quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Quem é que vai pagar por isso?

Loucura, maldade, insanidade, sociopatia? Não soube o que pensar, quando li esta manhã a manchete dos jornais: “Mineradora engavetou plano para alertar vizinho de barragem em MG”.

Um plano para monitorar 24 horas as barragens da Samarco e alertar os moradores de Mariana (MG) em situações de emergência foi encomendado pela mineradora em 2009, seis anos antes do rompimento que devastou a região e provocou um desastre ambiental que já chegou ao litoral do Espírito Santo. Mas ele acabou sendo engavetado – segundo a empresa responsável pelo documento, devido à crise econômica.

A consultoria RTI (Rescue Training International), que atua há mais de 30 anos com programas de segurança e que tem sede em Bragança Paulista (SP), revelou ter sido contratada pela Samarco em 2009 para preparar uma estratégia que serviria para todas as suas barragens.

O diretor da empresa, Randal Fonseca, disse à Folha que a estratégia apresentada à Samarco previa monitoramento permanente das estruturas por meio de telemetria (processamento e transmissão de dados a distância) e visitas diárias de funcionários.

“Quando se constrói uma barragem, se constrói uma emergência. Tenho que monitorar as comunidades próximas, saber se tem gestante, se tem cadeirante. Tenho que saber de tudo minuto a minuto”, afirmou. De acordo com Fonseca, as ações não foram cumpridas porque “alegaram que estavam com problema da crise”. “O plano foi parar na gaveta”, completou.

Questionada, a Samarco não comentou sobre por que deixou de implantar esse plano completo para casos de emergência. Disse, apenas, que teve seus planos aprovados por órgãos de fiscalização...

Como uma empresa que é constituída por seres ditos humanos pode responder à uma negligência tão grave de uma maneira tão fria e desumana? Fiquei tão pasma que a única coisa que me veio à mente foi a frase: “Quem é que vai pagar por isso?” E, imediatamente, me lembrei de uma das músicas do cantor e compositor Lobão, cujo nome é ‘Revanche’...

PS: “Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche...” (Lobão e Bernardo Vilhena)

Publicado em 26/11/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Por que as borboletas voam?

Já faz um tempinho, li o livro “Uma Breve História de Quase Tudo”, de Bill Bryson, um delicioso guia de viagens pela ciência. Achei a obra muito interessante e separei algumas perguntas e respostas da mesma para esta coluna.

Há quanto tempo existe o universo?
“Há bastante tempo os cosmologistas vêm discutindo se a criação foi há 10 bilhões de anos, duas vezes essa cifra ou um valor intermediário. Parece estar se formando um consenso em 13,7 bilhões de anos. Será que é definitivo?”

Quantas espécies vivem em nosso planeta?
“Não temos a menor ideia do número de seres que vivem em nosso planeta. As estimativas oscilam de 3 milhões a 200 milhões. Quantos seres vivos ainda serão descobertos?”

Geneticamente, qual a semelhança entre homens e macacos?
“O ser humano moderno é 98,4% geneticamente indistinguível do chimpanzé moderno. Há mais diferença entre uma zebra e um cavalo que entre você e as criaturas peludas que seus ancestrais remotos deixaram para trás. Evoluímos ou não?

Aproveito para fazer algumas perguntas que me afligem pessoalmente...

Por que vivemos em guerra se habitamos o mesmo planeta?

Por que, em pleno século 21 e com toda tecnologia que possuímos em todas as áreas, ainda existem milhões de pessoas morrendo de fome, frio e doenças dos séculos 15 ou 16?

Por que existem fechaduras, alarmes, ladrões, assassinos e miseráveis?

Por que ainda não descobriram a cura do câncer – dizem...?

Por que morrem crianças todos os dias nas ruas, em conflitos sociais e nos corredores de hospitais?

Por que construímos muros e fronteiras para cercear o direito de ir e vir?

Por que queremos acumular tantos bens se a nossa vida é só uma passagem nesta terra?

Por que o ser humano quer chegar em Marte se ainda não sabe nem o que é conviver e viver no planeta Terra?

Por que nos perguntamos tanto de onde viemos, se não sabemos nem para onde vamos?

