quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Disque 0800

Estive com uma amiga neste último final de semana. Ela é engenheira civil e está fazendo pós-graduação em Estruturas. De início, eu fiquei curiosa em entender melhor o assunto. Ela mesma estava ansiosa e insegura com o tema, achando que seria difícil fazer sua tese sobre esta área da engenharia.

Muito bem, ela me disse que toda construção se baseia no cálculo estrutural e que, para esse cálculo ser feito, são necessários estudos de muitas variáveis envolvidas, como: o terreno, o clima, a região onde vai ser feita a construção, qual a sua finalidade, etc.

Depois de algumas horas, acabei fazendo uma analogia com a nossa vida. Tudo o que somos ou o que fazemos depende de nossa estrutura. Muitos dos nossos valores, nosso modo de agir, ou seja, nossa formação pessoal, têm muito a ver com nossa estrutura familiar e as condições que existem à nossa volta.

O trabalho e as relações que escolhemos também acabam sendo frutos da estrutura na qual estamos inseridos. Enfim, a nossa maneira de ser e agir é resultado de muitas variáveis.

E aí vem a minha pergunta: em que estrutura estamos nos baseando em nosso dia a dia? Em que “terreno” estamos calcando nosso trabalho, nosso casamento, namoro, amigos, atitudes...?

Será que estamos avaliando as condições que nos cercam, para entendermos se estamos vivendo uma vida feliz? Ou somos, muitas vezes, apenas produto de um projeto já calculado por “alguns engenheiros”?

Pode parecer loucura, mas muitas vezes tenho a sensação de que quase tudo o que fazemos e pensamos é fruto de algo já programado por um ser maior. Não estou falando em termos religiosos, mas, sim, políticos e econômicos.

PS 1: “Disque 0800 e escolha sua opção no menu eletrônico!”
PS 2: Você já assistiu “Matrix”? Acho que este filme tem tudo a ver com estes dilemas...

Publicado em 30/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Afogada em números...

Eu sempre tive o costume de olhar a previsão do tempo para saber se vai chover, esquentar ou esfriar. Gosto de sair preparada para as quatro estações em um só dia!

De uns tempos pra cá, tenho visto a importância que as mídias têm dado às estatísticas: o valor das ações, a alta dos juros, a queda da Nasdaq. Como se todos nós fôssemos experts no assunto e vorazes aplicadores do mercado financeiro.

Somos bombardeados com informações sem conteúdo ou explicação de qual a diferença que isso ou aquilo vai fazer no nosso dia a dia. A estatística mais recente que ouvi foi a de que o Brasil está em quarto lugar no ranking dos países com mais diferenças sociais na América Latina.

Nada bom, porém, a partir daí, o que fazemos com esta informação? Saímos por aí reclamando e com vergonha de nosso país. Mas, ainda assim, qual a solução ou uma possível projeção de melhora que os governantes nos apresentam?

Realmente, somos muito bons em catalogar, pesquisar e oferecer números... Já quanto a resultados, nada!

E assim vão passando os dias, as noites, e nós vamos ficando sempre muito bem informados sobre a previsão do tempo e sobre a posição de nosso país no mundo.

Por outro lado, recebemos informações dos governantes falando do crescimento do Brasil, aumento de nosso PIB, aumento do poder aquisitivo da classe C, aquecimento das exportações...

Tem gente por aí dizendo que estamos melhor que vários países tidos como desenvolvidos. No entanto, grande parte de nossa população está abaixo da linha da pobreza, não consegue fazer nem uma refeição ao dia, não sabe ler nem escrever, mora em condições sub-humanas, etc, etc...

Afinal de contas, por que tantos discursos contraditórios? É só sair nas ruas para entendermos nossa realidade.

Brasil 2012: temos a felicidade... de estarmos inseridos na política da globalização. Será que isso dá o direito aos nossos governantes de venderem freneticamente uma falsa imagem de bem-estar da nossa população para nós mesmos e para o mundo?

Publicado em 23/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Problemas de memória...

Hoje, mais do que nunca, os médicos e a mídia divulgam dados alarmantes sobre pessoas que já possuem problemas de memória a partir dos 25 anos de idade. Estudos e pesquisas sobre o Alzheimer têm sido feitos para tentar curar, ou ao menos diminuir, os sintomas terríveis que esta doença causa em milhões de seres humanos.

Tenho um trabalho bem profundo ligado a pessoas da terceira idade, mas percebo que, cada vez mais, esta questão de lembrar fatos, datas, horários ou mesmo números de telefone e nomes de amigos tem sido muito constante no dia a dia de pessoas de todas as idades.

Muitos falam que o problema está ligado à nossa vida corrida, milhares de compromissos que assumimos ao mesmo tempo, má alimentação, falta de exercícios físicos e mentais! Usamos a calculadora até para fazer as contas mais banais...

Claro que fatores genéticos e mesmo a idade mais avançada existem e são fatos reais para serem levados em conta, mas existem também os fatores culturais e o nosso “modus de vida operandis”.

Ficamos ligados no piloto automático. Acordamos, tomamos café, levamos as crianças à escola, vamos para o trabalho, fazemos nossas tarefas, voltamos pra casa, assistimos TV, pedimos uma pizza e, se algo sair do programado, travamos...

