quinta-feira, 27 de abril de 2017

Coreia do Sul: 10 x 0...

Até o ano passado, o Japão era considerado símbolo de alta longevidade no mundo. No entanto, em fevereiro deste ano, um estudo conduzido pela universidade Imperial College London, na Inglaterra, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que a Coreia do Sul será o primeiro país a superar barreira dos 90 anos de expectativa de vida.

O estudo prevê que as mulheres sul-coreanas que nascerem em 2030 viverão, em média, 90,8 anos. Já a longevidade média para os homens do país será de 84,1 anos.

Entre os 35 países do levantamento, Coreia do Sul, Suíça, Japão, Austrália, Canadá, Chile, Reino Unido e Estados Unidos lideram o ranking, este último com 83,3 anos para as mulheres e 79,5 anos para os homens – média similar às projetadas para o México e a Croácia. Na Europa, a França lidera o ranking das previsões para países com maior expectativa de vida para mulheres: 88,6 anos, seguida pela Espanha (88,1), Suíça (87,7), Portugal (87,5) e Eslovênia (87,4).

“A Coreia do Sul fez muita coisa certa. Parece ser um local mais igualitário e políticas de educação e nutrição têm beneficiado a maioria das pessoas”, afirma o professor Majid Ezzati, da faculdade de medicina da Imperial College, em Londres. “Até o momento, os sul-coreanos se mostraram os melhores em lidar com taxas de hipertensão e apresentam as menores taxas de obesidade do mundo”, completa.

Estas projeções mostram o impacto positivo de investimentos em sistemas de saúde de acesso universal. “Países que tiveram bom desempenho fazem isso investindo em seu sistema de saúde e certificando-se de que ele chega a todos”, finaliza o Professor.

Talvez a Coreia do Sul não seja muito boa de futebol... Mas, na questão da saúde, bate um bolão!

PS 1: O Brasil não fez parte do estudo...

PS 2: Por que o nosso SUS não funciona como na Coreia do Sul?

PS 3: Por que as borboletas voam?

Publicado em 27/04/2017, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A culpa não é minha...

Quando andamos pelas ruas ou saímos nos fins de semana para as baladas, já nos acostumamos a ver – e conviver – com uma legião de pessoas pedindo esmolas ou querendo lavar a janela do nosso carro e, imediatamente, nos vêm aqueles sentimentos de raiva, medo e aquela sensação de um grande incômodo.

Mas logo que o farol abre você atravessa a rua ou dá a partida no carro e pensa: “Ufa, que alívio”. Essas imagens acabam ficando apenas na nossa memória, sumindo ao menor sopro, assim como bolhas de sabão.

Puxa vida, esses seres humanos são tão humanos quanto nós. E por que será que eles estão nas ruas e nós não? Acho que só o fato de pensarmos nestas pessoas como humanos iguais a nós e tentar entender e buscar os milhares de motivos que os levaram a chegar a esse ponto já faz uma grande diferença.

Vivemos num mundo cheio de beleza e desigualdade. Qual será a história desses jovens, adultos e idosos que praticamente viraram bichos? Já ouvi dezenas de pessoas falarem que estes seres estão nesta situação porque não estudaram, não trabalharam, não se esforçaram tanto quanto deveriam, etc., etc., etc...

Ah, também dizem que o problema é do governo e não podem fazer nada, pois “a culpa não é minha”!

Com certeza, os nossos governantes deveriam dar o primeiro passo. Afinal, somos um dos países que mais paga impostos no mundo. Para onde eles vão já é uma outra questão...

Mas, enquanto isso não acontece – e, infelizmente, imagino que ainda vá durar muito tempo para acontecer –, podemos, sim, arregaçar as mangas e criar condições para que estas pessoas voltem a ter uma vida! Criticar e culpar os outros é muito fácil e traz um alívio imediato em nossa consciência! Um prato de comida é bom, mas não vai resolver o problema!

PS 1: “A gente não quer só comida...” – Mariza Monte, cantora e compositora.

