quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sentimento milenar

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu ciúmes! Com certeza, nem eu e nem você vamos atirar nem uma pedrinha sequer, pois, com certeza, já sentimos esse sentimento confuso e doloroso chamado ciúme.

No começo de uma relação, e mesmo por um bom tempo, tudo é festa. O outro é sempre lindo e maravilhoso, nos sentimos felizes, contentes e seguros. A paixão e o amor são sentimentos mágicos que nos fazem sentir nas nuvens, a vida e o dia a dia ficam coloridos, dá até para ouvir o canto dos passarinhos no centro da cidade.

De repente, não se sabe como nem por que, a relação amorosa se torna uma prisão. Você tem que “fugir” dele ou dela, fazer as coisas às escondidas, mesmo que não esteja fazendo nada de errado. Facilmente, surgem os sentimentos de traição, insegurança, baixa-estima, raiva, obsessão, e posse, muita posse.

E aí, você, como todo ser humano normal, vai rapidinho pondo a culpa no tal “rival”, afinal você fez tudo certinho, a culpa é sempre do outro (a), mas será que você não foi possessiva (o) demais com o seu parceiro (a), ou quis dominar tudo todo o tempo, sem nem dar chance ao outro de escolher, nem que fosse o sabor do sorvete que iria tomar ou o filme que iriam assistir, ou o amigo (a) que quereriam visitar?

Essas pequenas atitudes do dia a dia passam despercebidas e, com certeza, são esses detalhes e sutilezas que mantém a harmonia de uma relação. É muito fácil confundir ciúme com respeito, amor e atenção para com o outro.

Daí vem aquelas frases populares, tipo: “Ele tem ciúmes dos meus amigos porque me ama...”, ou “Ela fica o tempo todo atrás de mim e morre de ciúmes das minhas amigas, legal ela continua apaixonada mesmo depois de tantos anos...”

“O ciumento quer controlar o outro, possuí-lo, dominá-lo. Ele pode ser uma projeção da pessoa mal amada no outro”, enfatiza Renato Mezan, psicanalista.

PS: O amor é incondicional! Não tenha medo dos seus medos.

Publicado em 28/10/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Réu ou vítima?

A educação em nosso país tem sido um problema grave ao longo de décadas. A cada ano que passa, a evasão nas escolas públicas aumenta cada vez mais. O aluno começa a estudar e depois, devido a problemas de falta de estrutura familiar e financeira, acaba saindo da escola, mesmo antes de acabar o primeiro semestre.

Tudo bem, esse fato já se tornou mais do que corriqueiro. Porém, já há um bom tempo, vem acontecendo, também, uma evasão escolar por parte dos professores, situação que a mídia pouco comenta.

Dados recentes indicam que são dadas 92 licenças por dia a professores da rede pública, por estresse, crises nervosas e medo dos alunos. O que soma um total de 70% de licenças no Estado de São Paulo, já no primeiro semestre deste ano.

Quando uma criança pequena não quer ir à escola no primeiro dia de aula, isso é mais do que normal. Ou adolescentes que “matam” as aulas para ir ao cinema, tudo bem. Mas os professores estarem com medo de ir à escola, aí a coisa é grave!

“Eu não quero mais voltar para a sala de aula”, diz Nadia de Souza, 54 anos, professora de história. Ela foi ameaçada de morte por um aluno e diz ter sido ameaçada outras quatro vezes, atingida por urina e quase atingida por uma carteira jogada do terceiro andar da escola que lecionava. Hoje, Nadia está afastada, com depressão profunda e sem sair de casa há mais de um ano.

Bem, quem é o réu e quem é a vitima? Os governantes vivem falando em capacitar mais os professores, dão merendas, uniformes, até “Bolsa Família”, se a criança for à escola.

Mas e no dia a dia, nas ruas, nas periferias, onde as drogas rolam soltas? As famílias destes alunos estão desestruturadas devido à falta de emprego, moradia, saúde, valores humanos, etc. Como é possível esperarmos que uma criança ou um jovem que vive este esta realidade se comporte como um ser civilizado, dentro de uma sala de aula, se ele não é considerado um ser humano fora dela?

Enquanto isso não mudar, a barbárie vai continuar atingindo a todos nós, réus e vítimas.

Publicado em 21/10/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Vida de cachorro...

Foi-se o tempo em que uma vida difícil era chamada de “vida de cachorro”. Claro que, como todo mundo, eu amo os cães, os gatos e todos os bichinhos de estimação, mas, venhamos e convenhamos, será que estamos trocando nossos amigos humanos por estes seres tão lindos e dóceis? E se for o caso, por quê?

