quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2012: a última fronteira?

Você acredita que o mundo irá acabar em 21/12/2012? Já fiz até uma enquete para você votar e brincar com seus amigos:

( ) Desastres naturais irão acabar com a vida na Terra por causa de sua interferência no clima
( ) Um alinhamento do sistema solar com o centro da galáxia destruirá o planeta
( ) Um asteróide irá se chocar com a Terra, extinguindo a humanidade
( ) Haverá apenas uma renovação espiritual e comportamental do ser humano
( ) A previsão Maia é apenas uma superstição e nada vai ocorrer com o planeta nesta data

Bem, seja qual for a sua opção, acredito que a principal questão é como vivemos em 2011 e como pretendemos viver em 2012. Afinal, mesmo que o mundo acabe, temos ainda um ano inteirinho pela frente!

Vasculhei meus arquivos para dar uma olhadinha no que escrevi em 2010, quando estávamos chegando em 2011 e, ironicamente, vi que, infelizmente, eu poderia escrever praticamente sobre as mesmas questões, pois poucas delas mudaram...

Vou citar um dos parágrafos que escrevi em dezembro de 2010: “Mesmo com as últimas gafes de final de ano cometidas por nossos parlamentares, que se deram um ajuste de mais de 65% em seu salário (numa votação mais rápida que o trem-bala), mesmo com as contínuas cobranças indevidas, como taxas de lixo e aumento de IPTU, superfaturamento de obras públicas (e mesmo a falta delas), falta de esgoto e água encanada, escolas, saúde, etc., ainda assim, quero acreditar que Papai Noel existe!”

Aí é que eu me pergunto: Por que nos preocuparmos tanto se em 2012 o mundo vai acabar, ao invés de nos preocuparmos mesmo com a falta de mudanças fundamentais para a sobrevivência de todo ser humano? Será que o mundo já está acabando e não sabíamos? Ou será que 2012 é mais uma chance para refletir sobre como vivemos e mudar o rumo de nossa história?

Desejo a todos os leitores da minha coluna um feliz Ano Novo! Nos vemos em 2012!

PS: “O melhor lugar do mundo é aqui e agora” - Gilberto Gil.

Publicado em 29/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Cadê meu presente?

Estudo realizado nos Estados Unidos com quase 16 mil pessoas comprova que, mesmo tardia, a mudança de hábitos pode trazer muitos benefícios à saúde física e mental.

Consumir cinco porções diárias de frutas, verduras e legumes, exercitar-se pelo menos duas horas e meia por semana, manter um peso adequado e não fumar pode diminuir o risco de problemas cardíacos e o risco de morte, mesmo para quem fez mudanças recentes.

Porém, a mudança de hábitos mentais também é importante. Vem chegando mais um Natal e, com ele, o velho hábito e a necessidade de comprar e ganhar muitos presentes!

Claro que todos nós gostamos de receber um presentinho, mas quando chegamos ao ponto de usar praticamente todo o mês de dezembro pensando em ir ao shopping, às lojas ou ao supermercado para comprar tudo o que pudermos para agradar nossos amigos, familiares e nossos filhos, que não param de perguntar: “cadê meu presente?” até a meia-noite do dia 24, alguma coisa parece estar fora de controle...

“Cadê meu abraço ou meu beijo?” Esta seria uma linda pergunta para fazer ou ouvir, em especial nesta época do ano. Tenho saído às ruas e visto centenas de pessoas se “esgoelando” no trânsito e em filas de ônibus, cheias de pacotes e sacolas, gritando com seus filhos para ficarem quietos, vendedores nas portas das lojas “intimando” os transeuntes para entrar...

Bem, neste sábado, finalmente estaremos fazendo a Ceia de Natal. Alguns sozinhos, outros cheios de familiares, algumas casas estarão lotadas de presentes, outras talvez não. Só que, como não mudamos nossos hábitos, infelizmente muitas pessoas vão estar medindo a felicidade de seu Natal pelo tanto que vão ganhar ou comer. Que pena!

É sempre bom lembrar que esta data comemora o nascimento de Jesus. E o que ele mais pregou foi a humildade, a caridade e o amor ao próximo. Dizem que “o hábito faz o monge “...

Desejo um Feliz Natal a todos os leitores de minha coluna, com muito amor, paz e humildade em seus corações.

Publicado em 22/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um Brasil menos branco...

Segundo o levantamento do último Censo Demográfico 2010, apresentado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em abril deste ano, de 1990 para cá, o número de homens em relação ao de mulheres aumentou, a população brasileira envelheceu... E ficou menos branca...

Sim, isso mesmo... Menos da metade da população se declarou branca na pesquisa. É a primeira vez que isso acontece desde que o censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.

Ao todo, 91.051.646 habitantes se dizem brancos, enquanto outros 99.697.545 se declaram pretos, pardos, amarelos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação a 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi também a única categoria que diminuiu de tamanho em relação ao Censo 2000.

Por outro lado, em dez anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira. O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões). No Censo 2000, apenas 0,45% (761,5 mil) se classificavam assim. Em dez anos, o número de amarelos superou o de indígenas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.

