quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Data estelar: 2012

Quando crianças, nossos super-heróis eram nossos pais. Para muitos de nós, naquele momento, eles eram perfeitos: corajosos, indestrutíveis e infalíveis. Com o passar dos anos, começamos a perceber que nosso pai ou nossa mãe são seres humanos normais e, como todo mundo, eles também tinham seus medos, fraquezas, imperfeições e, infelizmente, nem sempre conseguiam resolver os nossos problemas e, muitas vezes, nem mesmo os deles próprios.

Então começamos a ver TV, ler gibis e ir ao cinema. E encontramos, novamente, um mundo repleto de super-heróis para todos os gostos: Super-Homem, Batman, Hulk, Homem-Aranha, Mulher Maravilha... A maioria desses heróis surgiu em épocas de guerra, crises sociais e políticas.

E na vida real, existem super-heróis? Talvez você seja um deles. Heróis são os milhares de pessoas anônimas que fazem o que acham que devem fazer em determinado momento. Vão além dos seus próprios limites, lutando pelo que acreditam que seja bom para si mesmos e, especialmente, para todos ao seu redor.

Bem, isso não quer dizer que você vai sair voando por aí ou vestindo a roupa da Mulher Maravilha.

Infelizmente, desde o “achamento” do Brasil até hoje, poucas coisa mudaram. Quando da chegada dos “super-heróis portugueses” à nossa terra, eles se encantaram com nossos índios, o pau-brasil, o ouro, a terra fértil e a facilidade de adquirir tudo e todos que aqui estavam através da violência e do aculturamento.

Brasil, data estelar: 2012. Temos a felicidade de estarmos inseridos na política da globalização. Será que isso dá o direito aos nossos “super governantes” de venderem uma imagem falsa de bem-estar da nossa população e até emprestar dinheiro para países pobres?

PS 1: Acho que seria bom o “Super Brasil” emprestar dinheiro para o Brasil também!

PS 2:  Antes de sair de casa, não esqueça seus óculos com visão de raio X, seu cinto de mil e uma utilidades, sua capa voadora, etc, etc, etc... Com certeza, você vai precisar de todos eles!

Publicado em 01/11/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

Um comentário:

  1. Sempre achei que deveria escrever um livro, pois já tive filhos, já plantei e cuidei de árvores. Dos filhos que tive, por covardia - tardiamente conscientizada! - soube que deixei de lutar para educá-los melhor, pois tive um óbice que venceu minha "invencível heróica vontade" de falquejar bons cidadãos. das árvores que semeei, me deixei afastar pelos afazeres pessoais e profissionais. Hoje olhando para trás vejo melhor com a clarividência da perspectiva que, mesmo distraído pelas circunstâncias do corre-corre do dia-a-dia deixei de manutenir com a responsabilidade que sempre desejei. Desculpas sempre acharemos mil, para nossas equivocadas escolhas ou pelas que nos escolheram. Tive um filho com síndrome de "Down" que, mesmo separado pelo espaço, foi levado por causas que, só anos após, descobri, cruéis. Algo como "vingança ou ciúmes desmedidos" da pessoa que deveria zelar por seus cuidados: sua própria mãe. Após a separação da mãe de meus filhos e suas guardas por determinação judicial, ví se desenrolarem minhas profecias de descuido e descontrole de quem escolhi para sua mãe. Meus outros filhos me procuraram para acolhê-los (mesmo recolhendo pensão judicial de alimentos em seus nomes para sua mãe!), mesmo havendo sido doutrinados de que eu não os receberia. Também distante mais de 2 mil Km, no trabalho que me aposentou anos mais tarde, tardiamente soube, que a casa que deixara para sua mãe (judicialmente!), para servir-lhes de abrigo, havia sido "passada" para outra pessoa, e os filhos foram obrigados à se servirem da rua para dormir após voltarem de viagem à praia com amigos, pois a casa não aceitaram seu retorno, pois a mãe havia sumido, alugando um quartinho só para ela e o outro filho doente (síndrome de Down). Só hoje e sob choque psicológico, soube de um de meus filhos que não via há anos, que o doente que permaneceu com sua mãe, era espancado sem dó nem piedade. Dos quatro filhos, um morou na rua (mesmo sob a guarda da mãe!) até ser acolhido por um amigo. Outro sobreviveu, voltando à morar com a mãe ao descobrir seu paradeiro. Outro, o mais velho, devota uma dedicação à mãe, dizendo que após todos à terem abandonado, estará sempre ao seu lado. Dizendo-se doente de transtorno de personalidade - bipolar, é incentivado pela mãe a não trabalhar com carteira assinada (mesmo após haver conquistado a efetividade e estabilidade profissional em duas ocasiões) e, hoje com mais de 40 anos de idade, vive de bicos ou de cachês artísticos por apresentações como repentista, inclusive com alguns Cds gravados e vendidos de mão aos seus clientes. Perdoem-me todos que tiveram a paciência de ler-me, mas hoje senti necessidade de partilhar estas verdades que não posso contar à todos que me escutam, Uns por incompreensão, outros por não perdoarem meus erros e não haver me dado contas dos caminhos erráticos que tomei. Outros mais, por ter feito escolhas erradas e confiar demais nos outros, não aquilatando certo o que havia por trás das máscaras dos que me acerquei ou busquei neste mundo de Deus, Sou culpado por não ser amadurecido ou por cegueira! Amém!

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