quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O que é que a baiana tem?

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos mais de 190 milhões de brasileiros – apurados no Censo de 2010 – 23.760 têm mais de cem anos.

E a Bahia é o estado brasileiro com maior número de centenários. São 3.525 moradores com cem anos ou mais. Em seguida, aparece São Paulo com 3.146, seguido por Minas Gerais com 2.597 centenários.

“A melhoria no acesso aos alimentos e os avanços da medicina contribuem para que a população viva mais. O acesso à saúde também melhorou e a urbanização se expandiu. A longevidade está ligada a todos esses fatores”, explica Valéria de Marcos, professora do departamento de geografia da USP.

Fórmula da juventude

Não existe uma fórmula especial que explique a grande quantidade de idosos com mais de cem anos na Bahia. O que se detecta naquele estado é que essas pessoas tentam se afastar das preocupações e chateações procurando levar uma vida regrada, rotineira e sem maiores exageros.

Deraldo Magno Santos, falecido aos 116 anos, em agosto de 2011, e Dona Canô, mãe do compositor e cantor Caetano Veloso e da intérprete Maria Bethânia, falecida aos 105, em dezembro de 2012, eram dois dos melhores símbolos da longevidade baiana.

Deraldo talvez tenha sido a pessoa mais velha do mundo – após a morte, em 2010, de Eugenie Blanchard, monja de 114 anos, considerada o ser humano mais longevo, e que vivia numa ilha caribenha.

“Saber viver, com amor no coração”

Já o segredo de Dona Canô parecia ser a sua rotina sossegada. Quando acordava, por volta das 6h da manhã, ela tomava apenas um café com leite e um suco. No almoço, comia de tudo, mas sem exageros. Na hora de dormir, por volta das 21h, ela tomava uma sopa, acompanhada por um cafezinho. “Tem de saber viver, ter amor no coração e ser correto. Se você viver se aborrecendo por tudo, não chega”, dizia Dona Canô.

Num dos abrigos mais antigos do Estado, o Abrigo Salvador, quatro dos 203 idosos que moram no local já ultrapassaram a barreira dos 100 anos.

Publicado em 29/01/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Por que mentimos?

O americano David Livingstone Smith, diretor do Instituto de Ciência Cognitiva e Psicologia Evolutiva da Universidade de New England (EUA),  tenta esclarecer por que mentimos...

“A mentira está por toda parte. Ela é normal. Todos mentimos e quem diz o contrário mente. Temos dificuldade em nos reconhecer como mentirosos porque há um julgamento moral contrário. Mentimos para obter vantagens e para nos proteger de algo, o que significa que estamos, de certa forma, passando a perna em alguém.”

Bem, partindo dessa premissa, talvez fique mais fácil entender por que vivemos em uma sociedade tão complicada e cruel.

Mas, voltando à vida prática, me surpreende que só agora tenham sido publicados dados reais sobre a falta de água em São Paulo e em tantos outros estados e municípios do Brasil. De início, a única culpada era a falta de chuva... E eu sempre me perguntando: “Vivemos no século 21. Será que ainda dependemos da 'dança da chuva'?”

Finalmente, apareceram os outros vilões! Em meio a uma das mais graves crises de abastecimento no Brasil, um relatório do governo federal mostra que 37% da água tratada para consumo é perdida antes de chegar às torneiras da população.Essa água potável é desperdiçada principalmente devido às falhas das tubulações. Além disso, também há perdas com fraudes e ligações clandestinas no caminho.

Em 2008, 41,1% da água captada e tratada era perdida. O índice mais recente, de 37%, ainda é muito alto em relação ao de países desenvolvidos – em cidades alemãs, por exemplo, ele é próximo de 7%. O volume de água perdida somente na Grande São Paulo – considerando a captação em todas as represas – é semelhante à produção atual do sistema Cantareira, que abastece 6,5 milhões de moradores.

Especialistas afirmam que, sem esse nível de perdas, muitas represas do país não estariam sofrendo com a atual estiagem.

E agora que nos contaram algumas verdades... fazemos o quê?

PS 1: Vale a pena assistir ao filme – hilário – com Jim Carrey: 'O mentiroso'!
PS 2: Qual é o segredo?