PS 2: Tiradentes morreu lutando por uma sociedade mais justa.

PS 3: Bom feriado!

Publicado em 20/04/2017, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Alívio imediato no país das maravilhas...

Dor de cabeça, resfriado, stress, espinhas, obesidade? Não se preocupe! Vá até a farmácia mais próxima e, rapidinho, você vai achar um coquetel de soluções imediatas.

As “drugstores” estão tão moderninhas que já têm o sistema “self-service”. É só pegar sua cestinha e ir colocando todos os produtos expostos nas prateleiras: chocolatinhos, barrinhas de cereal, promoções de xampus, vitaminas, etc., etc.,etc...

E quem garante que os males não vão voltar tão rápido quanto foram embora? Também tem o alívio imediato pós-expediente, pós-briga com a namorada ou marido: uma cervejinha no boteco da esquina, comprar mais um baton, tirar um selfie com seu cachorro...

Num primeiro momento, tudo parece normal. Afinal, vivemos numa sociedade rápida e imediatista, que tem como uma de suas bandeiras principais o bem-estar e o prazer imediato! Drogas lícitas e ilícitas são vendidas com muita facilidade, existe um “super marketing” e até uma imposição social de que o mais importante é aparentar estar sempre bem.

Tudo acaba ficando meio confuso. Mas pense bem antes de buscar qualquer forma de alívio rápido.Tentar buscar, interiormente, a causa de nossas dores físicas ou emocionais não é fácil! Observar a situação política e econômica de nosso país de maneira mais ampla e buscando a história do Brasil desde seu ‘achamento’, também não é nada fácil.

Não existe alívio imediato – e “trocar um remédio por outro” não é garantia de cura. O tratamento se faz no dia a dia, avaliando a raiz da questão.

Parece até que eu virei médica!... Mas não é esse o caso. Apenas comecei a observar como, sempre que surge um problema, a primeira coisa que fazemos é procurar um elixir mágico!

PS 1: Ainda estou em busca do “elixir mágico”... Será que ele está escondido no conto de “Alice no País das Maravilhas”?

PS 2: Desejo Feliz Páscoa a todos! Com ovos ou sem ovos de chocolate! Mas com muito amor e compaixão!

Publicado em 13/04/2017, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Ansiedade, insônia, medo...

“Puxa, ele anda meio deprimido ultimamente...” Todos nós usamos muito a palavra ‘depressão’ em várias ocasiões do nosso dia a dia – quando estamos ansiosos, com insônia, solidão, medo... –, sem pensar muito no seu real significado. Mas, afinal, o que é depressão?

A depressão é uma doença comum em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa mundial é de 350 milhões de pessoas afetadas – no Brasil, país com maior prevalência de depressão da América Latina, ela atinge 11,5 milhões de pessoas. Os números também mostram que mais mulheres são afetadas pela depressão que os homens.

De acordo com a OMS, a depressão pode ocorrer com qualquer um. Pessoas de todas as idades, de todos os lugares do mundo, de todas as condições sociais, de todos os ambientes familiares, de todas as raças e gêneros podem passar por algum episódio em algum momento da vida.

A depressão causa intensa angústia e tem impacto na vida diária. Até as tarefas mais simples, como escovar os dentes, podem ser um peso para quem está passando pelo episódio. A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana.

Um melhor entendimento do que é a doença e como pode ser prevenida vai ajudar a reduzir o estigma e mais pessoas vão procurar ajuda. Porém, o preconceito com doenças mentais, incluindo a depressão, é uma barreira no mundo inteiro para que pessoas busquem tratamento.

O Dia Mundial da Saúde é comemorado anualmente no dia 7 de abril. Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a data com uma campanha sobre depressão. “Vamos conversar” é o lema da campanha.

PS 1: Para mais informações, acesse a campanha #DepressãoVamosConversar em: www.portalterceiraidade.org.br

PS 2: Do jeito que o Brasil está, vamos precisar de muita conversa...

Publicado em 06/04/2017, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).