quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pecados Capitais...

Definição de pecado capital: os pecados capitais são atitudes humanas contrárias às leis divinas. A Igreja Católica definiu como sete o número de pecados nesta categoria, no final do século VI, durante o papado de Gregório Magno, sendo eles: luxúria, gula, avareza, ira, orgulho, vaidade e preguiça.

Desde o último final de semana, a imprensa tem falado constantemente sobre a tragédia que aconteceu na casa noturna da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O incêndio matou mais de 230 jovens, outros 100 sobreviveram, porém mais de 80 estão com queimaduras graves, problemas respiratórios, sem falar no trauma dos mesmos, além de seus parentes amigos e familiares.

Já se passaram vários dias e continua a pergunta: de quem é a culpa? Pelos fatos apurados tudo indica que os culpados por este ato criminoso são os próprios donos da casa noturna, que não possuía nenhuma condição física e legal para seu funcionamento. Mas só eles são culpados?

Não quero ser repetitiva e nem criar mais comoção em cima deste fato tão doloroso e inaceitável. Acredito que o momento pede, além de muito carinho e apoio às famílias e amigos dos que faleceram e dos que sobreviveram a esta tragédia, a busca do por que um local como este estava funcionando legalmente e como impedir que outros locais em situação completamente irregular deixem de funcionar!

Infelizmente, no Brasil, sempre corremos o risco que tudo acabe em pizza... E até quando vamos engolir tantas pizzas de mau gosto?

Insisto em martelar na questão da prevenção e na busca dos direitos que todos temos de saber e pesquisar sobre o que está acontecendo no nosso país. Afinal, o Brasil é sempre campeão quando se trata dos quesitos: falta de cumprimentos das leis, falta de ordem e falta de progresso...

Afinal, esta casa noturna de Santa Maria estava funcionando a céu aberto, à vista de todos. Como é que nenhum órgão público sabia de todas as suas irregularidades?

PS 1: Você acredita em Pecados Capitais?
PS 2: Será que são só sete?

Publicado em 31/01/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Qual é o segredo?

Num mundo onde se acredita que o aumento da expectativa de vida está relacionado com a melhoria de sua qualidade, dos serviços de saúde pública e do saneamento básico, Vilcabamba é uma contradição. Em um povoado com cerca de 4.000 habitantes no interior do Equador (650 km ao sul da capital, Quito), os habitantes vivem em média 120 anos e não costumam ficar doentes.

Porém, as condições sanitárias do local são um desastre. Na maioria das casas, não há esgoto nem água encanada. Seus habitantes fumam, bebem álcool, comem muito sal e tomam muito café. Mesmo assim, são um dos povos com maior proporção de pessoas centenárias no mundo, cerca de dez vezes mais do que a média e, o mais importante, envelhecem com muita saúde e prazer!

Lêem sem óculos, conservam os dentes originais, têm vida sexual ativa e seus cabelos brancos voltam à cor natural sem explicação. Don José Medina, morador de Vilcabamba, parou de beber aos 106. De vez em quando, ainda toma "um puro" (aguardente), mas não mais de um por dia. Fuma, mas muito menos do que quando "era jovem", alí pelos 70 anos.

Existem  várias as teorias que tentam explicar a longevidade saudável dos habitantes de Vilcabamba. Cientistas americanos afirmam que é a composição da água que bebem. Franceses atribuem o fato ao clima da região. Outros dizem que é o ar, a alimentação saudável à base de milho, batata, vegetais e pouca carne ou a vida tranquila.

Para nós, simples mortais que não moramos em Vilcabamba, resta-nos aguardar que algum cientista descubra a fórmula da fonte da juventude deste povoado equatoriano. Enquanto isso não acontece, o melhor conselho para a longevidade é: viva feliz, seja um bom amigo e faça o que você gosta!

PS 1: Também é bom: comer alimentos saudáveis, fazer exercícios, etc, etc...
PS 2: Vou ver se consigo encomendar  um pouco da longevidade de Vilcabamba pela internet...

Publicado em 24/01/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Violência sem limites!

Dados divulgados no último dia 10 de janeiro pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República mostram que denúncias de abusos contra idosos aumentaram 199% em 2012, em relação ao mesmo período de 2011.

Preocupada com a violência praticada contra a pessoa idosa no Brasil, a escritora Aída Gliksman de Shor, que acaba de lançar seu mais recente livro, intitulado “Estudos sobre a Maturidade”, passou a apoiar a Campanha “Diga não à violência contra o idoso – Denuncie!”, do Portal Terceira Idade. A autora está doando parte da renda obtida com a venda dos primeiros dois mil exemplares do livro para o Portal.

Desde a sua criação, a campanha recebe centenas de denúncias enviadas pelos internautas do Portal – que podem ser anônimas –, relatando abusos contra idosos em todo o Brasil.

Infelizmente a violência não tem idade, raça, credo ou cor. Ela não tem limites! Bem, dizem que violência gera violência... Mas o que leva um adulto a abusar de uma pessoa idosa, uma mulher, uma criança, ou qualquer ser humano que esteja mais vulnerável?

