quinta-feira, 11 de abril de 2013

Faltam 427 dias...

Tenho ouvido muito essa frase: “Depois da Copa 2014...”, ou seja, parece que o País parou mais do que o normal, tudo vai se resolver “depois”: os projetos de infraestrutura, os salários, o desemprego, tudo vai ficar pra depois...

Após uma pequena reflexão, me perguntei: “Como assim, depois”? Será que pegar filas em postos de saúde, falta de transporte coletivo, salários baixos, e outras “cositas” mais, vão se resolver depois da Copa em um passe de mágica?

Bem, também depois, vem o período das férias, Natal, carnaval, dia das mães, dos pais, e todas as questões mais importantes vão ficando à margem, esquecidas no tempo. Ah, continuam os preparativos para a Copa de 2014, esses são imprescindíveis. Milhões de reais “perdidos em algum lugar do tempo-espaço”...

Já estamos praticamente no meio do ano de 2013. O Mensalão acabou e nada mudou, a pacificação das favelas não pacificou muita coisa, as chuvas voltaram e as enchentes também – segundo os governantes, tudo é culpa do meio ambiente –, dos lóbis políticos. Bem, a culpa sempre é do outro e, como diria Paulo Maluf: “Eu nego! Nego tudo!”.

Mas por que se preocupar tanto? 2014 já está chegando e depois tudo vai mudar...

Enquanto esta data não chega, vamos vivendo, assistindo a massacres de pessoas pela TV, roubos, guerras. Tudo isso já faz parte do nosso cotidiano e é tão estranho que nem estranhamos mais!

Ontem, assistindo ao Jornal Nacional, vi tantas coisas caóticas acontecendo no país inteiro que, por um momento, achei que já havia sido declarado o “Estado de Emergência Nacional”. Mas pra quê? Isso a gente faz depois...

Depois de escrever esta coluna, acho que vou sentar e esperar pra ver no que vai dar depois de hoje, amanhã... Pra que esquentar a cabeça?

PS 1: Faltam 427 dias para a Copa 2014. Logo, logo tudo melhora...
PS 2: São as águas de março fechando o verão... Mas já estamos em abril...

Publicado em 11/04/2013, na coluna ´Formador de Opinião´ do Jornal ´Bom Dia´, da Rede Bom Dia (às quintas-feiras, a coluna é escrita por Tony Bernstein).

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