Imagine uma situação na qual um idoso sai de um supermercado, sem pagar, e é acusado de furto. No caso, o idoso é senil, e a cena, quase sempre, é bastante constrangedora – para o idoso e para quem a presencia.
Respeito
Bem, existe um lugar no mundo onde essa cena será encarada – e tratada – com o devido respeito. Em Singapura foi criado o primeiro bairro adaptado para idosos, com moradores qualificados para atender a todas as necessidades dos idosos, especialmente as dos que estão senis.
São cerca de dois mil voluntários, estudantes e equipes de atendimento ao público em lojas, restaurantes, hospitais e igrejas, todos treinados para saber a maneira mais eficiente de interagir com o público da terceira idade.
Segundo o jornal Straits Times, a iniciativa foi fruto da parceira da Prefeitura de Yishun, uma das cidades que tem a maior proporção pessoas com mais de 65 anos do país – 10% de seus 20 mil habitantes –, com o Khoo Teeck Hospital e a Lien Foundation.
O tratamento é direcionado para que não haja constrangimento nem estigmas para aqueles que inspiram cuidados. Assim, caso algum morador se perca, haverá um instrutor preparado para ajudar, ou, caso saia de um estabelecimento sem pagar, não será acusado de furto.
Semáforos
Até nos semáforos Singapura encontrou uma boa maneira de facilitar a vida dos idosos na hora de atravessar a rua. Pessoas com mais de 60 anos ou alguma deficiência podem obter um cartão especial para andar nos ônibus e trens, similar ao nosso Bilhete Único. Esse mesmo cartão pode ser usado em leitores existentes em semáforos especiais para pedestres. Ao detectar o cartão como válido, o semáforo automaticamente estende o tempo por até 13 segundos.
PS 1. Curitiba está testando um sistema de semáforo similar ao de Singapura (por enquanto, somente em uma unidade piloto...)
PS 2. Parafraseando o refrão “O Haiti não é aqui”, da música “Haiti”, de Caetano Veloso, Singapura não é aqui... Mas bem que poderia...
Publicado em 25/02/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
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