quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Achei o endereço do Papai Noel!

“Papai Noel existe?” Essa é a pergunta que todos nós já fizemos um dia para os nossos pais. Mas, afinal de contas, como surgiu essa figura que atualmente chamamos de Papai Noel?

Tudo começou há aproximadamente 1300 anos, no século 4, em Patara, uma cidade na costa sul da Turquia, onde nasceu São Nicolau.

São Nicolau – que não era um gordinho rechonchudo de barba e nem vestia a tradicional roupa vermelha com botas – ficou conhecido por se desfazer de sua riqueza dando presentes anonimamente no meio da noite e que, assim, teria originado e personificado o próprio Papai Noel.

Mas como a imagem de São Nicolau se transformou na figura do gorducho bonachão, utilizada até em comerciais da Coca-Cola de hoje em dia?

Sua história vai desde o século 10, na Rússia, onde é eleito o santo favorito daquele país, até os anos 1860, quando ganha o nome de “Santa Claus” – como é conhecido nos Estados Unidos –, uma adaptação de “Sinterklaas” (São Nicolau, em holandês). Ele ganha peso e barba, com gorro e trajes vermelhos folgados, através dos desenhos do chargista político norte-americano Thomas Nast.

Nos anos 1920, a figura do Papai Noel é utilizada em publicidade, aparecendo em propagandas – pasmem! – fumando cigarros Camel e Lucky Strike, vendendo Martini e pasta de dente Colgate. Nos anos 1930, se torna o velhinho-propaganda da Coca-Cola.

Após ter sido considerado mundialmente como finlandês, a partir de um programa de rádio infantil da Finlândia, em 1927, o país criou, oficialmente, a residência do Papai Noel. Hoje em dia, para visitar o Papai Noel – sim, isso é possível! –, basta viajar para a fria e gelada Rovaniemi, na Lapônia, uma região que engloba uma parte da Finlândia, Noruega, Suécia e Rússia.

Se você quiser escrever para ele, anote o endereço oficial do bom velhinho: Rovakatu 21, FIN-96200, Rovaniemi, Finlândia. Seu escritório recebe 310 mil turistas e 700 mil cartas por ano.

Depois disso tudo, você ainda não acredita em Papai Noel?

PS 1: Será que nossos governantes já escreveram para o endereço acima pedindo votos para a próxima eleição?
PS 2: Eu vou escrever pra ele e pedir uma bicicleta nova...

Publicado em 19/12/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O último pedacinho do bife...

Muita gente – eu, inclusive – tem o hábito de ir “reservando” aquele último pedacinho do bife (ou lasanha, ou um bom pedaço de torta, doce ou salgada) no prato, enquanto está comendo. Acho que é para termos a impressão de que estamos “guardando” para o final aquele momento, para que possamos nos lembrar, depois, daquele sabor, na tentativa de “esticar” ao máximo a lembrança da sensação de prazer por mais tempo...

E tem gente que fica brava – muitas vezes, bem brava – quando alguém vem e dá uma garfada naquele último pedacinho do seu prato, tirando-lhe o que era “seu de direito”.

Escrevo sobre isso não porque esteja com fome, ou perto da hora do almoço, mas, sim, porque me lembrei desta situação enquanto conversava com uma amiga minha que estava em viagem, a trabalho, num país bem distante, na América do Norte.

Conversava com ela pelo Skype, e notei que, passadas já algumas semanas, ela estava ficando cansada. Apesar de os contatos relativos ao seu trabalho estarem indo bem, ela estava triste por estar perdendo as forças – o frio intenso do inverno do Norte também não facilitava muito a situação.

Na tentativa de amenizar a sensação de cansaço e tristeza dela, contei-lhe o exemplo acima, comparando os bons momentos que uma viagem como essa, que não acontece todos os dias, proporciona. Mesmo sendo a viagem a trabalho, ela estava tendo a oportunidade de ver novos lugares, conhecer novas pessoas, enfim, tendo a chance de viver e curtir coisas diferentes. E que seria bom ela reservar, num cantinho de sua mente, essas sensações, e guardá-las, pois, em breve, sua jornada terminaria e, na sua volta, ela poderia curti-las mais um pouquinho. Pra não ficar, depois, com aquele pensamento: “puxa, lá eu estava tão cansada... pena que eu não curti direito aquela pessoa ou aquele lugar...”.

O mesmo vale para todos nós, que, muitas vezes, por estarmos estressados com nosso dia a dia, seja no trabalho ou em casa, aproveitamos mal um bom passeio ou aquela visita a um bom amigo.

A vida, como uma viagem, passa rápido. Por isso, lembre-se, sempre, de “reservar” todos os momentos como se fossem os últimos. Assim, poderemos curtir tudo como se fosse aquele “último pedacinho do bife”.

Publicado em 12/12/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Monte Everest

No último dia 14 de novembro celebrou-se o Dia Mundial do Diabetes. A data, criada pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês) em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) em 1991, tem o objetivo de alertar a população para o aumento da incidência do diabetes no mundo.

Segundo a IDF, existem 371 milhões de diabéticos no mundo, dos quais 13,4 milhões estão no Brasil, país que ocupa o quarto lugar no mundo em número de casos.

Para mostrar ao mundo que o diabetes não impede ninguém de fazer tudo o que quiser, quatro jovens brasileiros diabéticos aceitaram o desafio de escalar o Monte Everest – a montanha mais alta do mundo, com uma altitude de 8.848 metros, situada na Cordilheira do Himalaia na fronteira do Nepal com o Tibete – e provar que a doença não os impede de levar uma vida normal, podendo inclusive praticar esportes radicais.

Rodrigo Ferreira, de 32 anos, Viviane Alano, 26, Letícia Socoloski, 24, e Tomás Boeira, 20, todos com diabete tipo 1, são integrantes do Instituto da Criança com Diabetes (ICD), sediado em Porto Alegre (RS), e participam de um grupo de corrida. Nenhum, porém, havia praticado alpinismo antes. A viagem de 22 dias, realizada entre os dias 18 de outubro e 8 de novembro, faz parte do projeto “Diabéticos sem Fronteiras”, liderado pelo alpinista espanhol Josu Feijoo, o primeiro diabético a escalar o ponto mais alto do mundo.

“Há o preconceito de que diabéticos não podem fazer atividades físicas, mas uma história como a nossa mostra que é possível superar os limites”, declara Rodrigo, que passou por um treinamento intensivo de dois meses para enfrentar condições extremas da expedição, como: ar rarefeito, frio extremo e avalanches de neve.

PS. Falando em desafios, na semana passada escrevi sobre os mais de dez mil brasileiros que se candidataram a uma viagem sem volta para colonizar o planeta Marte, quando sugeri que nossos políticos poderiam estar na lista de candidatos do primeiro voo do projeto... Bem que eles poderiam criar o “Políticos sem Fronteiras” e irem – numa viagem só de ida – ao Everest. Acredito que muita gente agradeceria a iniciativa...

Publicado em 05/12/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).