quinta-feira, 26 de maio de 2011

Música de raiz!

Sempre fui fã de músicas que retratam o folclore e a música de raiz do interior paulista e de todo o Brasil. Com certeza, nenhum ícone nessa área supera a nossa querida Inezita Barroso, cantora e violeira que, com seus bem vividos 86 anos, nos apresenta com doçura, paixão e muita simpatia, a riqueza da poesia das letras que estão por trás de cada música que ela interpreta.

A convite de sua equipe de produção, assisti a um de seus shows no Sesc Consolação, em São Paulo, cantando clássicos da música sertaneja como ‘Lampião de Gás’ e ‘Moda da Pinga’. O teatro, com capacidade para 328 lugares, estava lotado. E todos, sem exceção, batiam palmas e cantavam juntos as doces melodias que Inezita interpretava, acompanhada de sua banda muito profissional e divertida.

Claro que posso citar vários outros cantores e compositores maravilhosos da música de raiz, ou sertaneja, como Tonico e Tinoco, Irmãs Galvão, Pena Branca e Xavantinho, até as duplas mais atuais e famosas: Zezé di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, entre tantas outras. Já há um bom tempo, surgiu também o Sertanejo Universitário, muito interessante, pois o próprio nome vem do fato de a maioria de seu público ser jovem e estar nas faculdades.

Porém, parece que sempre há um porém... Não posso deixar de colocar minha crítica ao fato da música sertaneja ter se tornado um produto de consumo, rápido e massificado, surgindo, assim, várias duplas de cantores jovens, sem nenhum preparo musical e cantando composições que pouco têm a ver com o nosso folclore.

Bem, como tantas coisas viram “fast-food” em nosso país (até a própria expressão é americana e já foi incorporada ao nosso vocabulário brasileiro), é bom sempre buscar conhecer a história de nossa arte e tentar aprimorá-la, sem nunca esquecermos nossas raízes culturais.

Inezita Barroso é uma dessas pessoas que não nos deixam esquecer “nossa viola” e a força da nossa música de raiz.

Publicado em 26/05/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pizza, kibe...

O Brasil sempre foi elogiado e reconhecido por ser um país que recebe, sem discriminação, imigrantes do mundo inteiro. Andamos pelas ruas e facilmente encontramos italianos, japoneses, árabes, portugueses... Sentimo-nos como se estivéssemos na famosa “Torre de Babel”.

Porém, a teoria na prática é outra! Quantas vezes você já ouviu ou falou frases do tipo: “Puxa o 'japa', meu vizinho, é um chato”, ou “Aquele 'branquela' é um arrogante”, além de piadinhas sacanas como: “Quando é que o negro vai à escola?”, ou “O português atendeu o celular e disse que estava no motel...”

No início, é tudo brincadeirinha, depois vira um hábito, uma atitude constante e, num piscar de olhos, você se torna um discriminado ou um discriminador.

Neste momento, o Brasil passa por um momento muito importante, no que tange não só à etnia, mas à opção sexual. A questão de ser ou não ser gay, lésbica, bissexual, ou seja qual for a escolha do ser humano, ainda é uma questão que gera muita polêmica e também discriminação.

Mesmo tendo sido aprovado pelo Superior Tribunal Federal, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, além do direito à pensão, herança, previdência e comunhão de bens, ainda assim estamos muito longe da aprovação e aceitação de nossa sociedade quanto a este fato!

Muitos religiosos e mesmo cidadãos comuns se revoltaram, dizendo que isso é uma afronta à moral da sociedade e da família, ou que ser homossexual é doença ou “coisa do demônio”.

Estamos no século 21 e parece que a caça às bruxas da era medieval continua a mesma!

Por que não aceitamos ou não conseguimos conviver com pessoas que têm uma opção sexual diferente? Afinal de contas, essa opção não é contagiosa, não mata, nem explode bombas ou vicia como o crack e outras drogas! É uma opção a qual cada um de nós tem o direito de escolher.

Que bom poder comer pizza num dia, kibe no outro, sushi... Viva a diferença!