Bem, uma coisa fica muito evidente nesse levantamento: o Brasil é um país onde não podemos aceitar o racismo – velado, porém presente. Somos uma nação construída a partir de muitas “misturas”, uma delas, como sabemos, a partir dos milhares de escravos trazidos para cá em séculos passados. Todos nós somos o resultado da miscigenação de negros, orientais e índios, sem falar das dezenas de culturas que aqui vieram e moldam o nosso País: italianos, portugueses, japoneses, entre outras.

PS. Você já ouviu falar que a “mãe” da espécie humana era uma mulher – curiosamente chamada de Eva – e que vivia na África, há aproximadamente 140 mil anos atrás?

Publicado em 15/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Papais e Mamães Noéis

O Natal está chegando! E, nessa época do ano, somos inundados por centenas de campanhas de solidariedade de todos os tipos, com foco em vários segmentos da nossa sociedade, e que, naturalmente, necessitam de ajuda: crianças carentes, pessoas desabrigadas ou sem lar, pessoas com deficiências, entre outras.

Mas pouca gente se lembra das pessoas mais importantes na nossa vida, que nos cuidaram desde nossa infância, nos educaram e, com seu amor e carinho incondicionais, nos possibilitaram viver, sonhar, trabalhar e criar nossas próprias famílias: os idosos.

O Brasil está envelhecendo, e isto é uma realidade. Mas, infelizmente, nem todas as pessoas que chegam à 3ª idade em nosso país têm condições, sejam físicas, mentais ou sociais, de poderem se cuidar, com qualidade, nessa fase tão delicada da vida. Alguns têm condições de recorrer a instituições que cuidam de idosos – na maioria das vezes, muito caras –, e são poucos os que podem contratar o serviço de cuidadores pagos.

Mas ainda bem que existem pessoas que se colocam a disposição, voluntariamente, para cuidar de quem precisa e não pode arcar com as despesas de um cuidador particular.

Todos nós temos um vizinho, um amigo, um parente, ou mesmo alguém que não conhecemos que precisa de nossa ajuda. Que tal doarmos algumas horas do nosso dia para quem precisa?

Vale ressaltar que é bom e faz bem ajudar alguém no Natal... Mas por que não fazer isso o ano inteiro? Se você pode doar um pouquinho do seu tempo a quem precisa, torne-se você também um(a) Papai(Mamãe) Noel! O Portal Terceira Idade, disponível no endereço www.portalterceiraidade.org.br, disponibiliza um mural de cuidadores que conta com centenas de voluntários em todo o País. Aproveite e inclua o seu nome na lista neste Natal!

Lembre-se: eles fizeram muito por nós e, agora, precisam de nossa ajuda. O seu trabalho é voluntário, mas o pagamento é o lindo e carinhoso sorriso que você verá estampado no rosto de quem você visitou.

Publicado em 08/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desigualdade: sinônimo de...

Conforme estudos da Fundação Seade, existem mais de 2 milhões de jovens entre 18 e 24 anos que estão fora da escola, só no estado de São Paulo. Vivemos uma realidade cada vez mais estranha, onde milhares de pessoas continuam praticamente semi-analfabetas em um mundo onde, até para ser faxineiro ou office-boy, pedem o diploma do segundo grau! Infelizmente, existe uma legião de brasileiros desempregados ou, então, muito mal empregados.

Mas que estória é essa? Vivemos na era do computador, das viagens espaciais, da clonagem, robôs inteligentes... Afinal, que mundo é esse? Um mundo cada vez mais desigual, o que gera uma camada da sociedade que se autodenomina elite e os outros são simplesmente “outros”. Tal desigualdade só pode gerar violência, miséria, doenças físicas e mentais, além do aumento do consumo e venda de drogas, álcool, etc...

Li, recentemente, uma matéria sobre a visita ao Brasil do filósofo inglês Alain de Botton. Em sua passagem rápida pelo Brasil, ele comentou: “São Paulo é a visão do inferno. A desigualdade vista aqui é algo extremo”.

Claro que não precisaríamos ouvir frases assim, ainda mais vindas de um estrangeiro. Mas, infelizmente, são verdadeiras. Não só São Paulo, como o Brasil inteiro, em especial as regiões mais distantes, são um retrato fiel da época da monarquia, quando os reis e rainhas se esbaldavam de tanto fazer nada, comer e beber em suas cortes, enquanto seus súditos dormiam nas ruas, comiam restos e, quando muito, conseguiam um emprego de faxineiro ou dama da corte.

Dizem os “experts” em economia que o Brasil mudou. Temos, agora, a classe emergente. Até as Casas Bahia estão abrindo lojas na favela da Rocinha, todos estão consumindo! E quem disse que comprar tablets ou TVs de 50 polegadas em dez vezes “sem juros” é sinônimo de igualdade?

PS: Desculpem se fui um pouco áspera nesta coluna. É que tenho certeza que o Brasil tem tudo para ser um país de igualdades verdadeiras!

Publicado em 01/12/2011, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).