quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Vacinas, febre amarela e frações...


Quando falamos em frações, acredito que todo mundo – ou quase todos – tem arrepios quando se lembra desse assunto durante a época da escola...

O arrepio volta à tona, dessa vez não nas aulas de matemática, mas com relação à “vacina fracionada”.

Mais uma vez somos amedrontados pelo famigerado mosquito Aedes aegypti. Não bastasse os vírus da Dengue, Chikungunya e Zika, agora ele nos presenteia, também, com a febre amarela –parece que ele não quer nos dar descanso...

Centenas de cidades nas principais regiões do Brasil estão em estado de alerta, com equipes do Ministério da Saúde distribuindo vacinas contra a febre amarela – parece coisa de filme de ficção científica...

A informação que está sendo passada à população é que as pessoas que tomam a vacina ficam imunizadas por toda a vida. No entanto, o governo está oferecendo a vacina “de forma fracionada”, ou seja, por não terem a quantidade de vacinas necessária para toda a população, estão “dividindo” a dose integral em quatro ou cinco partes, aplicando somente essa pequena fração para cada pessoa vacinada – no entanto, essa fração tem uma validade de apenas 8 anos, necessitando ser aplicada novamente ao término desse período.

Mas o problema não reside apenas no fracionamento da vacina. Uma parcela sensível da população, a dos que têm mais de 60 anos, precisa ficar muito atenta à esta vacina.

Artigo publicado na Folha de S.Paulo no último dia 13 afirma que “idosos de São Paulo estão sendo vacinados contra a febre amarela sem avaliação médica sobre o estado de saúde e os riscos e benefícios da imunização, apesar de recomendação de entidades médicas”. Quando vacinadas pela primeira vez, pessoas acima de 60 anos correm mais risco de desenvolver uma doença semelhante à febre amarela, a chamada febre vacinal.

“A prática, no entanto, é menos criteriosa. A reportagem da Folha visitou postos de saúde numa das regiões mais afetada pelo atual surto da doença na capital de São Paulo e verificou que o controle de vacinação para idosos tem sido elementar”, conclui o artigo.

PS. Vamos torcer para que os responsáveis pela campanha de vacinação tenham ido bem em frações na escola...

Publicado em 25/01/2018, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O florista foi ao barbeiro...


Recebi esta semana um texto muito interessante no meu WhatsApp... Em geral, recebo várias coisas que nem consigo ver – e outras que são meio bobagens. O título era exatamente este: “O florista foi ao barbeiro”. Pensei comigo mesma: “Deve ser mais alguma piadinha...”

No final do dia, abri o WhatsApp e li com calma a mensagem. Para minha surpresa, era um texto de Eça de Queiros, e mais, um texto muito inteligente e que cabe direitinho nos dias de hoje, ontem – e espero que o mesmo não seja tão verdadeiro para os dias futuros!

Transcrevo o texto, logo abaixo, e espero que vocês apreciem essa pequena pérola tanto quanto eu:


“O florista foi ao barbeiro para cortar seu cabelo. Após o corte, perguntou ao barbeiro o valor do serviço e o barbeiro respondeu: ‘Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana’. O florista ficou feliz e foi embora.

No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um buquê com uma dúzia de rosas na porta e uma nota de agradecimento do florista. Mais tarde, no mesmo dia veio um padeiro para cortar o cabelo. Após o corte, ao pagar, o barbeiro disse: ‘Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana’. O padeiro ficou feliz e foi embora.

No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um cesto com pães e doces na porta e uma nota de agradecimento do padeiro.

No segundo dia, veio um vereador para um corte de cabelo. Novamente, ao pedir para pagar, o barbeiro disse: ‘Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana’. O vereador ficou feliz e foi embora.

No dia seguinte, quando o barbeiro veio abrir sua barbearia, havia uma dúzia de vereadores fazendo fila para cortar cabelo.

Essa é a diferença entre os cidadãos e os políticos. ‘Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão.’
(Eça de Queirós)”


PS 1: Qualquer semelhança não é mera coincidência...
PS 2: Será que existem fraldas específicas para esse “povo”?
PS 3: Quem matou Odete Roitman? “Vale a pena ver de novo”...


Publicado em 18/01/2018, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Bate, bate, bate coração...

Li em uma recente pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) alguns dados que me deixaram preocupada. A América Latina, incluindo o Brasil, é uma das regiões de maior índice de mortes por enfarte. A pesquisa destaca que isso acontece devido ao alto índice de gorduras que se ingere, poluição, sedentarismo, tabagismo, álcool e, o mais importante, a falta de exames preventivos! Os males do coração, como tantas outras doenças, não tratados adequadamente são, na maioria das vezes, fatais.

É triste enxergar que todos os problemas de saúde acontecem, quase sempre, devido ao descaso. Concluo que a vida humana vale cada vez menos, já que o “índice” que avalia o seu valor é ter ou não condições de pagar planos de saúde, medicamentos, alimentação, escola, moradia, etc., etc., etc...

Haja coração, físico e emocional para conseguirmos viver sob esta constante pressão financeira e imoral que o Brasil nos impõe, a partir do momento que nosso governo praticamente se abstém de usar o dinheiro de nossos impostos para nos oferecer todos os serviços sociais aos quais temos direito – e eles, obrigação.

Segundo os conceitos da medicina oriental, o que regula todas as nossas emoções e sentimentos é o nosso “coração emocional”. Vivendo sob constante medo, tensão e insegurança, é muito difícil mantermos um equilíbrio...

Dizem por aí que o ano de 2018 começou! E agora? Vem o Carnaval, a Copa, as eleições... São tantas emoções... Percebo que as pessoas estão querendo ser otimistas e buscam acreditar que este ano vai ser melhor. Eu também tenho este sentimento, porém, tudo é uma consequência do que foi feito antes... Infelizmente, não vejo mudança alguma na política e, quando vejo, são mais e mais desastres econômicos e sociais!

E o nosso coração como fica? Bate forte, bate ansioso, bate temeroso, mas, como todo bom brasileiro tem que ser um malabarista, tenho fé de que vamos continuar nos segurando e tentando achar uma corda menos bamba...

PS 1: Já é tempo de fazer mais do que apenas reclamar e tentar se segurar...

PS 2: Não anule seu voto, anule os candidatos que não valem a pena!

PS 3: No meio do lixão, sempre achamos coisas úteis!

Publicado em 11/01/2018, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).