Existem várias teorias sobre a questão: a miséria, falta de orientação, abusos na infância, problemas neuronais, enfim, uma infinidade de situações físicas, sociais e econômicas tentam justificar a violência praticada há milênios pelo ser humano contra outro ser humano.

Mas existe alguma justificativa plausível para atos tão cruéis? As próprias guerras – que são travadas no mundo desde o seu início – são um ato de violência bizarra!

A meu ver, não existe justificativa alguma! Esta situação só reforça meus sentimentos de que o homem ainda é totalmente primitivo.

Cuidado! A próxima vítima – ou vilão – podem ser, eu, você, o vizinho, as centenas de amigos do Facebook, etc...

PS 1: Diga não à violência contra o idoso! Se você conhece alguém que está passando por esse tipo de situação na família, ou entre seus amigos e vizinhos, denuncie!

PS 2: Disque 100 ou acesse: www.portalterceiraidade.org.br

Publicado em 17/01/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Conheci Zip...

Recentemente fui apresentada a Zip. Soube que ele já está com 98 anos. Num primeiro momento, vi uma figura mal-encarada e rabugenta. Percebi que ele sentia algumas dores musculares e que não estava enxergando muito bem.

Tentei puxar conversa de várias maneiras, quis agradá-lo, chamei-o para um passeio, mas nada acontecia, ele continuava arisco, sempre me observando. Mesmo assim, pude sentir que ele tinha um bom coração.

Comecei a refletir sobre sua idade, e que, talvez, após tantos anos de vida, ele tinha o direito de ser mais reservado.

Passei a visitá-lo diariamente e, aos poucos, ele começou a se abrir mais, mudando sua feição para um rosto mais manso, porém sempre cauteloso. Após algum tempo, consegui estabelecer uma relação de amizade, claro, respeitando seus limites...

Curiosamente, mesmo tendo uma sensação inicial de antipatia e mal-estar com seu jeito tão arisco e introvertido, percebi que Zip havia adquirido uma sabedoria natural ao longo dos anos.

Pensei: “Talvez uma amizade ou uma relação sincera e de confiança realmente não possa acontecer em 24 horas ou em apenas alguns dias, mas, sim, ao longo de um período de convivência”. Também comecei a entender e aceitar melhor a ideia de respeitar o tempo e os limites do outro.

Quem sabe, se todos nós agíssemos com mais sinceridade e transparência, viveríamos em um mundo com menos “mensalões”, “mensalinhos”, mentiras, egoísmo e tantos outros males que persistem há milênios em nossas vidas.

Mal começou o ano e já estamos sendo bombardeados por notícias confusas: condena, absolve, o Brasil está bem financeiramente, depois está mal, o salário mínimo sobe o mínimo possível, “se beber, não dirija”, “se dirigir, não beba”, etc...

PS: Zip é um cãozinho que está com 14 anos, o que equivaleria a 98 anos para um ser humano.

Publicado em 10/01/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Horas, minutos, segundos...

Ano novo, vida nova! Acho que é esse o slogan da Globo. Eu já estou planejando um monte de coisas: dormir melhor, me alimentar bem, fazer caminhadas, amar mais, cuidar mais de mim e dos outros, etc... Dizem que é sempre assim: é como começar um caderno novo no primeiro dia de aula!

Aí começa o dia a dia, a rotina, o trabalho, a casa e por aí vai. E a nossa desculpa é sempre a falta de tempo! Mas que tempo o tempo tem? Pergunta meio estranha. Você já pensou que os minutos, segundos e horas nunca param de passar?

Estamos sempre atrasados ou em cima da hora. Eu ainda não entendo bem o tempo... Quanto tempo eu tenho deixado livre para mim mesma, para as coisas que eu gosto de fazer, ou mesmo para não fazer nada?

Você já brincou de bolhas de sabão? Elas são tão lindas e frágeis. Sua existência é de apenas alguns milésimos de segundo, porém a satisfação em vê-las e soprá-las é imensa. Talvez o tempo seja assim também: frágil e invisível, medido, na sua essência, pela nossa satisfação e deleite e não pelos nossos relógios, despertadores e bate-pontos escravizantes!

Os anos são apenas um sequência de milésimos de segundo que nunca param. O que se repete são as datas e horários que estipulamos ou que nossa sociedade pré-determina para nós: Ano Novo, Carnaval, Páscoa, Finados, etc, etc...

Você decide... Vai usar seu tempo – mesmo que tenha que abrir mão dele várias vezes – da maneira que você achar melhor, ou vai deixar que os outros determinem todos os minutos e segundos da sua vida?

Eu já estou planejando um monte de coisas e ainda não consegui fazer tantas outras... Que loucura!

PS 1: Aproveite o tempo que é seu! O ciclo da vida não para. As plantas nascem, crescem, envelhecem...
PS 2: Nós também!

Publicado em 03/01/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).