PS: Caso você não goste de alguma comida que citei acima, tudo bem, mas, por favor, não as discrimine!

Publicado em 19/05/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Copa 2014?

“O Brasil está mais atrasado que a África”, comenta o presidente da Fifa, Joseph Blatte, em relação a lentidão dos preparativos para a Copa de 2014. Mesmo sendo leiga no assunto, eu e mais de duzentos milhões de brasileiros podemos perceber que nosso país está completamente atrapalhado e sem logística alguma para honrar o compromisso que assumiu de receber e organizar os jogos da próxima Copa.

Os principais estádios de futebol continuam sem a reforma necessária, não temos aeroportos suficientes para receber o aumento de vôos com a chegada dos turistas e nossas redes hoteleiras ainda não estão preparadas para receber tantas pessoas. A segurança é um item que nem preciso falar.

Faço, então, uma correlação entre a maneira que nosso governo está lidando com mais esta questão tão importante para o Brasil e o mundo, com o modo que nós, brasileiros, vivemos. Volto a tocar em assuntos básicos, como: saúde, educação, empregos, saneamento, etc.

Temos estas instituições públicas, legalmente funcionando, mas, na prática e no uso delas, tudo parece estar por um fio. Tudo se consegue com muito sofrimento, “nos últimos minutos de cada tempo”, isso quando a sorte ajuda...

O Brasil vai continuar sendo um país onde tudo vai funcionar se funcionar na última hora, sempre após os governantes terem resolvido primeiro seus problemas políticos e financeiros envolvidos na questão.

Bem, torço para que tudo dê certo para a realização da Copa de 2014 e acho que seria fundamental se todos nós pudéssemos encontrar um terapeuta e fizéssemos um tratamento para nossa síndrome megalômana de que “Deus é brasileiro”.

PS: Será que teremos que viver contando sempre com a sorte, ou esperando as próximas eleições, o próximo Carnaval, a próxima Copa...?

Publicado em 12/05/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mãe é mãe!

Neste domingo, dia 8 de maio, comercialmente vamos comemorar mais um Dia das Mães. Promoções nas lojas, restaurantes, shoppings, tudo para comprar um presente para sua mãe ou levá-la para almoçar, passear... Enfim, o comércio ganha muito com esta data.

Mas será que esta é a melhor maneira de homenagear nossas mamães? Quantas vezes esquecemos, ao longo do ano e no nosso dia a dia tão corrido, de dar um beijo, ligar, ou visitar nossa mãe?

Dizem que a mulher já nasce com o instinto natural de mãe. Ela é aquela que protege, luta e aninha seus filhotes. Também podemos descrever vários tipos de mães: a que cozinha, lava e passa, a que trabalha fora, a que é “mãe coruja”, a mãe brava, a mãe que cria seus filhos sozinha, além das mães que criam os filhos de outras mães.

Neste universo infinito de mães, cito uma que conheci há muitos anos. Uma senhora linda, que inclusive já é avó e bisavó. Ela tem 84 anos e é mais conhecida como Tia Isaura.

Recentemente ela perdeu uma filha devido a um câncer. Estive com ela nestes momentos difíceis e, mais uma vez, percebi sua maneira sábia de lidar com a vida e a morte. “A gente tem que ter fé e segurar a onda da família. A vida é só uma passagem, não vamos levar nada daqui, senão os momentos de amor e carinho para com nossos filhos e semelhantes. Eu não sei por que as pessoas complicam tanto esta breve viagem”, diz.

Senti de perto a dor que Tia Isaura teve com a perda de uma de suas filhas e me surpreendi como ela suportou este momento doloroso e ainda teve a preocupação com seus outros filhos, netos, bisnetos e agregados. Esta é a mãe incondicional!

Com certeza, será maravilhoso comemorar o “Dia das Mães”. Porém, acho bom refletirmos sobre como a nossa sociedade ainda age de maneira tão primitiva em relação às mulheres, que são naturalmente nossas mães.

Parabéns a todas as mães do mundo! Mãe é mãe!

Publicado em 05/05/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´ de Marília (SP), da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).