É como se não utilizássemos mais nosso cérebro para pensar, questionar, avaliar as situações que vivemos a cada momento, deixando, assim, de exercitar o poder de nossa mente para encontrar soluções ou buscar alternativas.

Agora que estamos em época de eleições, percebo mais ainda como nossa memória anda fraca! Não que isso seja novidade, pois, a cada quatro anos, praticamente repetimos os mesmo votos, surgem os mesmos candidatos, com algumas exceções, e a palavra de ordem é a mesma: “É melhor votar em fulano, pois ele já tem experiência, ele rouba, mas faz...” Essa frase, infelizmente, ninguém esquece!

PS. Tomei um resolução: a partir de hoje, vou exercitar todos os dias meu cérebro e meus neurônios. Já me matriculei na academia mais próxima de casa!

Publicado em 16/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

É um pássaro? Um avião?

Quem não se lembra desta famosa frase no comecinho dos filmes e seriados do no nosso querido “Super-Homem”? Praticamente passamos nossa infância assistindo a esse e a tantos outros super-heróis na nossa telinha.

Bem, eu tive a chance e o prazer de conhecer um super-herói de verdade. Meu pai! Falam muito que mãe é mãe, mas pai também é pai! Sei que, devido à nossa cultura matriarcal, na maioria das vezes, quem segura a onda na casa é a mãe, mas toda a regra tem suas exceções...

Muitos pais também são “Super Pais”. E o meu era assim! Vem chegando aí mais um Dia dos Pais! Uma data comercial, porém nos remete à figura do pai: aquele homem forte, às vezes bravo, às vezes triste, apressado, cansado do trabalho, mas que também tem seu lado sensível, frágil e carinhoso.

Dedico esta coluna ao meu querido “Super Pai”. Como dizem as crianças, ele já está lá no céu com os anjinhos... Tenho certeza que ele continua olhando pelos seus filhotes como fazia quando estava aqui!

Papai sempre perguntava se já havíamos comido, estudado, se estávamos 'dodói'. Nos levava na escola, na casa dos amiguinhos, ao médico, ao parque de diversões e, mais do que tudo, me ensinou a acreditar e seguir sempre em frente por mais que as coisas parecessem difíceis ou até impossíveis de acontecer. Ele sempre dizia: “tudo é possível, não tenha medo, você consegue”!

Hoje, percebo o quanto ele me mostrou que tudo começa com um sonho e depois, se corrermos atrás com muita vontade e persistência, eles vão se realizar! Imagino quantas vezes ele teve medos, incertezas, passou noites em claro pensando em como resolver seus problemas, mas, para ele, seus filhos sempre foram suas crianças.

Imagino que várias pessoas infelizmente não tiveram a presença do pai em suas vidas, devido a vários fatores, mas não é por isso que vamos deixar de lado os “Super Pais”. Percebo agora, mais do que nunca, que é a nossa vez de sermos “Super Mães” e “Super Pais”. Parabéns a você, meu querido pai, e a todos os pais e mães do mundo!

Publicado em 09/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Novos shows na TV!

Daqui a pouco, vai começar uma nova temporada do “BBB político”. Que bom, vamos ter mais uma opção de entretenimento na TV...

Os candidatos estarão na telinha... Qual deles irá ficar? Qual irá sair? Não se preocupem em decidir rapidamente, vamos assistir a vários programas, onde poderemos ver seu dia a dia, suas famílias, o que eles comem, bebem, e, também, suas propostas políticas.

Bem que poderiam ser novos “personagens”, mas parece que há uma dificuldade muito grande para encontrar novos candidatos! Até aparecem alguns novos, mas as “falas” continuam as mesmas. Também, pra quê mudar? Elas têm funcionado tão bem há tanto tempo!

Sei que fica até grosseiro falar assim de um momento tão importante como este, que é a escolha de novos prefeitos e vereadores para todas as cidades do Brasil. Mas a sensação que fica é a de um grande espetáculo “pra inglês ver”.

Já que a coisa está assim, resta-nos assistir e votar, a cada etapa dos programas, em quem “vai pro paredão” e quem fica no final para levar o grande prêmio nas urnas.

Quem sabe, nos próximos quatro anos, nós, cidadãos comuns, possamos agir e interferir junto com estes novos “personagens” que, supostamente, irão nos representar junto à nossa cidade e nosso país e que terão o dever de melhorar, e não piorar, as condições sociais e econômicas da nossa sociedade.

Quando o “BBB político” estiver no ar, poderemos aproveitar para ficar mais ligados e atentos às entrelinhas das suas falas e atitudes, e tentar errar um pouco menos na escolha de quem vai levar o prêmio tão almejado nas urnas!

Caso você queira variar um pouco a programação, não perca um show muito louco: “O Julgamento do Mensalão”! Os personagens são bem conhecidos e a trama parece muito boa. Tem bandidos, mocinhos, traições, corrupção, romances, de tudo um pouco! Dá para se divertir muito. Talvez não dê para assistir com toda sua família, acho que haverá algumas cenas impróprias para menores de 12 anos.

Publicado em 02/08/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).