quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Brasil precisa de muito AXÉ!


Quando os negros do continente africano foram trazidos para o Brasil como escravos, muitas de suas tradições e de sua cultura os acompanharam. Assim, o Candomblé, umas das várias religiões trazidas do continente africano, começou a se espalhar pelo país.

Mesmo muito discriminada pela sociedade da época, por ter negros como praticantes, a religião e toda cultura africana acabaram se transformando em parte da cultura brasileira. O ritmo dos tambores, nossa culinária, artefatos e até palavras do português brasileiro surgiram com a herança africana e os costumes praticados pelo Candomblé.

A professora titular aposentada do Departamento de Psicologia da PUC do Rio de Janeiro, Monique Augras, considera essa questão fundamental. “Não só o Candomblé enquanto religião, mas o modo de ser do mundo africano está enraizado em nossa cultura”, diz.

No período de escravidão, os negros foram proibidos de cultuar seus deuses e, por isso, criaram uma alternativa para manter a religião, associando cada orixá a um santo católico. Assim, Iemanjá é Nossa Senhora do Rosário, Exu é Santo Antônio, ou, por exemplo, a Festa de Oxalá coincide com a Festa do Senhor do Bonfim, em Salvador.

Nos cultos aos orixás, há danças e músicas, onde, segundo Monique, o tambor é considerado um ser vivo, por sua intensa vibração. Vem daí um dos instrumentos musicais, que hoje é considerado tipicamente brasileiro. O tambor e os demais instrumentos de percussão vêm diretamente da religião e da herança cultural de países africanos.

Outra influência da religião na cultura brasileira vem do nome usado para designar a energia do mundo, que, para os praticantes do candomblé, é conhecida como axé. A palavra se popularizou. Hoje, quando alguém deseja a outro energias positivas ou uma benção, diz axé.

PS 1: Com muito AXÉ, vamos acabar com o preconceito, o racismo e a intolerância religiosa.

PS 2: Todos nós precisamos de muito AXÉ!

Publicado em 31/08/2017, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

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