Brasil, meu Brasil brasileiro... Hoje, o nosso país é tido, mundialmente, como um símbolo de democracia na América Latina e no mundo.
Estive no Canadá representando o Portal Terceira Idade em um encontro sobre ações governamentais e não governamentais para a pessoa idosa. Curiosamente, os canadenses elogiavam nossa democracia e se espantaram ao saber da falta de inúmeras políticas públicas nas áreas de saúde, casas para idosos, cuidados – além dos baixos salários que a maioria dos aposentados recebe no Brasil.
“Que situação a minha...”, eu pensei. Sou brasileira e, ao invés de ter orgulho de meu país, tive que ser honesta e colocar de maneira muito clara que nossa democracia e os direitos da nossa população da 3ª idade – ou de qualquer idade – não são levados a sério.
Para a maioria dos estrangeiros, a palavra coronelismo e o conceito da mesma são muito difíceis de entender – até mesmo para nós, brasileiros, onde a figura do “Coronel” faz parte apenas das estórias do Cangaço.
Então, como é possível nosso país estar nas mãos dos mesmos governantes há tantas décadas, seja no âmbito federal, estadual ou municipal? E por que é tão difícil políticas públicas básicas funcionarem no Brasil?
Quase cem anos depois, essa frase, de 1920, ainda parece verdadeira: “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.
A reflexão acima foi escrita por Ayn Rand, filósofa russo-americana, judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920.
PS: Coronelismo (do Dicionário Michaelis): Influência dos coronéis na política, que confundem em sua pessoa, atribuições de caráter privativo e público.
Publicado em 24/11/2016, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
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