quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Até tu, brutus?

“Alô! Sim? Quem fala? Só um minuto, estou na internet! Alô, alô! Só um segundo, me chamaram no Skype... Alô! É você meu amor, tudo bem? Ôps, só mais um segundo, o celular está tocando... Então, querido, vamos sair? Um minutinho... Recebi um torpedo. Vou dar uma olhadinha no meu Twitter... Então, vamos sair no domingo? Sei, você tá na dúvida... Só um segundinho, acabo de receber uma mensagem no meu Blog, mas tá tudo bem com você? Sei... Puxa, acabei de receber um convite no Facebook, mas, então, tudo bem no domingo? Puxa vida, agora que eu ia conversar com calma, caiu a linha! Acho que vou mandar um e-mail, pra confirmar se a gente vai se encontrar mesmo...”

Uau! Que confusão... Este é só um pequeno retrato de como têm sido a nossa vida e relacionamentos nestes tempos modernos. Com a tecnologia a todo vapor, temos vários meios e aparelhos para nos comunicar e interagir, minuto a minuto, vinte e quatro horas por dia. Pode ser através de um iPad, iPhone, Smartphone, um Laptop, Palmtop, um Tablet, ou até mesmo um simples celular. E será que conseguimos falar, pesquisar, ou mesmo postar algo que realmente nos interessa?

Adoro a tecnologia e acredito que hoje, mais do que nunca, todas estas possibilidades de comunicação e informação tendem a criar uma sociedade mais democrática e nos aproximar cada vez mais uns dos outros. Posso falar com alguém que está na China sem pagar nada e, ao mesmo tempo, mandar um e-mail pra Amazônia e receber um torpedo em alguns minutos. Mas, se não pararmos pra pensar um pouquinho para quê e por quê estamos fazendo tudo isso, com certeza vamos banalizar todas as  nossas relações.

Bem, como acabou a luz e também as baterias de toda minha parafernália high-tech, vou procurar um “orelhão” pra ver se acho algum amigo em casa e convidá-lo para tomar um cafezinho e trocarmos algumas ideias “ao vivo e em cores”.

PS 1: O Vaticano proibiu os cardeais de “twitarem” durante a votação do novo Papa!”
PS 2: Será que eles vão resistir?

Publicado em 28/02/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Chimpanzés adotam bebês!

“Estudo na Costa do Marfim diz que adoção de órfãos é pratica seguida até por chimpanzés do sexo masculino”. Eu tinha guardado este artigo há muito tempo. De repente, resolvi arrumar minha bagunça e eis que ele surgiu na minha frente.

Não pensei duas vezes para destacar este fato como exemplo de compaixão e amor incondicional no mundo animal versus o mundo “humano e civilizado”.

Houve um caso muito bizarro, quando as mídias destacaram um caso onde um médico, completamente doente e inescrupuloso, oferecia o tratamento de inseminação artificial para mulheres que não podiam ter filhos. Só que, durante os procedimentos, ele as estuprava, além de cobrar mais 200 mil reais pelo seu “trabalho”.

Mais absurdo ainda foi o fato das mulheres que foram vítimas deste algoz terem se calado por um bom tempo, com medo que o dito médico não desse prosseguimento ao tratamento.

Me pergunto: a que ponto chega a obsessão do ser humano por ter filhos com seus genes e ‘seu sangue’?

Se para algumas pessoas a mãe natureza não propiciou este “dom”, seria tão absurdo pensar em adotar uma criança? Ainda mais em um país como o nosso, onde há milhares de órfãos esperando por um lar!
Os chipanzés da Costa do Marfim estariam mais evoluídos do que nós, no que tange a valores éticos e morais e à visão do que é realmente viver em uma sociedade?

PS 1: Recomendo ver o filme “O Planeta dos Macacos” (a versão original), em DVD. Foi feito em 1968, mas já mostrava com imensa clareza, e até crueldade, a maneira de agir e ser dos seres humanos.
PS 2: Não vou contar o filme inteiro, mas um detalhe vale destacar: os macacos só se tornaram ruins a partir do momento em que criaram uma sociedade espelhada em nós mesmos....

Publicado em 21/02/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Caderno em branco...