Publicado em 22/01/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Qual é a sua “Face”?

Achar amigos ou até nossa cara-metade pela internet é o passatempo preferido de muitos nos dia de hoje! A pergunta mais comum, quando alguém nos encontra, é: qual é seu 'Face'?

E seu eu não tiver um perfil no Facebook? Mas continuo tendo a “minha face”... ('face' de rosto, em português). Protegidos pelo nosso “avatar”, acabamos omitindo nosso verdadeiro eu e criando enormes fantasias!

Acreditamos que a internet é um mundo seguro. Mas será que é mesmo? Podemos ser quem quisermos, porém, as outras milhares de pessoas que estão navegando, também!

Num mundo que parece ter se esquecido do indivíduo, mais do que nunca é importante um retorno ao nosso imaginário, o encontro e o bate-papo online acabam sendo uma “viagem”. Porém, é bom lembrarmos que, além do mundo virtual, existe um mundo real, às vezes assustador, outras vezes encantador.

Claro que, vivendo em grandes cidades – e mesmo aqui em Marília –, temos a tendência de nos fecharmos em pequenos grupos ou até de ficarmos sozinhos – talvez por medo, timidez ou insegurança.

Você já brincou de bolhas de sabão? Elas são tão lindas e frágeis. Sua existência é de apenas alguns milésimos de segundo, porém a satisfação em vê-las e soprá-las é imensa. Talvez a nossa vida seja assim também: frágil e invisível, medida na sua essência, pela nossa satisfação e deleite, e não por o que somos obrigados a ser ou parecer que somos...

Os  encontros no mundo virtual são uma opção – e até podem ser uma diversão, mas buscar os outros e a nós mesmos, deixando nosso avatar no armário, ainda é uma aventura que eu tenho certeza que vale a pena. “Navegar é preciso, viver também é preciso”.

PS 1: Os filmes imitam a vida e não o contrário!

PS 2: Vou sair, tomar um cafezinho, mostrar minha “face” e bater um bom papo com pessoas no mundo real...

Publicado em 15/01/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Lá em cima, o buraco é mais embaixo...

Feliz Ano Novo aos leitores – mesmo que um pouco atrasada... Mais um ano cheio de esperanças, anseios e fé de que vamos viver em um país melhor!

Porém, contudo, todavia... não posso deixar de relatar uma situação muito triste e indignante que ocorreu ainda em 2014: a fúria que emergiu nas redes sociais contra o povo nordestino, por ter votado em massa em Dilma Rousseff. Afinal, não foram só eles que votaram nela, e mesmo se tivessem sido, o voto é um direito livre e absoluto de cada cidadão!

Se pensarmos bem, o maior crime vem por parte do próprio governo reeleito – que já está no poder há mais de doze anos – e não irrigou sequer um pedacinho do Nordeste. É vergonhoso este e tantos outros governos anteriores condenarem crianças e adultos  nordestinos à uma situação sub-humana e sem perspectiva alguma!

Será que entre as novas ideias deste dito “novo governo” está o respeito aos direitos humanos da infância nordestina? Direitos que envolvem educação, saúde, saneamento básico e o fim da tuberculose, que mata mais que o ebola no mundo subdesenvolvido.

Lá em cima no Brasil, o buraco é mais embaixo: praticamente, 40% das crianças maranhenses entre 8 e 9 anos não sabem ler nem escrever. Segundo o IBGE, o Maranhão tem o segundo maior índice de mortalidade infantil do Brasil, inferior apenas ao de Alagoas. De cada 1.000 nascidos no Maranhão, 29 não sobrevivem ao primeiro ano de vida. Em Alagoas, o IDH é igual ao do Gabão!

Existe um 'muro da vergonha' que separa Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Nordeste e Norte. Esse muro não vai ser derrubado enquanto nós brasileiros seguirmos o mesmo rumo de nossos governantes, criando mazelas que ocultam o verdadeiro problema: corrupção generalizada e falta de respeito para com o ser humano, independente de cor, raça, credo ou região, seja no Brasil ou no resto do mundo!

PS 1: Preconceito e discriminação são as maiores armas que os governantes de nosso planeta usam e abusam para continuar no poder.
PS 2: Amanhã você pode ser a próxima vitima...

Publicado em 08/01/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).