É com muito orgulho que, mais uma vez, todas as mulheres do mundo comemoraram, no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. A data é celebrada desde 1910, quando uma conferência internacional na Dinamarca decidiu homenagear um grupo de mulheres que, 53 anos antes (em 1857), foram brutalmente assassinadas.
Em 8 de março daquele ano, funcionárias de uma fábrica de Nova York (EUA) decidiram fazer uma grande greve, reivindicando melhores condições de trabalho, diminuição da jornada –na época, de 16 horas – e salários iguais ao dos homens – mulheres ganhavam cerca de um terço do salário pago aos homens. Esta manifestação foi reprimida com brutal violência. As funcionárias foram trancadas dentro da fábrica, que, em seguida, foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas.
A criação da data, que só foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1975, não aconteceu apenas para relembrar tal acontecimento. Na maioria dos países, o dia 8 de março é marcado por debates, conferências, reuniões e discussões sobre o papel da mulher na sociedade atual.
Desde a criação do Dia Internacional da Mulher, muita coisa mudou: das reivindicações do filósofo francês Condorcet em 1788, que exigia a participação política, emprego e educação para as mulheres, até a conquista do direito de votar e de serem eleitas para cargos nos poderes executivo e legislativo – o que no Brasil só foi aceito em 1932.
Nas décadas de 60 e 70, surgiram os movimentos feministas, foi criada a pílula, acabaram com o “soutien de bojo”, mulheres começaram a ocupar cargos políticos, diretorias e gerências em empresas privadas.
Não deixe que a mídia banalize a mulher, que, na maioria das vezes, ainda é mais conhecida pelas suas medidas de cintura e busto do que por sua cabeça e consciência.
PS. Vale a pena conferir o vídeo “One Woman” (Uma Mulher), uma celebração musical contra a violência à mulher, com a participação de 25 artistas de 20 países distintos: http://youtu.be/Dnq2QeCvwpw
Publicado em 26/02/2015, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
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