Hoje me sinto como no primeiro dia de aula! Acabaram as férias, o carnaval terminou e, agora, dizem que o ano de 2013 começa pra valer.

Lembro de quando era criança e, nesta época do ano, meus pais já tinham toda a lista do material escolar do novo ano letivo: cadernos, livros, borracha, lápis... Ficava ansiosa, esperando começar as aulas para usar tudo novinho!

O que me levou a lembrar desta época foi uma matéria que li esta semana, na qual o autor comentava que em todo início de ano ele se prometia ter atitudes diferentes e fazer todas as coisas que não havia feito no ano anterior. Mas, ao mesmo tempo, ele dizia que não acreditava mais nesse tipo de situação, já que todo novo ano era a mesma coisa, pois, com a correria do dia a dia e os problemas inesperados, acabava não conseguindo cumprir suas metas, tais como: iniciar um regime, caminhar, mudar de emprego, fazer um curso, casar, separar, e tantas outras ‘cositas’ mais...

Cheguei à conclusão que ambas as situações são muito parecidas. Todo início de ano é como se estivéssemos ganhando um caderno cheio de folhas brancas a serem preenchidas e, daí, fazemos disso nossa meta de vida e acabamos nos estressando, criando a obrigação de fazer neste ano o que muitas vezes não conseguimos fazer ao longo de toda nossa vida.

Também, pudera... Os políticos eleitos falam em alto e bom tom que vão acabar com a pobreza do Brasil, construir casas, escolas, hospitais... Tudo neste ano. Os comercias nos bombardeiam com a ideia de que, neste ano, temos que mudar de carro, de móveis, de casa, até nós mesmos temos que nos “mudar”, fazer uma lipo, uma cirurgia plástica...

Muita calma neste momento. Tudo bem, estamos em 2013, mas as coisas não mudam do dia pra noite. Pense bem no que realmente você quer fazer ou não fazer!

PS 1: São tantas coisas pra refletir...
PS 2: Mas de uma coisa não posso esquecer: comprar um TV nova, com milhares de pixels e muitas polegadas. Afinal, a Copa de 2014 vem aí!
PS 3: Felicidade não tem preço...

Publicado em 14/02/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Momento nostalgia...

Quem não se lembra (pelo menos aqueles com mais de 40 anos), dos Carnavais de rua nas grandes avenidas de São Paulo e Rio de Janeiro dos anos 70?

“Brincar na avenida” significava apenas ficar andando e dançando pela Av. São João, em São Paulo, o dia todo até o entardecer, soltando confete e serpentina, com uma máscara de pirata no rosto, ao som das doces marchinhas de carnaval daquela época, em completa confraternização com todos os que também ali estavam brincando.

Ninguém fazia mal a ninguém (não havia o medo que temos hoje de ladrões e trombadinhas). O “maior perigo” eram os “engraçadinhos” que usavam lança-perfume (até que fossem proibidos, pois muitos usavam líquidos tóxicos em vez de água).

Quando chegava a noite, meu pai me puxava para a calçada (naquela época eu tinha 5 ou 6 anos) para dar lugar aos rapazes da prefeitura que começavam a isolar a avenida com cordões. Era chegada a hora de as Escolas de Samba descerem a avenida em direção ao Vale do Anhangabaú.

Todos ficavam bem comportados, admirando o desfile (na época, gratuito e aberto ao público), com os fantásticos carros alegóricos e as maravilhosas fantasias. Que diferença entre o carnaval do século 21 e o dos anos 60, 70...

O carnaval dos nossos filhos, hoje, se resume a acompanhar os desfiles pela TV, pagar caro para vê-los ao vivo nos sambódromos, ir a bailes carnavalescos em clubes fechados, ou “fugir do carnaval” e ir à praia mais próxima.

Mesmo assim, desejo um feliz carnaval a todos e torço para que esta manifestação tão importante de nossa cultura não seja apenas um período de férias ou um “show pra inglês ver”. Mas, sim, que volte a ser um momento no qual resgatamos a história regional e nacional dos costumes dos povos que já estavam aqui quando os colonizadores chegaram ao Brasil e dos que foram trazidos aqui, à revelia, na época da escravidão.

PS: Salve a Bahia, Recife, Olinda, Maranhão, etc, etc, etc...

Publicado em 07/02/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).