ou mesmo um gibi? Gostar de ler não significa apenas ler clássicos da literatura, poesias ou obras primas. O importante é escolher um tema que você gosta e tem interesse.

De repente, você pode até se tornar um(a) leitor(a) insaciável, já que existe uma infinidade de obras e autores. É bom perceber que, quando você está lendo, você tem toda a liberdade do mundo de imaginar e criar o cenário da história, os personagens e até as cores e o cheiro das imagens que lhe vierem à cabeça.

Então, aproveite! Você vai descobrir quantos mundos diferentes existem por aí nas prateleiras de uma livraria, em um sebo, na internet ou até na sua própria estante.

Aproveitando o assunto, não deixe de visitar a 3ª Feira do Livro, uma iniciativa do Colégio Cristo Rei. A feira, que acontece entre os dias 15 e 17 deste mês, nas instalações do colégio, terá uma programação intensa e cheia de novidades na área da literatura, teatro, música e poesia.

Para chamar atenção da população e provocar reflexão sobre a inclusão e a acessibilidade, a Feira do Livro terá um estande para expor todos os recursos, equipamentos e tecnologias assistivas que sustentam o trabalho cotidiano de pessoas com deficiência: livros adaptados em Braille e em tipos ampliados, softwares com sintetizador de voz, jogos e materiais pedagógicos para deficientes intelectuais, entre outros.

Você vai poder, também, participar de uma experiência única: a instalação ‘Corredor Sensorial’, que proporcionará aos visitantes a oportunidade de experimentar a vida e o mundo de uma forma bem diferente e divertida.

Publicado em 15/09/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pão e circo

O Brasil é um dos países onde mais se assiste televisão no mundo. Bem, quantidade nem sempre é sinônimo de qualidade e, infelizmente, neste caso essa frase é verdadeira.

Vivemos num país pobre, onde, dificilmente, as pessoas têm condições para comprar um livro, ir ao cinema, ao teatro ou mesmo frequentar a escola ou um curso qualquer. Então, o que nos sobra? A TV.

Toda essa conjuntura já seria suficiente para o governo e a sociedade investirem em programas de TV educativos, ou, ao menos, incentivarem as emissoras privadas a produzirem programas com mais qualidade.

Ao invés disto, as grandes emissoras estão investindo investem com toda força no bom e velho formato do entretenimento inútil e fútil. Prova disso são os “reality shows”, fórmula consagrada, presente em quase todas as estações de TV aberta, que vende facilmente a falsa ideia de conhecimento e diversão.

Mas por que “falsa” ideia de informação e conhecimento? Afinal, são feitas perguntas sobre história, geografia, ciências, cinema... Porém, tão soltas e desconexas que acabam ficando perdidas no ar, e você tão perdido quanto elas. Cenas e mais cenas de personalidades – nem sempre ricas ou famosas – aparecem na telinha, mostrando suas camas, seus armários, ou o que comem e o que bebem. E qual é o grande chamariz para atrair o público? Prêmios que vão realizar os seus sonhos: carros, casas e barras de ouro... E dinheiro, dinheiro e mais dinheiro!

Claro que a chance de poder realizar seus sonhos é importante. Mas não se iluda. Você não vai adquirir conhecimento e cultura jogando no “cassino” da próxima emissora que você zapear! Diversão e cultura são muito importantes para nossas vidas, mas não vamos deixar que nos “vendam gato por lebre”.

Quanto mais profundo o nosso conhecimento sobre algo, mais afastados estaremos das aparências, conseguindo chegar, assim, mais perto da realidade.

Publicado em 01/09/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).