quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A terra do nunca!

Vi recentemente na TV um filme que me emocionou muito: “Em Busca da Terra do Nunca”. A história é baseada no autor de “Peter Pan”, J. M. Barrie, e mostra como ele vai buscar inspiração para criar o famoso personagem, convivendo com uma família que tem vários filhos e passa por certas dificuldades. Um destes filhos o inspira a criar e levar ao teatro a peça e mostrar como o mundo da fantasia pode se tornar real.

Na terra do nunca de Barrie, o mundo é cheio de fadas, gnomos e também vilões. Só que nosso herói Peter Pan consegue derrotar o mal.

Lendo várias notícias sobre nosso querido Brasil, me senti como se estivesse vivendo na “Terra do Nunca”, só que com uma pequena diferença... “Na Terra do Nunca vai mudar Nada!”

Bem, são tantos casos absurdos que não caberiam nesta coluna, mas vou elencar os que mais me chamaram a atenção: “Acusado de desviar recursos dos cofres públicos municipais, Antonio Cordeiro, prefeito e candidato à reeleição em Minas, pede votos usando uma tornozeleira eletrônica”!

Tem mais. As principais favelas do Rio de Janeiro que, aparentemente, já estavam com o projeto de pacificação no qual  já foram investidos milhões de reais, voltam a ser alvo de matanças e chacinas.

Enquanto isso, a nossa Presidenta Dilma empresta 1,37 bilhões de dólares para Cuba, porém anuncia o corte de mais de um bilhão de reais das verbas enviadas para a segurança pública de nosso país!

Bem, aqui na nossa “Terra do Nunca” tudo é uma fantasia de mau gosto! Talvez nossos governantes tenham se inspirado na história de Peter Pan e entenderam que tudo pode ser feito a partir de sua imaginação. Mas, como a imaginação destes é mesquinha e maldosa, acabou dando nisso que vivemos hoje!

Precisamos chamar Peter Pan e suas fadinhas com urgência para nos salvar destes predadores ou entendermos que nós também podemos imaginar a nossa “Terra do Nunca”, onde tudo podemos fazer com ética e buscando o bem e a felicidade de todos!

PS: Se não der certo a segunda opção, o último a sair apague a luz!

Publicado em 19/09/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Depois das eleições...

Tenho ouvido muito essa expressão: “Depois das eleições...” Ou seja, parece que o País parou mais do que o normal. Tudo vai se resolver depois: os novos projetos, os salários, o desemprego, tudo vai ficar pra depois.

Após uma pequena reflexão, me perguntei: “Como assim, depois?” Será que pegar filas em postos de saúde, falta de transporte coletivo, salários baixos e outras “cositas” mais vão se resolver depois das eleições, em um passe de mágica?

Bem, também depois, vem o período das férias, o Carnaval, o dia das mães, dos pais, e todas as questões mais importantes vão ficando à margem, esquecidas no tempo. Ah, continuam os preparativos para a Copa de 2014 – esses são imprescindíveis – com milhões de reais que também já estão ficando pra depois.

Já estamos praticamente no final deste ano. Alguns de vocês, leitores, talvez consigam fazer uma pequena pausa na correria do dia a dia, tirando alguns dias de férias ou um pequeno momento para não pensar em nada. Mas, logo em seguida, voltando à “normalidade”, vêm as eleições, e, depois das eleições, a lembrança de que a vida continua.

Mas por que se preocupar tanto? Como o dia 21 de Dezembro está chegando e, segundo várias profecias, tudo vai acabar, mudar, renovar, vamos deixar para pensar depois! No dia 22 de Dezembro, a gente vê o que faz...

Enquanto esta data não chega e também ainda não passaram as eleições, vamos vivendo, assistindo massacres de pessoas pela TV, roubos, guerras. Tudo isso já faz parte de nosso cotidiano e é tão estranho que nem estranhamos mais!

Ontem, assistindo ao Jornal da noite, vi tantas coisas caóticas acontecendo no país inteiro que, por um momento, achei que já havia sido declarado o estado de emergência nacional. Mas pra quê? Isso a gente faz depois... Depois de escrever esta coluna, vou pensar um pouco melhor sobre o que fazer ainda hoje!

PS: Faltam 98 dias para o dia 21 de Dezembro. Ainda dá tempo!

Publicado em 13/09/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Passado ou presente?

A história que aprendemos desde crianças na escola é que no dia 7 de Setembro de 1822, próximo ao riacho do Ipiranga, D. Pedro levantou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”.

Pouco se comenta que o povo, na época, nem sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

Estamos falando da história do Brasil, mas todos estes fatos me remetem aos dias de hoje. O nosso país continua sendo extremamente desigual, em todos os sentidos: econômico, social e político. Quem não quer ser independente, ter o direito ao seu sustento, morar, estudar, trabalhar, ter acesso a hospitais, luz e rede de esgoto? Mas, como diz um bom e velho ditado: “A liberdade não se ganha, se conquista!”.

Aparentemente, podemos ir e vir, afinal, acabou a escravidão...(!?) Mas qual é o significado da  nossa independência? É possível dizer que vivemos como cidadãos livres, seja na área urbana ou rural, se ainda existem pessoas que chegam a ganhar 30 ou 50 reais por mês e usam seu dedo polegar como assinatura?

Ah, esqueci, temos a Bolsa Família, a Bolsa Escola... Estamos no ano de 2012 e, lá fora, o Brasil é visto com um país emergente. Talvez nosso maior trunfo seja sermos eternamente “o País do futuro...”

Hoje, os beneficiados, e, diga-se de passagem, muito bem beneficiados, continuam sendo os mesmos! Só mudaram de nome. Mas como isso é possível? Temos uma nova classe emergente, cheia de cartões de crédito – e dívidas com juros praticamente impagáveis. Nossa população tem celulares, TVs de plasma, acesso ao Facebook, envia torpedos! É... Acho que estou exagerando... Olha só quantas coisas mudaram!

PS 1: Você sabia que D. Pedro pagou à Portugal 2 milhões de libras esterlinas pela nossa independência, e com dinheiro emprestado?
PS 2: Cento e noventa anos se passaram e tão pouca coisa mudou...

Publicado em 06/09/2012, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).