Vivemos em uma das eras mais avançadas da tecnologia, da medicina, do bem-estar físico e material, mas acho que, espiritualmente e afetivamente, estamos sentindo um grande vazio em nosso coração, ao ponto de casais adotarem cãezinhos, dormirem com eles, isso tendo filhos ou não. Vejo centenas de pessoas, jovens ou idosas, passeando sozinhas pelas ruas das grandes ou pequenas cidades com seus lindos animais, uns grandes, outros tão pequenos que até cabem em suas bolsas.

Hoje, temos um pet shop em cada esquina, banho, tosa, escovação de dentes, terapias homeopáticas, roupinhas, tratamento vip de ponta a ponta, super legal. Estamos nos dedicando como nunca aos nossos bichinhos de estimação, enquanto a relação com outros seres de nossa mesma espécie esta ficando cada vez mais difícil.

No Orkut e em outros sites de relacionamento, podemos conhecer centenas de pessoas e fazer novos amigos, mas também tudo pode ficar no virtual. Muitas pessoas dizem que sentem solidão, insegurança, medo do seu próprio semelhante. Outros acham ótimo se relacionar com um bichinho porque ele nunca questiona seu dono, concorda com tudo e, o mais importante, oferece um amor incondicional!

Li uma frase de uma mulher, em um artigo sobre esta questão, em que ela dizia: “Cachorro é o único amor que a gente compra”. Uau, a que ponto chegamos... Onde está aquele nosso amigo do peito, nosso parceiro (a), com quem podemos contar sempre, nossos pais, um irmão, nosso vizinho? Eles continuam lá e nós aqui, cada um em sua “casinha”, seguro e a salvo de “críticas e sugestões”.

PS: Se persistirem os sintomas, procure o seu médico.

Publicado em 14/10/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Política ‘fashion’!

E vem aí o 2º turno. Inesperado, para mim, e acredito que para a maioria dos brasileiros. Teremos, mais uma vez, a chance de escolher o candidato que realmente queremos!

Isso é muito bom, porém, ouvindo comentários de vários amigos e mesmo de pessoas nas ruas, nas padarias e cafés, percebi um certo rótulo já colocado em cada candidato, como se ele fosse um produto de consumo: uma marca de jeans, perfume ou uma bolsa!

Tudo bem, está mais do que óbvio, que não existe mais um candidato ou partido de “esquerda” ou de “direita”. Agora a moda é o candidato do meio ambiente, o dos transportes e o da ‘Bolsa Família’...

Sei que parece muito simplista esta classificação e não acho que deveria ser por aí a questão. Mas a política, como tudo se globalizou, ficou moderna, imediatista, individualista. Todos querem um resultado rápido e eficaz.

Aí, me pergunto: “E como fica o Brasil daqui a dez, vinte ou trinta anos?” Hoje, mais do que nunca, sofremos na pele o problema dos transportes. Cadê um planejamento para as ferrovias, ou mesmo as hidrovias, que seriam tão úteis e baratas para todos nós, além de diminuir o trânsito e a poluição?

E a questão do meio ambiente? Alguém falou em preservar a Amazônia, pulmão do mundo e diminuir seu extrativismo avassalador e fora de controle, seja por parte dos brasileiros ou dos estrangeiros, que vem buscar nossa madeira, nosso látex, nossa ervas e plantas milagrosas e levam para fora, registrando suas patentes, sem o menor escrúpulo?

Ah, e o ‘Bolsa Família’? Todos querem, todos precisam. Claro que é um auxílio importante do governo. Mas que tal pensarmos e lembrarmo-nos de irrigar o nordeste? Seria tão simples e, com certeza, se criariam milhares de empregos na área rural e agrícola, tornando, assim, o ‘Bolsa Família’ literalmente um auxílio e não mais o único meio de subsistência de milhões de brasileiros.

Política imediatista, fashion, rápida e eficaz! Um sonho de consumo.

PS: Qual será o candidato que vamos desejar “ter como nossa grife preferida”?

Publicado em 07/10/2010, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CONCURSO EM HOMENAGEM AO DIA DO IDOSO

Em comemoração ao Dia Nacional e Internacional do Idoso (1º de Outubro), o Portal Terceira Idade convida todos os internautas a participar do Concurso “O que é envelhecer para você?”, enviando textos, fotos ou vídeos sobre o tema.

Os cinco melhores trabalhos serão publicados no Portal e ganharão o livro “Línguas de Fogo”, sobre Clarice Lispector, da escritora canadense Claire Varin, com dedicatória da autora.

As inscrições estão encerradas:
Os melhores trabalhos serão publicados no dia 8 de novembro.