Suponho que a maioria dos seres humanos tem a resposta...

PS 1: Ainda precisamos nos preocupar se o mundo vai acabar mesmo em 2015, 2016, 2017...?
PS 2: Vou tomar um café!

Publicado em 19/11/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Discriminação geográfica...

Antigamente, poucos livros de história do Brasil contavam que, em 1695, senhores de engenho, bandeirantes vindos de São Paulo e militares de Pernambuco invadiram o Quilombo dos Palmares no alto da Serra da Barriga, hoje Alagoas, onde viviam pacificamente mais de 30 mil pessoas, entre elas negros, índios e brancos.

Com o respaldo da sociedade e da Igreja, os invasores mataram milhares de homens, mulheres e crianças. O líder, Zumbi dos Palmares, traído por um companheiro, preferiu entregar-se aos inimigos para evitar um massacre maior. Foi fuzilado e teve seu corpo esquartejado em uma praça do Recife.

O Brasil, último país a abolir formalmente o trabalho escravo, concentra hoje o segundo maior contingente de população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria.

Conforme o censo mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 44% da população brasileira é afrodescendente, mas só 5% das pessoas se declaram negras. Estes dados se tornam ainda mais espantosos quando sabemos que, da população brasileira mais empobrecida, 64% são pessoas negras.

O racismo velado é a questão que mais dificulta seu combate. Na maioria dos casos, a própria população negra não se aceita como tal, pois não conhece sua história e teme ser discriminada socialmente.

O dia 20 de novembro de 1695 é lembrado como o Dia do Martírio do Zumbi dos Palmares. Esta data, agora integrada ao calendário nacional, passou a ser comemorada todo ano como o Dia da União e Consciência Negra. Porém, parece que temos uma discriminação geográfica em nosso próprio país!

Por ora, apenas alguns Estados da União decretaram neste dia feriado estadual. Podemos chamar isso de discriminação geográfica? E haja discriminação...

PS 1: Consciência é uma palavra muito usada e pouco praticada em nosso País!
PS 2: Segundo dados históricos recentes, todos viemos da “Mama África”...

Publicado em 12/11/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Aquecimento global: quem é o culpado?

A cada dia que passa, todos nós notamos que o assunto ‘aquecimento global’ não é mais apenas um tema a ser comentado nas páginas de ciência dos jornais. A cada ano, os verões ficam mais quentes e o planeta se torna um triste cenário de catástrofes climáticas cada vez mais intensas e frequentes.

Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, na sigla em inglês), órgão criado pela ONU, o aquecimento global está acontecendo mais rápido do que nunca. E os seres humanos são os responsáveis!

O aquecimento é causado pela liberação na atmosfera dos chamados gases de efeito estufa. O gás de efeito estufa mais comum é o dióxido de carbono, liberado por muitas das atividades que fazemos todos os dias, como ligar as luzes, andar de carro, utilizar sacolas plásticas, etc.

Você acredita que, com pequenas ações, poderia ajudar a resolver este problema? Existe uma teoria...

Em 1993, começou a funcionar, no Alasca (Estados Unidos), o HAARP, um projeto de estudos sobre a ionosfera terrestre. Segundo relatos oficiais, o HAARP, que significa “Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência”, tem como objetivo principal ampliar o conhecimento obtido até hoje sobre as propriedades físicas e elétricas da ionosfera terrestre. Com isso, seria possível melhorar o funcionamento de vários sistemas de comunicação e navegação, tanto civis quanto militares. Para realizar estes estudos, as antenas de alta frequência do HAARP enviam ondas para a ionosfera visando aquecê-la.

O relatório dizia que o HAARP seria uma nova transição na indústria bélica, que já passou pelas fases de armas brancas, armas de fogo, armas nucleares, armas biológicas e chegaria, então, ao patamar de armas geofísicas. Segundo estas teorias, seria possível controlar placas tectônicas, temperatura atmosférica e até mesmo o nível de radiação que passa pela camada de ozônio.

PS 1: Desastres naturais podem minar economias, dizimar populações e gerar instabilidade em toda a Terra.

PS 2: Você ainda acredita em salvar o mundo reutilizando sacolinhas do supermercado?

Publicado em 05/11/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).